O Ritual - livro macabro

Tempo estimado de leitura: 58 minutos

    18
    Capítulos:

    Capítulo 4

    Poder

    Álcool, Bissexualidade, Estupro, Hentai, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Suicídio, Violência

    Aqui segue o último capítulo dessa shortfic.

    PS: Leiam as notas finais

    Boa leitura!

    Estavam ali já a algum tempo, ele era misterioso, silencioso...

    Extremamente focado em seu trabalho.

    A meia luz lhe dava um ar envolvente, taciturno e aquilo lhe aguçava.

    Quando os olhos negros caíram sobre si ela sentiu o longo arrepio do ultimo fio de cabelo na cabeça até seus dedos do pé.

    -Está feito.

    Sorriu e finalmente se mexeu.

    Não sentia vergonha de sua nudez

    Não sentia vergonha de nada.

    Quando se aproximou dele, da tela, já prestes a encarar a obra ele a tomou e a envolveu em um beijo ardente e cheio de luxúria.

    As mãos frias começaram a percorrer seu corpo à medida que era levada de volta para a cama, sentia a tez gélida do homem pálido e seu corpo reagir.

    Queimando, clamando...

    Quando a pousou novamente sobre os lençóis foi apenas para ter a língua ávida sobre seus seios, sua barriga, seu sexo perfeito.

    Fechou os olhos e abriu a boca sem emitir som algum.

    Ele lhe sugava e ela sentia

    Sentia...

    Como nunca sentiu antes

    Tinha a mão sobre os cabelos negros o estimulando contra sua intimidade latejante

    Estava vindo

    Forte

    Intenso

    Então abriu os olhos azuis e olhou para ele

    E o rosto pálido e frio estava coberto de sangue

    Os orbes negros a observaram e sorriram afundando se cada vez mais naquele mar vermelho que brotava de entre suas pernas

    Então sentiu as mãos a envolvendo, tocando seus seios, sua barriga

    A acariciarem...a bulinarem

    A desejarem

    O homem...Sai, afastou o rosto rubro e sussurrou

    -Você é perfeita.

    Seu corpo inteiro travou e no mesmo instante tentou se livrar daquele agarre, mas quanto mais se mexia mais eles pareciam a envolver.

    Os espectros tão rubros quanto o sangue que brotava de si

    Olhou ao redor desesperada e viu os quadros, as telas estavam vazias, todas elas.

    Cada uma delas se tornava um ser novo diante de si e avançava sobre ela

    A querendo, a chupando, arranhando, mordendo...

    Seu corpo

    Seu tão perfeito corpo estava monstruoso

    Tentava os afastar com os pés e as mãos então viu as feridas fundas nas carnes das mesmas.

    Trouxe-as para junto do rosto, suas mãos estavam...estavam destroçadas!

    Ainda vendo os tendões e fibras a mostra gritou.

    E gritou

    Ele apenas sorriu e se ergueu, as formas se afastaram ao seu movimento

    Os olhos, agora tomados inteiramente pelo negro profundo e aterrorizante já não lhe permitiam distinguir a irias e a pupila do branco dos olhos.

    Eram tudo um só.

    Um negro sem fim

    Ele se inclinou e pegou sua mão calmamente

    Ino tremia com os olhos arregalados

    Viu perfeitamente quando ele abriu a boca e passou a língua pela carne exposta quase chegando nos ossos

    -Tão gostosa...

    Puxou a mão rapidamente e pulou da cama, mal olhou ao redor, pegou a primeira peça que viu pelo caminho e saiu em disparada escancarando a porta e sem olhar para trás.

    Quando chegou a rua respirou fundo ao sentir a rajada de vento

    Eles não estavam em seu encalço.

    Chorava copiosamente enquanto colocava a saia longa e a subia para lhe cobrir os seios e o máximo possível do corpo exposto.

    Olhou para seu corpo, estava destruído.

    Ninguém poderia a ver assim, então correu

    Correu o máximo que pode

    Já era madrugada quando chegou ao quarto. os seguranças do campus não a viram entrar, era a coisa mais fácil do mundo para jovens em idade acadêmica driblar aqueles idiotas.

    Fechou a porta e viu que estava só.

    O que faria?!

    Correu até o banheiro e então fez

    Se olhou no espelho

    Caiu sentada ao dar de cara com o que encontrou.

    Sua pele tão lisa estava toda enrugada e cadavérica, seu tão lindo rosto estava rasgado e destruído.

    Não...não podia ser assim, logo cedo estava tudo perfeito.

    Saiu engatinhando pelo banheiro até chegar ao quarto, escorada sobre a janela, com a luz da lua iluminando o ambiente, abriu a ultima gaveta e pegou a faca.

    Ainda estava manchada.

