O Mago Das Espadas Livro 1: Aqueles que Buscam seus Sonhos

Tempo estimado de leitura: 4 horas

    12
    Capítulos:

    Capítulo 2

    O Lobo e a Rosa ? Parte 01 (Livro do Lobo Vol.1 - Inicio)

    Violência

    Boa noite magos e magas! Hoje damos incio a jornada de nossos escolhidos. Espero que gostem e se divirtam muito! Desde já uma boa leitura para todos!

    Um dia depois que a Brave Vesperia brilhou no mais alto céu, o Mundo da Magia estremeceu! Muitos temiam aquilo como um sinal de um mal pressagio, onde grandes tormentas e catástrofes estariam prestes a acontecer, outros que uma nova era começava, mas isso nem passava pela cabeça daquelas onze crianças que começaria sua vida no Mundo da Magia muito em breve.

    Nas planícies brancas de Arendelle, um menino forte e de cabelos alvos cortava lenha fora de sua casa.

    – Mãe, já cortei a lenha! – Exclama o menino.

    – Que bom filho! – Responde sua mãe de dentro da casa. – Cortou bastante?

    – Cortei o suficiente! – Responde o garoto rindo e pegando uma tora cortada a jogando numa gigantesca pilha que era maior que a casa. – Sei não... mais acho que exagerei?

    – O que disse querido?

    – Nada não, vamos comer!!! – E sai de fininho pra dentro da casa.

    O jovem Gládius já dentro da casa se dirige para a cozinha e encontra sua mãe e sua irmã sentadas à mesa prontas para o almoço.

    – Hummmm, isso tá com um cheiro bom! – Elogia o menino se sentando.

    – Tá mesmo! – Responde a irmã mais nova do menino. – A senhora colocou algo especial no caldo?

    A mãe deles ri.

    – Hi, hi, hi, não minha querida, só conseguir fazer uma comida melhor, graças às peles de urso que vendemos. – Responde servindo a comida a seus filhos.

    – Pois é, só acho que deviam ter nos pago mais! – Reclama o menino. – Porra dez ursos negros por míseros quatro mil Gils? É muito pouco!

    – Também acho filho, mas em nossa situação atual não podemos reclamar, né? – Indaga a mãe das crianças e nesse ponto o menino tinha que concordar, quatro mil era melhor do que nada.

    – Bom... que seja, agora vamos comer antes que esfrie! Tô faminto!

    – E quando você não tá maninho? – Brinca Mia recebendo um levantar de sobrancelhas do irmão a fazendo rir.

    Despois da refeição...

    – Ufa! Tô cheio, valeu pela boia mãe, agora se me permite. – Diz o rapaz se levantando da mesa, porém...

    – Alto lá mochinho! Sente, temos que conversar.

    O pequeno guardião estranha aquilo.

    – Olha eu não fiz nada tá, sou inocente até que se prove o contrário! – Responde o menino erguendo os braços em legitima defesa, fazendo sua mãe rolar os olhos.

    – Eu sei que você não fez nada... pelo menos não ainda!

    O garoto arregala os olhos e diz mentalmente:

    “Xí! Lá vem merda!”

    A mãe do menino junta às mãos sobre a mesa, suspira e começa:

    – Faltam dois meses para você ir para Draconia, sei que está bem cedo pra termos esse tipo de conversa, mas como sou sua mãe e te conhece BEM até demais, eu tenho alguns pedidos, ou melhor, ordens para te dar!

    O menino pisca várias vezes e responde mentalmente:

    “Eu sábia que vinha merda por aí!”

    – Então meu querido filho, eis a ordem... – E olha fulminante para o pequeno guardião. – Eu não quero, desejo, proíbo, está vetado, cancelado, que você flerte com garotas! Principalmente as mais velhas que é o seu forte... fui clara?!

    O menino olha aquilo e arregala a boca como um imenso “O”, para depois colocar as mãos sobre peito.

