Meu amor...

“Meu amor, deixe-se para trás

A batida dentro de mim

O deixa cego

Meu amor, você é a favor da paz

Você estava tentando tanto

À libertação

Você deu tudo

Para o chamado

Você se arriscou e

Caiu por todos nós

Você veio atenciosamente

E, em seguida fielmente

Você me ensinou a honra

Você fez isso por mim

Esta noite você vai dormir para sempre

Você vai esperar

Por mim, meu amor

Agora eu sou forte

Você me deu tudo

você deu tudo o que tinha

E agora eu estou em casa

Meu amor, veja o que você pode fazer

Estou consertando

Eu estarei com você

Você pegou minha mão

Adicionou um plano

Você me deu seu coração

Pedi-lhe para dançar comigo

Você amou honestamente

Fez o que você poderia liberar

Eu sei que você está feliz em ir

Eu não vou aliviar esse amor”

“-O que estou fazendo aqui?”

Era o que a rosada mais se questionava desde o momento em que leu o nome de Konoha naquele papel.

“Uma Yuwaku não ama, seduz, seu corpo é sua arma e seus sentimentos sua fraqueza.

“Devem seduzir qualquer um. Pode ser seu amigo, seu parente, qualquer um, tudo pelo bem da missão.”

“Qualquer um pode ser um alvo, basta estar respirando, e é função de uma Yuwaku garantir que não estejam mais! ”

“A beleza de vocês deve ser sublime, devem atrair o alvo com o corpo, com a mente, com tudo que tiverem disponível, vocês vão aprender a seduzir com o olhar, com a voz, com o silencio...vão aprender a se disfarçar para agradarem a todos os gostos, vão aprender a enlouquece-los sem toca-los, e quando toca-los vão leva-los ao extremo, ao êxtase, tirando assim todas as informações necessárias para a missão.  Sejam damas, sejam putas, sejam submissas, dominadoras, sejam tudo que eles quiserem, menos vocês mesmas.”

“Os deixem loucos ao tê-las, ou ao não tê-las”. 

“Yuwakus não choram, nunca.”

Ela era uma Yuwaku, e no momento que descobriu quem seria seu alvo, amaldiçoou a organização, os Kages, seu destino e até a si mesma...

Aquele nome a perseguia a vida toda...aquele maldito nome

Uchiha Sasuke

Mas ele também era amaldiçoado no fim das contas, afinal, ele era seu alvo.

Ficou horas lendo aqueles pergaminhos na sala de sua casa, tentando entender o motivo, por que?

E quanto mais ela lia mais achava absurdo e mais raiva das nações aliadas sentia. Sua missão era descaradamente trair sua vila, seu melhor amigo e Sasuke...

Quando o loiro surgiu em sua casa naquele mesmo dia a convidando para um encontro com seu antigo time teve ganas de dizer tudo a ele ali mesmo, mas não o fez, precisava ser sensata, ter calma e pensar, afinal as consequências se caso algo saísse errado poderiam ser desastrosas, a paz entre as nações poderia se romper, se Naruto ou Sasuke soubessem suas reações poderiam causar um abalo de proporções catastróficas para todos, ela teria quer ter o sangue frio, e um plano.

E quem melhor para ajudá-la do que seu ex sensei? Aquele que nunca a abandonou.

Assim que o ex hokage a escalou para a ser uma Yuwaku não a deixou a mercê da organização. Mandava seus cães sempre que podia para se encontrar com a rosada e saber de seu estado, tudo sempre com o maior sigilo possível.

Assim ele sabia como era o funcionamento da organização, das missões, Sakura compartilhava tudo com ele, e o ex kage a ajudava no que podia, inclusive nos contatos para chegar ao senhor feudal que seria a missão inicial da rosada e a tornaria uma sedutora.

Kakashi soube em primeira mão que Sakura estava indo para Konha, e quando ela chegou, o que fora fazer lá...

E juntos eles bolaram um plano.

A Haruno não era uma Yuwaku comum.

