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  • Finalizada
  • Thatangelica
  • Capitulos 39
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 5 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 39

    Capitulo 39

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez

    “Quando cheguei em casa, ela estava sentada na poltrona do quarto, observando a noite se avançar. Deus...como eu a amava.

    Ela virou o rosto pra mim e deu um sorriso triste.

    –Acho que esse é meu destino não é?!

    Me aproximei dela me ajoelhando, fitei seus olhos esverdeados.

    –Vai dar tudo certo Sakura, dessa vez vai ser pra valer, você vai ver.

    Ela se reclinou e me abraçou.

    –Eu só te dou trabalho.

    –Você é o melhor trabalho que alguém poderia ter.

    Ouvi sua risada abafada.

    –Você vai dizer qualquer coisa pra que eu faça essa cirurgia, certo?

    –Você vai fazer essa cirurgia, nem que tenha que te amarrar no bloco cirúrgico.

    Ela se afastou de mim para me encarar.

    –Sabe que se não fosse você, eu já teria desistido a muito tempo.

    Acariciei seu rosto.

    –Eu nunca ia deixar que desistisse.

    Nos abraçamos mais uma vez.

    Não sei como faria para ajeitar as coisas, mas assim que o dia amanhecesse, a primeira coisa que faria seria ir atrás de Sasori, rezando pra que ele não me odiasse muito, nem a Sakura.

    –------------------------------

    Não foi difícil conseguir seu endereço, ele havia voltado para Tókio e trabalhava em um hospital particular, sei que ele deve ter estranho quando ouviu ser chamado pelo auto falante do hospital, e principalmente quem desejava falar com ele.

    Quando o avistei de longe, ele não parecia muito amistoso.

    –Doutro Uchiha.

    Disse sem demonstrar emoção.

    –Doutor Akasuna.

    –A que devo a honra? Veio jogar na minha cara que ela preferiu você?

    Respirei fundo. Eu não era como ele.

    –Não.

    –Então o que é, tenho coisas a fazer.

    –A Sakura...

    Ele pareceu ficar tenso.

    –O que tem ela?

    –Vamos precisar opera-la de novo.

    –Mas...porque?

    A noticia pareceu atingi-lo.

    –O câncer se espalhou.

    Ele fechou os olhos digerindo a informação.

    –Pra quando é a cirurgia?

    –Vai ajudar?

    Fiquei surpreso.

    –Eu jamais deixaria de ajudar a Sakura, mesmo ela não me amando, eu a amo e faria qualquer coisa por ela. Fazer o que se ela escolheu você, só devo lamentar pelo seu mau gosto.

    Sorri, tive vontade de abraça-lo mas me contive.

    –Estarei no hospital mais tarde pra ficar a par de toda situação, mas que fique claro uma coisa, estou fazendo isso por ela, e se algum dia ela cansar de você, vou ser o primeiro a ficar a seu lado.

    Ela me eu as costas e passou a caminhar.

    –Sasori!

    Ele virou metade do corpo me encarando de lado.

    –Obrigado.

    Ele soltou um sorriso e continuou seu caminho.

    –------------------------------------

    Os dias se passaram, Sakura só piorava, não havia como conseguir dinheiro suficiente para a cirurgia. Nossos amigos tentavam nos ajudar mas a quantia era alta. Fora o risco, a cirurgia não garantia que ela sairia viva.

    Estava cansado afundado em papeis, não sabia mais a quem recorrer, o que fazer, até que fui chamando as pressas, Sakura passou mal e estava vomitando sangue novamente. Tivemos de interna-la.

    Vê-la ali, naquela situação, entre a vida e morte e eu não podendo fazer nada me matava por dentro, por alguns instantes pensei em deixa-la ir, suspender os remédios, as sessões de quimioterapia, tudo, para que ela não sofresse mais.

    Sentado a seu lado, vendo mais uma vez aquela quantidade de tubos presos em seus braços, apertei os lábios, o que eu poderia fazer?

    Mas sempre existe uma luz no fim do túnel, e a minha acabava de brilhar.

    –Sasuke.

