O Mago Das Espadas - Livro 0: Os Escolhidos

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    Capítulo 24

    Um Amigo para Toda sua Vida

    Linguagem Imprópria, Nudez, Violência

    No meio da vila o pequeno gato alado estava sentado em uma pequena pedra e despreocupado com a vida, em suas patinhas carregava um grande e suculento peixe que ele devora com voracidade, depois de limpa-lo e só restar às espinhas às joga em um pequeno monte onde mais oito restos de peixes estavam.

    – BUARG! – O pequeno ser arrota e massageia sua barriga. – Gente! Acho que comi demais! Aí, aí vida de gato não é molhe mesmo, kkkkk!

    Sem que ele percebesse três cabeças usando elmos com chifres olhavam para ele. Estavam escondido atrás de uma pedra maior para não serem percebidos pelo pequeno ser.

    – Beleza... ele parece não ter notado a gente! – Exclama Melequento.

    – Sim... agora é só nos enlaçarmos ele com essa corda... – Murmura Cabeça Dura.

    – E depois botar ele nessa gaiola. – Responde Cabeça Quente.

    – E...

    – PIMBA!!! Gato alado capturado!!! – Exclama os gêmeos juntos.

    – SHHHHIIIIII!!!! Falem baixo idiotas, ele vai ouvir!!! – Exclama Melequento fazendo com que os gêmeos tapassem a boca de cada um.

    – Mufumal! (Foi mal!) – Dizem com a voz abafada.

    – Muito bem agora nós vamos...

    – O que vocês estão fazendo ai minha gente?

    Os três paralisam, seus olhos se arregalam, se viram lentamente até darem de cara com sua pequena presa em cima da pedra onde eles estavam escondidos olhando par eles e sorrindo.

    – Oi pessoal, estão brincando do que? – Pergunta o pequeno Nall com inocência.

    Os três paspalhos se entreolham, tentam pensar em uma resposta, o problema é que nunca foram bons em pensar, deixavam isso com o Soluço.

    “Merda!”

     Pensa Melequento.

    “Ferrou!”

     Pensa Cabeça Quente.

    “...”

    Cabeça Dura não pensa em nada.

    Nall olha o trio e percebe que eles carregavam algumas coisas peculiares.

    – Ei, o que é isso? – Aponta para as coisas que o trio carregava e eles começam a suar frio.

    – Ahhh, bem... sabe como é baixinho... nós três estamos... – Melequento tenta dizer algo pra se salvarem.

    – Estavam? – Questiona o amigo de Alex com um sorriso bobo e visivelmente curioso.

    Estavam ficando sem tempo quando Cabeça Quente explode:

    – PROCURANDO ANIMAIS SILVESTRES!!! – Berra a gêmea a plenos pulmões.

    Seu irmão e Melequento a olham incrédulos e dizendo com os olhos.

    “Serio isso?”

    Ela dá de ombros, mais para a surpresa do trio, o pequeno gato alado arregala os olhos que estavam brilhando.

    – C-A-R-A-M-B-A!!!

    Nall voa alto e da várias piruetas no ar.

    – Puxa vida, então vocês são exploradores de animais raros e exóticos!!!

    –Exóticos e o quê? – Pergunta Cabeça Dura sem entender.

    – ISSO!!! – Exclama Melequento. – Estamos aqui justamente para isso, será que por acaso, você não pode nos ajudar? – E dá uma piscadela para os gêmeos que de imediato não entendem, mais depois de alguns segundos a ficha cai e eles sorriem malignamente. – Então amiguinho, gostaria de nos ajudar a pegar esse animal “exótico?!”

    Os olhos de Nall brilham de empolgação.

    – TÔ DENTRO!!! O que eu tenho que fazer?

    Os gêmeos sorriem.

    – Algo muito, muito importante. – Responde Cabeça Dura. – Você Deve ficar sentadinho nesta pedra. – Aponta para uma pequena pedra. – Fechar os olhos e chamar pela Narceja!