Seus disfarces eram feitos exclusivamente na base do controle de chakra, além disso, a rosada tinha uma regra só sua, jamais chegar as vias de fato com nenhum deles.

Eles a beijavam e a tocavam, mas ela fazia questão de seduzi-los ao ponto de estarem tão entregues que nem percebiam quando ela usava o veneno que lhes tiraria a vida, as vezes esses vinham nos beijos que ela os dava, por vezes preso em um brinquedo de algum jogo sexual pervertido que algum deles gostasse, já esteve até em sua pele quando um deles a lambeu...

Sakura tinha de ser metódica para ter o controle da situação, ter resistência ao veneno e saber o antidoto.

Por isso tinha de ser boa, tinha de ser a melhor, deixá-los envolvidos ao máximo, estudá-los, entende-los.

Mas com o Uchiha não seria tão fácil, afinal eles se conheciam a vida inteira, com ele ela teria de entrar mais fundo

Bem fundo

E aquilo a perturbou, não pode negar

Tentou dar uma chance a organização

Tentou escapar daquela situação mas a resposta que recebeu foi curta

“Você foi a escolhida, apenas faça”

Kakashi concordou com eles, ele foi Hokage afinal de contas, entendia a lógica dos mesmos.

Sasuke não deixaria ninguém desconhecido chegar perto o suficiente.

E alguém desconhecido não o pouparia

Ou ele não pouparia esse alguém.

E as consequências de qualquer uma dessas situações...não gostariam nem de pensar.

Então reuniu forças, coragem e seguiu com o plano.

Não se espantou quando o próprio Sasuke apareceu em sua sala, afinal ele foi especificamente convocado para a missão da Vila da Nevoa, a missão de eliminar Hiroshi Takashi, não entendeu de imediato por que logo o Uchiha havia sido chamado para aquele tipo de trabalho, mas depois compreendeu, ele deveria vê-la em ação, fazia parte do plano.

Os filhos da mãe pensavam em tudo.

O Uchiha era um ninja, haviam formas de se atrair a atenção de um ninja, e nada como ver a antiga companheira naquela condição.

E ele caiu.

Eles sempre caiam afinal de contas.

Sakura não precisou criar uma oportunidade, ela surgiu bem diante de si, a prótese!

Lembrava-se com perfeição em como se sentiu quando viu que o moreno já estava com o braço quando voltou para Konoha após mais uma de suas missões médicas.

“ -É um protótipo, porque Shizune ainda não a trocou?”

“-Volte daqui a dois dias, vou me inteirar do que Tsunade e Shizune deixaram pronto.”

E sim, ela se inteirou, foi a fundo no porquê de o moreno estar usando um simples protótipo, muito inferior ao que foi colocado em Naruto sendo que ela e Tsunade haviam desenvolvido um modelo perfeito pra ele.

E descobriu.

Enfraquecê-lo

E sua revolta aumentou.

E um instinto protetor surgiu dentro dela.

“-Queria te agradecer pelo fez pelo Sasuke o ajudando com a prótese nova, seu talento é indescritível e condiz com sua fama.

-Não tem porque agradecer, não fiz mais que meu trabalho.”

Devia manter-se afastada de qualquer um que mantenha um vínculo com o alvo e possa comprometer a missão, e a esposa era alguém que poderia fazer tudo  ruir.

Não sentia orgulho em nada que deveria fazer, aquela ninja heroína de guerra, aclamada e ovacionada parecia algo muito distante de sua realidade.

Percebeu que precisaria de mais ajuda, uma ajuda interna e específica, de alguém que fosse frio de sentimentos como ela deveria ser, que olhasse além do ato em si mas do bem maior que seria feito.

Então foi atrás do ex companheiro de equipe, Sai.

Ele foi bem explicito ao dizer que ela sairia machucada daquilo tudo.

Ela disse que não se importava, o importante era a vila.

Era Naruto

-E Sasuke.  Ele completou em sua sala tarde da noite

-Todos.  Concluiu.

E assim a missão se iniciou.

Estava irritada e não ligava para o evento de celebração da paz que aconteceria na vila, afinal aquela paz não existia,  ela estava ali em missão em seu próprio lar e aqueles mesmos kages que festejavam a pediam para ir contra Konoha.

