A Outra

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    Capítulo 14

    Meu coração está se despedaçando pelos seus erros

    Adultério, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

    Nunca antes teve de se tão metódica, ter o sangue tão frio...

    “(...)- Sasuke e eu também vamos ter um bebe”

    Trabalhava de uma forma tão robótica nos dias que se passavam que deu graças por nenhuma outra emergência aparecer.

    Precisava pensar.

    Refletir.

    Quando entrou pra organização das Yuwakus achou que realmente não precisaria mais ter contato com Konoha, mas agora a própria organização a jogava de volta naquela vila.

    A fazia dar de cara com seus próprios demônios.

    Isso a fazia se lembrar do treinamento, da missão passada para se formarem no treinamento.

    Todas deveriam mirar alto.

    E perderem suas virgindades.

    A maioria se fixou em ninjas com altos cargos, mas Sakura mirou mais alto, um Kage? Não...mais alto, o novo senhor feudal do país do Fogo, de seu país.

    A diferença é que esses deveriam sair vivos

    Elas deveriam ser dissimuladas, astutas, sorrateiras.

    E ela conseguiu, afinal de contas, ela fez, pelas nações ninjas, ela fez.

    E partiu para as vilas, vilarejos, aldeias, todo o lugar, mas dessa vez para matar, afinal esses alvos não deveriam sair vivos.

    Mas agora, ali em Konohagakure, ela parecia estar novamente em sua missão teste.

    Se sentia testada a todo instante, a cada passo, a cada respirar.

    Se sentia testada a não trair tudo aquilo que acreditava ser certo.

    Teria que ter coragem e força, muita força para ir até o fim.

    Então um dia, enquanto se encaminhava para sua sala, a rosada pode ver o senhor e senhora Uchiha entrando no consultório de Ino.

     Sakura não estranhou, afinal a amiga era uma ótima médica.

    Na semana que se passou a Yamanaka precisou tirar uma breve licença devido ao mal-estar da gravidez, e Sakura ficou encarregada de seus pacientes.

    Ninguém achou ruim, afinal, ela era a melhor medica- nin.

    Ino já havia reduzido bastante seu número de atendimentos, então a rosada não se importava em pegar os casos dela, mas naquela tarde, quando viu quem seriam seus pacientes fez questão de repassar em sua mente cada detalhe do treinamento sobre Yuwakus não terem sentimentos.

    Então ela foi anunciada e entrou em sua sala.

    -Boa tarde Sakura-chan.

    -Boa tarde.

    Ela se levantou para recebe-la.

    Seria profissional.

    Sempre.

    Estranhou o senhor Uchiha não estar presente.

    -Sasuke-kun ficou preso na sede da Anbu e não pode vir, mas pedirei a ele que venha depois para fazer a coleta.

    Sakura tinha lido o prontuário, nele constava apenas que a Senhora Uchiha, uma civil, estava grávida de 7 semanas do marido, Uchiha Sasuke, e que desejava fazer exames completos, desde os básicos até genéticos...

    -Está preocupada com a saúde do embrião?

    Sakura perguntou.

    Ambas haviam se sentado, a rosada atrás da mesa e Akemi diante da mesma.

    Ela suspirou.

    -Sei que você e Sasuke estão brigados, mas acredito que possa nos ajudar.

    A Haruno se remexeu na cadeira.

    Então era isso que o Uchiha havia dito para a esposa?!

    -Essa já é a minha terceira gestação, as outras duas não chegaram nem ao fim do terceiro trimestre, eu faço de tudo para segura-los dentro de mim mas eles simplesmente....

    Sua voz estava embargada e seus olhos baixos.

    A rosada molhou os lábios.

    -Foram abortos espontâneos?

    -Sim.  Ela disse tentando conter as lágrimas. –Já temos três anos de casados, além da dificuldade de engravidar, nas vezes que consegui não pude manter as gestações.

    Ela encarou a rosada, os olhos em tons dourados brilhavam devido as lágrimas.

    -Você sabe como ter um filho é importante pra ele...

    -Eu sei. Sakura disse em tom brando e sério.

    -Eu quero, eu preciso ter essa criança, preciso saber qual é o problema.  Sasuke nunca quis ir a fundo, sempre disse que na hora certa teríamos filhos mas eu sei que não é assim.

    A jovem disse levando a mão ao rosto tentado limpar as lágrimas que escorriam pelo mesmo.

