Redenção

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    Capítulo 3

    Seu amor é minha página virada

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Spoiler, Violência

    O sol nasceu trazendo uma manhã muito mais clara e iluminada para a Vila do Som, e essa luz transpassou a janela e atingiu o rosto do Uchiha, então ele abriu os olhos por debaixo da coberta sobre o sofá.

    Olhou ao redor e percebeu tudo no mais absorto silencio.

    Pelo visto a cerejeira ainda não havia levantado.

    Se pôs bem mais disposto que a manhã anterior já que havia conseguido dormir algumas horas a mais dessa vez.

    Ajeitou seus papeis sobre a mesa de centro, arrumou o sofá e subiu para fazer sua higiene.

    Enquanto ia para o banheiro olhou para o quarto e viu a porta fechada, continuou seu caminho.

    Quando desceu resolveu providenciar o café da manhã.

    Assim que terminava de picar uma maçã sentiu a presença seguida de batidas na porta.

    Franziu o cenho e largou a faca sobre a bancada.

    Assim que abriu a porta o viu.

    -Vim acompanhar a Haruno-sama.

    -Ela ainda não se levantou.

    -Então eu espero.

    Sasuke ergueu uma sobrancelha e fechou a porta.

    Suspirou e olhou para as escadas, ainda podia sentir a presença do ninja.

    Subiu e parou diante da madeira escura, girou a maçaneta e notou que a mesma só estava encostada.

    Viu a rosada deitada na cama cercada de papeis, estava com a mesma roupa da noite anterior apenas com um longo casaco por cima.

    O Uchiha se aproximou e a chamou.

    -Sakura.

    Ela nem se mexeu

    Então ele se inclinou e tocou no braço mal posicionado ao lado do rosto da cerejeira.

    -Sakura.

    Ela se remexeu mas não despertou.

    Sasuke girou os olhos e se inclinou mais, segurou com força no braço e a balançou.

    -Sakura!

    Então os olhos verdes se abriram.

    E deram de cara com o olho negro e o outro mal tampado pela franja.

    Ele estava bem próximo, mas num impulso se levantou ficando ereto.

    -Aquele homem está lá embaixo.

    -Homem? Que homem?

    Ela se ergueu e se sentou se espreguiçando como uma gata.

    Então como um estalo ela se lembrou.

    -Sano! Droga, eu perdi a hora!

    Se levantou apressada juntando os pergaminhos sobre a cama e retirando o longo casaco.

    -Não devia ter ficado fazendo esses relatórios até tão tarde.

    Dizia já se encaminhando para o banheiro.

    Sasuke apenas observou a cerejeira sair em disparada.

    Então saiu do aposento deixando a porta aberta

    Poucos minutos depois ela já estava vestida e descendo as escadas.

    Ele havia voltado a cortar as frutas.

    Sakura passou por ele, pegou duas maçãs e saiu da cozinha.

    -Não vai tomar café?

    -Não dá tempo.

    E após calçar as botas ela abriu a porta e saiu.

    Sentiu o chakra dos dois do lado de fora e depois de um tempo irem se afastando aos poucos.

    -Ai! Droga!

    O moreno mal notou quando o fio da faca foi além da fruta, somente quando atingiu seu dedo e a ardência começou. Abriu a torneira da pia e colocou o dedo debaixo da água.

    Onde estava com a cabeça...

    -Bom dia Sano.

    -Bom dia Haruno-sama.

    -Só Sakura.

    Então a rosada deu uma mordida na maçã em sua mão e lançou a outra ao moreno ao seu lado.

    Ele a segurou no ar e a encarou.

    -Não tive tempo de tomar café da manhã, e com certeza você levantou muito cedo.

    Ele continuava segurando a fruta enquanto a cerejeira já ia para sua segunda mordida.

    -Não se preocupe, guarde pra depois, meu antigo sensei também usa máscara, eu entendo que não queira ou não deva mostrar seu rosto, ele só foi comer na nossa frente depois de deixar o cargo de kage.

    O ninja pareceu relaxar um pouco e passou a caminhar junto a rosada.

    Sakura e Naomi continuaram fazendo uma vistoria por toda a área do centro médio, olhavam os suprimentos, eram escassos, muitas coisas eram improvisadas da floresta ao redor.

    -Sakura...seu marido está bem?

    A rosada direcionou o olhar do frasco em sua mão para a jovem a seu lado

    -Sasuke não é meu marido, é apenas meu companheiro de missão.

    A outra lhe pareceu surpresa.

    -Desculpe.

    A cerejeira voltou a olhar para o frasco

    -Tudo bem, você não sabia.

