MAKTUB

Tempo estimado de leitura: 11 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 17

    Redoma

    Adultério, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

    Estava sozinha em casa mais uma vez, era sempre assim desde que o pai retornara de mais uma longa jornada de missões fora da vila e se dedicava em treinar o Time 7, sua mãe também andava mergulhada no trabalho agora que Ibiki havia se aposentado, estava eufórica nos últimos meses, sorridente como a loira mais nova nunca havia visto na vida, dizendo coisas como um resgate, uma nova oportunidade, provar seu valor, coisas sem sentido para o seu entendimento. A mãe sempre fora uma ótima dona de casa e muito amorosa com as filhas, mesmo sendo severa em algumas questões, com ela,Inoue, os treinos com as técnicas do clã Yamanaka eram intensos, e sua mãe vivia lhe dizendo que seria tudo que ela não pôde ter sido. 

    Ino sempre foi uma mãe presente que gostava que as filhas que contassem tudo, parecia ter medo de algo, de que algo escapasse, então quando Inoue lhe disse ainda na infância que havia se encantado pelos jutsus médicos aquilo não caiu bem.

    O ar sorridente da mãe murchou e uma aura densa se formava sempre que aquele assunto era tocado. A mais velha tentou tirar aquilo da cabeça da filha, disse até que lhe ensinaria o básico quando crescesse, mas isso nunca aconteceu...Inoue chegou a lhe pedir uma vez, soube na academia, por alto, que a mãe trabalhou um tempo no hospital, mas foi só, nada mais…

    Tudo que sabia sobre os pais saíram exatamente deles, aparentemente eram muito abertos com as filhas, foi sua mãe que lhes contou sobre a guerra, e foi seu pai que lhes falou sobre o clã.

    Talvez fosse isso que fizesse Sarumi se dedicar tanto…

    Foi algo natural eles separarem as duas irmãs, gêmeas, uma loira...como a mãe, e a outra morena, como o pai, em Yamanaka e Uchiha, como se não fossem ambas Yamanakas e Uchihas, como se não fossem gêmeas. 

    Por isso, na academia, ela nem olhava mais quando alguém gritava Uchiha! Era sempre Yamanaka...Yamanaka, e como todo o Yamanaka ela herdou a floricultura quando a mãe voltou a ativa. 

    Ela amava flores, até começarem a reduzi-la a apenas aquilo…

    Ela queria ser mais, queria orgulhar seu clã, os dois se possível! Mas não tinha talento para nenhum deles, quando notou que sua paixão secreta fluía de forma tão natural...sabia que tinha outros objetivos.

    Depois da guerra os ninjas médicos ganharam outro aspecto, eles não eram mais os subjugados que apenas ficavam de lado, não! Eles tinham status, eles eram a esperança, os salvadores.

    Tudo graças a ela, aquela mulher, a lenda...

    Haruno Sakura!

    A mulher que sequer fazia parte de um clã importante, que ao menos tinha kekkei genkai, foi essencial na quarta grande guerra ninja, foi colega de time de seu pai e do Hokage, aluna de um! Ela mudou os aspectos da medicina ninja com ajuda de sua mentora, a lendária princesa Tsunade. Tudo aos 17 anos!

    E ela ali, nos seus próprios 17 atrás de um balcão de floricultura aprendendo sozinha ninjutso médico pois simplesmente não conseguia peitar sua mãe e seguir o seu sonho!

    Será que Sakura Haruno enfrentou muita gente para seguir seus objetivos?

    Certa vez, num dia qualquer perguntou sobre a lendária médica para o pai, ele devia saber muito sobre ela afinal de contas, mas a resposta que obteve a fez nunca mais questionar nada a respeito da mesma

    -Porque quer saber sobre ela Inoue?

    Foi sua mãe que perguntou, era domingo, estavam na mesa almoçando

    Os hashis pararam na hora que o nome foi tocado

    -Porque…

    Seu pai a interrompeu

    -Você conhece a história, eu fugi da vila na adolescência, voltei para a guerra, não tinha laços com meus companheiros de equipe.

    Seu pai não tinha laços...apenas com elas, aquilo a confortava, por isso era tão apegada a ele.

    Era nisso que estava pensando quando a porta do quarto foi aberta.

    -Querida, já cheguei. 

    A cabeleira loira presa no rabo baixo apareceu dentro do aposento

    -Olá mamãe.

