O Mago Das Espadas - Livro 0: Os Escolhidos

Tempo estimado de leitura: 9 horas

    12
    Capítulos:

    Capítulo 23

    O Herói Esquecido

    Linguagem Imprópria, Nudez, Violência

    Boa noite turma! Continuação da apresentação de Alex e Luna! Espero que gostem desta sequencia de capítulos. Desde já um bom final de semana!

    Heather e Perna-de-peixe seguiram a velhinha até o que parecia ser sua casa, que mais parecia uma toca.

    – Casinha diferente não acha? – Pergunta Perna.

    – Muito... só espero que ela tenha informações mesmo sobre a caverna.

    Ambos veem a velinha parar na porta olhar para os lados, depois pedir para que eles a seguissem, de seu vestido puxa uma chave de ferro e abre a porta de madeira fazendo um irritante barulho de ranger que fez o menino trincar os dentes.

    – Venham, podem entrar, só não liguem para a bagunça, he, he, he.

    Bagunça era pouco para o que eles viram, a casa da velha estava toda, completamente, entupida de esculturas de feras feitas em madeira pura.

    – Uauuuu!!! – Exclama Perna-de-Peixe olhando para aquelas estatuas. – A senhora fez tudo isso?!

    – Ho, ho, ho, sim meu jovem! Sua uma grande admiradora, perfeccionista, lapidadora e filosofa da arte da madeira! 

    – Em suma a senhora é uma carpinteira, né? – Pergunta Heather.

    – Exatamente, hi, hi, hi. – Ri a velha que pulava pela casa, Perna por sua vez olha pra sua amiga e discretamente faz um sinal com um dedo na cabeça girando, fazendo a jovem suprimir um riso. – Mas em fim! Vocês estão procurando por algo nestas bandas?

    A jovem Cavaleira suspira e diz:

    – Sim... estamos procurando por uma caverna onde dizem lendas que possui conhecimento e histórias sobre uma antiga civilização, sabe somos estudantes de Magia e estamos aproveitando nossas férias para aumentarmos nosso conhecimento, entende?

    – Pois é conhecimento é tudo! – Responde Perna-de-Peixe sorrindo. – A senhora por acaso sabe de alguma coisa?

    A velhinha serrou os olhos, mexeu o queixo de um lado para o outro e seu sorriso se alargou.

    – Caverna... hummmm... seria a Caverna do Dragão Branco que os jovens estão procurando? – E arqueia as sobrancelhas para ambos que tinhas os olhos arregalados.

    – C-Como à senhora... – Heather tenta dizer algo, mas é interrompida pela velha.

    – Hi, Hi, Hi, por favor eu moro aqui a quase um século acham mesmo que eu não descobriria que vocês são de Berk e que trouxeram uma princesa com vocês para conhecerem o protetor de Burg?

    Os queixos de Heather e de Perna-de-Peixe vão ao chão com aquela revelação.

    – Mais... como... a senhora por acaso é... – Perna-de-Peixe tentou dizer mais sua boca foi tapada por um dedo enrugado da velha que sorria toda boba.

    – Faz muitos anos que lecionei na escola de vocês por isso sei identificar um aluno de Draconia a milhas de distância, he, he, he. – Responde a velhinha que retira seu dedo da boca do menino e se senta em uma poltrona feita de madeira em forma de baleia, estala os dedos e dois banquinhos esbarram nos pês dos jovens que se desequilibram e caem sentados neles.

    – Caramba! – Exclama Perna surpreso.

    – Incrível... mais se a senhora é uma ex-professora, porque esta aqui neste fim de mundo? – Pergunta a jovem de cabelos escuros e tem uma resposta bem... diferente.

    – Eu gosto de viver em fins de mundos... são bem mais calmos, relaxantes e.... roooocccccc

    Os dois ficam pasmos ao verem que...

    – Heather... ela dormiu?

    A jovem dá um tapa na própria testa e responde.

    – Sim Perna... ela dormiu!!!

