O Mago Das Espadas - Livro 0: Os Escolhidos

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    12
    Capítulos:

    Capítulo 26

    Rumo a Aventura

    Linguagem Imprópria, Nudez, Violência

    – Vamos, vamos! Depressa, precisamos chegar até o papai!!! – Grita Nall voando a frente das meninas.

    – Espera um pouco Nall, eu não sou tão rápida! – Exclama Elsa sem folego.

    – Isso que dá só ficar lendo livros. – Debocha Astrid recebendo um olhar de reprovação da princesa.

    – Asty, menos tá bom!

    – He, he, he, tá bom, tá bom, brincadeiras a parte, mais é bom ver você feliz. – Responde a guerreira que não poderia estar mais certa.

    – É claro que eu estou!!! – Responde a princesa se virando e encarando a amiga. – Depois de tantos anos de busca e apreensão a uma chance de finalmente me livrar desta maldição! Eu não poderia estar mais feliz e ansiosa!!!

    Então algo vem a sua mente.

    Minha irmãzinha...”

    Olha para suas mãos cobertas pelas grossas luvas.

    “Finalmente vou poder te tocar sem medo de lhe machucar.”

    Para logo em seguida juntando ambas as mãos perto do peito.

    “Vamos poder ser uma família de novo...”

    E uma solitária lágrima rola por seu rosto.

    – Pensando nela? – As palavras de Astrid a fazem voltar à realidade.

    – Sim... – A princesa ergue seu rosto para o alto. – Ela que é...

    O toque da mão da guerreira em seu ombro a faz se calar.

    – Eu sei Elsa... só espero que você esteja fazendo a melhor escolha amiga.

    A princesa se vira para sua amiga enxugando a lágrima que acabara de cair respondendo:

    – Estou sim amiga e decidida!!! – E segura às mãos da guerreira. – Obrigada por vir comigo até aqui minha querida amiga.

    E com um sorriso, a bela guerreira beija as mãos da princesa devolvendo:

    – É isso que amigas fazem umas pelas outras.

    A resposta da princesa foi um sorriso.

    – Obrigada... Asty.

    As duas meninas sorriam uma para a outra e nem notaram um pequenino gato alado voando e olhando para elas com lágrimas nos olhos.

    – Que coisa lindaaaaa...

    – Hum? – As duas viram o rosto e vem o pequenino choramingando.

    – A amizade é algo lindo! Vocês duas sabem como fazer um homem chorar... BUAAAAHHHH!!! – E abre o berreiro arrancando gotas das cabeças das meninas.

    – Ele é exagerado, né? – Comenta Astrid com sarcasmo.

    – Muito! – Responde Elsa que se aproxima de Nall e puxando um lenço de suas vestes. – Pronto, pronto, já passou. Aqui, use isto e assoe o nariz.

    – Snif... tá... – O pequenino pega o lenço com suas patinhas e começa assoar o nariz, pouco segundos depois ele devolve o lenço. – Obrigado Elsa.

    – De... nada... – Murmura a princesa ao ver que o lenço virou uma bola de totalmente cheia de meleca.

    – Tava cheio, hein? – Comenta Astrid rindo e Elsa joga o lenço com nojo atrás de uma pedra.

    – Bem... podemos ir... agora? – Pergunta a princesa tentando esquecer o ocorrido há poucos segundos.

    – Claro! Sigam-me!!! – E volta a voar a frente delas. 

    Quando Astrid se aproxima de Elsa a princesa sussurra:

    – Não comenta isso com ninguém, tá bom?!

    – He, he, he, minha boca é um tumulo!

    E as duas prosseguem o caminho junto com Nall, dez minutos depois já estavam na frente da casa de Alez e sua família.

    – Muito bem chegamos, agora vamos falar com o papai sobre...

    – COMO ASSIM VOCÊ NÃO VAI?!

    Um grito vindo de dentro da casa calou o pequenino.

    – Epa, que isso? – Exclama Nall.

    – Parece uma briga. – Responde Astrid.

    – Será que chegamos em uma má hora? – Pergunta a princesa.

    – Impossível! A gente não briga... bom exceto quando é por peixe. – responde Nall.

    – Sei... – Responde Astrid com uma sobrancelha erguida.