    – Mãe!!! Assim a senhora me ofende!!! Parece que você não conhece seu lindo e amado filho? – Exclama o menino dramático.

    A mãe do garoto serra os olhos.

    – É por te conhecer MUITO BEM que estou dizendo isso!

    O garoto pisca, coloca as mãos sobre a mesa e fala:

    – Dona Helen... a senhora realmente não tem ideia do filho maravilhoso que tem, né?!

    A mãe do menino arqueia as sobrancelhas.

    – Olhe para mim! – Se levanta. – Eu sou forte, charmoso, olhos azuis, cabelos da cor da neve, um sorriso que derrete qualquer coração! – Seus dentes brilham nessa hora, arrancando uma gota da atrás da cabeça de sua mãe. – Você e o papai fizeram o um sexo tão foda, que tinha que te saindo algo foda! E esse foda... SOU EU!!!

    A mãe do garoto fica aterrorizada, seu rosto vermelho de vergonha e a única coisa que vinha em sua mente agora era além de se esconder era...

    – GLÁDIUS MAXIMUS!!!

    Berra revoltada o nome do filho!

    – Sou eu! – Responde animado.

    – Que sou eu que nada! Como você pode falar algo dessa natureza tão íntima na frente de sua irmã?!

    O garoto vira o rosto para sua irmã e pergunta:

    – Mia, você tá entendo alguma coisa que estamos falando?

    A menina acena em negação.

    – Vocês falam coisas muito complicadas, por isso deixei de ouvir vocês já na parte que a mamãe falava das proibições. – Responde sorrindo a menina enquanto brincalha com um coelho de pelúcia.

    O garoto aponta para a pequena e olha com ironia para sua mãe.

    – Viu?

    A mãe do garoto trinca os dentes.

    – Você sabe como me tirar do sério, sabia?

    – Sei sim! – Debocha o menino. – Agora mãe... é sério... não vou ter como cumprir essa promessa e te digo por que.

    – Hum?!

    – Imagine seu filho amado, andando inocentemente pelos corredores da escola e se deparando com várias beldades passeando por lá e usando saias rodadas que deixam toda a perna a mostra, ou pior... entro sem percebe na aula de educação física das meninas, onde várias delas estão usando bodys coladinhos ao corpo, ou sainhas, ou shortinhos bem curtinhos, ou até mesmo aquelas calças justinhas que estão na moda hoje em dia... qual o nome mesmo Mia?

    – Leggins.

    – Isso mesmo!!! Que realçam toda a perna carnuda delas e ainda ajudam a empinar o bumbum! Mãe... lamento... mas seu filho não poderá manter esta promessa, sem pelo menos ter um ou dois orgasmos seguidos e sem tocar em nenhuma delas!!! – Responde o menino cheio de drama.

    – Filho... – Sua mãe ao ouvir aquilo tudo perplexa responde; – ...você não vale nada!!!

    E dá de ombros.

    – Pois é... mais...

    O pequeno guardião estende ambas as mãos, segurando as de sua mãe e irmã as apertando com força.

    – Não é por causa disso que vou sair do meu foco de visão e objetivo, que é dar uma vida melhor pra nós. Recuperamos nossa honra e dignidade roubadas e principalmente... – Aperta mais forte as mãos daquelas que ele ama. – ...trazer o papai de volta!

    Ambas Helen e Mia arregalaram os olhos em espanto e surpresa, podiam ver um fogo nos olhos claros do menino, não era mais o tom brincalham que usava sempre, era o tom de um Guardião, pronto para sair à caça de seus inimigos e lhes trazer justiça.  

    Ao sentir isso, Helen fecha ambas as mãos sobre as de seu primogênito apertando com força.

    – É isso que me preocupa filho!

    O jovem olha bem nos olhos de sua mãe.

    – Tenho medo da Milefor ou da Maximilian como eles se chamam agora mandarem alguém atrás de você! Você é o herdeiro de nossa família e um alvo em potencial deles para...

