Altas aventuras em Tóquio

  • Bergovi
  • Capitulos 24
  • Gêneros Aventura

Tempo estimado de leitura: 5 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 23

    246

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    O silêncio do corredor estreito foi cortado por passos cada vez mais frequentes. Rukia começava a correr para o nada pois se sentia totalmente perdida e incapaz de segurar emoções que fluíam pelos seus olhos. O medo de alguém ver e a abordar perguntando o que se passava seria inconveniente.

    Avistou uma pilastra e se escondeu atrás dela, apoiando o corpo que já dava sinais de instabilidade. Vagarosamente, escorregou suas costas pela parede e conseguiu se sentar no chão. Escondeu o rosto atrás do joelhos e fechou os olhos como sinal de súplica para afagar toda aquela sensação estranha de incômodo no peito.

    Rukia Kuchiki estava sentindo as primeiras dores de uma decepção amorosa, assim como, estava sentindo em doses absurdas, já que nunca se apaixonou antes. Kurosaki Ichigo era o causador de todo mal estar que ela jamais imaginou que pudesse acontecer. Ela foi fraca e de agora em diante precisava ser forte.

    Se levantou e, assim como sua postura, sabia o que precisava ser feito. Fechou o semblante adotando seriedade e secando qualquer vestígio de fraqueza.

    Seguiu o caminho do local onde se encontrava Renji, abriu a porta e já foi falando a novidade.

    — Vamos logo sair daqui. Está liberado! — Falou tentando simular uma voz firme.

    — Sério, baixinha? Jura que já posso sair dessa cama? — O ruivo largueou o sorriso e Vivian deu risada. — Você é demais, Rukia.

    — Rukia-chan, onde está o Ichigo? Ele não estava nos esperando? — Vivian fez a pergunta e reparou que Rukia desviou o olhar e não demorou para responder.

    — Creio que o Ichigo tem coisas mais importantes para fazer. Não o encontrei. — Ela falou sem dar força ao seu sentimento de tristeza. — Bem, então vamos indo?

    — Sim, claro. — A brasileira percebeu algo estranho mas ponderou em não continuar no assunto.

    ***

    — Mochi, mochi! — Pah atendeu o celular e estava ansiosa por essa ligação.

    — Quer aprender drift, boneca de porcelana? — Ela imediatamente reconheceu a voz.

    — Só se for agora, Shuji. — A moça não deixou de formar um sorriso natural com os lábios.

    — Então é melhor sair aqui na frente. — Pah, surpresa, desligou o aparelho saindo do quarto imediatamente. Pegou a bolsa que estava pendurada na maçaneta da porta e calçou a bota de cano longo às pressas.

    Shuji já se encontrava parado olhando vidrado para a moça. Uma simples troca de olhares os denunciavam — uma mistura de saudades com adrenalina. Ela se aproximou como quem não queria nada, abaixou e apoiou os braços na janela do carro e abriu um sorriso malicioso pronta para falar.

    — Veio cumprir o prometido? — A moça olhava com luxúria enquanto o rapaz apenas deu um riso contido entregando a chave nas mãos dela.

    — Sua aula começa agora. — Ele pulou para o outro banco enquanto Pah, sem rodeios, entrou no carro e experimentou o som daquela máquina de corrida.

    ***

    Fazia apenas trinta minutos que havia chegado a Tóquio. Apenas um dia fora parecia que tinha passado uma eternidade até seu regresso.

    Respirou profundamente aquele ar, tentando descobrir se o cheiro daquela grande cidade continuava o mesmo mas percebeu que não. Tinha algo amais e que o fazia bem.

    Havia recebido ligação de Arata-san, fotógrafo e cinegrafista do seu programa de rádio e TV BROS.TV, e combinado de se encontrarem, já que havia alguns dias sumido e deixado a rádio nas mãos de seus amigos e companheiros de trabalho, Soguchi e Yuusuke, seus co-apresentadores.

    Ao chegar, foi recebido com olhares de curiosidade e muitas interrogações estampadas em cada rosto.

    — Hei, Masha-san! Quais as novidades? — Arata era o primeiro a perguntar com os olhos cheios de expectativa.

    — Não estive muito tempo longe. Apenas três dias. — Masha não sabia esconder um leve riso.

    Se acomodou na pequena sala de estúdio, se sentando na cadeira mais próxima.

    — Conta para nós. Não vai me dizer que conheceu alguma mulher? — Dessa vez era Soguchi quem perguntava. — Seus fãs notaram e sentiram com sua ausência. O programa não é tão engraçado sem você.

    — Você sabe dar conta do recado sem mim. — Masaharu pegou seu violão no canto da sala e se sentou novamente em sua cadeira. — Mas não por muito tempo. — Passou a dedilhar uma de suas músicas em sinal de hiperatividade.

    — Vai voltar a trabalhar hoje? — Yuusuke abordou o chefe que refletiu por alguns instantes e logo respondeu.

    — Quero mais alguns dias. Sei que ainda tenho ensaios para a nova turnê e contratos a assinar.

    — Você está diferente. — Arata era o mais tímido dos três mas o que mais falava abertamente.

    — Eu pareço? — Masha parou de tocar e decidiu ser sincero com os amigos. — Em três dias eu consegui renovar minhas energias. — Com um sorriso voltou a tocar aquela mesma nota rítmica.

    ***

    — Distorce para esquerda. Segure o freio. Acelere. — Shuji dava comandos enquanto a sua garota fazia o mesmo percurso pela décima vez.