    Levantei os olhos e vi meu pai parado na porta. Ele parecia bem, fazia algumas semanas que não nos víamos, desde o retorno da doença de Sakura.

    Me levantei e fui até ele.

    –Como ela está?

    Perguntou olhando-a deitada na cama.

    –Nada bem. Não sei mais o que posso fazer para ajudá-la, talvez o melhor mesmo é...

    –Não diga isso!

    –O que eu posso fazer? Não aguento mais ver ela sofrendo, Sakura já me disse que só não se entrega por minha causa, não quero ser o causador do seu sofrimento.

    –Eu te entendo filho, por isso trouxe isso.

    Ele me estendeu um papel dobrado.

    Peguei sem entender, quando abri vi que era um cheque, com um valor exorbitantemente alto.

    –O-O que é isso?

    –Isso é o dinheiro pra cirurgia dela.

    –Mas...como?

    As palavras fugiram de minha boca.

    –Fiquei realmente chateado por ter de saber por Tsunade a situação que se encontrava, porque não veio até mim?

    Passei tantos anos sem depender da ajuda dele que nem me passou pela cabeça pedir a ajuda de meu pai.Mas ele estava ali, de livre e espontânea vontade me entregando aquele cheque.

    –Esse valor é alto demais, é muito mais que o suficiente.

    –É a sua parte das empresas Uchiha, eu a vendi há alguns dias.

    Arregalei os olhos.

    –O que??

    Fugaku entrou no quarto e se encaminhou pra perto dela, apenas o segui com o olhar.

    –Depois de passarmos por tantas coisas, percebi que não podemos ficar presos por objetos ou dinheiro. Estou ficando velho, e essa doença que tive me mostrou que não vou durar pra sempre. Não desejava colocar ninguém em meu lugar nas empresas, então, resolvi vende-la aos americanos, já estavam de olho nela a anos mesmo, foi bom pra mim e pra eles.

    –Mas aquela empresa era sua vida...

    –Era filho, e eu já desperdicei minha vida demais. Este dinheiro é pra você, é seu por direito e quero que salve a vida dela com ele, só de saber que os frutos daquela empresa trarão a vida da mulher que você ama de volta, vejo que todo meu trabalho valeu a pena.

    O abracei, e ele correspondeu.

    –Obrigado.

    –Não tem que agradecer.

    Uma semana depois e estava tudo pronto, mais que isso e ela não resistiria.

    Quando fui busca-la no quarto, todos estavam lá, balões por todos os lados, flores e as divertidas faixas de Ino.

    –Sempre causando confusão no hospital.

    Disse me aproximando dela que sorriu, estava fraca, mas estava feliz.

    –Não brigue com minha amiga Sasuke.

    –Ele é namorado dela Ino, não se meta.

    –Você é uma chata Tenten.

    Aquela cena era totalmente familiar, a primeira vez que fui ao quarto dela tudo acontecia exatamente daquela forma, me deu uma certa nostalgia, quem diria que daquele dia em diante minha vida mudaria tanto.

    Os enfermeiros a ajudavam a se acomodar na cadeira de rodas, Sakura se despediu de um por um, Hinata e Ino já choravam mas a rosada disse que voltaria para vê-las casadas e com muitos filhos irritantes.

    Naruto sorriu dizendo ter gostado da ideia, fazendo Hinata corar. Tsunade, Jiraya, até meus pais estavam ali. Assim que cruzamos a porta do quarto eles se aproximaram. Quando os viu Sakura fez algo que ninguém esperava. Com muito esforço ela se levantou da cadeira, tentaram a impedir mas eu disse para que deixassem, eles mereciam aquele momento.

    Então ela foi até meu pai e o abraçou.

    –Agora entendo por Sasuke é tão perfefeito, ele teve a quem puxar. Pude ouvi-la dizer a Fugaku.

    Quando o soltou ela sorria, e meu pai...sorriu de volta.

    Realmente aquela rosada tinha o dom de atingir as pessoas.

    –Vai dar tudo certo. Minha mãe também a abraçou.

