A Outra

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    Capítulo 7

    Você sabia que nosso amor seria trágico

    Adultério, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

    Após chegar ao gozo saiu de cima dela e deitou-se no colchão ao seu lado, como sempre ela se aproximava a se aninhava em seu peito.

    -Você estava mais afoito hoje.

    Ele nada disse, apenas encarava o teto.

    Ela se aconchegou mais e ele fez uma leve expressão de dor.

    -Você precisa olhar essa prótese, era um protótipo, está te incomodando cada dia mais.

    -Ficarei bem, não se preocupe.

    Então lhe deu um beijo nos cabelos castanhos e se levantou indo em direção ao banheiro. Entrou no box e ligou o chuveiro, sentiu as gotas geladas tocando sua pele ainda quente e um leve choque tomar conta de si.

    A verdade é que seus pensamentos estavam nos momentos de poucas horas atrás, no jantar na casa de seu amigo Hokage, não se opôs em ir ao tal jantar pois queria observá-la, ver o quão diferente ela estava e se as suspeitas que rondavam sua mente poderiam ter um fundo de verdade.

    O que Sakura estava fazendo em Konoha depois de tanto tempo? O que a traria aqui?

    Ela era uma Yuwaku, uma espiã, uma sedutora...e pelo que sabia elas faziam de tudo para conseguir o que precisavam.

    Conhecia a Haruno, sempre conhecera, mas aquela Sakura era um mistério pra ele.

    E ele não conseguia parar de pensar nela desde o dia da missão.

    Desligou o chuveiro e se enrolou na toalha, tinha ganas em desvendar esse  mistério...

    Não achou que voltaria para o hospital tão cedo, na verdade não tinha voltado, estava apenas dando uma passada para rever velhos amigos e pegar alguns pergaminhos e materiais que havia deixado em sua antiga sala.

    Entrou na mesma e acendeu as luzes, estava tudo como ela havia deixado, de acordo com Ino, ela e Shizune haviam garantido que tudo ficasse como a rosada gostava para quando ela retornasse.

    Sorriu, sentia falta daquela rotina que apesar de caótica era muito mais tranquila que a sua atual.

    Virou-se ao sentir alguém perto.

    -Você é boa.

    Ele estava encostado no batente da porta a observando, escondia seu chakra, parecia querer testa-la.

    A rosada girou os olhos e continuou o que estava fazendo, voltou-se para sua mesa mexendo nos papeis.

    -O que você quer?

    -Preciso da sua ajuda.

    A rosada ergueu os olhos por um instante.

    -Eu? No que eu poderia te ajudar?

    Ele se desencostou do batente e se encaminhou até ela

    -Com isso. E lhe mostrou o braço protético.

    Ela olhou para o membro e depois voltou sua atenção novamente para seus afazeres.

    -É um protótipo, porque Shizune ainda não a trocou?

    -Ela saiu em missão médica a três meses.

    -Entendo.

    Ambos ficaram um instante em silencio, Sasuke apenas observava a Haruno de pé lendo os pergaminhos sobre a mesa, ela estava levemente arqueada o que lhe deu uma boa visão de seu corpo. Mesmo com as roupas ligeiramente largas que usava ele se lembrava daquele corpo.

    -Se continuar me olhando assim vou ficar acanhada.  Ela disse de repente quebrando o silencio.

    -Nos dois sabemos que você não fica mais acanhada.

    Ela soltou o papel, finalmente se ergueu e virou-se para ele.

    Se aproximou e manteve seu olhar fixo nos negros.

    -Não há motivos para que eu fique acanhada.

    Quando chegou ali ele fora com uma intenção real e uma intenção velada.

    Realmente desejava trocar sua prótese pois a que usava já não o atendia, começava a considerar a ideia de voltar a ter somente um braço, por outro lado a prótese era a desculpa perfeita para se aproximar dela e ver se suas suspeitas eram reais.

    Não sabia se a rosada o ajudaria depois de tudo que passaram, mulheres são complexas e guardam seus sentimentos.

    Então ela se aproximou mais e tocou em seu braço, fez um leve movimento subindo e descendo com os dedos do bíceps ao cotovelo e depois até os dedos.

    Não soube descrever a sensação que teve naquele instante, mas foi como se seu corpo inteiro se arrepiasse.

    -Dói?

    Ela mantinha as jades presas ao membro.

    -Não.  Ele respondeu.

    Então a luz verde se fez presente.

    Um fino raio saiu do dedo da Haruno até um ponto especifico do braço protético.

    -E agora, sentiu algo?

    Ela ergueu o olhar e as jades se encontraram com os ônix, os cabelos negros agora mais compridos caiam sobre os olhos negros.

    Ele podia sentir o aroma de cerejas que os cabelos rosados presos em uma longa trança lateral emanavam e iam diretamente para as vias aéreas do moreno.

