O Mago Das Espadas - Livro 0: Os Escolhidos

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    12
    Capítulos:

    Capítulo 18

    A Morada do Dragão Azul

    Linguagem Imprópria, Nudez, Violência

    Continuamos com a historia de Tidus, boa leitura!

    No mar de Zarnakad, um barco avançava em alta velocidade se afastando da costa, indo em direção a uma pequena ilha deserta.

    Ilha que para muitos é um exemplo clássico de ilha deserta. Areias brancas e duas pequenas palmeiras fixadas no meio dela, como visto em muitos livros, porém esta ilha era diferente e um jovem menino iria descobrir isso.

    – Então... deixa-me ver se entendi? Tem um tesouro enterrado naquela ilhota e estamos indo lá pra pegar ele? – Pergunta Tidus para o espadachim que manejava o leme do pequeno barco a motor em que estavam.

    – Isso. – Responde Auron sem tirar os olhos de seu destino.

    – Entendo... cara tô empolgado! – Exclama Tidus todo bobo.

    – Então é bom se preparar, pois estamos chegando!

    – UUUHHOOOOO!!!!! – Berra o menino ficando em pé no barco socando o ar e quase cai no mar depois dessa.

    Bem longe deles na costa.

    – MMMMOOOLLLLLEEEEQQQUUUEEEE!!!! CADÊ TUUUU???!!!! – Berra um homem de estatura alta, correndo que nem louco pelas ruas da cidade a procura de seu filho.

    Vasculhou dentro de lojas, em baixo de carros, dentro de banheiros, no alto de postes onde foi atacado por uma mamãe águia nem um pouco feliz.

    – Eita, tá de tpm criatura?!

    Meia-hora rondando o bairro e nada de seu filho.

    – Cassete onde esse moleque se meteu!?

    O jogador decide se sentar em um banco perto da praia para tomar folego.

    – Eu já vasculhei tudo que era lugar e nada dele! Onde ele poderia ter se escondido.

    Então cruza os braços tentando pensar em algum lugar que ainda não procurou. Foi então que começou a ouvir o som das ondas se chocando nas pedras e indo até a areia. Esse som nostálgico começou a ressoar em seus ouvidos, depois mente e coração.

    – Hum. – Se levanta do banco. – Esse som? – Fechou os olhos e se concentrou, fechou os olhos e deixou aquela sensação de nostalgia e pura paz fluir para dentro de sua Aura. E conseguiu ouvir alguma coisa, uma voz familiar que vinha do fundo de seu coração.

    “Aqui... eles estão aqui... menino do Caos... o espadachim e aquele que amamos.”

    Na mesma hora Jecht abre os olhos.

    – A Morada do Dragão!!! – Se sobressalta. – Aquele que é amado pelo oceano deve ser o moleque, já o espadachim só pode ser... AURON!!!

    Na mesma hora ficou aliviado, se seu filho estava com Auron estava em segurança, mas...

    – Porque ele levaria o pirralho até lá? – Pensou um pouco e tomou a decisão. – Bom ficar aqui parado não vai ajudar em nada... VOU NESSA!!! – E sem aviso corre pela praia, mergulha e sai nadando em direção à ilha a braçadas mesmo. – Isso vai ser um ótimo exercício!!! – E vai em direção à ilha ao encontro de seu filho e de seu velho amigo.

    Mais a frente Tidus e Auron já haviam chegado a ilha. O menino olhava em volta não vendo nada de diferente.

    – Só areia e essas palmeiras velhas. – Murmura o menino. – E agora Auron, cadê o tesouro?

    O velho espadachim traz o barco para areia para não ser levado pela correnteza, se vira para o menino e responde:

    – Paciência, você já vai ver.

    O menino olha confuso.

    – Ver? Ver o quê?

    – Isso! – Pega o menino pelo clarinho da camisa e o joga bem no meio das palmeiras.

    – UUUAAAAAHHHHHH!!!!

    Tidus fecha os olhos esperando se chocar contra as palmeiras ou a areia, mas não. Quando caiu sentiu um chão duro feito de pedras e húmido.

    – Ah? – Abre os olhos e se vê em um local totalmente diferente.

    Estava dentro do que parecia ser uma caverna.

    – Mais o que...?