    A mais velha adentrou e se aproximou da filha beijando o topo da cabeça de fios idênticos aos seus.

    -Está tudo bem?

    Ino perguntou, tinha algo diferente no olhar azul profundo da filha

    Inoue respirou fundo, talvez fosse a hora de dizer, iria decepcioná-la mas...era sua vida, sua mãe se dedicou na criação das filhas e agora estava indo atrás do que almejava, depois de tantos anos, ela entenderia…

    -Está feliz no novo trabalho?

    Ino lhe sorriu

    -Muito! É algo que sei que nasci pra fazer

    Sim! Ela entenderia, porque Inoue nasceu para curar, puxou o ar tomando coragem junto e começou

    -Então se eu deixar o….

    -Mamãe, Inoue, cheguei!

    A voz de Sarumi no andar inferior interrompeu a loira

    O olhar azul baixou murchando-se

    -Sua irmã parece um furacão chegando!

    Comentou a mais velha 

    Inoue lhe sorriu sutilmente concordando levemente com a cabeça

    -Conversamos depois?

    Ela maneou a cabeça e Ino se levantou

    -Daqui a pouco vamos jantar, não demore a descer.

    Quando ficou sozinha novamente bufou.

    Não sabia quando teria coragem outra vez.

    -Você não vai acreditar no que aconteceu hoje!

    A morena adentrou no quarto e sentou na cama olhando diretamente para a irmã.

    -Deve ter sido uma coisa muito importante pra você chegar me contando assim, você odeia fofocas!

    Ignorando o comentário da irmã a morena continuou

    -Mitsuki foi mesmo embora, eu sabia, ele era frouxo demais!!

    Então se deitou olhando para o teto

    -E agora?

    -Agora estamos sem um membro na equipe, papai disse que vai requisitar outro ao Hokage.

    Ficaram em silêncio por um tempo até Inoue o quebrar

    -Por falar no papai, ele não veio com você?

    -Não, disse que tinha umas coisas pra resolver antes de vir pra casa.

    -Hum…

    -Anda se preocupando muito com o papai ultimamente.

    -Sempre me preocupei com ele, essas missões que ele andou fazendo fora da vila, sem prazo pra voltar...

    -É, mas ele voltou, e está aqui, com a gente!

    -Não estou vendo ele aqui Sarumi.

    A morena se sentou olhando para a irmã

    -Você é uma chata carente, isso sim.

    E após dizer isso jogou um dos travesseiros de sua cama no rosto da loira

    Inoue o pegou e o mandou de volta 

    -Eu não sou carente, você que passa o dia inteiro com ele não percebe quando tem algo errado.

    -Papai está como sempre esteve, não vi nenhuma mudança nele, talvez uma ruga a mais na testa, mas só.

    -Meninas, venham jantar!

    Ambas ouviram o chamado da mãe no andar inferior

    -Deixa de ser paranoica, está tudo como sempre esteve.

    Então Sarumi saiu deixando a irmã sozinha no quarto.

    Era madrugada alta quando ouviu o barulho sutil no andar inferior, não sabia se eram seus instintos ninja ou simplesmente preocupação de filha, mas percebeu a chegada do pai, o chakra estável e denso de sempre, talvez apenas um pouco mais soturno.

    Cobriu-se melhor e suspirou por debaixo dos cobertores

    -O que está acontecendo papai?

    Sussurrou para si mesma.

    O dia amanheceu tão claro e reluzente quanto os outros, e assim como no dia anterior não viu seu progenitor logo de cara. Pelo visto ele havia saído cedo

    E depois de ter chegado tão tarde…

    As manhãs eram movimentadas na casa, cada um com um destino a seguir, Inoue foi para o seu com a mente fixada em Sasuke.

    Mais um dia de treinos, mais uma tarde na floricultura, o livro que estava lendo acabaria daqui a duas páginas e então não teria mais o que estudar, aquilo a angustiava.

    Precisava de um novo material logo. Como o movimento estava fraco, decidiu fechar a loja mais cedo aquele dia, daria tempo de devolver aqueles e pegar os próximos.

    Teria que ser discreta.

    Mas não era tão fácil assim se aproximar da médica chefe do hospital, teve de usar toda sua capacidade e ficar um tempo do lado de fora até sentir o chakra de Shizune se acalmar.