    Ficou de joelhos e abriu a gaveta posterior buscando por algo que viu mais cedo.

    Lá estava, o grampeador.

    Capturou ambas as coisas e foi de volta em direção ao banheiro.

    Acendeu a luz e deixou os instrumentos sobre a pia.

    Afastou os cabelos dourados machados de sangue e pegou o primeiro objeto

    O corte foi longo e reto por toda a testa.

    Sua mão tremia

    Largou a faca dentro da pia e capturou o grampeador.

    Não tinha forças suficientes para aquilo então se utilizou das duas mãos

    Repuxou a pele e cravou o objeto na face. A fez por toda a extensão aberta

    Ah...era como um balsamo.

    Era a vez das laterais, o movimento foi o mesmo

    Era grata por Sakura ter aquele tipo de instrumento ali já que adorava reformar tudo quanto era tipo de coisa.

    O som dos clipes perdendo sua pele eram como música para seus ouvidos

    Fez por toda a face

    Puxou, repuxou e cravou os grampos

    Já não tremia mais.

    Olhou-se no espelho quando deu por pronto...

    Lá estava, a pele lisa

    Mal conseguiu sorrir

    Olhou para seu corpo

    Aquilo somente não seria o bastante, e não havia como consertar aquele tipo de estrago, precisava de algo novo, algo diferente, então rapidamente se abaixou e abriu o armário debaixo da pia.

    Sabia que tinham algo como aquilo, todo banheiro tinha.

    Retirou os fracos com violência em busca do certo até encontrar

    Quando pegou a lata a abraçou como o maior dos tesouros

    Se levantou e foi até a banheira.

    A medida que a água ia caindo sentiu a temperatura com seus dedos deformados

    No mesmo instante ela se tingiu de vermelho

    Então se ajeitou.

    Retirou a saia e prendeu os cabelos em um coque mal feito.

    Mal sentia os fios passearem pelas fibras expostas de sua mão.

    Pegou o frasco que havia pousado no chão e o abriu derramando o líquido de cheiro forte sobre a água manchada

    Sorriu

    Voltaria a ser perfeita

    Quando o mesmo já estava vazio o deixou de lado e fechou a torneira, a mesma pingava

    Se levantou e ergueu a perna colocando primeiro um pé

    O som efervescente foi imediato

    Cantarolou junto a ele

    Trouxe o outro e foi sentando lentamente sentindo todo seu corpo ser submergido pouco a pouco e aquela sensação a dominando

     Aquela sensação aprazível.

    Fechou os olhos e escorou a cabeça sobre o azulejo sorrindo

    Agora sim voltaria a ser como era

    Aquela carne disforme e retorcida não era a sua

    A sua ressurgiria depois renovada

    Nova em folha

    E para isso precisaria de um corpo novo

    E era isso que teria assim que saísse do ácido.

    ____________________________________________

    Estava desabada sobre a cama envolvendo os próprios braços enquanto o investigador lhe fazia perguntas que não tinha cabeça para responder

    -Então chegou no quarto e a encontrou no banheiro?

    -Sim, já lhe disse isso.

    Ainda sentia o sabor amargo na boca após não ter conseguido controlar o vômito ao ver um corpo naquele estado.

    -E não se comunicou com ela o dia todo?

    -Somente pela manhã.

    -Senhor, isto estava no chão, perto da banheira.

    O homem o pegou e o afastou para ver melhor.

    -Agora sabermos como foi feito.

    Era o produto que utilizavam para desentupir o vaso sanitário.

    Seu corpo inteiro estava frio e sentia as lágrimas secas insistirem em retornar.

    -Bom, vamos levar isso para a perícia mas parece o típico caso de suicídio. Se preparem para retirar o corpo.

    O homem mais jovem se aproximou e sussurrou no ouvido do mais velho.

    -Como vamos fazer isso senhor? Com uma colher, ou de canudinho?

    Não foi como se Sakura não pudesse ouvir

    O olhar que lançou ao homem deixou isso bem claro

    -Desculpe

    Ele se afastou e Sakura ficou ali, presa com aquele homem tendo de responder suas perguntas estúpidas.

    Mas em sua mente tudo que vinha era o corpo morto da amiga na banheira.

    As tragédias que as abateram em menos de vinte e quatro horas começaram a pairar sobre a mente da rosada.

    Hinata matou Naruto

    Ino estava morta.

    Aquilo era insano, aterrador e brutal demais para se acreditar.

    Uma avalanche de acontecimentos sem explicação.

    Naruto era um puto mas não estuprador.

    Ino nunca demonstrou tendências suicidas, alias nunca na vida conheceu alguém com mais ânsia de viver, curtir e se esbaldar.