    – Aí caramba! Senhora, senhora! – Perna-de-Peixe cutuca a velha que abre os olhos e com sua pequena mão segura o dedo que o jovem a cutucava e com um movimento impossível para uma velhinha e anã ela vira o rapaz de cabeça pra baixo o lançando ao chão e quebrando a cadeira em que ele estava sentado.

    – PERNA-DE-PEIXE!!! – Heather correr para socorre o amigo. – Perna você tá bem, diz alguma coisa?

    – AÍÍÍÍÍ!!! – Murmura o menino esparramado no chão enquanto a velhinha fazia movimentos estranhos.

    – Uah! ACTHA! SHISHISHI! UOOOHHHHH!!!! – Para logo depois olhar para os dois adolescentes que a encaravam sem reação. – Hi, hi, hi, desculpe-me estava sonhando que estava dançando com o Odin! Nossa que bom partido ele era, hi,hi,hi.

    – AH?! – Exclama Heather sem entender.

    – Acho que descobrimos de onde o Diretor Odin tirava suas piadas. – Diz Perna-de-Peixe se levantando e apontando para a velhinha.  

    – Com toda certeza meu jovem, nós sabíamos como animar aquela escola, hi,hi,hi!

    – Olha aqui senhora! – Exclama a jovem perdendo a paciência.

    – Sim?

    – Sei que deve estar viajando em suas longas e...

    – Prazerosas memorias!

    – QUE SEJA!!! Meu amigo e eu seguimos você para saber se tinha alguma pista sobre a Caverna do Dragão Branco, mais fica ai brincando conosco!

    – SIM! – Responde na cara dura deixando Heather vermelha de raiva.

    – JÁ CHEGA!!! Perna-de-Peixe, vamos embora, é obvio que essa velha maluca não sabe de nada, estamos perdendo tempo aqui... Perna-de-Peixe você tá me ouvindo?

    Na verdade ele não estava, pois quando se levantou do chão seus olhos bateram sobre algumas esculturas de madeiras da velhinha. Eram figuras representando personagens que ele conhecia só de livros e de lendas.

    Os quatro heróis!

    Quatro indivíduos que lutaram há dez anos contra as forças de Niflheim salvaram a Deusa Althena e o mundo. O jovem olhava com total admiração para aquelas estatuas tão bem detalhadas.

    Uma era o lendário Dragon Master Dyne que empunhava sua espada para o céu, ao seu lado estava o Sábio da Magia Ghaleon, Mel Arclink o rei dos homens feras e a feiticeira Lemia Ausa. Os quatros heróis que salvaram o mundo das trevas há dez anos. Perna-de-Peixe estava fascinado com aquelas figuras, adorava histórias daqueles heróis e seus grandes feitos, quando reparou que havia uma quinta figura ao lado deles.

    – Ué?

    – Perna-de-Peixe vamos não tem nada aqui que...

    – Quem é esse? – Pergunta o jovem segurando o boneco em suas mãos, era um grande cavaleiro armado com uma longa espada em sua mão direita e um escuro com o brasão de uma fera branca em sua mão esquerda, sua armadura era imponente diferente de todas que ele já tinha visto e seu manto parecia tremular, mesmo sendo feito de madeira aquela imagem parecia viva. – Eu nunca tinha visto uma armadura assim, será que era de outra época, tipo do Dragon Master anterior ao Dyne?

    – Perna... – Heather se aproxima. – Olha sei que gosta de histórias e esculturas antigas, mais precisamos ir, se essa velhinha não puder nos ajudar, não há porque ficarmos aqui... temos que cumprir nossa missão, deixa essas estatua ai e vamos, tá?

    O menino olha tristonho para a jovem, mais ela tinha razão e com pesar ele coloca a estatua no lugar e quando estava pra se retirar da casa da velhinha.

    – Querem saber quem era ele? – A voz da velhinha se faz presente, mas não era mais brincalhona e maluquinha, e sim pesada e triste.

    – O quê? – O menino se vira.

    – Perguntei se quer saber sobre esse cavaleiro? Você meu jovem foi um dos poucos que me perguntam sobre ele. – Responde a velhinha pegando algumas ferramentas e trabalhando em uma escultura inacabada.