    — isso é demais! — A cada volta que percorria, Pah ficava mais habilidosa. Ela sabia trocar as marchas e o tempo exato para conseguir derrapar as rodas. — Quero mais uma volta.

    — Não se aprende drift sem praticar. Só se aprende fazendo. — Shuji se recordava das palavras de seu mentor, Han. — Quanto a você, já aprendeu essa lição. Não temos mais tempo para mais uma volta...

    — Tudo bem. Amanhã poderemos continuar. — A moça olhou de lado para o rapaz e estranhou o olhar vago ao seu lado. — O que houve?

    — Nada. — Mudou levemente o semblante. — Dirige até a sua casa. Tenho compromissos.

    — Ok. — A moça ficou um tanto entristecida.

    No caminho, a rota 246 era desenhada a cada vez que Pah acelerava. Era uma das principais rodovias da capital. Não havia carros naquele dia. Era um caminho para ser percorrido a sós.

    A garota estava cansada pelo silêncio vago e bruscamente saiu da pista, encostando em um canto qualquer do acostamento.

    — Vai me dizer o que está acontecendo? — Ela apertava o volante e o fitava, tentando desvendar seus segredos. — Eu acho que pelo menos preciso de uma explicação.

    — Não tem nada a ver com você. — Ele a olhou sério. — Volte a dirigir.

    — Olha só. Eu estou aqui de boa e tentando te ouvir. — Ela tentava manter controle. — Você ficou estranho do nada. Conte-me.

    — Apenas uma última missão a fazer. Só posso te dizer isso. — O policial levou a mão a testa passando os dedos em sinal de leve nervosismo.

    — Eu prometo não contar para ninguém. Vai, me conte! Você nunca fala muito sobre você. — A moça tentava se aproximar e deixá-lo mais à vontade.

    — Tenho uma missão arriscada para hoje à noite. E... — Shuji resolveu se abrir mas desistiu assim que a olhou nos olhos. — Não quero que perca essa sua garra e determinação.

    — O que você está falando? — Pah estranhou o comentário do rapaz. — Por que está dizendo isso?

    — Ficar em Tóquio se tornou algo arriscado. — O rapaz voltou a olhar pela janela para o nada. — Ficarei ausente.

    — O que? — Pasma, a moça não hesitou em se expressar espontaneamente. — Não posso aceitar você longe de m...

    — Já está decidido! — Shuji voltou o olhar como se fosse uma ordem a ser acatada. — Prometa-me que ficará bem. — Ele a segurou com as duas mãos firmes em seus braços desviando a atenção logo em seguida.

    — Por que está fazendo isso comigo? Você aparece do nada em minha vida, trazendo grandes aventuras e mistérios e agora você quer ir embora? — Pah estava inconformada. — Não posso prometer que ficarei bem.

    — Pah, é necessário isso. Tenho que ir e não posso ficar. — O rapaz tentava a convencer a qualquer custo. — Eu me importo com você e zelo por sua segurança. Eu já me envolvi demais e não posso estar mais na sua vida. — Respirando fundo, o japonês finalizou a situação. — Se não tiver condições, deixe que eu dirijo.

    — Paf! — Era o som de um impulso inesperado. Pah, aos prantos, descarregou a sua força naquelas palavras que a machucavam.

    Como reação, o japonês saiu e bateu forte a porta do seu carro, chutando qualquer coisa que encontrava pela frente.

    Aquela situação ficou ainda mais quente quando Pah também decidiu sair do carro, toda alterada, ainda se sentindo no direito de querer explicações.

    — Olha para mim! — A moça gritava querendo toda a atenção possível. — Hei!. — Ela não conseguia chamar mais atenção. — Pare, e seja homem em me encarar.

    Dessa vez a situação estremeceu. Shuji parou onde estava mas não ousou a se virar.

    — Estou falando com você! — Pah o segurou pela manga da camisa e o virou para ela. — Me encare. — Ela dava empurrões com as duas mãos, tentando inutilmente arrancar palavras da boca dele.

    — Chega! — Um rosto mais agressivo o rapaz apresentava. — Chega, Pah.

    — Eu gosto de você. — A moça se confessou desesperadamente com os olhos encharcados. — Não vou suportar você sumir da minha vida. Por isso, eu decidi que vou com você.

    — Você é tola? — O rapaz queria a desencorajar mas pelo olhar que ela tinha lançado ele não tinha mais controle sobre seus impulsos. — Não posso.

    — Você pode. — Pah o segurou no rosto, se aproximando lentamente. — Deixa eu ir com você.

    — Não... — Sentiu um arrepio ao sentir o cheiro da pele dela próximo, atiçando mais a sua vontade em ceder aos encantos da mulher.

    — Sim... — Essas foram as últimas palavras que Pah sussurrou aos lábios de seu homem, provocando algo que ela já esperava.

    A mulher foi puxada pela nuca perdendo a oportunidade de continuar a falar. Shuji começou a beijar a jovem desesperadamente. No impulso seus corpos caíram sobre a grama fofa, se moldando como um colchão.

    Ele começou a tocar a jovem que dava leves gemidos no ouvido dele enquanto a jovem movia as pernas em um ato convidativo.

    — Faz amor comigo. — Com a voz arfante, a mulher encaixou uma das pernas em seu parceiro. — Me faz sua mulher. — Ela deslizava os dedos pela borda do rosto do rapaz em sinal de carinho.

    Com um olhar positivo o ato foi consumado. No meio da relva, no meio do nada da longa rota 246. A rota que havia sido reservada para os dois se amarem.

    Continua...


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