Sentou-se no sofá olhando para a escuridão vazia.
Era o único móvel que mantinha descoberto e ainda utilizava daquele lugar.
Olhar para o nada era bom, fazia-o pensar.
Não achava ruim estar com suas filhas, jamais acharia, era por elas que estava ali, que sempre estaria, mas esses momentos sozinhos eram cruciais, fundamentais, para que não afundasse em seu próprio vazio.
Lembrava-se exatamente do momento que cruzou aquelas portas atrás de Shizune e da surpresa que o esperava.
Eram dois...dois bebês!
Ficou em êxtase olhando a loira ao lado das duas crianças, tão pequenas, tão indefesas. A médica apenas falava do quanto era comum gêmeos nascerem prematuramente, que foi irresponsabilidade a falta de um acompanhamento mais de perto, que poderia ter sido pior toda aquela situação.
Então ele pareceu despertar
-O que quer dizer Shizune?
A morena respirou fundo
-Ino teve complicações no parto...pausou -Seu útero foi comprometido.
O Uchiha olhou para a figura loira deitada na cama, parecia em transe.
-Ela...não vai mais poder ter filhos.
A loira encarava um ponto qualquer a frente, sem realmente parecer enxergar algo.
-Vou deixa-los a sós, depois virão levar as crianças para os exames, com licença.
Sasuke esperou a médica se retirar para se aproximar.
Os dois seres eram minúsculos e não se mexiam, um estava extremamente vermelho já o outro pálido.
-Dois meninos?
Ele perguntou por fim
-Meninas...
Sem ao menos notar deixou um sorriso escapar
-O universo está me punindo pelo que fizemos
Ela soltou de uma vez.
-Ino...
-Eu sou seca agora, é, é isso, seca...
A Yamanaka ainda olhava para o ponto distante
-Temos duas filhas para cuidar
-Eu sei que elas vão ser tiradas de mim também.
Sasuke se aproximou da loira mas antes de dizer algo a porta foi aberta e duas enfermeiras entraram
-Com licenças papais, viemos buscar as crianças
Elas tinham um tom risonho, com certeza eram novas ali, assim que se aproximaram para recolher as crianças do leito ao lado da mãe, foi como se uma força se apossasse de Ino
-NÃO!!VOCÊS NÃO VÃO LEVAR ELAS DE MIM!!!
E a loira avançou sobre o pequeno leito tentando impedir as enfermeiras de alcançarem seus bebês.
-Ino! Elas só vieram leva-las para fazer os exames, você ouviu a Shizune!
Sasuke segurou a loira que começava a chorar descontroladamente
Ela apertou o braço do Uchiha e fechou os olhos
O moreno acenou para a moças que tinham os olhos arregalados e elas se aproximaram mais uma vez vagarosamente, pegando os bebês e se retirando sem dizer mais nada.
-Vá atrás delas, veja se não vão levá-las, se não vão fazer nada com elas!
-Ino...vão apenas cuidar delas.
-Não, eu fui uma pessoa horrível, traídora, elas vão machucar meus bebês!
Então tentou se levantar mas Sasuke a segurou
-Escute! E segurou em seu rosto vermelho e molhado -Ninguém vai fazer nada com nossas filhas, elas vão ser cuidadas e vamos levá-las para casa, como tem de ser.
A loira baixou o olhar soluçando
O Uchiha passou a mão pelos fios loiros tentando acalmá-la.
Mas no fundo, também desejava que alguém fosse capaz de dizer a ele que tudo ficaria bem.
Que no fim, tudo terminaria bem!
Elas ficaram no quarto junto a mãe e ele na sala.
A mesma sala onde tudo aconteceu pela primeira vez
Podia ouvir os choros noturnos e prontamente se levantava para auxilia-la seja na alimentação, seja nas trocas de fraudas, mas no que mais se atentava era em que ela nunca dormia, mesmo quando as meninas davam descanso, estava sempre lá, as vigiando, espreitando, checando suas respirações, suas temperaturas.
Era assim, dia após dia
-Elas estão bem, vá descansar.
Disse ao vê-la sobre o berço mais uma vez
-Só estou checando.
Sasuke suspirou
Ela estava péssima, eles estavam. A convivência era total e completamente voltada aos dois seres pequenos ali, uma forte e loira como a mãe, e outra pequena e morena, como o pai.
-Vá tomar um banho e comer alguma coisa, precisa comer para conseguir alimentá-las.
Ino tinha dificuldades em produzir leite suficiente para as duas, eles precisavam recorrer as formulas de farmácia para complementar a alimentação das meninas.