    Após alguns instantes em silencio ela lhe questionou.

    -Porque ele não estaria bem?

    Naomi ajeitou a prancheta entre os braços

    -Devido ao mal-entendido no galpão de treino, pelo que ouvi de alguns ninjas ele foi atacado.

    Sakura direcionou o olhar para ela.

    Sasuke parecia perfeito quando chegou em casa na noite anterior.

    Seu relacionamento com o moreno tinha regredido muito, eles mal se comunicavam e ela até já esperava por isso, depois de tudo ele voltou para seu casulo instransponível para se proteger...para não sofrer novamente ...

    -Ele está bem.

    A jovem sorriu.

    -Parece que ele não levantou um dedo e outro se cansou de ataca-lo ficando sem chakra, os ninjas daqui só falam disso, a fama dele é verdadeira.

    Sakura deixou o frasco sobre a bancada branca e pegou outro.

    -Muitos aqui ainda tem resistência com a vinda dele pra cá, mas acho que depois dessa ele calou de vez a boca dessa gente.

    Naomi falava e anotava na prancheta os dados do frasco que Sakura tinha entre os dedos.

    -E você, acha uma boa ideia termos vindo pra cá?

    Sakura perguntou se virando para a jovem.

    Ela parou de escrever e encarou a rosada.

    -Se Katsuo-sama acha uma boa ideia, então eu também acho, e além do mais, vocês ajudaram a salvar o mundo na última guerra...não há dúvidas quanto a suas intenções.

    Sakura lhe deu um gentil sorriso, largou o frasco e partiu para outro.

    -Pelo visto vocês tem mais venenos que remédios.

    -Essas são as únicas coisas que encontramos aqui.

    Sakura suspirou, quando mais tempo passava ali mais percebia que Oto estava absurdamente atrasada em termos médicos.

    Assim que chegou ao galpão de treinamento um silencio aterrador se fez presente, mais uma vez Hiroki estava ao seu lado.

    A medida que eles passavam os ninjas iam parando de lutar.

    Saberia que as consequências do ocorrido do dia anterior chegariam, e elas foram ainda mais negativas.

    Pode ouvir um garoto, praticamente uma criança dizer em um sussurro

    -...eu não vou ser analisado e treinado por ele.

    Então de repente todos eles se puseram erguidos e em fila.

    Katsuo Sugimoto passava pelas enormes portas de ferro do galpão.

    Atrás dele vinha Sano.

    -Soube que houve um mal-entendido aqui ontem, gostaria de explicações.

    Ele direcionava a palavra aos ninjas em fila.

    Ninguém se pronunciou.

    O mais velho suspirou.

    -Sendo assim terei de tomar providencias a partir do que chegou aos meus ouvidos, atacar um ninja convidado a nossa vila, um ninja aliado, que está aqui para fazer de vocês guerreiros melhores é considerada uma falta grave, e eu não posso deixar passar...

    Então ele direcionou o olhar a Aoki.

    -Aoki, você está dispensado dos seus serviços, por favor, pegue sua irmã e deixe nossa vila o quanto antes.

    O ninja arregalou os olhos.

    -Mas Katsuo-sama...

    -Atacar Sasuke Uchiha é atacar Konoha, já que ele está aqui como representante de sua vila, não podemos nos dar ao luxo que isso chegue ao conhecimento do Hokage, que a proposito é amigo pessoal de Uchiha-sama, ele é atacado quando deveria ser bem vindo pela vila que  já tem um histórico manchado com a Folha.

    -Mas...  o outro tentava argumentar

    -Nada de mas Aoki, você já ouviu minha decisão.

    O ninja olhou para Sasuke que nada dizia.

    -Hai, Katsuo-sama.

    Quando ele deu o primeiro passo para fora da fila, Sasuke se virou para Katsuo

    -Creio que não há necessidade disso Katsuo, deixar este ninja me atacar fazia parte de meus métodos de observação, assim consegui ter uma ideia do nível de treinamento de seus ninjas mais avançados.

    Então direcionou levemente seu olhar para Aoki e completou.

    -Em momento algum me senti ameaçado.

    E depois voltou a pousar sobre o mais velho.

    Os outros na fila se encararam sem nada dizer.

    -Imagino o nível de destruição que poderia ter acontecido se tivesse se sentido.

    -Não, não imagina.   O Uchiha completou.

    Katsuo sorriu para Sasuke e se direcionou para Aoki.

    -Já que foi assim, espero que as tensões tenham acabado.

    Ele olhou para os ninjas em fila

    -HAI!

    Disseram em coro.

    -Aoki, volte para seu posto.