    Ela não parava um minuto, finalmente estava em sua sala após horas de atendimento.

    Pelo menos nisso ela não podia reclamar, sua capacidade rastreadora herdada dos Yamanaka era boa.

    Também não achava tão ruim ficar ali, apenas observando o movimento do lado de fora, era como ver o seu filme favorito, desde as partes de ação até as mais tranquilas.

    Então saltou até o telhado e se esgueirou pela janela.

    Ela estava recostada na poltrona de olhos fechados

    -Oe, Shizune-sama!

    A outra abriu os olhos alarmada se empertigando na cadeira

    -Que susto Inoue! Não vê que estou quase sem chakra?

    A loira apenas sorriu

    -Vim lhe devolver esses livros e saber se não tem mais nenhum para me emprestar.

    A morena apenas a mirou estreitando os olhos vendo a jovem deixar os calhamaços sobre sua mesa.

    -Já terminou os dois?

    -Sim.

    Respondeu sorridente

    -Bom, deixe ver o que tenho aqui…

    Shizune se levantou indo até a estante atrás da grande mesa de diretora

    Os grandes olhos azuis acompanhavam os dedos ágeis da médica atenta em quais ela iria parar

    -Acho que estes devem te entreter por um tempo.

    E retirou os grossos volumes da fileira bem feita

    -Embriologia e genética?

    Inoue ergueu uma das sobrancelhas

    -Ei, um bom médico estuda todas as áreas antes de se especializar!

    -Sim, é verdade.

    Disse meio envergonhada.

    -Obrigada Shizune-sama.

    -Disponha.

    A morena a mirou olhando as capas dos grossos livros sobre as mãos

    -Talvez um dia você finalmente venha praticar o que estudou.

    -É….quem sabe

    Shizune era a única profissional ali que a tratava de uma forma mais aprazível, e sempre que acontecia algo de grave era diretamente ela quem as examinava, parecia algo que seus pais sempre fizeram essa questão.

    Enquanto Inoue ia falando os autofalantes do hospital anunciaram o nome da diretora chefe

    Shizune respirou fundo

    -Não existe um minuto de descanso neste mundo de ninjutsos médicos

    Suspirou a morena indo em direção a porta

    -Aproveite a leitura.

    Completou para a loira assim que abriu a porta.

    Então os olhos de ambas caíram sobre a figura ensanguentada do outro lado do corredor.

    -Sarumi!

    Inoue viu chocada a imagem da irmã e sem ao menos pensar passou por Shizune indo diretamente até ela

    -Meu Deus, Sarumi, o que aconteceu?

    A morena tinha uma expressão forte de dor no rosto, e seu ombro parecia deslocado além de ter um corte profundo.

    -A-aquele desgraçado me..me acertou…

    A morena mal conseguia dizer as palavras

    -Quem? Quem te acertou?

    -Quem tem uma força daquela? É absurda!

    Sarumi ralhava de dor então por fim  os olhos azuis caíram sobre aquela figura estranha.

    Lá estava ele, com um pano sobre os cabelos e finalmente pode ver seu rosto por completo.

    O queixo forte e anguloso, a pele morena, os fios de cabelos escuro caindo sorrateiramente pelo tecido.

    Sentiu algo falhar em seu peito

    Ele veio se aproximando, com sua roupas escuras e diferentes de tudo que já tenha visto.

    Quando o olhar da irmã subiu até o dele, as palavras foram firmes

    -Fique longe de mim!

    O rapaz ia abrir a boca para dizer algo mas então a voz forte veio de trás da figura loira

    -O que faz aqui Inoue?

    A loira se virou encontrando a figura altiva do pai a observando

    -Eu…

    Começou, mas então todos se distraíram quando Shizumi se aproximou de Sarumi e mexeu em seu braço a fazendo gemer.

    -Está deslocado, vamos ter que colocar no lugar, você não vai poder treinar por uns dias mocinha!

    Sarumi soltou um praguejo e um olhar ferino ao jovem ali, tão alto quanto seu pai.

    Então ele fez algo que ninguém ali esperava, se ajoelhou diante da figura sofredora da Uchiha e tocou sutilmente sobre o ombro deslocado.

    A luz verde fluiu de maneira intensa e profunda, numa mescla de subtons que nem mesmo Shizume havia  visto.

