Os Cinco Selos

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    Capítulos:

    Capítulo 206

    As Forjas

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Yooooo!

    Eu deveria ter postado este capítulo sábado, porém troquei de gabinete e meu computador ficou desmontado porque tive uns contratempo antes mesmo de conseguir montar de volta KK

    Dica de gabinete ai: dt3 lander. Bonito, com luzinha, tampa de acrílico fumê e barato pelas suas características (um verdadeiro chuchuzinho)

    Olha a divulgação de graça ai, foda

    PATROCINA NOIS DT3

    Boa leitura ^^

    Em meio a escuridão, Pietra sentia que estava afundando lentamente. Não sentia seu corpo; na verdade, era como se não pesasse. Era calmo ali, silencioso, tranquilizante... frio, úmido e... sufocante.

    Ela estava se sufocando. Abriu a boca e aspirou junto com o nariz em busca de ar, mas isto só piorou: sentiu as narinas e a garganta serem preenchidas por algo que não era oxigênio. Então, finalmente abriu os olhos e descobriu que estava se afogando em águas profundas.

    Desesperadamente, Pietra se debateu, tentando ajeitar seu corpo para uma postura mais ereta o possível. Utilizando os braços, impulsionou-se para cima e, dada a sua força, não demorou para atingir o fim. Com a cabeça para fora da água, puxou o ar até se engasgar, colocando para fora parcialmente o que havia tomado. Rapidamente nadou até a margem e engatinhou sobre a areia vermelha, vomitando o restante da água. Seguidamente, deitou-se fitando o céu esverdeado.

    — É... — dizia, ofegante —, era bom demais para ser verdade.

    Após conseguir recuperar o restante de seu fôlego, Pietra se ergueu e desejou que nenhum dos idiotas estivessem afundando na água também. Enquanto torcia o cabelo para secá-lo, ela olhou ao redor, novamente reparando na areia vermelha, céu esverdeado, nas árvores de muitos galhos e densamente folheados e também em insetos cascudos que nunca vira antes.

    — Definitivamente isso aqui não faz parte do Reino Humano. — Ajeitou o cabelo de uma forma que deixava a franja cobrir seu olho esquerdo antes de descer pelos ombros. — E é bonito e calmo demais para ser o Inferno. — Suspirou. — Estou com um pressentimento muito ruim. Tão ruim quanto as gírias do Aiken.

    Com o pensamento de que até mesmo os seres que neste mundo habitavam tinham a água como uma fonte essencial para a vida, ela seguiu o trajeto do leito do rio. Enquanto isso, observava com curiosidade a beleza daquele novo lugar. Haviam árvores onde, até mesmo cinco, entrelaçavam seus trocos e subiam formando uma densa copa, ou desciam, ramificando seus galhos e folhas por entre outras árvores. Os animais que encontrava era de porte pequeno e peludos, com aparências exóticas: pernas a mais, mais que um par de olhos, pelagens coloridas, etc.

    Muitos metros caminhados depois, Pietra conseguiu chegar até a foz. Ao pisar sobre o limite da extensão de terra antes da queda da água, ela sentiu-se sobre a borda de uma gigantesca bacia, e ficou completamente maravilhada com a visão que teve.

    Ora, em seu lado direito, muitos outros rios ali desaguavam, juntando-se em um único afluente, que posteriormente se ramificaria em muitos outros novamente. Ali, a flora crescia rica, densa e bela por muitos quilômetros, e a fauna era muito presente. Era possível ver cadeias de montanhas com seu pico coberto pelo branco da neve, quase que tocando as nuvens. Em seu lado esquerdo, porém, cascatas de lava caiam densamente em um único afluente, que, assim como os rios, ramificaram-se em diversos outros caminhos. Haviam incontáveis grandes vulcões, sejam eles solitários ou em cadeia, com seus cumes rubros, cuspindo magma e fuligem. O que a mais deixou surpresa foi que ali a fauna e flora também eram presentes: árvores com troncos negros; folhas e flores rubras. Animais com carapaças, e eram tão resistentes ao calor que podiam mergulhar na lava sem problema algum. Entre estas duas extremidades, por uma larga faixa de terra, misturava-se um pouco destes dois ecossistemas, mas nada tão muito rico. Era como se ali delimitava-se o limite entre duas forças, que não aceitavam se misturar. Assomando isto com o céu esverdeado e nuvens cinzentas, fora uma das vistas mais lindas que o Selo já vira em sua longa vinda.