    –Obrigada. Sakura respondeu e voltou para a cadeira sendo ajudada por mim.

    Quando já estava preparada e deitada na maca, pedi para os enfermeiros me deixarem leva-la para o centro cirúrgico, acho que eles notaram que queria ficar só com ela. Pegamos o elevador, Sakura estava bem magra, por isso empurra-la era extremamente fácil. Quando as portas do mesmo se fecharam ela se manteve em silencio.

    –Pensando em que?

    Perguntei.

    –Na vida, e em como ela pode ser perfeita.

    –E se eu te disser que ela pode ser mais perfeita do que já é?!

    Ela voltou seus olhos pra mim.

    –O que quer dizer?

    Estendi ele em sua direção.

    –Você vai me prometer que vai voltar pra que possa coloca-lo em seu dedo.

    Ela encarava a joia com os olhos cobertos de lágrimas.

    –Sasuke...

    Me ajoelhei meio sem jeito pelo pequeno espaço do elevador.

    –Sakura Haruno, você aceita se casar comigo?

    Ela segurou minha mão.

    –Não faça perguntar idiotas Uchiha.

    Me levantei e segurando seu rosto a beijei.

    –Quando sairmos daqui, nossa vida vai estar apenas começando. Sussurrei em seu ouvido e ela concordou com a cabeça.

    –Eu te amo.

    Ela disse assim que o elevador se abriu a o mar de enfermeiros nos interrompeu para leva-la para o bloco. Respirei fundo saindo do elevador, a primeira vez que pensei em Sakura foi dentro dele, depois de nos esbarrarmos. Aquele elevador tinha história...

    A melhor parte da minha vida começou nele, duas vezes.

    –-----------------------

    Eu poderia terminar a história aqui, mas acho que não seria justo com vocês.

    Querem saber se Sakura saiu bem da cirurgia? Bom...a resposta é sim.

    Depois de 9 horas em operação e mais 3 semanas de recuperação ela estava nova em folha. E foi aí que o paraíso se abriu pra mim.

    Nos casamos logo depois de Ino e Kakashi, que já estava prestes a ter o bebe.Um menino.

    A cerimônia foi simples em uma capela em Konoha, a mesma em que seus pais se casaram. Todos estavam lá e por um minuto achei que o local seria pequeno. Quando vi Karin em um dos bancos estranhei de início, mas depois de notar a barriga saliente a companhia masculina a seu lado, percebi que ela também havia encontrado a felicidade, na festa soube que seu nome era Suigetsu.

    O discurso de padrinho que Naruto fez foi totalmente desnecessário e sem noção, mas as pessoas gostaram.

    Quando Sakura jogou o buque o mesmo foi parar nas mãos de Tsunade, que acabou o metendo na cara de Jiraya depois de um comentário provavelmente pervertido feito por ele.

    Hideki estava animado, havia levado as alianças e agora dançava com Sakura, a girando sem parar.

    Ouvir os risos daqueles dois me enchia de uma vida que eu nem sabia que podia existir.

    Depois da festa meus pais foram viajar e gastar o dinheiro da venda da empresas, só voltaria a velos meses depois.

    Narauto e Hinata estavam juntos mas ainda não pensavam em casamento, não tinham pressa.

    Eu achava que a vida não poderia ser melhor, até a noticia mais incrível do mundo chegar até mim.

    Claro que eu fiquei desesperado quando Sakura passou mal, desmaiou e tive que leva-la as pressas para o hospital, mas quando soube o motivo a ficha demorou pra cair.

    Ser pai estava nos meus planos, mas eu não imaginava que seria tão cedo. Na verdade eu não imaginava muita coisa, como por exemplo que os gostos de Sakura ficariam ainda mais estranhos durante a gravidez, ou que ela pudesse ficar ainda mais linda.

    Sayuri nasceu saudável e com os pulmões mais fortes que já vi na vida, pois chorava como gente grande. Decidimos por o nome da mãe dela, rezando para que a minha própria não sentisse ciúmes.

    Se não tivesse os traços parecidos com os meus diria que era filha somente de Sakura. Tinha os cabelos rosados um pouco mais escuros mas os olhos eram os mesmos, até o jeito alegre era dela.