-Eu estou bem.
Era tudo que ela dizia, mas não estava, a olhos vistos.
-Você não está bem Ino, não come, não dorme, está magra e fraca, está definhando,elas precisam de você...
-Está dizendo que não sou uma boa mãe?!
A bipolaridade de seu humor era constante
Sasuke respirou fundo
-Não estou dizendo isso, estou dizendo que se você não se cuidar, como vai acompanhar suas filhas? Elas precisam de você bem, saudável!
-Você não sabe de nada
A Yamanaka disse olhando para as crianças adormecidas dentro do berço
-Elas são as únicas filhas que eu vou ter
Sasuke se aproximou mas parou assim que os olhos azuis caíram sobre si
-Já você, pode ter quantos filhos quiser, com quem quiser! Eu sei que está vivendo um inferno aqui! Você pode ir embora, não precisa se sentir preso.
Aquilo lhe soou tão cruel
-Eu não vou deixar minhas filhas! Quem está transformando tudo em um inferno aqui é você!
Ela o olhou com os olhos marejados
-Você não está conseguindo conviver com a culpa pelo que fizemos e está descontando em tudo, nelas, em mim e em si mesma. Aceite Ino, eu traí minha esposa e você traiu sua amiga, temos filhas dessa traição e elas precisam de nós, aceite isso, entenda isso e vamos seguir em frente, com culpa, sem culpa, isso não muda o fato do que fizemos, mas elas não tem nada a ver com isso.
Ela torceu e cenho e escorreu para o chão apoiada pelas grades do berço, e recostada sobre o mesmo chorou, chorou tudo que pôde.
Ele não se aproximou daquela vez, ela precisava sentir
-Eu sei pelo que está passando, você precisa sentir essa culpa, sentir o arrependimento, pra então seguir em frente.
-E-Eu não consigo...
Ele apoiou um joelho no chão e a mirou, os cabelos loiros mal penteados lhe caíam sobre a face pálida e malnutrida.
-Que exemplo eu vou dar para minhas filhas? Que tipo de mulher eu sou...? Abandonada pelo marido, uma traidora, eu fui tão mesquinha...
-Se redima sendo mãe! A melhor mãe para elas, como eu tentarei ser o melhor pai. Nada acontece por acaso, nenhuma tragédia é em vão...
Sasuke sentiu o peito embargar se lembrando de seu passado, uma sucessão constante de tragédias.
-Elas vão pagar, vão sofrer por minha causa.
-Não, não vão!
-Como você sabe?
Ela o mirou esperançosa
-Porque nós faremos de tudo para impedir.
Demorou um mês para que Naruto viesse vê-lo e saber das crianças, até lá a depressão de Ino havia diminuído um pouco. Shikamaru era o que se fazia mais presente, mas não lhe dirigia a palavra, era polido mas não gentil, Chouji foi apenas uma vez para ver Ino e as crianças, e só.
Então o tempo passou, Inoue e Sarumi, as únicas luzes da escuridão de seus olhos cresceram.
E o primeiro dia na academia foi acompanhado de perto, naquele momento não achou ruim ser um dos senseis do local, podia presenciar a interação das outras crianças com suas filhas e até mesmo o que poderia chegar em seus ouvidos.
Ele era um Uchiha afinal de contas, e apesar de alguns olhares tortos que ainda recebia, o tempo é o melhor remédio para o esquecimento.
E no mundo em que viviam, o julgamento sempre caía de forma mais pesada para o lado da mulher.
Seu poder o mantinha relativamente mais imune aos comentários e fofocas, e isso, de alguma forma, protegia suas filhas.
Eles estava sempre perto, sempre de olho nelas, qualquer sinal de confusão que envolviam crianças, o que era comum em idade escolar, e elas pudessem estar envolvidas, ele tratava de dar logo um jeito.
Eram chamadas de as princesas Uchihas, pela proteção talvez excessiva do pai.
Seus amigos, seus únicos amigos...eram os filhos de Chouji, Shikamaru e até quem diria... Naruto.
Apesar da amizade nunca mais ter sido a mesma, o Uzumaki, atual Hokage, não tocava mais no assunto, quando se viam era para falar sobre trabalho e fora isso, o assunto eram as crianças.
Ele nunca perguntou de sua relação com Ino.
Ele nunca quis saber.
Até porque...nunca mais houve uma relação.
Depois que as gêmeas cresceram mais um pouco decidiram ir para uma casa, com mais espaço e um quarto para cada um.