    – Mais um motivo para eu ir para Draconia! – Diz o menino cortando sua mãe. – Lá eu poderei me fortalecer e me preparar para enfrenta-los, não que eu já não seja forte é claro! – O menino fecha os olhos. – Mais sinto que ainda não sou forte o bastante para fazer o que devo... e é por isso...

    Ele se cala quando sente sua mão direita ser solta e perceber dois magros braços envolvendo seu pescoço e um perfume que ele conhece muito bem preencher seu olfato.

    – Mãe...

    – Eu sei o fardo que você carrega, sei que deve lutar por nós, mas eu como mulher e como mãe... não consigo deixar de me preocupar com você... meu filho! – Aperta ainda mais o abraço e depois perceber dois pequenos braços envolvendo seu troco.

    – Mia...

    – Você vai voltar em segurança... não vai?

    O menino não responde apenas retribuiu o abraço da irmã, pra ela aquilo já respondia qualquer pergunta.

    – Te amo, maninho.

    – Também te amo pirralha.

    E assim encerrava-se aquela manha da família Maximus. O restante do dia Gládius continuou preparando provisões e armando armadilhas envolta da casa, tudo para proteger aquelas que ele amava durante sua ausência. Mesmo assim ele ainda não sentia que aquilo seria o suficiente e na noite daquele mesmo dia, enquanto Helen e Mia já dormiam em seus quartos, o jovem guardião ainda estava acordado, não conseguia dormir, andava de um lado para o outro no quarto pensando em diversas formas de como protegê-las enquanto estivesse fora, mas nada de útil vinha lhe a mente... nada.

    – Droga!

    Se senta na cama, olha para sua cabeceira de cama onda sua faca estava embainhada, a saca e a roda entre os dedos enquanto voltava a pensar.

    “É fato de que estarei em segurança em Draconia... mais enquanto a minha família?!”

    Gládius sabia por experiência que sua família corria perigo, por isso vivem escondidos na floresta cercado por animais selvagens e de vegetação alta, dificultando assim que os encontrassem.

    Mas por quanto tempo isso duraria?

    O menino gira a faca mais um pouco e a crava na cabeceira da cama.

    “A Maximilian não irá descansar até o ultimo Maximus estiver morto, seja ele homem, mulher ou criança!”

    Ele serra os dentes em fúria ao pensar nisso.

    “Fatalmente terei que lutar contra eles um dia, porém preciso de mais poder! E sozinho não vou conseguir!”

    Puxa sua faca fincada na madeira e observa seu reflexo na lamina negra. Era a última lembrança que seu pai havia deixado antes de partir, justamente pelo mesmo motivo... o de proteger sua família.

    – Será que você se sentiu da mesma forma antes de tomar sua decisão?

    Pergunta para sua arma, como se ela pudesse responder.

    – Quantos dias, meses, ou anos você se preparou para partir até ter certeza de que estaríamos seguros?

    Outra pergunta sem resposta.

    – No fundo eu sei o que devo fazer, o problema é... será que eu teria coragem e a frieza para tal?

    Apertou com força o cabo da sua faca, como se apertasse a mão de alguém mais velho em busca de ajuda, de uma luz... de uma esperança.

    – Me ajude... pai!

    E da mesma forma de antes ele não obteve resposta, apenas o uivo de um lobo ao longe...

    Naquele exato momento, lá fora na neve, uma pequena figura corria entre os prados e a neve alta. Trajava uma manta cor de rosa, botas pretas e usava um vestido de cor preta na parte de cima e uma saia azul por de baixo da manta. Corria apressada, havia conseguido fugir, mas logo pela manhã descobririam seu sumiço.

    “Preciso chegar até o porto o mais rápido possível! Se eu conseguir vou poder chegar à Estação da Luz em dois dias!”

    Parou um pouco pra respirar, sentou-se em uma pedra e puxou pra trás seu capuz rosa revelando seus cabelos da cor morango divido em duas pequenas tranças laterais, sua pele alva vermelha pela corrida e seus olhos turquesa que fitavam aquela região desconhecida para ela. Triou sua mochila das costas a abriu e olhou pra dentro dizendo:

    – Ruby, pode sair à barra tá limpa!