Mas sabia que tinha alguém com quem podia contar.

Ela tinha esperanças em Gaara, no dia da festa Sai foi frio e afinal podia compreende-lo, não o culpava, ela havia dito a ele que cumpriria com tudo até o fim.

Custe o que custar.

Ele insistia que o preço poderia ser alto demais.

Ela sabia que era.

Enquanto caminhavam o ruivo sussurrou no ouvido da rosada.

“-Parece que valeu a pena ter enfrentado uma tempestade areia. ”

Ela sorriu e o encarou.

“-Farei com tenha valido. ”

Precisava do apoio do kage de Suna para os planos que tinha.

O ruivo havia acompanhado o desenvolvimento da rosada de perto a pedido de Kakashi, que não poderia fazê-lo por estar deixando o cargo de Hokage, então inevitavelmente ele acabou se sentido atraído por ela.

“-Não pense que eu concordei com tudo isso, fui totalmente contra. ”

“-Então porque não disse nada? “Ela o questionou.

“-Eu disse, fui bem claro que se algo acontecesse a Konoha a Areia ficaria do lado dela. ”

“-Eu pedi minha baixa da missão mas...”

“-Mas eles a acham perfeita pra ela. E infelizmente, você é.”

A rosada se virou e suspirou.

“-Naruto vai me odiar quando descobrir, nunca vai me perdoar. ”

“-Sabe que a qualquer momento pode sair da organização, eu te ofereço proteção, minha oferta continua de pé. ”

Gaara havia oferecido proteção para Sakura em Suna, caso ela decidisse sair da organização, o que era contra as normas, ninguém saia, elas sabiam demais, haviam feito coisas demais.

“-Sabe que não posso. ”

“-Está se arriscando demais. ”

Caso algum membro descobrisse...

A Haruno estava pondo a própria vida em risco.

-Se eu não fizer, ninguém mais fará.

Ele lhe sorriu e tocou em seu queixo levantando seu rosto.

“-Sabe que pode contar comigo, para o que precisar. ”

Gaara ajudou, muito, sempre...

Ele a auxiliou quando pediu para que ajudasse com os testes, com tudo que envolvesse a libido, a exposição de seu corpo, como atender os desejos, a vergonha...

Ele a desejava, quando ela lhe enviou um pergaminho contando seus planos de expor a organização e os kages, de início foi contra mas acabou achando que já era hora de aquilo ter um fim.

Já era hora deles pararem de fingir que estava tudo bem e fazer com que  mulheres usem seus corpos para o trabalho sujo, Gaara nunca ficou confortável com isso, muito menos com Sakura fazendo isso.

Ele sabia que nunca poderia tê-la mas isso não significava que ela e o ruivo não poderiam aproveitar a seu modo.

Ela era uma Yuwaku afinal, e elas não amam e não se envolvem com ninguém, e a rosada levava essa regra à risca.

“-Abra as pernas”

O ruivo sabia que após aquela missão, nunca mais estaria com a rosada, não daquela forma.

Ele se aproximou deixando a bebida sobre a mesa e se ajoelhou diante da cerejeira que ainda mantinha as pernas afastadas.

Tendeu a levar a mão até aquela parte, tão rosada...

-Só os alvos podem tocar, você sabe.

Sakura disse pausadamente

-Então você deixará ele a tocar...

Sakura ficou calada

-Ele nunca iria saborear você como eu

Era uma constatação do ruivo.

-Ele é um alvo.

A rosada fechou as pernas.

Então Gaara se levantou e se afastou.

Pegou o manto de kage e jogou sobre ela

-Me conte todo o seu plano.  Ele disse por fim.”

Olhava para suas mãos, seu ex sensei apenas a observava.

“-Você é a melhor, sabe disso. ”

“-Você ainda insiste nisso”. A rosada direcionou o olhar para ele.

“-Se não tivesse plena certeza disso não estaríamos aqui agora. ” Ele se levantou e buscou dois copos, o liquido transparente não demonstrava o que poderia ser mas o cheiro de sakê era inegável.