    O jovem olha para sua amiga que indicava a saída da casa, mais algo lhe dizia que deveria ouvir o que a senhora tinha a dizer, sentia isso em seu coração e principalmente em sua Aura. Então ignorando sua amiga ele se aproxima da mesa de trabalho da velhinha e pergunta:

    – Senhora... eu gostaria de ouvir sobre esse cavaleiro.

    A velhinha esboça um largo sorriso e sem largar suas ferramentas diz:

    – Que bom! Fico muito feliz e creio que Dyne ficaria também.

    Na mesma hora o menino arregala os olhos surpreso.

    – A senhora disse... DYNE?!

    – O Dragon Master Dyne? – Pergunta Heather se juntando a conversa.

    – Hi, hi, hi, sim minha cara. Afinal... este cavaleiro era um grande amigo do Dragon Master Dyne.

    Os dois jovens ficam pasmos ao ouvirem isso.

    – COMO?!

    – Meus jovens... – A velhinha larga suas ferramentas. – Vocês são muito novos e não devem compreender muito sobre o mundo, mais eis um grande conselho de quem já viveu muito. – E olha serio para os dois. – Existiram muitos, mais muito mais heróis neste mundo do que vocês possam imaginar, não apenas em retratados, em livros ou em gravuras extravagantes.  Mais heróis... que fizeram a diferença. Lutaram por um ideal, ajudaram quem mais precisava e salvaram vidas... e mesmo assim foram esquecidos pelo tempo e da memória das pessoas. – E abaixa sua cabeça.

    – Senhora? – Perna-de-Peixe estava pasmo com o que ouviu, ele e Soluço viviam discutindo teorias sobre várias coisas, desde magias perdidas, feras ancestrais e até mesmo... – Heróis esquecidos... – Murmura o jovem.

    – Exatamente. – Responde a velhinha erguendo o rosto.

    – E esse cavaleiro, por acaso é um deles? – Pergunta Heather.

    A velhinha passa sua mão enrugada sobre a pequena estatua, fecha seus olhos e os dois jovens puderam ver uma lagrima escorrer por seu rosto.

    – Ele foi um herói... tanto em honra, quanto por amizade... um herói que foi capaz de abdicar de seus status para que seu melhor amigo pudesse seguir em frente... abandonou tudo para que seus amigos pudessem continuar, mesmo ele querendo ir junto, não pôde mais seguir junto deles e isso é muito triste... e sendo assim... foi esquecido... nenhuma ressalva, nem uma lenda, nenhum cântico lhe foi dado, apenas as costas e a ignorância que esse mundo injusto dá a seus mais leais protetores... o vazio do esquecimento foi sua recompensa. – Termina a velhinha fechando os olhos.

    Um silencio se instaurou no recinto, nenhum deles dizia nada, as palavras daquela senhora ressoavam na mentes deles, mais não se atreviam a se manifestar até...

    – Lamento se fugi do assunto crianças. – Diz a senhora quebrando o silencio. – Mais já que estão determinados a irem até A Caverna do Dragão Branco seria bom que ouvissem um pouco sobre seu Arauto.

    – Arauto?! – Exclama Perna-de-Peixe em choque. – A senhora esta nos dizendo que esse cavaleiro era um Arauto do Dragão Branco?

    E velhinha volta a esboçar seu sorriso novamente.

    – Isso, isso, isso!

    – Um Arauto... – Murmura Heather e em sua mente tentou se lembra do que apreenderam nas aulas de “Lendas antigas” e “Pactos”. – Um Arauto, é alguém que fez contato com um ser superior, uma entidade que transcende o tempo e as eras, com seu vasto poder eles podem abençoar pessoas com seus dons e poderes, mais só se a pessoa for merecedor de tal honra e para isso precisa passar por um teste único que a entidade aplica. Despois de receber a benção a pessoa que se torna o Arauto ganha...

    – Poderes que excedem a compreensão humana. – Responde à velhinha.

    – Nossa! – Exclama a jovem.

    – Senhora... esse Arauto... ainda vive, ou tem algum descendente?

    Um largo sorriso se expande no rosto da velhinha.

