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“Um novo dia...chegou
estava esperando há tanto tempo
pela chegada de um milagre
Todos me disseram pra ser forte
e não derramar uma só lagrima
nas dificuldades e nos bons momentos
Eu sabia que ia conseguir
o mundo achava que eu tinha tudo
Mas eu estava esperando por você
Silêncio, agora
Eu vejo uma luz no céu
Oh, está quase me cegando
Eu não posso acreditar
Eu fui tocado por um anjo com amor
Deixe a chuva cair e lavar minhas lágrimas
Deixe-a encher minha alma afogar meus medos
Deixe-a derrubar as paredes para o novo sol entrar
Um dia novo... chegou
Onde havia escuridão há luz
Onde havia dor agora há alegria
Onde havia fraqueza, eu encontrei minha força
Tudo estava no olhar de um menino”
A New Day Has Come
Céline Dion
O quarto escuro iluminado pela luz da lua só deixava a tez branca mais bela aos seus olhos.
Ela era perfeita...
Para tudo aquilo que desejava.
Ah...e como a desejava!
Sempre desejou, por toda a vida.
Quando ela se aproximou da janela pode finalmente tocar o rosto de traços delicados. Os dedos grossos se ergueram e traçaram cada linha da face alva
Quando os olhos verdes se abriram pra ele, sabia que não havia lugar no mundo que desejaria estar. Se aproximou mais e a respiração quente e úmida tocou sua pele, queria experimenta-la, então tocou sutilmente seus lábios nos dela.
Eram macios, suculentos
Então veio o toque!
O primeiro toque naquele corpo pequeno e bem torneado, as descargas elétricas, a respiração ficando descompassada a medida que seus lábios se arrastavam pelo pescoço delgado...
Queria aquela mulher, queria pela vida inteira
Queria que fosse dela seu destino.
Sua honra
Sua reparação
Sua continuação
Ela jogou a cabeça para trás quando a língua quente tocou a carne do pescoço liso
Sentia seu corpo em chamas, em brasas
Ela era a escolhida
Do seu coração!
Segurou no rosto pequeno e a olhando nos olhos pronunciou
-Você foi feita para amar Uchihas
Seu coração descompassado batia rápido como em uma batalha, e ele estava...sempre esteve em uma eterna batalha interior contra o que sentia por aquela mulher, mas assim que capturou seus lábios, com lascívia, com furor, com paixão, soube...
Aquela batalha, ele havia perdido.
As vestes se foram com pressa, mas os toques eram lentos e desejosos.
Deitaram sobre o leito, o pequeno corpo reagia a cada estimulo.
Se deleitava aos sutis sussurros de prazer que ela deixava escapar.
Arrastou a língua ávida pelo vale dos pequenos seios, daria atenção a eles depois. Parou ao chegar ao baixo ventre. Beijou seu torso desnudo enquanto sentia o aroma doce dos cabelos rosados, aqueles pequenos, quentes e saborosos lábios sussurrantes, nunca antes havia provado algo como eles, precisava senti-los novamente, então ergueu seu rosto e encontrou as jades perdidas em desejo, ficou sobre ela e sem perder de vista os orbes esverdeados tocou aqueles lábios mais uma vez, com calma, apreciando seu sabor como se fosse a mais suculenta fruta. Ela fechou os olhos e se entregou aquele momento, não tinha medo dele, não mais...o amava com todo o seu corpo, todo seu ser, de todo o coração.
Precisava dela, simplesmente por aquela ser Sakura, e o que mais desejava era estar dentro dela, sendo dela, sem vingança, sem mortes, sem tragédias e lagrimas, apenas os dois, sendo quem são, quem foram feitos para ser.
Sem os véus que cobriam suas dores.
Ela lhe acariciou a face e foi como se o tivesse feito na alma. Uniu sua testa a dela e se escorregou para dentro, vencendo cada barreira que o corpo virgem travava.
-Olhe pra mim
Os olhos verdes se abriram aliviando a leve expressão de dor
Ele beijou seu lábio inferior e levou sutilmente uma das mãos ao encontro de seus sexos, a tocando, descobrindo aquele local de prazer e o estimulando
Foi como ver o céu se abrir
As expressões de luxuria que ela fazia...
Se enterrou completamente e suspirou
E seus corpos se encontraram num ritmo único e prazeroso, só deles.
Ela se pôs sobre ele, queria olha-lo nos olhos enquanto faziam, enquanto se conectavam.
Subia e descia pelo corpo masculino agora com facilidade sentido sua intimidade queimando mas ao mesmo tempo pedindo por mais.
Suavam, arfavam e se deleitavam
Ela o abraçou e aumentou os gemidos descompassados
Ele a auxiliava nos movimentos, se enterrando naquele interior estreito e sublime
Ela mordeu os lábios quando sentiu a sensação se aproximando
Ele queria olha-la nos olhos quando acontecesse então buscou a face vermelha e suada
Ela tremeu sobre ele
Ele apertou as carnes fartas e não se aguentou ao sentir os espasmos da figura sobre si
Então saciou-se dentro dela, tanto e com tamanha intensidade que sentiu-se fraco e quando ia tombar violentamente sobre a cama ela o amparou o abraçando, então ambos deitaram juntos.