Ele estendeu o copo a ela mas a mesma recusou.

“-Eu não bebo em serviço. ”

Então se levantou e respirou fundo.

Antes de se despedirem ele lhe sorriu confidente.

Ela tentou retribuir.

Ajeitou as roupas no corpo e se direcionou para a saída, antes de destrancar a porta Kakashi a chamou.

“-Sakura....”

Ela direcionou apenas seu olhar para ele.

“-Saiba que estarei aqui, sempre. ”

Então destrancou a porta, a abriu e saiu.

Mais uma vez ela se encontrava com seu ex sensei, seu suporte na Vila, precisava ouvir dele que ela tinha de fazer o que tinha de fazer.

E ela faria.

O Hatake foi o que mais a aconselhara a não dormir com os alvos, a usar de outras artimanhas.

E ele viu que organização podia se rebaixar mais

Ele ajudaria sua ex aluna a cumprir sua missão.

Seduzir Sasuke Uchiha

Eles sabiam da antiga relação de companheiros dos dois, e que somente a rosada conseguiria chegar perto o suficiente do moreno

Ambos quebraram a cabeça, discutiram e decidiram que salvariam o moreno e tirariam qualquer suspeita de sobre o mesmo, e Sakura teria de ir até o fim pra isso.

E ela tentava não se quebrar para poder realizar essa missão

Só precisaria encontrar o momento certo...

Ouviu um burburinho do lado de fora de sua sala, teria que dar mais um passo, um passo além, estaria com o Uchiha a poucos instantes, talvez fosse a hora...

Sabia que o mesmo já havia chegado, podia sentir seu chakra

Se levantou e abriu a porta

Deu de cara com a esposa do mesmo

Sentiu o bolo no estomago.

Mas por coincidência ou obra do destino, naquela noite ela parecia que estava colaborando com seus planos

“-Sakura-chan, desculpe, estávamos fazendo barulho na frente do seu consultório. ”

“-Tudo bem, não tem problema”

“-Só vim dizer ao Sasuke-kun que ficarei de plantão a noite toda, não precisa me esperar. ”

Ela lhe sorriu e se direcionou para Sakura.

“-Cuide bem dele pra mim Sakura-chan.”

Sentiu um certo amargor na boca e adentrou novamente no consultório

Teve um lapso de consciência, tentou fazê-lo se afastar, pensar na esposa...

“-Você é um homem casado, não se esqueça disso.”

“-É isso que me impede de arrancar suas roupas e possuir você em cima dessa mesa.”

Ela sentiu um arrepio ao ouvir essas palavras.

Como seria? Como seria ter o moreno sobre aquela mesa? Quantas vezes não chorou por ele ali mesmo.... Como seria tê-lo nem que fosse dessa forma tão baixa?

Sabia que o que estava fazendo era arriscado mas mesmo assim tentou abrir os olhos do Uchiha

“-O que você sente por mim é simples desejo, você me viu em missão e está confundindo as coisas.”

Talvez ele caísse em si e visse que era um bom homem, que não cairia nas garras de uma Yuwaku

Mas foi em vão

“-Eu simplesmente não consigo não me importar e não pense que não tentei.”

Outros homens já lhe disseram palavras parecidas, mas saídas da boca dele...

Simplesmente não podia, então o dispensou, talvez houvesse outra forma, outra menos baixa, menos vil...

“-É melhor você ir.”

Uma das regras máximas da organização era que as missões, independentemente de quais fossem, deviam ser cumpridas, afinal elas eram de vida ou morte e caso a Yuwaku não pudesse ou conseguisse executa-la, deveria ser eliminada.

Ela precisava seguir o plano à risca, Kakashi, Gaara,... eles que eram ninjas da estirpe mais alta acreditavam em sua eficácia, então porque ela própria não conseguia?!

Por que ficava tão fraca e inútil perto dele?

Ela não era mais assim...