    Não precisou dizer duas vezes e uma pequena figura rosa com asas e com a aparência de um gato pula pra fora da mochila da menina esbaforida.

    – UFA! Achei que ia morrer ai dentro!

    – Hi, hi, hi, desculpa miga, mas foi o único jeito que deu pra gente poder sair sem que ninguém te visse.

    A pequenina lambe sua patinha esquerda e a passa por cima da cabeça se “banhando”.

    – Eu entendo, mas Anna... seu pai não vai ficar louco quando souber que você fugiu?

    A menina fecha os olhos com raiva.

    – Ele que se dane! – Responde cruzando os braços emburrada. – Onde já se viu não querer que eu vá pra Draconia só porque acha que vou atrapalhar a minha irmã! Vê sé pode?! 

    A pequena gata alada olha com afeto para a menina, pula para seu colo e passa sua patinha no rosto da menina e diz:

    – Não fica assim Anna... ficar irritada não vai te levar a lugar nenhum.

    A princesa fecha os olhos e suspira.

    – Ruby... você não faz ideia de como fiquei feliz de ter recebido aquela carta. Tipo... Escola de Magia e não qualquer uma, mais a mesma que minha irmãzinha estuda! Eu achando que nunca mais poderia vê-la e o destino acaba por conspirar a nosso favor, mas ai vem meu pai todo truculento e... – Cobre o rosto com suas mãos cobertas por luvas. – E faz aquilo...

    No tarde daquele dia no castelo de Arendelle...

    – Ufa! Mais um dia de “tortura”, digo... estudo findado! – Exclama a princesa se despreguiçando enquanto caminha de volta para seu quarto.

    Ao abrir a porta já cumprimenta sua amiguinha.

    – Cheguei Ruby, sentiu minha falta?

    – ATÉ QUE ENFIM!!! – Berra a pequenina pulando sobre a princesa.

    – Uau! Vou entender isso como um sim, he, he. – Responde Anna abraçando à amiguinha que ronrona.

    – Ahhhh, isso é tão bom... mas espera, não é isso que eu tenho que falar!!!

    – Ah?

    – Anna... – Ruby deixa os braços da princesa e voa até a cama e aponta um embrulho. – Isso chegou pra você!

    – O quê? – A princesa pula na cama e pega o embrulho. – É uma carta?

    – É sim, olha eu já li e é incrível, só não surtar, tá?

    A pequena princesa ouve aquilo a deixando a ainda mais curiosa, então sem perder tempo lê seu conteúdo. Seus olhos da cor turquesa iam de um lado a outro da carta, sua boca tremia assim como seu corpo e quando terminou de ler deixou a carta cair.

    A gatinha alada conhecia bem aquela expressão.

    – Aí, caramba... ELA VAI SURTAR!! – E pula para seu esconderijo ultrassecreto na pilha de bichos de pelúcia. Logo depois uma ruivinha grita a plenos pulmões eufórica!

    – UUUUUUUUHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!

    Todo o castelo ouviu o grito que parecia um badalar de sinos, todos já conheciam aquele famoso e conhecido grito.

    – Minha nossa a princesa gritou... está na hora do jantar!!! – Diz um empregado.

    Os soldados na área de treino pararam ao ouvirem o grito.

    – Xí! Nossa pequerrucha deve ter ganho algum presente! – Diz um soldado.

    – Como sabe disso? – Pergunta outro soldado.

    – Ela só berra assim quando ganha alguma coisa, você vai ver daqui a pouco ela vai estar correndo por todo o castelo que nem uma maluca.

    E foi justamente isso que aconteceu.

    Anna estava tão eufórica que chutou a porta de seu quarto e começou acorrer que nem uma maluca pelo castelo e gritando:

    – EU CONSEGUI, EU CONSEGUI!!!