    – Shhhiiii, ouçam. – Diz Elsa se aproximando da porta para escutar e os outros fazem o mesmo.

    Lá dentro...

    – EU JÁ DISSE QUE NÃO VOU!!! – Grita a jovem cantora se sentando e inflando as bochechas, Alex conhecia aquele gesto... ela estava zangada, muito zangada!

    Do outro lado da mesa os pais do menino assistiam a discussão incrédulos.

    – Luna minha querida, achamos que você ia gostar da ideia? – Manifesta-se Saria a mãe de Alex.

    – Mais não gostei tia! – Responde a menina brava.

    – Pode pelo menos nos contra o motivo? – Questiona Ramsus o pai de Alex.

    A menina abaixa a cabeça fazendo seus cabelos azuis cobrirem seus olhos.

    – Eu simplesmente não quero. – Responde sem emoção. – Eu tenho minha própria opinião, vocês tem que respeitar isso!

    Todos se silenciaram com as palavras da jovem.

    – Eu não entendo... – A voz de Alex preenche o ambiente, o jovem balança a cabeça desnorteado. – Você sempre sonhou em embarcar em uma jornada, uma aventura e ai está a grande chance! – Se aproxima e segura com força os braços da jovem a forçando a olhar para ela. – Juramos que nos três... você, Nall e eu um dia sairíamos de Burg e conheceríamos o mundo, por que você está hesitando justo agora?! – Os olhos de Alex ardiam em chamas enquanto encarava os azuis celestes de Luna.

    – Alex... – Sussurra a cantora.

    – Por que Luna... só me diz, por quê?

    O que ela iria dizer como demostrar em uma só palavra tudo o que estava sentindo.

    Fechou os olhos e a imagem de Alex ensanguentado não saia de sua cabeça.

    – Eu...

    As palavras de Astrid quando disse que um mago das trevas havia ferido seu amado amigo.

    – Eu...

    E de saber que foram convidados a estudarem em uma escola de magia... Magia, justamente a causadora da quase morte de seu amado amigo.

    – Eu...

    Ela sabia sua resposta e em um roupam-te grita:

    – EU TENHO MEDO!!!

    Aquelas palavras pegaram o menino de surpresa.

    – Eu tenho medo Alex, por tudo! Um lugar estranho, gente estranha e de outras classes diferentes da nossa! – Ela se tremia. – O risco de que algo de ruim aconteça... TUDO!!!

    Ela começava a chorar ao ponto de se tremer.

    – Eu tenho muito, muito medo...

    E Alex viu sua amada amiga chorando, sua feição não mudou ao ouvir as palavras de desabafo da jovem cantora, aliás, não ficou tão surpreso, isso provava ainda mais como ela era importante pra ele e ele para ela.

    Um sorriso brota nos lábios de Alex, retira as mãos dos braços de Luna e com a esquerda segura suas mãos e com a direita levanta seu queixo com delicadeza. Às orbes azuis celestes húmidas da menina se encontraram com as verdes escuras e brilhantes do menino que diz:

    – Você acha que eu também não tenho medo, Luna?

    Os olhos da jovem se arregalam ao ouvir aquilo, assim como os de seus pais.

    – Eu tenho medo de várias coisas. Medo do desconhecido, do futuro, da escuridão, da solidão e de várias outras coisas! – Responde o menino que tinha toda atenção da amiga. – Mas aí eu te pergunto? – E aproxima mais ainda seu rosto do da amiga. – Por que eu vou ter medo dessas coisas se eu tenho algo muito mais forte ao meu lado que faz com que todos esses sentimentos sejam insignificantes!

    A jovem cantora e os pais do menino ficam curiosos com as palavras ditas pelo menino, até Astrid e Elsa que estavam do lado de fora com os ouvidos colados na porta ouvindo tudo ficaram curiosas, menos o pequeno Nall que sorria já sabendo o que se amigo estava dizendo.

    – E... o que seria? – Pergunta Luna com a voz fraca.

    E Alex diz com toda a convicção que tinha em seu coração:

    – Você!

    Na mesma hora as lágrimas de Luna cessam, seu rosto fica vermelho, seus olhos paralisam assim como todo seu corpo. A mãe de Alex fica vermelha e coloca as mãos sobre as bochechas, já o pai do menino sorri orgulhoso, lá fora Astrid e Elsa ficam vermelhas com a declaração do jovem.