    Sakura a observava, podia imaginar o que ela estava sentindo.

    -Você o ama, não é?

    Akemi mordeu os lábios e sacudiu a cabeça afirmativamente.

    -Desde o momento que o vi.

    Sakura sentiu o bolo na garganta.

    -Foi aqui no hospital que conheceram, não foi?

    -Sim!  Ela limpou novamente as lágrimas e sorriu. – Ele veio colocar a prótese e eu era apenas uma enfermeira assistente, tinha chegado a Konoha a pouco tempo, a vila de vocês tinha ficado famosa depois da guerra, estava se desenvolvendo, como eu não tinha mais ninguém...vim pra cá, tentar a sorte, o número de feridos na guerra me comoveu então quis me especializar em enfermagem.

    Ela pausou, parecia se recordar.

    Sakura prestava atenção em cada gesto.

    -Então ele chegou, deu entrada de madrugada, eu vi o burburinho que foi, onde ele vai causa esse efeito.  Sorriu – Shizune colocou a prótese e como haviam poucas enfermeiras disponíveis acabou que eu fiquei encarregada de levar a comida pra ele. Sabia que a primeira pessoa por quem ele perguntou quando acordou foi por você?

    A rosada não conseguiu esconder a surpresa.

    -Por mim?

    -Sim, ele queria te esperar para colocar a prótese mas disseram que não havia previsão da sua volta... então eu vi a solidão dele, me contaram sobre o que aconteceu com seu clã e aquilo me doeu muito, então me dediquei mais ainda a ele.

    Ela sorriu.

    -Ele era muito arredio e fechado quando o conheci, mas tentava ser gentil seu modo. E sempre me perguntava se havia notícias de você. Fiquei muito curiosa em te conhecer, tanto que fui atrás de seus feitos e fiquei impressionada, você é uma heroína.

    -Obrigada. A cerejeira respondeu baixo.

    Sua expressão era neutra.

    -Mas um dia, quando ele estava tendo alta daqui do hospital, eu tomei coragem e me declarei, disse que sabia o que era estar sozinha e que cuidaria dele, que tentaria faze-lo feliz...

    Ela pausou

    -Deus, ele me mataria se soubesse que estou te contando isso.

    Deu um sorriso singelo olhando para as próximas mãos pousadas em seu colo.

    -Mas ele não disse nada, apenas agradeceu pelos cuidados e foi embora, nossa, aquilo acabou comigo.

    -Eu posso imaginar... Sakura comentou.

    Akemi levantou o olhar para a rosada

    -Mas aí duas semanas depois ele veio até me mim e me pediu em casamento.

    Sakura engoliu o enorme bolo na garganta.

    -Assim fácil?

    -Eu também não entendi, não acreditei na verdade, mas aceitei, e aqui estamos, três anos depois.

    Ela sorriu singela.

    -Ele deve ama-la muito pra pedi-la em casamento assim.

    Ouviu-a suspirar.

    -Do jeito dele, eu sei que sim. Sasuke não é muito bom nessas coisas.

    -É, eu sei.

    Ela encarava a jovem a sua frente.

    Ficaram em silencio por alguns instantes.

    -Vamos tirar o seu sangue?

    A rosada se levantou.

    -Ah, claro, claro.

    Foi até o armário e o abriu, ficou olhando para dentro do mesmo até sentir tudo se normalizar, respirou fundo vagarosamente e pegou o material necessário.

    Calçou as luvas e foi até a jovem.

    -Estenda o braço por favor.

    Sakura fez todo o procedimento automaticamente.

    Antes de se afastar Akemi segurou sua mão.

    -Obrigada Sakura-chan. Sasuke não queria que nos consultássemos com você mas, sei que só você pode nos ajudar.

    E soltou sua mão.

    A rosada se afastou.

    -Farei o possível.

    Disse guardando o material recolhido.

    -Bom, eu preciso voltar ao trabalho, foi ótimo poder falar com você, de alguma forma me sinto mais aliviada.

    E se levantou da cadeira.

    A rosada se virou para ela mas nada disse.

    -Quando tiver os resultados entro em contato.

    -Obrigada mais uma vez.

    Ela sorriu

    Sakura retribuiu da maneira que pode.

    Akemi se retirou do consultório e Sakura foi atrás dela fechando a porta em seguida.

    Ainda segurando a maçaneta levou a mão ao peito.

    Força.

    Precisava ter força.

    CONTINUA...


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