Foi um acordo mudo, depois de tudo, se tocar como antes trazia sentimentos conflitantes e perturbadores demais para serem lembrados.
Eles tentaram, não iria negar, quando a solidão bateu mais forte e a ausência de outro corpo se fez forte. Mas foi só os lábios se tocarem que uma enxurrada de sensações e emoções retornaram. E eles se separam como se seus corpos dessem choque um no outro.
Ele viu nos olhos dela que era assim também, que aquilo que os uniu anos atrás morreu no instante que a porta do escritório foi aberta.
Era difícil manter qualquer relação mais próxima quando a sombra da ex- esposa se mantinha tão presente a todo momento em sua própria casa.
Seus olhos não eram verdes, mas azuis, os cabelos eram loiros e não rosados, muito diferente da irmã, gêmea...
A loira era a cópia fiel de sua mãe, mas apenas na aparência, porque por dentro...
Como eram parecidas!
O gosto pela leitura, a inteligência, o humor...
A forma como chamava a irmã de porca.
Até mesmo o amor pela medicina.
Sakura estava ali, debaixo do mesmo teto que ele e Ino, a todo o instante os lembrando do mal que fizeram.
Quando uma vez ela, na mesa do almoço, ela lhe perguntou sobre a ex esposa, foi como se os olhos azuis se tornassem verdes e ele se lembrasse de tudo, todo os momentos, os bons e os ruins, da infância, da adolescência até a vida adulta...talvez até do que teriam vivido se não...
-Você conhece a história, eu fugi da vila na adolescência, voltei para a guerra, não tinha laços com meus companheiros de equipe.
Foi o que respondeu, pois era o que elas deviam saber.
Nunca escondeu sobre nada as filhas, seu passado com o clã, a morte dos familiares, sua vida nas trevas até voltar a luz da vila...não tinha problemas com isso, foi um momento ruim em sua vida que já passou, que servisse de lição a elas.
Mas a única coisa que jamais conseguia pronunciar, não a elas... era a mancha negra que tinha com relação a suas concepções.
Era sua maior vergonha.
Não queria que suas filhas pensassem que foram erros, que não eram desejadas.
Ou que seu pai fosse um ser humano ruim, ele já fora, um dia, não queria ser mais.
Ele via como Sarumi se espelhava em si, talvez por sua aparência ou por se cobrar por ser uma Uchiha, ela era frágil, mais do que a irmã apesar da aparência de força que transmitia aos outros, no fundo ele não desejava que ela fosse, nenhuma delas. Ser um Uchiha nunca trouxe nada de bom, era sinônimo de dor e sofrimento, então quando sua Inoue foi posta do time 10 foi um alívio para ele. Já com Sarumi, foi diretamente ao Hokage para pedir-lhe que treinasse seu time, viu Naruto estreitar o olhar e apelou até mesmo para a amizade que já tiveram, Naruto acabou aceitando e disse que ele treinaria também seu filho, e o filho de outro alguém, Orochimaru.
Não se opôs. Seria o sensei do filho da cobra, tudo para estar junto dela, de sua filha.
E protegê-la se assim fosse, de tudo e de todos.
Tossiu para o vazio observando a sala escura. Tomou um gole da garrafa de sakê que sempre deixava ali, ao lado do sofá, esperando para o próximo dia que iria para lá, sentar no mesmo sofá velho, na mesma casa, do bairro antigo.
A casa que morou com ela.
Olhar para o vazio e contemplar o nada.
Era um louco.
E estava se achando mais louco ainda ao ver aquele garoto!
Assim que o filhote de cobra se foi, chegou a pensar em ir falar com Naruto e questionar a melhor pessoa para substitui-lo, talvez conversasse sobre outra missão externa também...precisava sair da vila mais uma vez.
Mas quando o jovem chegou ao campo de treinamento dizendo ser o novo membro, com uma carta feita de próprio punho pelo Hokage, estranhou.
Aquele garoto...lhe lembrava alguém.
Nem sequer se lembrava o nome dele para falar a verdade, suas roupas exóticas e o sotaque carregado ao falar mostravam que vinha de longe.
Mas porque Naruto colocaria um ninja assim em uma equipe oficial de Konoha?
Logo no time 7...
Mas foi só vê-lo lutar que sua mente pareceu se expandir
Os movimentos, as voltas, a força, o poder de cura...
Deu um gole na garrafa dispensando o copo e indo diretamente ao bico.
Talvez o Uzumaki tenha sentido a mesma nostalgia que ele ao ver o rapaz lutando.