    – Pensei que nunca fosse pergunta isso, hé, hé, hé.

    E os olhos de Perna-de-Peixe e Heather quase saem de orbita com o que ouvem.

    De volta a estátua de Althena...

    – E é isso Astrid! – Responde Heather. – Acho quer conseguimos uma boa, senão uma ótima pista.

    A líder do grupo tapava a boca em espanto, não conseguia acreditar no que acabou de ouvir.

    – Na boa, estou chocada! É serio, se o Soluço estivesse aqui acho que ele desmaiaria de tanta emoção!

    – Eu quase desmaie! – Exclama Perna-de-Peixe.

    – Novidade! – Resmunga Melequento.

    – Fascinante! Quer dizer que tem um puta herói escondido aqui nesta pacata vila? – Pergunta Cabeça Dura com jeito de intelectual.

    – Será que ele ainda é solteiro? – Diz Cabeça Quente suspirando fazendo todos menearem a cabeça em negação.

    – O problema é que ela não disse quem era, foi mais uma charada, mais é melhor do que nada.

    – Ela é meio doidinha. – Acrescenta Heather. – Mais ela garantiu Astrid... esse Arauto está vivo e mora aqui em Burg!

    A amada de Soluço sorri determinada e soca as mãos determinada.

    – Isso pra mim já é mais do que o suficiente, é só acharmos esse cara e ele nos dizer onde fica a caverna.

    – Ou a gente pode ir lá na velhinha, encher ela de sopapos e nos forçar a contar onde é a porra dessa caverna... o que acham? – Pergunta Melequento sorrindo e todos o olham com reprovação.

    – Serio cara, você teria coragem de bater em uma velhinha?

    – Que sem noção. – Dizem os gêmeos juntos.

    – Ignorem! – Exclama Astrid. – Mas e ai qual é a charada?

    Perna-de-Peixe pega seu livro de viagens, suspira e fala:

    “Aqueles que quiserem seguir o caminho de cristal, primeiro precisam encontra o guardião da Morada, pois somente com sua benção poderão atravessar as paredes brancas e não serem mortos por seu dono. Um pequeno ser branco e peludo os levara até o guardião e lá provem que seus corações são justos”.

    – E é só. – Responde Perna fechando seu livro de viagem.

    – Um pequeno ser branco e peludo? – Pergunta Cabeça Dura.

    – Mais o que poderia ser isso? – Pergunta Cabeça Quente.

    – Bom... pelo que pudemos entender, parece que o Arauto tem um pequeno ser branco como companhia. – Explica Heather.

    – E ele nos guiaria até o Arauto e o Arauto nos guiaria até a caverna. – Completa Perna-de-peixe.

    – Que confuso...

    – Melequento tudo pra você é confuso! – Exclama Cabeça Quente.

    – E daí... a minha família está cheinha de pessoas confusas e nem por isso deixamos de ser grandes guerreiros!

    Um minuto de silencio se seguiu após a frase de Melequento quando...

    – Onde estávamos mesmo? – Pergunta Astrid nem se importando.

    – ME IGNORARAM!!! – Berra o garoto.

    – Deve ser algum tipo de animal doméstico? – Questiona Perna-de-Peixe.

    – Ainda estão me ignorando!

    – Um cachorro talvez? – Questiona Heather.

    – Eu tô aqui, tá?

    – Um coelho? – Questiona Cabeça Dura.

    – Cassete vocês vão me ignorar mesmo?!

    – Uma lebre? – Questiona Cabeça Quente.

    – Dá no mesmo Cabeçudos! – Brada Astrid.

    – Ah, que saco!!! – Resmunga Melequento vendo que ninguém mais lhe ouvia. – Merda eu sabia que não devia ter vindo!

    – O que eles estão discutindo? – Pergunta uma voz fina atrás de Melequento.

    – Ah, sobre um bicho branco e peludo. – Responde o garoto sem se virar.

    – Jura?! Que estranho! – Responde a voz fina.

    – Não é? Aí fui me meter na “conversa” e me excluíram completamente.

    Uma pequena pausa e a voz responde com simplicidade:

    – Puxa... mais que merda, hein?