    Pulou sobre mobilhas, deslizou por debaixo das pernas dos criados, deu uma pirueta no ar, deslizou sobre o corrimão da escada indo parar nos braços de uma armadura, até que chegou ao pátio do castelo, abriu os braços e gritou pra que todo mundo ouvisse:

    – EU VOU PRA DRACONIA!!! – E caiu sem folego não chão.

    A dupla de soldados que conversava a olhavam e o que havia dito que ela faria isso diz:

    – Eu não disse... e foi mais rápido do que eu previa.

    – Uau! – Responde o outro soldado surpreso.

    Deitada no chão a princesa recuperava o folego, ergueu a carta que trazia consigo e abraçou forte contra o peito.

    “Maninha!”

    A imagem de sua irmã aparece em sua mente enquanto abraça com forças sua carta de admissão.

    “Vamos finalmente poder ficar juntas!”

    Abraça com mais força a carta enquanto lágrimas de felicidade escorriam por sua face, molhando suas bochechas rosadas.

    “Vamos poder conversar enquanto comemos chocolate, brincar até não poder mais, ri das minhas trapalhadas!”

    Só de imaginar tudo isso um largo sorriso se formou na face da princesa que fechou os olhos. Estar ao lado de sua irmã era seu maior sonho e ele estava finalmente ao seu alcance. 

    No entanto...

    – Princesa Anna!

    Uma voz velha e arranhada chama pela princesa que abre os olhos e olha para uma das janelas abertas do castelo.

    – Chanceler Barba Branca?! – Indaga a princesa com inocência e ver o rosto do velho ficar vermelho de raiva.

    – É Chanceler Bartos para você senhorita! – Grita o velho que tinha uma longa barba branca... por isso o apelido. – O rei à está chamando, entre imediatamente!

    – Gulp... tá bom... já tô indo! – A princesa se levanta e correr de volta para o castelo.

    Anna caminhou a passos ligeiros pelo castelo até chegar à sala do trono onde o rei, seu pai estava. A princesa encara aquelas grandes portas com apreensão, estava feliz por ter recebido a carta para ir para Draconia, só que na euforia havia esquecido que sua ida dependia de uma ordem e permissão de seu responsável, nesse caso o rei.

    “Espero que ele esteja de bom humor.”

    Pensa a princesa que se aproxima e bate em uma das portas, logo em seguida elas são abertas por dois enormes soldados de armadura que faziam parte da guarda real. Os dois gigantes fazem uma reverencia para a princesa que retribuiu fazendo o mesmo e prosseguindo para dentro da sala real. Logo depois as portas são fechadas e Anna se via dentro da vasta sala.

    Um grande tapete vermelho se estendia do início da sala até as escadarias que levavam a uma base elevada. O recinto era iluminado apenas pela luz do Sol que já começava a ficar fraca, dando ao ambiente um ar sombrio e nada convidativo. A princesa caminhou de maneira elegante e delicada com ambas as mãos juntas sobre o ventre, sabia que na frente daquele homem não podia agir como de habitual, tinha que ser graciosa e seria... coisas que ela detestava.

    Ao se aproximar das escadarias olhou para o alto e lá sentado todo imponente estava seu pai o Rei de Arendelle Richard IX. Tinha a mesma cor dos olhos de sua filha mais nova, no entanto enquanto os de Anna transmitiam amor e carinho os de seu pai só transmitiam medo, eram frios e sem brilho. Trajava uma imponente armadura azul escura com adornos que soltavam para fora impossibilitando qualquer um de se aproximar dele sem se ferir. Gemas de diferentes cores estavam distribuídas por sua ombreira, peitoral, punhos, joelhos e pés. Em sua cabeça sua coroa real feita de ouro e prata pura onde três joias das cores azul, vermelha e verde estavam devidamente fixadas dando lhe um ar de superioridade e poder. Seus cabelos eram ruivos, já com fios grisalhos, assim como sua barba da mesma cor cobria boa parte de seu rosto.