    – Narceja? – Pergunta o pequeno sem entender.

    – A Narceja é o nome de uma ave lendária, multicolorida que abita regiões inóspitas do mundo. – Diz Cabeça Quente gesticulando com as mãos pra dar mais ênfase a sua narrativa. – E a única maneira de atraí-la é fechando os olhos, batendo palmas e chamando seu nome... compreende?

    O pequeno amigo de Alex sorria de ponta a ponta e de imediato responde:

    – PERFEITAMENTE!!! Então me deixe assumir meu posto! – E voa até a pedra que Cabeça Dura indicou, fica de costa para eles, fecha os olhinhos e começa a bater as patinhas dianteiras dizendo; – Narceja! OH, NARCEJA APARECE AÍ!!!

    Os três se seguram par não rir.

    – Demos sorte... esse gatinho é muito...

    – Ingênuo? – Pergunta Cabeça Dura.

    – Bobo? – Pergunta Cabeça Quente.

    – Burro! He, he, he! – Exclama Melequento. – Agora prepararem-se, assim que eu contar até três, nos pulamos em cima dele, combinado?

    – Positivo e operante! – Respondem os gêmeos.

    E eles se posicionam e Nall não percebia nada.

    – Um...

    E ele continuava chamando pela Narceja.

    – Dois...

    Estavam prontos para pular quando uma voz melodiosa é ouvida.

    – Hum? – Nall abre os olhos. – Essa voz? – Ele reconhecia bem aquela voz, afinal a ouvia desde pequenino. – Luna?

    – TRÊS!!!

    O trio pula pra cima de Nall que sem percebê-los abre suas asas e voa pra longe os ignorando totalmente e o grupo de paspalhos acaba por baterem suas cabeças na pedra em que sua presa estava e desmaiam com suas línguas pra fora e seus olhos em espiral.

    Perna-de- Peixe e Heather haviam chagado a tempo de ver a cena.

    – Aí... isso deve ter doido? – Exclama a morena.

    – Eles tão acostumados. – Completa o rapaz nenhum pouco surpreso. – Mais o que me deixou curioso foi o gatinho ter saído voando sem mais nem menos.

    Foi então que eles começam a ouvir a mesma melodia que Nall ouviu.

    – Perna-de-peixe, tá ouvindo isso?

    O menino coloca a mão perto do ouvido.

    – Sim... é muito familiar.

    – Será que é a...

    E o menino sorri.

    – É sim! É a El!

    E Heather sorri.

    – Ele tá indo direto pra ela, vamos lá! – Exclama a jovem de olhos verdes.

    – Vamos sim, me deixa só acordar esses três... atenção... HORA DO ALMOÇO!!!

    Na mesma hora os três se levantam.

    – Cadê, cadê, cadê?! – Berram os gêmeos.

    – Carne, carne, CARNE!!! – Berra Melequento bandando.

    Tal cena fez a jovem cobrir o rosto e menear a cabeça em negação.

    – Eu mereço...

    No monumento de Dyne.

    A jovem entoava sua melodia, era uma das cosias que mais gostava de fazer... cantar. Sempre sonhou com isso, poder cantar e mostra seus sentimentos e quem sabe encontrar alguém que a amasse. Mas no fundo ela sabia que isso era impossível, isso se ela continuasse a ser quem era, por isso embarcou nessa jornada e por isso precisava velo, para assim ser...

    – Livre...

    Sussurra a jovem enquanto uma lágrima escorria por seus face.

    – Ei... você não é a Luna.

    – Ah? – A jovem se assusta e se encolhe ao ouvir uma voz final a sua direita, de imediato puxa seu gorro para esconder ainda mais sua face. – Quem... quem está aí? – Pergunta tremula.

    Não obteve resposta e ela pergunta com mais ênfase, porém não conseguia disfarçando seu medo.

    – Eu perguntei... quem está aí?! – Sua voz era chorosa e de pavor então o pequeno ser alado se manifesta.