    -Sim, Katsuo-sama.

    O outro voltou firme para seu lugar na fila.

    O mais velho então se aproximou de Sasuke e disse com a voz baixa

    -Boa sorte.

    Disse por fim já se encaminhando para as portas de metal.

    O Uchiha então se virou e viu os ninjas em fila, eles permaneciam da mesma forma, Sasuke sabia que estavam engolindo sua presença ali, e sabia que tinha que treina-los, torna-los fortes, mas eles tinham uma fraqueza...uma que fora a sua própria, o ódio.

    Então começou.

    -Sei que vocês têm muita raiva de Orochimaru e por consequência disso...de mim.

    Ele caminhou olhando para as feições dos ninjas enquanto falava.

    -Mas para serem fortes, fortes de verdade, tem de vencer todo esse sentimento dentro de vocês.

    A maioria deles olhava pra frente, sem encará-lo, apenas alguns ganharam sua atenção.

    -Sim, eu fui discípulo da cobra, como disseram...estudei a fundo sobre elas, não para ser aliado dele, mas para derrota-lo.

    Então ele fez os selos com as mãos, mordeu levemente o polegar e fez a invocação.

    Uma enorme e branca cobra surgiu silvando com sua língua roxa bifurcada.

    Muitos caíram pra trás, os mais fracos correram e alguns apenas arregalaram os orbes.

    -O primeiro que conseguir me acertar daqui de cima será selecionado para o grupo de elite.

    Os que estavam caídos se levantaram.

    Alguns estreitaram o olhar.

    -Já é hora de acabarem com todo esse medo de cobra!

    Completou por fim e sorriu sutilmente com a lateral dos lábios.

    Era como andar ao lado de um poste, mas não se incomodava realmente, ela era acostumada ao silencio no fim das contas, aprendeu a apreciá-lo.

    -Boa noite Sano.

    -Boa noite Sakura.

    Ele se virou e ela viu a figura esguia se afastando.

    Abriu a porta e retirou os sapatos.

    -Tadaima

    Não ouviu nenhuma resposta.

    Olhou ao redor e não notou a presença de Sasuke, então subiu as escadas e constatou estar sozinha, já era tarde, chegou praticamente no mesmo horário do dia anterior, provavelmente o Uchiha ficou agarrado em suas próprias tarefas.

    Entrou no banheiro e retirou as peças. Estava cansada. Olhou para o chuveiro mas por fim outra região lhe pareceu bem mais tentadora.

    Entrou na casa e deixou a capa sobre o pequeno mancebo e retirou os sapatos, fazia tudo automaticamente, estava exausto, gastara uma quantidade absurda de chakra ao longo do dia treinando aqueles ninjas.

    Eles dariam trabalho...

    Olhou ao redor, estava tudo no mais profundo silencio.

    Não viu a rosada então supôs que chegaria tarde como no dia anterior.

    Subiu as escadas e se encaminhou para o banheiro, abriu a porta já retirando a camisa.

    Então os olhos verdes caíram sobre ele

    E ele se sobressaltou

    -Sakura!

    Ela estava dentro da banheira, que na verdade nem poderia ser chamada assim de tão pequena que era, estava mais para um ofurô.

    Os cabelos rosados estavam presos no alto da cabeça mas alguns fios escorriam pelo pescoço, a agua com sabão...mas não o suficiente, como o Uchiha pode constatar brevemente, cobria até pouco acima de seu seios e parte de suas pernas que estavam dobradas.

    -Acho que acabei pegando no sono aqui dentro.

    Ela disse simplesmente e se remexeu.

    A agua se mexeu junto revelando mais do que já estava exposto.

    Sasuke sentiu seu sangue gelar

    Então se virou.

    Mas ela completou.

    -Não é como se você já não tivesse visto tudo!

    Seu corpo retesou.

    -Estou lá embaixo.

    E saiu, nem se deu ao trabalho de fechar a porta.

    Ainda com a camisa em mãos desabou sobre o sofá.

    Sentia aos poucos seu corpo voltar ao estado natural.

    Então instantes depois ela desceu pelas escadas, ele nem a olhou, subiu apressadamente e se trancou no banheiro.

    A agua ainda estava lá, dentro do ofurô, e enquanto se banhava no chuveiro pensava no corpo submerso da rosada ali dentro.

    Demorou um pouco para descer, mas por fim o fez, quando chegou na sala viu a rosada colocando uma travessa de salada sobre o balcão seguida de outra com frango e arroz.

    -O jantar está pronto.

    Ela disse simplesmente.

    Ele ainda ficou parado no pé da escada, demorou a se aproximar, após por um prato diante dele e os hashis ao lado o encarou.