Então juntou forças e foi atrás dele

E quando o viu sentiu novamente o bolo na garganta

“Seja forte”

Era seu mantra

Ela entrou na casa

Ela seguiu seus instintos e seu coração

Faria pela sua vila, faria por ele

E que um dia ele pudesse perdoá-la

E então se amaram no chão da sala da casa dos Uchihas.

Há alguns anos atrás sonhava em como seria estar nos braços dele, ser beijada, acariciada, sentir sensações antes desconhecidas pra ela, tudo junto com ele, mas agora tudo que sentia era um vazio.

Mais uma vez se refugiou nos conselhos do ex sensei, mas não encontrou amparo lá, o que achou foi uma constatação feita pelo mesmo que ela se recusava a escutar.

O copy ninja insinuou que a cerejeira ainda nutria sentimentos pelo ex vingador, por isso estava tão perturbada, que ela havia gostado de passar a noite com ele, só não admitia para si mesma.

E aquilo fora demais para ela.

Saiu da casa do ex sensei em fúria, dando de cara com a última pessoa que desejava encontrar naquele momento. Desviou dele e desceu as escadas apressada, precisava sair dali.

Não queria confrontá-lo tão cedo, necessitava ter a cabeça fria e seus atos calculados, mas para sua surpresa seu ex companheiro não pensava o mesmo.

Sai havia convidado o Uchiha e a esposa para o encontro em sua casa, teve vontade de socar o ex colega de time, ela sabia o que ele estava fazendo , colocando-os cara a cara com a rosada, ela tinha sido clara com ele, seguiria o plano, Sai mesmo concordando em ajuda-la não ia muito de acordo com os métodos.

Ele fazia a rosada se lembrar que o Uchiha tinha uma esposa.

Mas não é como se ela se esquece disso.

Ela nunca se esquecia...isso nunca saiu de sua cabeça nos últimos 3 anos.

Então quando a senhora Uchiha anunciou a gravidez, Sakura sentiu uma volta no estomago.

Engoliu toda a bebida na taça para garantir que o bolo voltasse para seu lugar de origem.

Não, não tinha nojo daquela gravidez, tinha nojo de si mesma.

Quando entrou para a organização das Yuwakus achou que realmente não precisaria mais ter contato com Konoha, mas agora a própria organização a jogava de volta naquela vila.

A fazia dar de cara com seus próprios demônios.

E Sasuke era um deles

Se sentia testada a todo instante, a cada passo, a cada respirar.

Se sentia testada a não trair tudo aquilo que acreditava ser certo.

Teria que ter coragem e força, muita força para ir até o fim.

Ele merecia ter sua família...ele merecia viver livre de suspeitas.

Mas então outra oportunidade apareceu quando sua amiga precisou tirar uma licença devido ao mal estar da gravidez,  Ino foi clara ao dizer que Sasuke e Akemi eram seus pacientes e a rosada ao responder que  não se importava, e não se importaria, precisava de dados, de informações sobre ambos.

Quando soube das antigas gestações fracassadas, Sakura foi pesquisar a fundo qual era o problema, e quando descobriu, não se sentiu confortável.

Sasuke não conseguiria ter filhos com a esposa

E pelo que descobriu talvez com nenhuma mulher.

E também descobriu como foi o pedido de casamento, como ele foi rápido, como foi simples...

E ela recorreu mais uma vez ao fundo de sua mente, de seu treinamento.

“Força”

Ecoava seu mantra.

Seu único companheiro

Então ele veio cheio de explicações

Mas ela não as queria

Não precisava mais delas

A Sakura de anos atrás sim, mas essa não as queria, seria tudo mais fácil sem elas

Mas quanto mais ele falava mais ela sentia uma fúria reprimida crescer

E então ele disse

“Eu amava você.”

Aquilo foi demais, quando deu por si já havia lhe estapeado

Sentiu que havia perdido o controle, quando estava perto dele era sempre muito difícil se manter focada na missão que precisava cumprir.

Que fosse qualquer um sua missão, menos Sasuke...