    Os olhos azuis da jovem Yamanaka se arreganharam surpresos.

    -Desculpe ter machucado você.

    Ele começou enquanto ainda mantinha uma das mãos sobre o ombro de Sarumi, o olhar negro era mantido sobre o dela, tão negro quanto o seu.

    -Na minha cultura tratamos as mulheres como rainhas, pois são isso que elas são.

    Quando terminou lhe sorriu

    -Espero que possa me perdoar.

    Se ergueu e direcionou a atenção para Shizune

    -Pode colocá-lo no lugar agora, ela não vai mais sentir dor.

    O sangue também havia parado de escorrer.

    E foi o que aconteceu, quando a morena estalou os ossos os pondo em seu lugar original foi como se dobrasse um papel tamanha facilidade com que o fez.

    E a Uchiha não soltou um pio.

    -Eu já vou me retirar, desculpe o transtorno.

    Ele apenas se virou tendo o caminhar seguido pelos diversos olhos dos ali presentes.

    -Quem é esse garoto?

    Shizune perguntou ao direcionar o olhar para Sasuke

    Mas a resposta não veio já que a figura loira de Uzumaki Boruto chegou correndo pelos corredores do Hospital Geral de Konoha perguntando sobre a companheira de equipe.

    Ino ficou estarrecida ao saber do acidente com sua filha feito por alguém totalmente desconhecido pela vila.

    Sasuke apenas disse ter sido um acidente, que era comum aquilo acontecer em uma luta e que Sarumi apenas não soube desviar ou revidar.

    A morena nada dizia, apenas revirava a comida sem realmente experimentá-la 

    -Acha que já pode voltar aos treinos?

    Inoue perguntou de forma baixa a irmã

    -É claro que ela não vai voltar, vai ficar uns dias molho até tudo estar bem.

    Foi Ino quem respondeu

    -Eu estou bem mamãe.

    Sarumi ergueu os olhos negros para a progenitora

    -Não importa, quero você descansando esse ombro, ouviu bem?

    A morena apenas bufou e se ergueu da cadeira dizendo ter terminado.

    -Mas você não comeu nada…

    Inoue tentou persuadir a irmã, estava preocupada

    -Estou sem fome.

    Os olhos azuis vagaram do pai para a mãe e voltaram-se para a comida.

    A verdade é que também havia perdido o apetite

    -Eu já acabei, vou ver como Sarumi está.

    E se levantou deixando os pais sozinhos

    Quando chegou no último degrau da escada começou a ouvir os buxixos, iriam discutir, ela sabia, só estavam esperando que se levantasse da mesa.

    -Você está bem?

    Perguntou vendo a irmã deitada sobre a cama

    Sarumi apenas maneou a cabeça sem nada verbalizar

    Inoue sentou-se na cama da irmã e finalmente perguntou aquilo que a estava matando

    -Quem era aquele rapaz?

    Os olhos negros da irmã a atingiram 

    -Eu não faço a menor ideia de onde ele saiu, chegou aqui na vila e já foi logo sendo colocado no lugar de Mitsuki! Parece que tem alguma coisa a ver com o Kakashi-sama.

    Sarumi estava irritada, sabia disso pois estava falando de forma rápida, apressada, muito parecida com Ino quando se estressava.

    Sabia que a irmã estava chateada mas não pôde deixar de perguntar

    -Qual o nome dele?

    Sarumi estreitou os olhos

    -Sa…  começou

    Parecia se esforçar para lembrar

    -Samir! Samir Alguma coisa…

    -Que nome diferente

    Inoue colou

    -Estranho você quer dizer!

    -Não gostou mesmo dele não é?

    O olhar onix da irmã caiu sobre o seu de forma intensa

    -Se pudesse nunca mais o veria na minha frente!

    Ia questionar a irmã mas ouviu a porta bater

    -Parece que o papai saiu hoje outra vez.

    Comentou a morena

    Inoue se levantou

    -Onde você vai?

    Os olhos azuis intensos miraram a irmã

    -Vou descobrir aonde ele vai, não me espere.

    E então foi até a janela, mas antes de sair olhou uma última vez para a irmã

    -Distraia a mamãe.

    E saiu, indo pelos telhados, suprimindo seu chakra e buscando com sua capacidade sensorial onde seu pai estava indo.

    Onde ele se refugiava de sua família. 

    CONTINUA...


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