    Era um cheiro extremamente doce e enjoativo, mas inacreditavelmente atrativo.

    O Uchiha maneou negativamente a cabeça sem desviar o olhar do dela.

    E mais uma vez enquanto seus olhos se mantinham conectados a mão da rosada subiu pelo braço indo exatamente no encontro da carne com a prótese, a luz verde o aqueceu mas no instante seguinte...

    -Ai!  Ele reclamou e se afastou

    Ela sorriu.

    -É, essa prótese está vencida, você não tem mais sensibilidade nela e seu ponto de contato está hipersensível, ela está mais te atrapalhando do que ajudando.

    -E então? Ele questionou.

    Ela voltou para a mesa e sentou na borda olhando para os papeis.

    -Volte daqui a dois dias, vou me inteirar do que Tsunade e Shizune deixaram pronto.

    Ele permaneceu parado, ficou surpreso pelo comportamento dela.

    -O que foi? Achou que eu não te ajudaria só porque você se casou com outra mulher?

    Ela ainda mantinha os olhos nos papeis.

    Sasuke se assustou com a pergunta mas tentou não demonstrar.

    Ela tocava no assunto que todos evitavam falar tão abertamente que isso chegou a incomoda-lo. Todos procuravam preserva-la, mas ela mesma dizia sem ressalvas.

    -Obrigado.  Foi tudo que respondeu

    Aquela não foi a primeira vez que Sasuke Uchiha a agradecia, ela se lembrava perfeitamente de todas as vezes que a palavra obrigado saíram dos labos finos dele, das outras vezes todo seu corpo se encheu que um calor abrasador, mas dessa vez não, dessa vez ela sentiu um enorme e doloroso frio.

    -Disponha. Respondeu enquanto lia o pergaminho que tinha em suas mãos, sabia que ele tinha partido porque não sentia mais sua presença ali.

    Baixou o mesmo e suspirou.

    -Droga.

    Disse para si mesma.

    Naqueles dois dias que se passaram ele não a viu pela vila, mesmo estando ocupado com a Anbu não conseguia parar de pensar no encontro do hospital e naquele que logo teria com a mesma.

    Não disse a ninguém que a veria, nem mesmo a sua esposa.

    Era estranho tudo aquilo, se sentia incomodado com aquela Sakura que ele não conhecia. Ela mesma reconhecia que não se acanhava mais, e depois do que ele viu do que ela era capaz de fazer não era de se esperar que ela se envergonhasse tão facilmente, será que alguma coisa ainda seria capaz de envergonhar a Haruno?

    Não soube porque, mas aí estava outro fato que teve vontade de descobrir.

    Sabia exatamente onde estava tudo relacionado a prótese do Uchiha, ela junto a sua mestra dedicou horas a fio para que a mesma ficasse perfeita para o moreno, Sakura ficou um pouco decepcionada anos atrás quando o Uchiha recusou a prótese e partiu para sua jornada, então ela guardou a mesma pra caso um dia o moreno mudasse de ideia, mas então ela saiu em missão e ele retornou, colocaram outra prótese nele, um protótipo, e a prótese que ela mesma havia se dedicado havia ficado esquecida.

    Como o destino podia ser cruel não é mesmo?!

    Olhava para a mesma enquanto esperava ele chegar.

    -Desculpe o atraso, fiquei preso na sede da Anbu com os novos recrutas.

    - Não tem problema.

    Já era noite, bem tarde para um horário de atendimento em um hospital.

    O Uchiha estranhou o horário marcado pela rosada mas não questionou.

    Ela então se levantou e fechou a porta.

    Seus cabelos estavam presos em um rabo alto e ela usava roupas muito parecidas com as da época que deixou Konoha, calça branca e blusa vermelha com o símbolo dos Haruno nas costas.

    Aquilo trouxe um ar nostálgico ao Uchiha.

    -Desculpe o horário mas acredito que você entende o motivo.

    -Posso imaginar.

    -Bom, preciso que se dispa sua parte de cima, já vamos começar.

    Então calmamente Sasuke desfez os botões do colete que usava, a rosava não mantinha a atenção nele, limpava suas mãos para começar o procedimento. Quando se aproximou ele já estava na camisa de mangas longas e largas. Ele a escorreu pelos braços e olhou para a rosada.

    -Deite-se na maca.

    Ele a obedeceu.

    Ela se aproximou e se inclinou sobre ele, estava concentrada, podia se lembrar em como ela era profissional e apaixonada pelo que fazia.

    O silencio reinou até o moreno quebra-lo, era estranho tanto pra ele quanto pra ela, Sasuke se lembrava de uma Sakura tagarela, e Sakura de um Sasuke silencioso.

    -Não quer ser vista comigo não é? Por isso marcou tão tarde.