    – Aí... minha nossa! – Exclama Astrid.

    – Que coisa mais linda! – Exclama Elsa com lágrimas nos olhos.

    – Esse é meu amigão! – Exclama Nall todo orgulhoso. – Nenhuma aventura seria completa sem a Luna! – Admite o pequenino.

    Lá dentro Luna ainda estava paralisada com o que ouviu, sua mente tentava processar as palavras ditas por Alex.

    – Alex... – Ela tenta dizer algo.

    – Eu sei que posso estar sendo egoísta em te pedir pra ir comigo, mesmo contra sua vontade, mas... – Aperta forte a mão da jovem. – Você acha que eu aceitaria ir para um lugar longe e ficar afastado de você por meses ou até anos?

    Os olhos de Luna se iluminam ao ouvir aquelas palavras proferidas por Alex.

    – Não faria o menor sentido em viver tal emoção sem você!

    Seu coração palpitava.

    – Nós crescemos juntos e criamos um laço único. Laço esse que nenhum medo pode quebrar!

    Seus lábios tremiam.

    – O que eu quero dizer é que...

    Suas mãos suavam.

    – Eu preciso de você Luna, ao meu lado!

    As lágrimas voltaram a cair, mais dessa vez de felicidade. Ela vê Alex então ficar de pé e dizer às palavras que mudariam sua decisão!

    – Vamos viver essa aventura juntos!!!

    E ela não tinha mais medo ou indecisão sobre que caminho a escolher.

    – Sim... – E se levanta e abraça Alex com toda sua força. – EU VOU, EU VOU COM VOCÊ!!!

    E o jovem retribui o abraço de sua amiga que ele tanto ama, sem que percebessem os pais de Alex olhavam sorrindo para ambos, aquelas duas crianças haviam crescido e muito!

    – Você sabe como convencer alguém, sabia? – Sussurra a menina no ouvido do menino que responde:

    – Eu sei!

    E eles riem e se separam do abraço mais ainda de mãos dadas.

    – Você vai cuidar de mim? – Pergunta a cantora sorrindo.

    – Vou sim! Ninguém vai machucar você, se alguém tentar vai ter que me enfrentar!

    – E A MIM TAMBÉM!!! – Berra Nall com sua voz fina, arrombando a porta e voando até seus dois amigos, fazendo Astrid e Elsa caírem no chão!

    – Nall! – Exclama Luna e Alex juntos.

    – O primeiro e único! Então vamos partir em uma aventura?!

    E seu amigo sorri determinado.

    – Vamos sim amiguinho! Pronto pra realizar seus maiores sonhos?!

    – UPA LÊ-LÊ!!! VAMOS ARREBENTAR!!! – Exclama o pequeno gato alado dando várias piruetas no ar.

    – É isso aí, VAMOS ARREBENTAR!!! – Brada Alex erguendo seu punho esquerdo para o alto e aquela cena não passou despercebida por seu velho pai. Em suas memorias ele se recordou de seu grande amigo que agiu da mesma forma que seu filho, era como ver uma antiga foto, uma doce lembrança de um tempo que ele achava que nunca mais iria voltar. O dia em que eles partiram juntos para desbravar o mundo.

    Uma lágrima silenciosa escorrer pelos olhos do velho Arauto.

    “Dyne... Parece que a nova geração está garantida.”

    – Ahhh, com licença?

    – Hum? – Alex e sua família se viram ao ouvirem uma voz conhecida.

    – Desculpem interromper o momento mais... podem nos dar uma atenção aqui! – Exclama uma jovem loira que Alex e sua família conheciam bem.

    – Ué... mais você não é a... – Alex tentava se lembrar do nome da moça.

    – Astrid! – Completa Luna.

    – A primeira e única! – Exclama aguerreira se levantava do chão e junto dela estava outra moça de veste finas e com um manto azul sobre seus ombros que servia também como capuz. – Desculpem entramos assim sem bater, mais temos um pouco de pressa. 

    Assim que diz essas palavras, a jovem guerreira adentra a sala e vai direto ao pai de Alex que a encarava confuso, mas a confusão foi desfeita assim que o velho ouve as seguintes palavras:

    – Por favor, Senhor Arauto! Pedimos com toda a formalidade que nos permita adentar a Caverna do Dragão Branco!!! – Exclama a jovem fechando os punhos frente ao rosto e fazendo uma reverencia. – E para ajudar uma amiga que rogo sua ajuda!