E desde então não conseguia mais desviar a atenção de sua figura.
Foi atrás de Naruto para saber de onde aquele jovem havia saído, e se surpreendeu ao ouvir a voz alterada do Hokage por detrás da porta
-Isso não está certo, ela não ia querer isso!
-Você está a subestimando...
Era a voz de Kakashi?!
-Conversamos sobre isso depois, não acho certo enviar todos eles, mas se você diz.
-Ela é mais forte que todos nós juntos, e você sabe disso.
Houve um instante de silencio e a voz do grisalho se fez presente
-Eu já vou.
Quando a porta se abriu o olhar do ex sensei caiu sobre si
Ele lhe sorriu sutilmente
-Olá Sasuke
-Kakashi
E o ex Hokage passou pelo Uchiha sem mais nada dizer
Sasuke respirou fundo
Kakashi nunca mais foi o mesmo com ele
Adentrou no escritório do Hokage, era uma das poucas vezes que não via Shikamaru ali.
-Sasuke.
Naruto estava recostado em sua cadeira, parecia pensar.
-Vim lhe perguntar algo
Os olhos azuis caíram sobre si
-O rapaz que pôs no time 7, Samir...
Naruto se empertigou no assento
-O que sabe sobre ele?
O Uzumaki levou as mãos a mesa e começou a mexer os dedos.
-Ele é filho do líder de uma nação distante, Dohã...
Sasuke franziu o cenho
-Não é aquela nação no oriente médio? Tem ganhado força com nossos aliados.
-Sim. Tento a anos contato com eles e agora o filho do governante brotou aqui em Konoha, tem um ótimo treinamento ninja, mas acho que isso você já percebeu
-É, eu reparei
Naruto se inclinou na mesa
-Reparou em mais alguma coisa?
O que ele queria dizer?!
Sasuke ergueu a sobrancelha negra
-Ele é forte e entende de ninjutsu médico
-Sim, se parece com...
Mas o moreno o interrompeu
-Por isso o colocou no time?
Naruto voltou a se recostar na cadeira
-Ele é perfeito para lá não?
-Você é o Hokage, se é o que acha...
-Está sendo demais para você? Ter uma pessoa como ele no time?
O Uchiha suspirou
-Eu já vou me retirar, com licença.
-Sasuke!
Antes de passar pela porta o Uzumaki o chamou
-Talvez eu tenha outra missão externa para você.
Ele o mirou com a lateral do olho negro
Naruto lhe sorriu sorrateiramente
-Dessa vez em equipe.
Ele maneou a cabeça e apenas saiu, sem olhar novamente para trás.
Deu mais uma golada na garrafa e passou as costas da mão pela testa suada.
Ino se tornou uma mãe muito protetora no fim das contas, ambos eram, mas ela era sufocante em algumas ocasiões. Não concordava com o fato de Inoue não poder praticar o ninjutsu médico, mas Ino tinha medo...ela vivia com medo! Medo da filha sofrer represálias dentro do hospital pelo que sua mãe fizera, por ela ser o fruto de seu erro, então pressionava a garota em ser uma Yamanaka....a Yamanaka que ela nunca pôde ser. Inoue não tinha muito talento para aquilo, todos podiam ver, mas ela era doce, não queria decepcionar a matriarca, então se esforçava, na medida do possível.
Ele sabia que ela treinava ninjutsu médico escondido, que ia atrás de Shizune quando queria algum tipo de auxilio, a única dos antigos funcionários que não os olhava mais com desprezo, tanto que Ino só as levava para consultas em casos de extrema necessidade quando ela mesma não dava conta, e apenas a morena dava assistência as filhas.
Ino parecia ter criado um bloqueio com ninjutso médico. Anos depois descobriu o porque
-Foi ela quem me ensinou...
Por fim Sasuke entendeu era impossível matar a presença da ex esposa de suas vidas.
Ela estava sempre ali, rondando, as vezes passava um tempo sem dar as caras, mas em algum momento, de repente, surgia como vinda das cinzas, seja numa lembrança corriqueira, num sonho, num trejeito da filha, até mesmo no sorriso do jovem rapaz das arábias.
Deixou a garrafa sobre o chão, estava bêbado...já conseguia ver o sorriso dela no rosto do garoto.
-Vamos todos para Dohã!
Foram as palavras do Hokage.
Dohã...quantos dias de viagem eram mesmo? Nem saberia contar no estado em que se encontrava no momento.
Naruto foi incisivo ao dizer que era uma viagem diplomática, que finalmente as relações entre a nação árabe e Konoha poderiam ser construídas e que o Emir do local os convidava para uma visita.