    Se levantou encarando o ambiente a sua frente, que não era uma simples caverna como ele logo percebeu. O chão era lustrado na cor azul claro, onde o menino podia ver seu reflexo com perfeição. Acima dele estalactites brancas que derramavam gostas sobre o chão criando pequenas poças.

    – Nossa...

    Suspirou o menino vendo aquelas formações naturais tão belas, mais ainda havia mais!

    –Ah?

    O menino vê uma forte luz mais à frente e caminha em sua direção, ao chegar lá seus olhos se arregalam com o que viu. Seus pequenos olhos se depararam com formações rochosas que brotavam água, uma tão pura e limpa como a qual ele nunca viu ou sonhara ver. Formavam piscinas naturais por todo a extensão do local que desembocavam seu conteúdo em um imenso lago azul safira.

    Toda aquela paisagem para o pequeno era praticamente um...

    – Paraiso subterrâneo...

    – E é.

    – Ah? 

    – Este lugar é um dos poucos que não foi maculado pelas mãos do homem e nem de magos ambiciosos. Aqui é onde a magia da água ou que originou a vida é mais forte. Seja bem-vindo Tidus... A Morada do Dragão Azul! – Responde Auron.

    E Tidus olha abismado para aquele paraíso, olhou para o teto e viu que era escuro, mas com vários cristais no seu topo que se assemelhavam a estrelas, um grande cristal azulado no topo do teto que emanava uma fraca luz azul. Podia ver peixes de diferentes espécies nadando por entre as águas daquele lugar despreocupados, além de alguns bem pequenos com asas nas costas, seus olhos chegaram a marejar de tanta beleza.

    – É... Lindo!

    – É sim. – Responde Auron, sorrindo. – Feliz aniversário Tidus!

    O garoto enxuga uma lágrima que começava a cair, olha para o espadachim e correr o abraçando logo sem seguida.

    – É o melhor presente que alguém poderia ter me dado... obrigado Auron!

    O espadachim coloca a mão sobre a cabeça do menino e responde:

    – O prazer foi todo meu, mais que tal uma última surpresa?

    – OI! Tem mais?! – Pergunta o menino incrédulo.

    – Obvio! Você já viu uma parte do lugar, agora vou te levar para conhecer o dono desta morada.

    – O... dono?

    Um sorriso se formou na face de Auron.

    – Exatamente... vamos conhecer o Dragão Azul, Tidus.

    O menino arregalou os olhos, sua boca mexia tentando formular alguma frase, mas só conseguiu dizer.

    – D-D-D-D-Dragão!

    – É isso mesmo garoto. – E se ajoelha ficando na sua altura. – Tem um grande dragão nesta caverna, ele é uma das criaturas mais velhas e sabias deste mundo, o que acha de ser um dos poucos a velo?

    Não precisou dizer mais nada.

    – BORA!!! – Exclama o menino pegando na mão de Auron e o puxando para caverna adentro. 

    Lá fora.

    – Ufa! Cheguei!!!

    Brada Jecht chegando à ilha.

    – Porra essa ilhota tava mais longe do que eu imaginava! Bom é melhor eu...

    Se calou.

    – Hum? – Olhou ao redor, viu o barco que Auron e Tidus vieram na areia, mas havia algo no ar, uma presença estranha pairava na ilha. – Tem alguma coisa errada... é melhor eu entra logo!

    Sem pensar duas vezes foi para frente das palmeiras, respirou fundo, quando deu um passo entre as arvores sentiu algo de estranho.

    – O QUÊ?!

    Uma onda de luz lhe cegou o forçando a cobrir os olhos e em segundos depois foi arremessado de volta ao mar.

    – UAAAAAHHH!!!!

    Jecht cai pesadamente no mar, sua cabeça estava tonta enquanto seu corpo afundava no oceano. Quando sentiu seu ar acabando abriu os olhos e nadou depressa para a superfície.

    – BUAAAFFF!!! – Botou a cabeça para fora da água tentando recupera o folego. – M-MAIS QUE MERDA!!!

    Então olhou novamente para a ilha e viu algo entre as palmeiras que refletia a luz do sol que se punha. O jogador podia ver o ambiente lá dentro e de relance alguém sorrir para ele e depois sumir dentro da morada.