 Refletia sobre a frase que ele disse, que a amava...Uchihas e seu amor torto

Mas então naquela noite ela ouviu as batidas na porta, e ele estava lá, e então a confrontou, e mais uma vez ele dizia coisas que ela não precisava saber.

Ele disse que partiria e não voltaria, se ela assim quisesse...

Mas ele não podia partir, ela precisava dele próximo, precisava cumprir sua missão

Precisava dele...

E então aconteceu novamente

E eles se entregaram aquele desejo

Era tão errado mas ao mesmo tempo parecia tão certo...

E ali ela soube que tudo que ele fez foi para protege-la dele, de seu passado sombrio, de seu clã, de seu poder...

Deus, mal sabia ele que ela estava ali justamente pelo seu poder.

Sentiu raiva, sentiu desejo, sentiu-se arder, tudo naquela noite e ali ela teve plena certeza que muitas pessoas sairiam machucadas daquela missão.

Ele a quebrava, mas de algum jeito a recolhia e fazia florescer novamente

“-Eu sou fraco sem você...”

E uma sensação familiar a dominou

Então sentiu algo que a muito não sentia...medo.

Medo daquela sensação, daquela familiaridade.

Não podia se manter longe de Sasuke

De seu “Sasuke-kun” como dissera aquela noite.

Pelo bem da missão

Pelo bem de todos.

Estar com ele já não era algo a atormentá-la, e então se viu levemente ansiosa ao pensar nele, e quando ele a olhava com aquele olhar...a querendo, a desejando, sussurrando seu nome...agarrava-se ao troco daquela árvore de magnólias como se resgatasse algo, como se naquela árvore onde Sasuke havia selado seu matrimonio com outra mulher ela estivesse se afogando por todo esse tempo e agora finalmente estivesse respirando novamente.

Mas ao entrar na casa do amigo e encontrar o olhar de Naruto ela soube, nunca deveria nutrir nenhum fio de esperança, nada de bom sairia daquilo.

Sai já havia colocado sua parte do plano em ação deixando o Hokage em alerta sobre a organização das Yuwakus e o loiro se dispôs a investiga-las, Gaara também já havia marcado a reunião com os kages para discutirem sobre a missão de Konoha, chamando o Hokage sem o conhecimento dos outros.

Enquanto arrumava suas coisas para finalizar sua missão, reparava em como provavelmente seria a última vez que estava fazendo cada um daqueles atos

Seu peito estava apertado, mas ela faria, iria até o fim, por sua vila, por seu amigo, por Sasuke...e por ela

Ele apareceu em sua sala, esperava por ele, já sabia que ele sairia em missão e qual era ela... e aquilo a atingiu de uma forma que não esperava, por que ela sabia que ele não seria o mesmo quando retornasse, e que todas as palavras afetuosas, o zelo, o carinho, nada disso existiria mais.

Então se deixou levar.

E sentir tudo aquilo, pela última vez.

“-Na primeira vez que nos beijamos você disse que que queria arrancar minhas roupas e me possuir aqui em cima. 

-Tenho esperado por isso desde então.”

Ela ansiava por ele, pelos toques, pelos beijos, pelos sussurros, gemidos...

Então se permitiu sentir como Sakura, somente Sakura, não como Yuwaku, não como ninja, mas apenas como uma mulher, que estava ali com o homem que amou durante toda a vida

E que agora dizia que a amava, no pior momento de sua vida, na pior situação

Ele sempre a amou

E sempre iria amar

Fechava seus olhos, não queria ouvir aquilo, não queria ter de conviver com aquilo...

Foi quando ele a encarou bem fundo, quando estava dentro de si, totalmente preenchida, coberta por aquelas sensações e emoções, quando sentiu seu peito falhar uma batida que se permitiu dizer depois dos inúmeros pedidos dele

Ele precisava saber o que ela fez

Acima de tudo, agora entendia

Tudo se encaixava perfeitamente

Aceitou ir para Konoha, aceitou o Uchiha como missão, foi total completa e absolutamente...

Por amor

E foi no encontro de seus corpos, no ápice de seu desejo que ela disse

Finalmente disse...

“-Eu te amo...”

CONTINUA...