O time sete seria o primeiro enviado em missão.
O Emir devia conhecer um dos times que tinham, o time 7 sempre foi o mais forte e além do mais, seu filho agora fazia parte do mesmo.
Era uma boa tática diplomática para estreitar relações, o filho do homem em um time local...
Talvez Naruto estivesse ficando esperto.
Quando os jovens saíram da sala, Ino entrou e Sasuke se surpreendeu, o que ela estava fazendo ali?
Sabia que ela estava de volta à ativa, mas imaginava ser algo pequeno, por baixo, agora com as meninas crescidas ela decidiu tentar se dar uma chance, mais uma vez, ficou satisfeito por ela, ficar da floricultura para casa todos os dias e viver por conta das filhas havia minado boa parte da Yamanaka, não sabia se era satisfeita com a vida de tinham.
Talvez fosse como ele, conformada.
-Como sabe Ino, Ibiki se aposentou e precisamos de alguém que o represente externamente.
Estavam apenas os três na sala.
-Sim Hokage-sama.
A loira o tratava da forma mais respeitosa que podia.
-Devido a problemas no passado você não seria cotada para voltar ao setor de inteligência, mas como a falta de profissionais na área e você tem talento e interesse, estamos te dando essa chance.
-Eu agradeço muito por isso.
-Será uma missão totalmente voltada para diplomacia, foi a pedido do Emir que a um representante de nossa área de inteligência fosse conosco, assim como um de nossos times, isso já é tradição quando algum Kage vai conhecê-los.
-Entendo.
-Eu espero que não haja problemas...
Naruto olhava de um para o outro
O que ele estava insinuando?
Aquilo lhe pareceu estranho
-Não a porque haver problemas.
Sasuke disse por fim.
-Kakashi e Shikamaru ficarão em meu lugar enquanto viajamos.
Ino se surpreendeu.
-Shikamaru não vai?
-Não, preciso dos melhores conselheiros na vila na minha ausência.
Naruto os mirava
-Outra pessoa irá em seu lugar. Podem se retirar.
Ino se curvou e deu meia volta
Depois de alguns instantes Sasuke a acompanhou, conversavam pelo caminho em tom amistoso depois da discussão que tiveram sobre o estado de Sarumi.
Ela surgiu em sua frente feliz e sorridente, como era bom vê-la sorrir...
-Papai, venha, tenha algo para lhe mostrar
Ela o puxou pela mão protética e eles foram para o andar superior.
-Olhe!
Inoue lhe entregou o papel e Sasuke leu cada linha com atenção
-Quer dizer...
-Eu vou poder estudar medicina na melhor universidade do mundo!!!
Ela pulou em seu pescoço tamanha a felicidade que se encontrava.
Ele a aparou e correspondeu ao abraço
-Isso é maravilhoso, como você conseguiu?!
-Samir!
Ela o olhou com os olhos brilhantes...
O garoto...claro, ele era filho do líder de Dohã, mas porque logo Inoue? Será que existiam outras intenções por detrás daquele gesto?!
Seus pensamentos foram cortados quando a garota voltou a falar
-Mas tem um problema, como vou conseguir ir para lá?
-Venha conosco!
Sasuke a mirou nos olhos
Inoue se surpreendeu
-Mas, vocês vão em missão.
-Mande uma mensagem ao Hokage, mostre a carta a ele, diga de sua vontade de aprender, ele quer estreitar relações com o lugar...com certeza é de interesse dele que uma ninja daqui estude a medicina de lá.
-Mas, a mamãe...
-Nem mesmo sua mãe pode passar por cima das ordens do Hokage.
Sasuke passou a mão pelos fios loiros
Ela sorriu
-Obrigada, você é o melhor.
E lhe beijou a face correndo para o quarto.
Não, ele não era o melhor, estava muito longe de ser...
Capturou a garrafa só para constatar que a mesma já se encontrava vazia, nem sabia quanto tempo havia passado ali daquela vez, mas já começava as ver os vultos dos dois andando por ali, dos sorrisos, dos beijos, até das brigas que tiveram.
O efeito consolador da bebia já se fazia presente
Se ficasse mais tempo provavelmente veria seus parentes mortos também.
Tossiu sentindo o sabor da bebida na boca, se levantou largando a garrafa uma última vez e se pondo de pé, era hora de ir para a casa e tentar descansar.
Pois no dia seguinte, logo cedo eles partiriam em missão.
Todos eles iriam para a longínqua Dohã.
CONTINUA...