    — Cacete — disse, quase em um suspiro. — Como Lúcifer fora capaz de criar isto tudo? É tão belo e o complexo como o Reino dos Humanos... — Em um arrepio, seus pelos se ouriçaram. — Isto me espanta um pouco.

     "O quão forte o mentor se tornou? Tão poderoso quanto Bahamut? Ou talvez próximo?", pensando, mordeu os lábios com força. "O capitão não conseguiu derrotar Bahamut mesmo com aquela força... mas será que juntos seremos o suficiente contra Lúcifer? Ou teremos que abrir mão de nossas vidas e selá-lo com nossos corpos?" Com um toque de preocupação a mais, seus olhos verdes se arregalaram levemente. "Deckard e Miana não podem ficar sozinhos. Não sem Edward e Mikaela."

    Instintivamente, ela olhou sobre os ombros para o céu, e viu a sombra de um ser alado gigante. Sem pensar duas vezes, saltou do precipício, girando seu corpo para conseguir olhar para cima. Era uma besta alada, exatamente como encontram na entrada do inferno. A cria de Sa'ezuroth carregava uma grande carga, onde era presa em seu corpo por correntes. Ao chacoalhar, ela notou que lava caiu do recipiente. Passou sem a notar.

    Pietra voltou seu olhar para baixo, arregalando os olhos ao perceber que estava tão perto da água. Ela mergulhou, depois nadou o mais rápido que pode para a superfície, resmungando por estar ensopada novamente.

    — Muito bem, sua imbecil! Pule do precipício direto para a água mesmo!

    Tirando o cabelo da frente de seus olhos, observou o demônio alado viajando em linha reta, exatamente da onde passou a sentir, ao longe, a presença de demônios e outros seres cujo ainda não conhecia. Um sorrisinho se desenhou em seus lábios.

    Ela correu na mesma direção, seguindo pela faixa de terra onde a água e nem a lava dominavam por completo. Em sua disparada, demorou minutos para conseguir encontrar os primeiros demônios.

     Eram três. Sem diminuir a velocidade, Pietra derrotou o primeiro com um poderoso soco de direita, arremessando-o contra uma elevação de rochas. O segundo, não teve nenhum tempo de reação: fora agarrado pelo pescoço e morto quando seus ossos não resistiram a força do aperto. O terceiro moveu sua espada curto em um golpe, que Pietra desviou e torceu seu pulso, tomando a lâmina e cravando fundo no coração da criatura.

     Sem alardes, Pietra continuou o caminho, até se encontrar por entre altos relevos, onde também se localizava o covil dos demônios — ou, melhor dizendo, suas forjas. Escorrendo sobre os altos muros de pedra naturais que os envolviam, ao lado esquerdo, escorria lava e, ao direito, água, desaguando em profundas e largas fontes. Mais ao fundo, detinha uma alta montanha solitária, cravejada de minérios. Uma raça de reptilianos bípedes e de tamanho muito familiar aos humanos saiam de dentro das cavernas carregando este minério. Suas peles eram escamadas em uma única cor, variando entre vermelho, azul-claro e marrom; suas caudas eram grossas; suas mãos, robustas; e rostos compridos e pouco achatados.

    Ora, os demônios escravizavam esse povo reptiliano para minerar e carregar esta matéria-prima. Não obstante, com o fogo e água ligavam suas forjas, para também os obrigar a forjar suas armaduras e armas. A todo canto haviam criaturas perversas, lembrando a este povo a quem deveriam ser completamente submissos, seja alertando com chicotadas, linchamentos, decepamentos e até mesmo queimaduras.

    O ar era tomado pelo odor metálico, pesado e denso provido pela fumaça negra, sendo até mesmo possível senti-lo em sua língua. Isto tornava a respiração muito mais difícil do que deveria ser, deixando o trabalho mais impetuoso para os pobres reptilianos. Graças a sua resiliência, eles conseguiam suportar viver sem água, comida e intensos maltrato por muitos dias, o que deixavam os demônios bem à vontade para cometer atrocidades.

    Contudo, os demônios, cegos por sua doença malévola e saturada do mais pleno sadismo, não conseguiam sequer imaginar que este era o dia em que provariam de um terror maior e mais violento.