    -Não queria te deixar constrangido lá em cima, me desculpe.

    Então pousou seu olho negro sobre ela que colocava um pouco de salada em seu próprio prato, pepino, alface, algumas rodelas de tomate...

    Ele nada disse

    Era muito estranho viver assim, a desejando e ao mesmo tempo com raiva. Ele sempre amou muito ou odiou muito, era estranho viver no meio termo.

    Quando foi pegar os hashis para se servir não conseguiu disfarçar a cara de dor.

    Sakura notou

    -Está tudo bem?

    -Tudo.

    Então ele os pegou novamente, mas o corte feito durante a manhã incomodava o ato.

    No instante seguinte a cerejeira estava do seu lado.

    -Deixa eu ver.

    Sasuke a encarou.

    Ela olhava para sua mão, exatamente para o dedo com o corte.

    -Não é nada.

    Sakura ergueu o olhar para o dele

    -Eu digo se não é nada.

    Notando ele ficar parado ela simplesmente capturou sua mão entre as suas e olhou para o ferimento.

    Ela estava perto...

    E o maldito aroma estava lá, com ela!

    -Não foi muito profundo mas pode infeccionar se não for tratado, como conseguiu um corte desses?

    O que ele responderia?

    Que estava distraído prestando atenção nela com aquele ninja?!

    -Me cortei com a faca hoje de manhã.

    Então mais uma vez ela ergueu o olhar e encontrou os orbes.

    -Precisa tomar mais cuidado.

    Disse

    Sakura tinha a mão de Sasuke entre as suas

    Ele percebeu a luz verde mas não se concentrou nela, apenas na sensação de calor e aconchego que vinha junto.

    Quando a luz se foi eles continuaram na mesma posição

    Mas surpreendentemente aquela sensação não passou...

    -Pronto.

    Então ela ia soltar sua mão mas o moreno não deixou.

    -Obrigado.

    Sakura tentou se afastar mas agora sua mão é que estava presa a dele.

    Ele a olhava de um jeito...

    Então ele se aproximou mais e fechou os olhos, aspirou o perfume que vinha da pele alva da lateral do rosto da rosada e dos cabelos ainda presos no alto da cabeça.

    Ela também fechou seus olhos.

    Céus...seu corpo parecia reconhecer o dele

    Sentiu os lábios de Sasuke tocarem a lateral de seu rosto, era como uma leve caricia.

    Iria ceder, sabia que iria.

    Então sussurrou

    -Sasuke não...

    Percebeu ele parar, mas não se afastar dela.

    -Porque as coisas tiveram que ser daquele jeito?!

    O Uchiha disse próximo ao seu ouvido.

    -Eu não sei, ela apenas foram.  

    Respondeu.

    Ele se afastou dela e encontrou os orbes esverdeados.

    -Você deveria ter sido verdadeira comigo Sakura...

    A rosada retirou a mão da dele com força.

    -E você deveria ter sido verdadeiro comigo Sasuke!

    Então foi para o outro lado do balcão, pegou os hashis mas os deixou novamente.

    Tinha perdido completamente o apetite.

    -Eu já te expliquei meus motivos. 

    Ele mantinha a voz baixa e ponderada e não soube o porquê mas aquilo a irritou mais.

    -E eu te expliquei os meus, você entende se quiser!

    Então passou por ele pronta para subir as escadas, mas no mesmo instante sentiu seu braço ser segurado.

    -Se você tivesse me falado a verdade...

    -Se...se, eu não vivo de se...se você não tivesse se casado, se não tivesse saído da vila, se seu clã não tivesse sido massacrado...eu vivo a realidade Sasuke, tento não me prender ao passado, as coisas são como elas devem ser, eu fiz a missão, eu dormi com um homem casado e destruí seu casamento por conta disso, eu traí sua confiança, não me sinto bem com isso mas está feito! Agora só me resta conviver com esse fato.

    Ele ainda segurava o braço da cerejeira.

    -Por que Sakura..porque você aceitou aquela maldita missão?

    A rosada ainda o encarava.

    -Você sabe o porquê.

    -Eu quero ouvir de você.

    Mas ela ficou em silencio, podia sentir o peso do olhar do Uchiha sobre si, mesmo assim o sustentava.

    -O fato de você estar vivo responde sua pergunta.

    Levou sua outra mão ao braço que Sasuke segurava e retirou a mão dele de lá.

    -Boa noite.

    Se virou e subiu as escadas apressadamente.

    O Uchiha se manteve no mesmo lugar mesmo após ouvir a porta do quarto sendo batida.

    CONTINUA...


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