    E foi num dia calmo de domingo que aconteceu.

    Acordei cedo e fui preparar o café da manhã, Sakura ainda dormia e eu aproveitei para pegar Sayuri em seu quarto para que juntos fossemos acordar a mamãe. A pequena ria enquanto a erguia do berço, seus dentinhos começavam a dar sinal mas ela não reclamava, era forte, como uma Uchiha, ou ainda mais, como uma Haruno.

    Quando cheguei ao quarto deitei a pequena do lado de Sakura que nem sequer se mexeu.

    –Acho que a mamãe está mais preguiçosa que o normal hoje.

    Então me reclinei sobre ela e beijei sua testa. Estava gelada.

    Sakura partiu dormindo como sempre temi e como ela sempre desejou.

    Não, eu não me revoltei, não me isolei e não questionei Deus por isso.

    Talvez no meu lugar você não tivesse agido assim mas com o tempo eu aprendi que nem tudo está nas nossas mãos.

    O câncer dela era silencioso e acabou a levando sem dor.

    Se eu sofri? É claro, quem não sofreria, mas antes de tudo eu devia ser grato.

    Grato por tê-la conhecido, por ela ter mudado minha vida...

    Por ela ter me dado uma vida.

    Grato por ter passado os melhores momentos da minha vida a seu lado, por ter me dado uma filha incrível e tão parecida por ela.

    A felicidade não podia acabar porque Sakura tinha partido.

    Eu a sentia.

    Sentia em todos os lugares.

    Quando o vento tocava minha pele.

    Quando via um filme engraçado.

    Quando nossa filha me chamava a noite ou quando ouvia sua gargalhada.

    Quando comia morangos.

    Sakura estava em tudo, estava cravada pra sempre dentro de mim.

    Eu a amaria pra sempre.

    Sempre.

    Até o fim dos tempos.

    Sempre.

    Um dia Konan me perguntou porque eu não contava minha história, a nossa história. Pensei no que ela disse e resolvi escrever essas linhas.

    Desculpe pelos risos, pelas lagrimas, pelo desespero, mas cada linha escrita aqui foi sentida com toda a intensidade.

    Então meu amigo, se você sente um amor tão grande quanto o meu, viva-o, de todas as formas e lembre que o amor nunca nos faz sofrer, somente cresce e desabrocha, como a minha flor de cerejeira.”

    Assinado: Sasuke Uchiha.”

    Fechou o caderno coberto de folhas escritas, estava feito, havia contado toda sua historia de vida. Se alguém se interessaria por ela? Quem sabe...

    –Sayuri, está pronta?

    Levantou-se da cadeira ajeitando suas coisas, já estava atrasado para deixar a filha na escola e ir para o trabalho.

    –Sim papai.

    A pequena tinha os cabelos rosados na altura dos ombros.

    –Já se despediu da mamãe?

    –Ixi, é mesmo.

    A pequena correu até a fotografia da mãe na parede e deu um beijo na mesma.

    –Tchau mamãe. Cuida de mim aí de cima.

    –Não se esqueceu de nada?

    –Ops.

    Mais uma vez a garotinha de 5 anos se virou, dessa vez para a foto ao lado.

    –Tchau tio Itachi, cuida bem da mamãe, pra ela poder cuidar de mim.

    E mais uma vez ela se inclinou e beijou a foto.

    Segurou a mão do pai que já estava na porta a esperando.

    –Lembre que você me prometeu não dar trabalho ao vovô e a vovó hoje a tarde.

    –Eu não dou trabalho, o vovô é que inventa as brincadeiras.

    –É, e sua avó fica uma fera.

    Ambos começaram a rir.

    Depois de deixar a filha na escola foi para o trabalho.

    Desceu do carro e olhou a fachada.

    “CENTRO DE TRATAMENTO AO CANCER SAKURA HARUNO”

    Entrou no local já sendo bombardeado por enfermeiros e médicos.

    Sorriu, era bom saber que era bom naquilo, em salvar vidas.

    FIM.


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