    – Oh, não... isso não é bom!!!

    Um calafrio passou por suas costas ao ver aquele sorriso e sem pensar nada mais depressa que podia até a ilha, seu instinto estava disparando, quem quer que seja aquela pessoa não tinha boas intenções e ao que tudo indica criou uma barreira lacrando a entrada da morada para ninguém entra, ou sair.  

    – Tidus, Auron!!!

    Num pulo saiu para fora da água, correu pela areia, fechou seu punho e socou a barreira que brilhou o jogando na areia.

    – Uarg!

    Deu uma cambalhota ficando em pé de novo.

    – Uma magia de reflexão!!!

    Se lembrava bem desse tipo de magia na época da escola.

    – Uma magia que devolve com a mesma força o ataque de um oponente, também conhecida como “Full-conter”.

    De um toque de leve na barreira e apenas sentiu um pequeno empurrão, não havia doido.

    – Droga quem diabos colocaria uma magia dessas na entrada da morada? Olhou em volta, mas não havia ninguém. – Quem quer se seja já está lá dentro junto com o Tidus e o Auron. – Trincou os dentes e serrou os punhos. – Eu preciso entrar de qualquer jeito!

    Respirou fundo.

    – A professora Caster dizia que esse tipo de magia só havia três maneiras de serem desfeitas.

    1 – O mago que a conjurou ficasse incapacitado, ou morresse; – Não tenho tempo pra isso!

    2 – Usar uma magia de cancelamento; ­–Que não faço a mínima ideia de como usar!!!

    3 – E a mais arriscada. Usar uma magia de nível mais forte ao ponto da própria magia não aguentar e se destruir!

    Olhou serio para a barreira, pensou em Sara em casa esperando por eles e em seu filho em perigo. Auron estava com ele, mas isso não diminuía sua aflição. Foi então que a areia da paria começou a voar. Uma aura alaranja flamejante começa a irromper do corpo do jogador. Seus olhos demostrava total fúria para aquela coisa que bloqueava seu caminho. Já havia escolhido sua alternativa que era a...

    – A número três! Vou arrebatar essa porra na porrada!!!

    Então Jecht invoca toda sua Aura, o mar recua a presença destruidora de sua Aura, a barreira reluzia aumentando sua defesa, pronta para defletir o golpe que viria, se fosse de alguém normal ela aguentaria, mas Jetch não era alguém normal e foi essa determinação em proteger seu filho que ele avançou sem medo e gritando.

    A barreira já não refletia mais Jecht e sim um ser de barba e cabelos brancos, espinhos brotando de suas costas como se fossem asas, seu corpo sendo endurecido como se fosse feito de escamas e seu punho direito criando garras que incineravam o ar a sua volta. Os olhos do mostro reluziram e com todo seu ódio se chocou contra a barreira, uma onda de luz cobriu toda a ilha que tremeu.

    Lá dentro Tidus e Auron sentiram o impacto. O menino caiu no chão.

    – Ahhhh, o que foi isso?!

    Auron se apoiou em uma parede, reconheceu aquela Aura.

    “Jecht?”

    – Auron, o que tá acontecendo?

    O espadachim não responde de imediato olhou em volta e sentiu uma Aura estranha tomar o lugar. Seus extintos dispararam, havia algo errado.

    – Tidus... rápido!

    – O quê?

    – Eu disse rápido! Temos que chegar a câmara do dragão o mais rápido possível!

    – Mas o quê? – Auron pega o braço do menino o levantando mandando correr.

    – Apenas corra!!!

    – Mais... AURON CUIDADO!!!

    O espadachim ouviu o grito da criança, mais já havia sentido a intenção assassina e em um rápido movimento saca sua longa espada e um movimento horizontal corta a magia que vinha na direção dos dois.

    A energia roxa pairou no ar, Auron estava serio, Tidus assustado, foi quando ouviram passos.

    – Interessante, ouvir falar de um samurai que trajava um manto vermelho e carregava uma grande espada nas costas.

    Diz uma voz que se aproximava

    – Usava óculos e sempre lutava com apenas um braço.

    Diz à voz que parecia ser feminina.

    – E também que trabalhava como agente do Ministério da Magia, estou certa? Sir Auron?

    Auron ergue sua espada apoiando no ombro.