    Toda essa aparência já intimidava a pequena princesa, mais o que realmente lhe dava mais medo era a cicatriz que seu pai possuía na face esquerda, que cobria de sua testa até seu pescoço. Como se três garras tivessem tentado arrancar seus rosto. Ouviu dizer que foi durante um confronto contra um poderoso inimigo... um dragão diziam os boatos. Por isso desde então seu pai vive trajando esta enorme e tenebrosa armadura, no intuito de se vingar um dia de seu inimigo.

    – Anna... – A voz do rei ecoou pelo salão.

    – S-Sim senhor! – A voz da princesa saia fina e com medo. – M-Mandou me chamar?

    O rei olha para sua filha sem demostrar emoção.

    – Ouvi seus gritos pelo castelo todo, acho que fui bem claro com você sobre esse seu comportamento um tanto...

    – Eloquente? – Pergunta a menina.

    – Ridículo! – Exclama o rei fazendo a menina abaixar a cabeça envergonhada.

    – Perdão... é que fiquei extremamente feliz quando recebi esta carta. – Amostra a carta que recebeu.

    O rei de Arendelle vira seu rosto para sua direita onde o Chanceler Bartos está de pé, na mesma hora o velho desse as escadas do trono, estende a mão direita para a princesa indicando que queria a carta. A princesa sem demora a entrega e o velho a abre, lê seu conteúdo e uma cara de surpresa brota em seu rosto.

    – O que diz aí Bartos? – Pergunta o rei.

    O chanceler olha para a menina sem compreender como aquilo poderia ter acontecido, ela... justo ela ter recebido tal privilegio.

    – Meu senhor... isto é... uma carta de admissão... da Escola de Magia e Feitiçaria de Draconia!

    E Anna viu os olhos de seu pai se arregalarem em surpresa.

    – O QUÊ?!

    – É o que está escrito aqui senhor, veja! – O velho chanceler sobe rapidamente às escadas entregando a carta ao rei que toma de sua mão e lê. Alguns minutos de silencio se seguiram enquanto o rei lia a carta repetidas vezes o que deixava a pequena princesa apreensiva. – Isso é...

    – É legal né pai! Vou poder estudar magia igual a minha...

    – IMPOSSIVEL!!! – Brada o rei cortando a princesa.

    – Ah?!

    Ele se levanta expondo a carta.

    – Que brincadeira é essa Anna?!

    – Brincadeira? – Pergunta a princesa sem entender.

    – Não se faça de boba comigo menina, acha mesmo que Draconia ou qualquer outra escola de magia iria escolher alguém sem talento como você?!

    A princesa arregala os olhos em choque.

    – Mas... não ouve... engano...

    – O que disse? – Pergunta o rei de maneira ameaçadora e Anna serra os dentes em raiva.

    – Não ouve engano nenhum! – Grita a princesa. – Essa carta tem o selo da escola acha que eu poderia falsificar algo assim? – E aponta o dedo. – O senhor sempre disse que eu não tenho talento pra isso e aquilo e sempre enaltece a Elsa como se fosse sua única filha! Mas eu estou aqui pai! Você pode não ter visto nada em mim, MAS ALGUEM VIU!!! – Brada a princesa com seus olhos já em lágrimas onde com um brilho reluzia, como uma chama que não se apagava e aquilo o incomodava o rei... e muito.

    “Essa voz... esse mesmo brilho... iguais aos dela!!!”

    E sem avisar começa a descer os degraus de seu trono, cada passo que dava a sua sombra cobria a pequena princesa que não recuou, logo Anna olhava pra cima encarando os olhos de seu pai e para a surpresa da princesa ele sorriu.

    – Tudo bem... que seja.

    – Ah?

    Com um movimento simples o rei ergue seu braço esquerdo onde estava à carta e uma das gemas de sua armadura brilhou e em instantes a carta de Anna para Draconia ardia em chamas vivas.

    Os olhos da princesa se desfocaram ao ver aquilo, sua carta, seu passaporte para uma vida de magia e estudo destruídos, as cinzas do que foi a carta caíram sobre sua cabeça e mãos.