    – Bota merda nisso! Eu só queria ir pra casa, curtir minhas férias em paz e comer muita, mais muita carne mesmo!

    – E eu muitos e muitos peixes!!! – Exclama a voz fina toda feliz.

    – Pois é... peraí peixes? – Exclama o garoto que se vira e da de cara com um pequeno ser peludo de cor branca e voando olhando pra ele.

    – Oi! – Exclama Nall acenando com a patinha.

    O garoto pisca algumas vezes e responde.

    – Oi, a gente não se conhece?

    O pequeno ser alado acena com a cabeça em confirmação.

    – Sim, vocês ajudaram meu amigo quando ele se feriu, vi vocês todos reunidos e decidi agradecer a todos, mas... tô vendo que não vão me ouvir. – Diz olhando o grupo todo discutindo.

    – Bem-vindo ao meu clube. – Responde Melequento com simplicidade.

    – Bom, então vou indo, obrigado novamente pela ajuda mais cedo e manda lembranças quando eles acabarem o fuxico! FUI!!! – E sai voando pela vila.

    – Falou, tchau! – Responde o garoto acenando enquanto via Nall se distanciando. – Cara esse mundo tá cheio de coisas estranhas mesmo, até mesmo bichos peludos e brancos podem voar por aí. – Foi então que sua cabeça grande e oca percebeu uma coisa. – Espera um pouco... peludo... branco... e mora nesta vila... – E olha Nall se distanciando e se recordou das palavras estranhas que Perna-de-Peixe disse.

    “Um pequeno ser branco e peludo os guiara.”

    E como se um martelo acerta-se sua cabeça ele grita;

    – AAAAHHHHHH!!!!

    – Que isso?! – Exclama Heather assustada olhando para Melequento que gesticulava chamando a atenção de todos.

    – O que deu nele? – Pergunta Perna-de-Peixe.

    – Vontade de ir ao banheiro provavelmente! – Afirma Cabeça Dura com convicção. 

    – Xi, será solido ou liquido? – Questiona Cabeça Quente.

    Astrid por sua vez se enfeza.

    – Olha aqui seu mala! Estamos discutindo algo importante se você quer atenção...

    – ASTRID ACHEI ELE!!! – Berra Melequento a plenos pulmões cortando a garota.

    – Ah?

    – O bicho peludo e branco que vocês estavam falando!!!

    Os olhos de todos se arregalam.

    – QUÊ?!

    – Espera aí, você tem certeza disso, por que se você estiver mentindo... – Rosna Astrid que de súbito tem sua cabeça virada com tanta força que chegar a estalar. – AÍ!!! O que você pensa que tá... – Mais sua frase morre quando olhou para onde Melequento apontava e ela e os demais viram o pequeno gato alado se distanciando

    – Bicho... Peludo... e Branco!!! Quer que eu desenhe?! – Esbraveja o garoto para sua líder que tinha seus olhos arregalados e estáticos.

    – Não creio... – Sussurra à líder que olhava Nall incrédula, como ela pôde esquecer-se do pequeno animal alado. – É claro... como eu não me lembrei...

    Perna-de-Peixe aponta para o gato alado.

    – É o bichinho que nós vimos quando chegamos!

    – Seria possível? – Pergunta Heather.

    – E QUEM SE IMPORTA... VAMOS PEGAR ELE!!! – Gritam os gêmeos que sem pensar saem correndo atrás de Nall.

    – Ei! Eu vi primeiro!!! – Grita Melequento que sai correndo atrás dos gêmeos.

    – Gente espera! Vocês vão assustar ele! – Grita Heather que nem é ouvida pelo trio.

    – O que faremos agora Astrid? – Pergunta Perna-de-Peixe.

    E a líder responde seria:

    – Perna você é a Heather vão atrás daqueles idiotas antes que a nossa única informação escape, eu vou procurar a El.

    O menino responde:

    – Certo!

    – Ela deve estar em algum lugar calmo, sabe como ela é né Asty.

    Astrid sorri.

    – Eu sei agora mãos à obra!

    E o grupo se divide atrás de Nall e de El que por sinal estava realmente em um lugar tranquilo.