    A nuvem negra pairava sobre si e ao seu redor as pessoas já comentavam.

    Não teve forças para comunicar aos familiares da Yamanaka, deixou esse encargo para a polícia.

    Mas para Hinata não teve escolha e a Hyuuga que já estava em topor devido aos acontecimentos da noite parecia em choque.

    -Fomos nós...

    Começou olhando para o nada

    -Brincamos com o que não conhecíamos.

    O olhar perolado e opaco encontrou o seu

    -Condenamos os dois

    -Hinata, fique calma, você não sabe o que está dizendo...

    Sakura tentou controlar a amiga mas ela começou a se debater no quarto de hospital.

    A família havia pagado por um exame completo na filha mais velha

    -Fomos nós!!! Nós o matamos!!!Seremos as próximas!!!

    Sakura se levantou assustada vendo a amiga naquele estado, quando ia até ela para a acalmar as enfermeiras entraram

    -Senhorita Hyuuga!

    O remédio aplicado na veia a fez fechar os olhos e repousar o corpo de forma lenta

    -Transtorno pós-traumático coitadinha, acontece com muitas vítimas de estupro.

    Disse uma das mulheres antes de se retirar do aposento.

    A cerejeira olhou para a morena deitada na cama

    Hinata estava transtornada sim, mas era por outro motivo.

    Teve alta no fim da tarde, não podiam voltar para o quarto, era o local de uma morte.

    A família da Hyuuga havia reservado um quarto de hotel para a morena e Hinata fez Sakura pjurar que ficaria com ela todo o tempo até o pai e a irmã chegarem.

    Sakura prometeu.

    Assim que chegaram no lugar a rosada tratou de acomodar a amiga.

    Pegou um dos calmantes receitados pelo médico e dissolveu na água entregando para a mesma.

    -Beba, vai te fazer bem.

    Hinata fazia tudo mecanicamente, apenas pegou o copo e o virou de uma vez.

    Sakura se afastou e a morena ficou apreensiva

    -Onde você vai?

    -Calma Hina, só vou deixar o copo.

    -Pode se deitar aqui comigo?

    Sakura entendia o lado da amiga, e na verdade ela também não desejava ficar sozinha

    -Claro.

    Então a Hyuuga retirou os sapatos e se deitou na grande cama confortável.

    A cerejeira fez o mesmo, retirou o casaco e os sapatos e se acamodou abraçando o corpo magro e frio da amiga.

    -Você está gelada, vou pegar um cobertor.

    -Não, assim está bom, só não saia daqui.

    Sakura então se deitou novamente e passou o braço pela Hyuuga.

    Poucos instantes depois e a morena já estava no mundo dos sonhos.

    Ou dos pesadelos.

    O frio que a abateu de repente a fez repensar sobre o cobertor

    -Hum, Sakura-chan, acho que mudei de ideia

    Então abriu os olhos, olhou para baixo e viu o braço que a envolvia

    Tinha a pele esverdeada e cadavérica

    Se sobressaltou e se virou bruscamente

    Então encontrou, os olhos azuis opacos

    Ele sorria

    -Hina-chan, eu vim buscar você.

    O rombo na cabeça estava lá, moscas pousavam sobre o ferimento, o cheiro pútrido de morte envolvia o ambiente.

    O olho quase saindo para fora do globo tentava alcança-la

    Gritou se afastando e caindo da cama

    -Hina-chan, eu disse que iríamos ficar juntos para sempre...

    Hinata via o corpo morto de Naruto vir em sua direção, no chão, ela se arrastava para longe

    -Sakura...

    Murmurou

    O rosto grotesco do loiro se contorceu

    -Não! Seremos só nós dois, para sempre.

     Hinata chegou na beira da janela, o vento da noite soprava balançando as cortinas brancas de tecido fino.

    -Como você sempre quis.

    Quando ele avançou sobre ela apertou os olhos intensamente

    Mas então nada aconteceu

    Quando os abriu novamente o quarto estava na mais pura penumbra, assim como anteriormente

    Se pôs de pé tentando firmar as pernas trêmulas

    Olhou ao redor, quando se virou para o lado o olhar mórbido estava sobre si

    -Eu sou seu e agora você também será minha.

    Sentiu a textura da pele pegajosa e gélida sobre a sua quando o impulso aconteceu

    E ao se livrar do agarre seu corpo foi com tudo para janela aberta

    Tudo que viu antes de sentir-se arremessada para fora foi a aquela forma monstruosa que havia matado sorrindo

    Quando bateu no chão as fraturas expostas e a poça de sangue marcaram a entrada do luxuoso hotel onde estava hospedada.

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    Não conseguiu dormir após ter presenciado o rompante de Hinata, aquilo também a incomodava.