    A deusa da peste caminhava lentamente. Em um círculo mágico ao seu lado, ela colocou seu braço e puxou seu pesado machado vermelho, repousando-o em seu ombro. Suas escleras ficaram negras, a íris verde em um cintilar intenso. As chamas verdes começaram a ondular pelo seu corpo, lambendo sua armadura.

    As criaturas sombrias se ouriçaram e tremeram diante a súbita presença poderosa e carregada de sede de sangue que pairou sobre eles. Todos eles hesitaram por muito tempo, fitando a figura opressora do Selo, mas, por fim, um deles sibilou alto e avançou, e todos os acompanharam.

    A nephilim sorriu. "Isso... venham até mim, criaturas miseráveis", pensou. Ela flexionou os joelhos e correu de encontro contra a horda, abrindo um ataque em arco com seu machado. A primeira fileira de demônios fora quase por completo destroçado por este primeiro golpe, que espalhou as chamas verdes por entre as criaturas seguintes. Pietra agitou seu machado de um lado para o outro, em movimentos alternados e aleatórios, e cada um deles atingia os demônios, que não fazia nada além de morrer. Um saltou em suas costas, e ela imediatamente o pegou com a mão livre e o jogou no chão, esmigalhando sua cabeça com as grevas.

    O povo reptiliano assistiu ao início do massacre e ficaram assustados. Por muito tempo eles continuaram estáticos, sem ideia do que fazer. Depois, passaram a perceber que aquela besta envolvida em chamas verdes não tinha interesse em matá-los, então começaram a correr desesperadamente em fuga dos demônios.

    Pietra havia sido tomada pelo frenesi. Seu corpo parecia se mover inconscientemente, agitando seus braços para atacar com o machado, movendo suas pernas para desviar de golpes inimigos — e, quando não era o suficiente, a armadura a protegia implacavelmente. Seu corpo estava leve, como se suspensa no ar. Tudo o que ouvia era o som macabro que seu machado fazia ao destroçar um sombrio; tudo o que via eram membros decepados voando em meio ao sangue; tudo o que sentia era o aconchegante calor de suas chamas. Contudo, diferente de uma besta insana, ela estava no completo controle sobre si. Tanta que, quando viu que os reptilianos tentavam fugir, ajudo-os a tirar os demônios de seu caminho.

    O sino de alerta ressoava, reunindo mais inimigos para o embate, até mesmo demônios gigantes. Isto não fazia diferença para o Selo: com o machado, atingia suas enormes pernas ou acertava suas altas cabeças, e todos caiam por terra, em sua altura. As labaredas verdes percorriam pelos diversos inimigos, queimando-os e drenando suas energias vitais, deixando-os debilitados antes mesmo de enfrentá-la diretamente.

    Eis que um rugido emanou dos céus, fazendo o restante dos demônios que sobravam fugir! A cria de Sa'ezuroth rompeu das nuvens, descendo pelos ares em direção ao Selo. Pietra terminou de descravar a lâmina da cabeça de um demônio e se virou, observando o ser alado sem perder sua serenidade. Com indiferença, depositou suas chamas verdes no machado vermelho e concentrou sua força, arremessando-o direto na criatura.

    Ora, a cria de Sa'ezuroth, alheio sobre o peso da arma e da terrível força do Selo, decidiu ignorar o machado e continuar seu trajeto, o que demonstrou ser muito errôneo. Quando o machado atingiu a face do demônio diretamente, seus lábios e dentes se arrebentaram sob o brilho vermelho do sangue, desestabilizando seu voo por completo. A besta alada chiou de dor, rodopiou desajeitadamente no ar e acabou chocando-se contra o solo, erguendo uma cortina de poeira. Peste saltou para pegar seu machado em pleno ar e pousou sobre o enorme demônio, lançando sucessíveis golpes em sua cabeça com a lâmina imbuída em labaredas. No início, a criatura se debateu, mas estava tão desnorteado que não conseguiu uma reação à altura, e as chamas verdes tragava sua energia vital, deixando-o ainda mais debilitado. Por fim, a criatura morreu sobre a poça do próprio sangue, enquanto o Selo continuava sobre ele, imaculado e arfando.

    Pela primeira vez, Pietra notou a presença poderosa e maligna emanando de dentro das minas. Na verdade, era como se estivesse a chamar para dentro. "Um Dedo", pensou ela, abrindo um sorriso sádico.

    Então, Peste saltou do cadáver para o chão e, sem nenhum demônio com coragem de entrar em sua frente, disparou-se para dentro da mina.

    Continua <3 :p


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