    – Se você levantar a cabeça vai me ver, ué? – Questiona o pequenino que continua. – E não precisa ter medo eu sou gente boa... bom não sou gente mais... você entendeu! 

    – Quê? – A jovem ergue lentamente sua cabeça e seus olhos contemplam o pequeno ser alado que sorria pra ela.

    – Oi! Sou o Nall, prazer em te conhecer moça!

    Seus olhos se arregalam com aquela visão, ela estava realmente vendo um animalzinho falando com ela.

    – Eu... estou sonhando?

    O pequeno ser alado discorda:

    – Não tá não! Você está me vendo ao vivo e a cores! – Exclama o pequenino feliz. – Puxa vida finalmente vou poder ter a chance de falar com você. – E abre as asas e voa até ela. – Muito obrigado por...

    – NÃO SE APROXIME!!! – Grita a jovem se afastando dele.

    – Quê?

    Ela respirava rápido, estava assustada e com medo.

    “Tenho que me acalmar, preciso me acalmar, se não...”

    Murmura em sua mente as mesmas palavras que sempre dizia quando estava assustada e perdia o controle de seu dom, ou melhor, de sua maldição.

    – Você tá bem? – Pergunta Nall.

    Ela transpirava fundo.

    – Vou ficar, só, por favor, não se aproxime de mim, coisas ruins acontecem com quem se aproxima de mim.

    O pequeno gato alado arregala sua boca.

    – Serio?

    – Sim... eu sou um perigo para os outros. – E se levanta. – Eu não sou uma boa pessoa. – E começa a caminhar deixando a pequena elevação quando percebe um vulto branco cruzar seu caminho a fazendo parar. – O que esta fazendo?

    – Fazendo você para, ué! – Responde Nall com simplicidade. – Olha, eu não sei o que você tem medo e pra dizer a verdade... nem me interessa!

    – AH?! – Exclama a jovem surpresa. – Você... não tem medo de mim?

    O pequeno amigo de Alex meneia a cabeça e sorrindo.

    – Não me acha estranha?

    – Minha filha olha pra mim... EU É QUE SOU O ESTRANHO AQUI! – Berra o pequenino. – Por acaso já viu algum bicho peludo, voador e fofo igual à mim por ai? Seja sincera!

    Um minuto de silencio se seguiu enquanto Nall esperava alguma reação da jovem que não foi uma palavra ou uma frase, mais sim um som, uma risada linda e calorosa que ecoou daquela menina assustada.

    – Há... há, há, há, há!!!

    – Viu! Consegui fazer você rir!

    Ao longe Astrid se aproximava, foi quando ouviu uma risada desconhecida então se aproximou devagar e seus olhos azuis se depararam com uma cena inusitada.

    – A El... rindo... – E cobriu a boca escondendo um sorriso bobo.

    Depois de mais algumas risadas ela toma folego.

    – Aí, minha nossa... fazia tempo que eu não ria tanto!

    – Tudo graças a MIM! – Exclama Nall fazendo a menina explodir em mais uma risada contagiante. Astrid sorria e chorava de felicidade, sempre tentou fazer sua amiga se abrir e rir junto com eles, mas sem sucesso.

    – E esse gatinho com tanta simplicidade conseguiu faze-la se abrir, mesmo que só um pouco. – E meneia a cabeça. – Tenho muito que apreender ainda.

    Depois de mais algumas risadas a jovem enxuga uma lágrima, mais não de tristeza e sim de felicidade.

    – Obrigado senhor Nall, há tempos não me sentia tão leve.

    – Tranquilo. – Responde o pequenino. – Mais, por favor, sem essa de “senhor”, eu sou muito novo pra isso ainda.

    A jovem sorri.

    – Tudo bem.

    – Que bom! Agora vamos aos finalmente!

    – “Finalmente”?

    Nall se aproxima bem dela, quase conseguia ver seu rosto e a jovem se surpreende ao ver lágrimas escorrerem dos pequenos olhos do pequenino.