    Aquilo estava mesmo acontecendo?

    – Não...

    – Alguém imperfeita como você, não tem o direito de apreender magia, muito menos de atrapalhar alguém de futuro como sua irmã! – Diz o rei, mas Anna parece que nem ouviu, cai sobre seus joelhos com os resquícios da carta, somente dois pedaços de papel chamuscado restaram o que continha o nome da escola e o seu. – Elsa será minha sucessora e você é apenas... – Da às costas para a princesa que jazia no chão. – Um ser sem brilho! – E caminha voltando ao seu trono. – Chanceler!

    – Sim Vossa Alteza!

    – Já sabe o que fazer com ela, mesmo sendo minha filha me desafiou e eu... – Seus olhos assumiram um brilho aterrorizante, quando a menina olhou para eles toda sua força e coragem desapareceram, como se nunca existissem e o ouve bradar.  – NÃO TOLERO SER DESAFIADO!!! – Aponta um dedo para ela e profere sua sentença. – Dez chibatadas nessa menina petulante, assim ela apreendera seu lugar, aqui... e no mundo!

    Um sorriso nefasto surge no rosto do velho chanceler que ergue seu cajado e um filete de luz rubra brota de sua ponta.

    – Não... por favor... – Murmura a princesa derramando lágrimas.

    Mas nem isso puderam lhe poupar do castigo e ali mesmo bem diante de seu pai, o velho chanceler desceu o filete de luz sobre as pequenas costas da princesa que gritou em agonia, parecia que era atingida por uma língua de fogo e antes da quinta chibatada já havia perdido a consciência.

    Ninguém a ajudou, os criados viraram o roto, os guardas nada fizeram, somente depois do suplício é que o chanceler autorizou que a menina fosse levada para seu quarto onde foi jogada sem delicadeza nenhuma e trancada sem direito a cuidados ou ajudas.

    Ela era uma prisioneira... prisioneira de seu próprio lar.         

    A única que a ajudou e cuidou dela foi...

    – Você. – Responde Anna olhando para sua querida amiga que estava sentada em seu colo.

    – O prazer foi meu. Ainda bem que minhas lágrimas têm poder curativo, senão eu nem sei se você conseguiria ficar de pé agora.

    Ao ouvir aquilo Anna abraça sua querida amiga.

    – Eu sei... obrigado minha querida amiga! – Exclama Anna abraçando sua pequena amiga com mais força. – Agradeço todos os dias por ter te encontrado! Você que trouxe a luz de volta a meus dias... eu sou... tão grata... – Diz a pequena princesa com sua voz já embargada em lágrimas.

    Ruby por sua vez ergue seu focinho e dá uma pequena lambida na bochecha esquerda da princesa a fazendo sorri.

    – Pode contar sempre comigo, mais e agora... pra onde vamos?

    A princesa ao ouvir a pergunta de sua amiguinha se levanta e responde:

    – Para o único lugar que nos interessa, a joia do amanhã, o lugar que dizem realizar todos os sonhos... nós vamos... – Faz uma pausa dramática. – PARA DRACONIA!!!

    Aquilo pegou Ruby de surpresa.

    – Mais, hein?!

    – É isso aí, então vamos andando que temos muito chão pela frente, he, he. – E pega sua mochilinha, recoloca seu gorro e volta a caminhar toda feliz, deixando pra trás uma gatinha alada sem ação.

    – Será que essa maluquinha não sabe que ainda faltam dois meses para o início das aulas e que ela não tem mais carta? – Se pergunta a gatinha.

    – Lá, lá, lá. – Cantora a princesa enquanto caminha.

    – Obvio que não! – Responde a sua própria pergunta. – Ô Anna peraí menina, temos que conversar!!! – Exclama a pequenina que se desata a voar o mais rápido que podia atrás de sua amiga, no entanto nem ela ou a princesa tinham notado os vários olhos amarelos que as olhavam de dentro da mata.


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