    No alto da colina onde jazia o monumento em homenagem ao Dragon Master Dyne a jovem de manto azul olhava para o horizonte, uma leve brisa cruzava a pequena elevação, as folhas na árvore tremulavam com a brisa, nenhum barulho da vila a incomodava lá, na verdade parecia até estar em outro mundo. Um mundo onde podia fechar os olhos, respirar tranquila, sem ninguém para lhe dar ordens, ou obrigá-la a ser o que não é... uma pura sensação de...

    – Liberdade... – Murmura a jovem que junta às pernas, se agacha se sentando na grama e mantando as pernas juntas a sua direita, como uma princesa faria. E sem se dar conta começa a murmura, logo depois seu murmuro tornou-se um canto só pra ela.

    O cântico não tinha uma letra grande nem nada era apenas um continuou som harmônico da voz da jovem que se propagava junto com o vento até chegar a um grande ser que jazia em sua morada e a observava sem seus cristais e sorria ao ver a donzela entoando um cântico tão puro, mas ao mesmo tão triste.

    – Pobre criança... está presa em seu próprio medo e insegurança, que não percebe que a liberdade está mais perto do que ela pensa... – Suspira fundo. – Infelizmente o ser humano tende a se curva ao medo com muito mais facilidade do que abraçar a liberdade... e isso infelizmente é uma constância em nosso mundo.

    O grande ser fecha os olhos, sua idade era muito avançada e precisava descansar para quando a princesa chegasse até ele... e seu escolhido também...

    – Venham logo crianças... pois temos pouco tempo... “Eles” se aproximam...

    E o lendário Dragão adormece em sua gruta repleta de cristais enquanto em Burg um velho homem descia as velhas escadarias do porão de sua casa, onde guardava tudo que precisava para a colheita e estoque de mantimentos, mais no momento ele não estava procurando nada de comer ou nenhuma ferramenta. O homem caminha até um canto do porão onde uma pilha de caixas estava perfeitamente empilhada, as retira com cuidado até restar apenas uma caixa... diferente de todas as outras. Nela havia um brasão de uma imponente besta branca. O homem passa sua mão direita sobre a caixa retirando a poeira acumulada, em seu rosto esboçava um cálido sorriso, então com sua mão esquerda toca no brasão da besta que na mesma hora brilha em uma cálida luz branca e o som de algo destrancando é ouvido e depois de muitos anos ele abri novamente seu baú do tesouro e nele repousava poucas coisas, mas extremante valiosas.

    Um pequeno saco que contém algumas pedras preciosas, um livro de capa vermelha com um desenho de um dragão na frente, um escudo redondo nas cores branca, azul e dourada e ao seu lado uma longa e bela espada com o cabo na forma de um dragão, seu corpo era a empunhadura, suas asas a guarda e seu rosto estava direcionado para a lâmina, como se a própria lamina fosse o fogo disparado pelo dragão.

    Ali estavam suas relíquias e seus tesouros que obteve em sua jornada, eram seu legado, sua herança para seu bem mais precioso.

    – Pai! O senhor está aí? – A voz de seu filho lhe chama para a realidade e rapidamente fecha a caixa, colocando as outras logo em seguida para escondê-la.

    – Estou sim filho, já estou subindo!

    – Que bom à mamãe e a Luna terminaram o almoço, o cheiro tá tão bom que até me acordou! – Responde o menino sorrindo, fazendo seu pai gargalha.

    – Há, há, há, vejo que o baque de hoje não afetou seu estomago não é?

    – De jeito nenhum! – Responde com ênfase o menino.

    – Esse é meu garoto... muito bem Alex vá lavar as mãos que já me junto a vocês. – Responde o pai de Alex.

    – Tudo bem, vou indo.

    Quando o menino se distância o velho olha uma última vez para aquela pilha de caixas que guardavam seu maior segredo, um tão grande que nem mesmo seu amado filho poderia saber. Mais infelizmente o jovem sonhador acabaria descobrindo muito mais cedo do que ele pensava... ele só não poderia imaginar que seria de forma tão trágica...


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