    – Obrigado.

    – Ah?

    – Muito, muito obrigado, por ter salvado a vida do meu amigo! Se não fosse por você o Alex teria... snif...

    O pequenino funga e passa sua pata dianteira esquerda pelo focinho, a jovem ao ver aquilo sente seu coração apertar e se recordou quando chegou a Burg com os outros.

    Haviam escondido seu cavalo e os wyverns na floresta e decidiram seguir a pé, apesar das reclamações de Melequento. O grupo seguia com cuidado, afinal estavam em um ambiente desconhecido, foi quando ouviram alguém cantando ao longe. Aquelas voz era linda e transmitia uma emoção sem igual, mais logo em seguida a bela voz se tornou um grito de medo e pavor.

    – ALEXXXX!!!

    Astrid pegou seu machado, assim como os outros que pegaram suas armas, sua amiga mandou que ela ficasse na retaguarda e foram averiguar o barulho. Quando chegaram à fonte viram horrorizados, uma menina ajoelhada em prantos, um pequeno ser alado voando sobre eles e um menino jogado ao chão sobre uma poça de sangue.

    Naquela hora ela não se preocupou se era uma princesa ou não. Correu até o jovem, sacou sua varinha e começou a entoar um feitiço de cura, o mais forte que sabia. Heather se aproximou e afastou a menina de cabelos azuis que chorava sem parar em desespero dizendo que salvariam seu amigo. Perna-de-Peixe se juntou a ela e ergueu suas grandes mãos sobre o corpo do menino entoando um feitiço para conter a hemorragia, enquanto Astrid, Melequento e os gêmeos vigiavam a área para ver se o agressor havia sumido. A jovem se concentrava para curar o menino, mais uma voz fininha a fez olha para cima e ver o pequeno ser alado olhando pra ela e pedindo.

    – Por favor... salva o meu amigo...

    E assim ela o fez, sentiu sua Aura crescer como nunca e conseguiu curar a ferida, mas mesmo com seu poder não conseguiu evitar que o menino ficasse com uma grande cicatriz, pelo menos... ele estava vivo.

    – Se não fosse por você... o Alex não estaria mais... – Sua pequena boca foi coberta por um dedo aveludado.

    – Não diga mais nada pequenino. – Responde a jovem. – Foi uma honra ajuda-lo.

    E ele sorri e surpreendo a jovem abraçando seu busto.

    – Mil vezes obrigada!

    E um pouco vermelha pela ação do gatinho ela acaricia sua cabeça e sem que ela percebesse também sorria. Ela nunca tinha se sentindo tão livre como aquele momento.

    Astrid que olhava escondida sorria emocionada ao ver amiga se abrindo e ficou mais emocionada com o que viu em seguida.

    A jovem de manto segura o pequenino nas mãos, dobra seu braço esquerdo e deitando sobre ele e num ato de coragem e confiança tirar seu goro mostrando sua face para Nall que fica impressionando com a beleza da jovem.

    Sua pele era alva como a neve, seus olhos azuis safiras eram tão claros que ele podia ser ver neles. Seu cabelo era loiro platinado quase branco e estava preso em um coque e seus lábios eram vermelhos como uma rosa.  

    – Uau! Eu sabia que você era linda... mais acho que me equivoquei... VOCÊ É UMA GATA!!!

    E voa do colo da jovem e da várias piruetas no ar arrancando risos da jovem.

    – Mas aí, me fala, qual é o seu nome?

    A jovem desfaz o sorriso, pensou se deveria dizer, mais depois sorriu e estendeu sua mão para o pequenino.

    – Eu me chamo Elsa... Elsa D. Arendelle, prazer em conhecê-lo.

    E Nall fica todo empolgado e responde.

    – Nall de Burg é uma honra conhece-la Elsa! Espero que sejamos bons amigos.

    E ambos se cumprimentam e Elsa nem imaginava que havia feito um amigo para toda sua vida.


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