    Aquela sensação moribunda em seu interior a fazia querer tomar uma atitude

    E foi o que fez ao constatar que a amiga ressonava ao seu lado.

    Se levantou calçando os sapatos e colocando novamente o casaco, seria rápida e retornaria antes mesmo que a Hyuuga pensasse em acordar.

    Todos aqueles acontecimentos eram perturbadores demais e somente algo insano para ocasioná-los.

    Quando chegou ao campus foi direto para o prédio da república que morava, subiu as escadas indo exatamente onde a faixa amarela dizia para não ultrapassar.

    Procurou a chave no bolso e abriu a porta passando por debaixo das tiras.

    A perícia parecia já ter terminado seu serviço já que não havia mais sinais dos objetos antes marcados, olhou para a porta do banheiro, a grande faixa vermelha marcava o local onde ocorrera a morte.

    Respirou fundo e se concentrou no que precisava fazer, foi até a escrivaninha, lá estava ele, no mesmo lugar onde haviam deixado, intacto.

    Se alguém lhe perguntasse o que estava fazendo com toda certeza estaria dopada como Hinata naquele momento, mas tudo em seu interior gritava que aquelas tragédias tinham a ver com aquele livro.

    Aquele livro macabro.

    Aquele livro com o qual brincaram em uma inocência boba e sem medir as consequências, como se fosse impossível algum tipo de magia existir

    E era, mas por via das dúvidas faria o que seus instintos mandavam.

    Ergueu a blusa e colocou o livro enfiado na parte de trás da calça, abriu a primeira gaveta e procurou pelo artefato, o pegou apressadamente e saiu trancando a porta.

    Precisava de um lugar ermo para fazer aquilo, um lugar onde ninguém iria perturbá-la ou questionar o que estava prestes a fazer.

    Caminhou por um tempo que não soube contar, adentrou pelo campus até passar da universidade e chegar na mata preservada que havia ali, estava escuro, as luzes dos postes já não a alcançavam, mas mesmo assim continuou seguindo.

    Parou quando viu uma clareira

    Respirou fundo e retirou o livro de dentro da calça, o pousou sobre o chão e então se abaixou, pegou o isqueiro que havia recolhido dentro da gaveta e o abriu fazendo a chama surgir.

    Quando levou o calor até a borda negra o vento bateu forte e intenso, por um instante pensou que o fogo se apagaria mas não foi o que aconteceu.

    Ele levou as chamas até a capa escura e num instante tudo já estava em brasas.

    Ergueu-se ao ver como as folhas amareladas eram embebidas e pareciam devorar aquelas chamas por inteiro.

    Ficou ali perdida na imagem do fogo.

    Quando acabou deu um grande suspiro de alívio e se virou.

    Precisava voltar para o hotel

    Precisava ficar com Hinata.

    Quando se aproximou da fachada ricamente ornamentada do hotel e viu a movimentação, as sirenes e o saco pretos envolvendo o corpo no chão percebeu.

    Havia chegado tarde demais.

    _________________________________________________

    Dali a um mês estaria formada, dali a um mês seria uma médica.

    Mas o tempo que se seguiu não foi o mais fácil.

    Todo aquele terror a rondava, dia e noite.

    As pessoas já não se aproximavam, a morte pairava sobre ela.

    Ter toda aquela situação envolvida a si a tornou uma pessoa isolada e agora vivia sozinha no campus e no quarto, não o mesmo que dividiu com as amigas, aquele estava vazio.

    Era o quarto amaldiçoado, os boatos de ser assombrado pelos espíritos das estudantes que viveram lá afastava os novos estudantes.

    Pura bobagem.

    Mas ela mesma não podia ficar em um local onde toda desgraça aconteceu, onde sempre se lembraria das amigas, onde sempre encontraria o corpo morto de Ino na banheira.

    Onde não conseguiria para de se martirizar por ter trazido o maldito livro para o quarto.

    Se focou nos estudos, se afundou neles.

    Se perguntava porque ela mesma se mantinha ilesa

    Então seu desejo veio em sua mente, estava sozinha no quarto como sempre.

    A noite fria soprava, a janela batia anunciando a forte tempestade que se aproximava, se levantou para fecha-la, mas assim que o fez a porta se abriu.

    Estreitou os olhos, ficou parada alguns segundos até ir em direção a mesma, olhou para fora, o corredor permanecia vazio

    Mas então a medida que a fechava, pouco a pouco sentiu um forte arrepio a atingir sem motivo algum

    Não havia mais vento

    Não havia mais nada

    Passou o trinco na porta e se virou para voltar para a cama

    Foi então que aconteceu

    Foi a sua vez

    Seu pedido se realizou.

    Pois aquilo que Sakura Haruno desejou foi....

    Poder!

    FIM.


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