    Ao ouvir a palavra “Arauto” o pai de Alex serra os olhos, uma veia salta de sua testa, vira seu rosto em outra direção, mais precisamente para o pequeno gato alado que voava sobre a cabeça de seu filho e sua afilhada.

    – NALLLLLLL!!!!

    – Gulp! – O pequenino engole seco. – Presente! – Responde erguendo a patinha esquerda.

    Seus olhos tremiam, seus dentes rangiam e com uma voz fria ele brada:

    – Alex... Luna... saiam daí... AGORA!!!

    Não precisou dizer duas vezes.

    – Tá bom! – Responde Alex pegando na mão de Luna e indo para o lado de sua mãe.

    – Eu não entendi? – Questiona Nall ao se ver sozinho, mais sua curiosidade foi logo sanada ao ver uma sombra o encobrir. – Ué, quem apagou a luz?

    Então o pequenino olha pra cima e vê o pai de Alex pular sobre ele que só tem tempo de...

    – UUUUAAAAAHHHHHHH!!!

    Antes de Ramsus cair em cima dele.

    Alex, sua família e as meninas ficam mudos e com gotas atrás da cabeça ao verem aquela cena e o que se seguiu foi ainda mais inusitado.

    – SEU BAIXINHO SAFADO, SEM VERGONHA, BOCA GRANDE, DEDO-DURO, TRAIDORZINHO, NÃO SABE NEM GUARDAR UM SEGREDO?!!!

    Esbraveja Ramsus sacudindo Nall.

    – D-D-D-D-D-ESCULPAAAAA!!! – Grita Nall, quando Ramsus pega sua causa o girando no ar para logo depois arremessá-lo dentro da pia da cozinha.

    Em segundos o pai de Alex aparece na frente da pia, com avental, luvas e toca na cabeça.

    – Hora da PUNIÇÃO!!! – Exclama o velho que pega o já grogue Nall de dentro da pia, aperta sua barriga e sua língua sai pra fora, pega sabão e começa a passar na língua do pequeno gato alado, depois o torce igual ao uma toalha.

    Astrid e Elsa que estavam mudas após o ataque do pai do menino, perguntam:

    – O que ele tá fazendo?

    E Alex responde com simplicidade.

    – Nada demais, só tá dando um banho nele!

    – E um caprichado! – Completa Luna.

    – Querido aproveita e lava a louça! – Diz Saria.

    – Pode deixar amor e o Nall está me ajudando sendo a esponja, HÁ, HÁ, HÁ!!! – Grita Ramsus rindo malignamente e realmente usando Nall como esponja.

    Cinco minutos depois...

    – Tô tontinho, tontinho, tontinho... – Murmura um Nall pendurado pela cauda no varal de roupas fora da casa.

    Ao ver sua obra completa o velho acena com a cabeça e volta pra dentro de sua casa.

    – Pronto! Acho que assim ele apreende a manter a boca fechada. – Fecha a porta com força. – Agora vamos a outros assuntos. – Diz estalando os punhos e olhando perigosamente para Astrid e Elsa que se escondia atrás da amiga.

    – Ei, ei, calminha aí vovô, a gente só veio atrás de informações! – Exclama Astrid.

    – Asty, eu tô com medo. – Murmura Elsa se encolhendo atrás da amiga.

    – Ohhh e é pra ter mesmo!

    Antes que as duas meninas percebessem sentem seus corpos serem jogados para trás e duas fortes mãos agarrarem seus pescoços as levantando do chão. As meninas sentem seus pescoços serem pressionados por uma força sobre-humana! De imediato colocam suas mãos magras sobre os dedos do agressor para tentarem se livrar, balançam seus pés tentando alcançar o chão que estava longe, mantinham os olhos fechados para tentar conter a dor que era lacerante, estavam encurraladas.

    Foi então que uma voz fria disse:

    – Durmam...

    Em poucos instantes a consciência de Astrid e Elsa vai se esvaindo e elas não conseguem mais lutar e acabam sendo levadas pelas sombras do medo e da insegurança.


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