    – Quem é você?

    A figura se mostra a eles.

    Tinha cabelos longos e louros presos a um diadema na cabeça e que se estendia até sua cintura onde fazia uma ondulação. Usava um manto negro brilhoso que cobria seus ombros e ia até seus pulsos, cobria suas partes intimas se estendia até o chão, um pano branco cobria seus seios, estava descalça e seu belo corpo branco era coberto por tribais de cores vermelhas e roxas. Em sua mão esquerda carregava um cetro negro com uma orbe laranja da mesma cor que seus olhos que encaravam o espadachim.

    A mulher se curva e diz:

    – Me chamo Xenobia, uma descendente da Tribo de Vile... o povo esquecido pela magia e pela Deusa!

    E aponta seu cajado para Auron.

    – Vim cumprir uma vingança que se arrastar por séculos... saia da frente samurai... ou sofra as consequências! – Aponta seu cetro em direção a Auron que não se moveu.

    O espadachim olhava sério a adversaria a sua frente, pela Aura que sentia era uma maga poderosa, não poderia recuar, teria que lutar!

    – TIDUS!!!

    – Ah? – O menino se sobressalta ao ouvir seu nome.

    – Escute com atenção. – Diz Auron sem se virar. – Continue pelo caminho a frente, siga reto não a como errar, você vai ver uma abertura como um grande portal, lá é onde o Dragão Azul está. Vá até ele e o acorde, fui claro?!

    O menino arregala os olhos.

    – O que... EU?!

    – E tem mais alguém aqui além de você?! – Grita Auron em fúria. – Escute essa mulher não tem boas intenções, provavelmente esperou nos chegarmos para entrar de fininho aqui na morada.

    – Nossa como você é esperto! – Debocha a bruxa.

    Tidus estava confuso, não sabia o que fazer, suas pernas tremiam e seu coração batia acelerado. Queria sair dali o mais rápido possível, mas o medo não o deixava. Foi então...

    – Tidus! – Auron o chamou a atenção e o espadachim olhou de relance para ele. – Eu confio em você!

    Só de ouvir aquelas palavras fez o coração do menino desacelerar, suas mãos e pernas pararem de tremer. Auron acabou e dizer que confia nele... algo que ninguém nunca tinha dito a ele, nem mesmo sua mãe, muito menos seu pai. E então com uma coragem que nem ele sabia que tinha diz:

    – Eu vou!

    Se vira.

    – Não morre, por favor! – E começa a correr para o interior da caverna fechando os olhos que saiam lágrimas, as enxugou, serrou os dente e acelerou a corrida.

    Auron por sua vez sorria ao ver a demonstração de coragem do menino.

    “Realmente... você é filho de Jecht.”

    Diz em sua mente para logo em seguida encarar a bruxa com seus olhos em chamas.

    Ela sorri.

    – Acha mesmo que só porque mandou o menino correr conseguira protege-lo? Tolo! Assim que acabar com você ele será o próximo!

    Uma aura roxa começa a irradiar da mulher que começa a flutuar.

    – Vou adorar dilacerar seu corpo, nobre samurai!!!

    – Esqueceu de uma coisa... bruxa!

    – Hum?

    – Tudo que você falou de mim estava corretor, só faltou uma coisa...

    Em um movimento de seu ombro esquerdo, o manto vermelho de Auro cai para o lado e Xenobia pode ver o braço esquerdo do espadachim e seus olhos se arregalaram com o que viu.

    No braço esquerdo de Auron estava gravado um grande dragão de cor verde. Cobria todo seu braço e seus dedos eram as presas da fera. Assim que o espadachim descobriu o braço, um corrente de vento começa a envolvê-los, surpreendendo-a bruxa.

    – Fascinante! Então você é um...

    – Sim eu sou!

    Os olhos de Auron reluzem em uma cor verde e sem pestanejar avança contra a mulher agora segurando a espada com as duas mãos, a bruxa por sua vez conjuros esferas de luz a sua volta e voou em direção ao espadachim começando assim o duelo!

    Longe deles na última sala da morada, uma enorme figura jazia deitada em uma grande pedra feita de corais. O ser azul que dormia abre apenas uma de suas grandes orbes ao sentir as Auras em conflito na sua morada.


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