    -Sim, não quero que devido ao meu passado imaginem coisas onde não existem.

    Ele a encarava e ela mantinha sua atenção na prótese.

    -Vou te aplicar uma anestesia local e vamos retira-la, tudo bem pra você?

    Sasuke apenas maneou a cabeça afirmativamente. A rosada se afastou e foi buscar o medicamento.

    Seu cheiro foi com ela e aquilo o incomodou.

    A frase dita anteriormente também.

    Quando ela retornou calçava luvas e tinha a seringa com o liquido amarelado na mão e um algodão com álcool na outra, ela passou o algodão em seu ombro mas antes de lhe transpassar a agulha ele soltou.

    -Liga para o que as pessoas podem pensar se nos virem juntos, então você ainda se importa com alguma coisa?

    Ela o encarou.

    -Porque está me perguntando isso agora?

    Ele ficou em silencio.

    Ela suspirou e aplicou o anestésico.

    -Achei que não se importava com mais nada já que agora é uma Yuwaku.

    A rosada ergueu uma sobrancelha e após alguns instantes simplesmente colocou a máscara e se direcionou ao braço, a luz verde preencheu o ambiente e calmamente ela retirou a prótese.

    Sasuke olhava para o teto, não soube da onde veio aquilo.

    Ela se afastou novamente e trouxe a nova prótese, estava encapada em material esterilizado, a rosada o abriu e o Uchiha então encarou a prótese.

    Era incrível.

    Sakura mais uma vez se inclinou sobre o moreno e encaixou a mesma no que sobrou do braço, a todo o instante a luz verde era emanada.

    Ela era minuciosa e extremamente focada, Sasuke pode acompanhar os olhos verdes atentos a cada ligação que fazia da prótese ao braço, quando acabou ele nem sentiu devido a leveza da mesma.

    -Pronto.   Disse retirando a máscara e arrancando as luvas.

    Sasuke se sentou na maca e olhou para o novo braço.

    -É incrível...

    Aquele novo braço era mais leve e resistente além de se parecer muito com seu braço original.

    Enquanto admirava seu novo membro, a Haruno jogava fora o material descartável utilizado, finalmente ele olhou pra ela.

    -Sakura...

    -Eu tenho muito orgulho em ser uma Yuwaku.

    Ela se virou pra ele respondendo.

    - Adoro ser uma Yuwaku pois posso ser quem eu quiser, pra quem eu quiser.

    -O que está fazendo aqui Sakura?

    Ele mantinha os ônix presos a ela.

    Ela sorriu.

    -Eu sabia que você não tinha aparecido na minha sala à toa, como saberia que estava no hospital se nem estou atendendo ainda... está me espreitando desde o momento que cheguei na vila, não é, Uchiha?

    Ela lhe deu um sorriso.

    -Não respondeu a minha pergunta.

    Sakura se aproximou do moreno, trazia algo em uma das mãos.

    -É a minha vila, senti falta dela.

    Ergueu a blusa do Uchiha que estava em sua mão.

    Estavam próximos, muito próximos.

    -Porque você se submete a isso?

    Ele perguntou, a camisa ainda estava nas mãos da rosada.

    Ela deu mais um passo pra próximo dele.

    Pela primeira vez Sasuke teve o rosto de Sakura a poucos centímetros do seu, pode sentir a respiração da rosada se mesclando com a sua, poderia se afastar mas simplesmente não pode e aquele cheiro...sim, aquele cheiro doce e inebriante lhe envolvia os sentidos.

    Nunca antes ele havia percebido que dentro dos verdes dos olhos da Haruno haviam pequenas manchas de um verde mais claro.

    Só estando extremamente próximo para reparar nesse tipo de detalhe.

    Então ela sorriu, passou a camisa ao redor do corpo do moreno e sussurrou.

    -Porque eu gosto...

    E se afastou.

    -Te espero na semana que vem para saber como vai a prótese.

    Ela disse simplesmente.

    Como ela fazia aquilo? Num instante ela se transformava numa felina para logo em seguida agir como se nada tivesse acontecido.

    O Uchiha abotoou a camisa e pegou seu colete. A rosada já estava em sua mesa escrevendo algo.

    Sakura sentia ele a observando, sabia que ele fazia de proposito, queria que ela soubesse que estava sendo observada, ele sabia ser bem irritante.

    Mas então ele fez algo que a surpreendeu, se aproximou de sua mesa e se inclinou dizendo bem próximo a ela.

    -Eu não acredito em você.

     Então se ergueu e ajeitou o colete no corpo.

    -Boa noite. Disse logo em seguida e já sumindo porta afora.

    Sakura se recostou na cadeira e soltou os longos cabelos rosados.

    Respirou fundo.

    -O que estou fazendo aqui...   disse pra si mesma.

    CONTINUA...


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