E enquanto os corpos arfantes descansavam, fecharam os olhos entrando num mundo de sonhos, mas ao mesmo tempo, voltando para suas realidades.
Coberta de medos, receios, dramas, angustias e ressentimentos.
Abriu os olhos alarmado, mirava o teto daquele lugar.
Céus...aquele sonho!
Baixou os olhos sentindo o peso sobre o peito nu.
Ela dormia ao seu lado com o corpo feminino exposto ressonando tranquilamente.
Os orbes negros se fixaram na barriga. Levou a mão que não estava presa pelo corpo da rosada até ela. Passou os dedos calmamente e se surpreendeu ao sentir uma leve trepidação.
Aquele bebe...
Sakura se remexeu levemente
-Deixe sua mãe dormir
Sussurrou.
Ergueu os olhos para a cerejeira, retirou uma mecha da franja que lhe caia nos olhos e ponderou.
E quanto mais pensava mais confuso ficava.
Porque nada de toda aquela situação fazia sentido!
Como, como aquele bebe poderia ser seu?
Como foi parar no quarto de Sakura?
Se aquelas lembranças eram de Itachi porque se via nelas daquela forma, porque as sentia?!
Sentou-se na cama não suportando mais todas aquelas duvidas, olhou para a figura que ainda ressonava a seu lado. Levantou-se e foi em busca de suas roupas.
Quando abriu os olhos sentiu o corpo levemente dolorido, mas não pode deixar de sorrir. Levou a mão ao ventre, nunca duvidou de si mesma, no fundo sempre soube... Então olhou para o lado.
Onde ele estava?
Sentou-se alarmada, somente seu vestido estava ali, a poucos centímetros de seu corpo, e somente ele.
Levantou-se vestindo-se rapidamente. Saiu porta afora caminhando a passos rápidos pelos corredores e diversas passagens daquele esconderijo.
Ele não podia ter feito aquilo com mela
Com elas...
Segurou o ventre e parou de repente.
La estava ele, parado diante de uma bancada cortando vegetais
Escorou-se no batente da porta e suspirou aliviada
Não sabia se sorria ou se chorava.
Mordeu os lábios contendo a emoção e então decidiu se aproximar
Com o ar mais descontraído possível, perguntou
-E então...que nome você escolheria caso for uma menina?
Sakura parou ao lado da figura masculina que tinha uma pequena faca em uma das mãos e um tomate na outra, picando em pequenos cubos perfeitos.
Ele a olhou de soslaio e depois para baixo, para a mistura de alimentos que fazia sobre o vasilhame
-Sarada.
A rosada o olhou alarmada e então para o pote de salada que o Uchiha preparava
Por fim começou a rir.
Ele a mirou
Sakura levou a mão ao ventre e aumentou as risadas, Sasuke pousou a faca sobre o balcão e soltou um sorriso lateral. Mas instantes depois, como que contagiado pelo humor da cerejeira, e de uma maneira mais contida, permitiu-se rir.
E ficaram ali, os dois, diante da bancada coberta de vegetais, apenas rindo.
Os dias se seguiram com ele ao seu lado. Não a vigiando, mas sendo um companheiro. Quando suas costas começaram a dar sinais de incomodo devido ao peso da barriga, ele se mostrou prestativo em lhe auxiliar a afastar suas dores. Ela lhe fazia companhia durante a noite, e os pesadelos nunca mais vieram. Cada desejo era atendido, a seu modo, mas era. Eles riam juntos, comiam juntos, conversavam e se amavam.
E Sasuke jamais imaginou que o apetite sexual de uma gravida fosse tanto.
Em seu quarto, no dela, recostados na bancada da cozinha, no ofurô do banheiro, mesmo o moreno achando que ambos não iriam caber.
Ela fazia caber, porque o que ele aprendeu ali, naquele mês que passaram juntos, é que Sakura podia tudo e qualquer coisas
E parou de se martirizar sobre o sonho ou sobre a concepção daquele bebe, porque aquele ser que crescia dentro da barriga da rosada era dele, independentemente de qualquer coisa, e ele o protegeria e zelaria para que fosse o melhor que pudesse ser.
Numa noite, já no sétimo mês de gestação, estavam ambos deitados sobre a cama, Sakura cantarolava uma canção infantil e Sasuke lia alguns pergaminhos
Franziu o cenho ao ler o primeiro, era de Juugo sobre Konoha, dobrou o papel e o deixou de lado partindo para o seguinte.
-Karin e Suigetsu estão em um esconderijo próximo, dizem estar fazendo a retaguarda.
Baixou o papel e bufou
-Já era para eles estarem aqui!
Sakura ergueu o olhar para Sasuke e sorriu
-Deixe os dois, estão em lua de mel.
O Uchiha olhou para a rosada
-O que?
-Vai dizer que não percebeu?
-Não é o tipo de coisa da qual fico reparando
Ela se sentou e se aproximou
-Em que você prefere reparar?
Ele sabia aonde ela queria chegar
Passou os dedos pelos fios cor de rosa que lhe emolduravam a face e sorriu com a lateral dos lábios
Se aproximou e a beijou
Quando se afastou disse
-Algum dia vamos parar?
A rosada pareceu ponderar e com humor respondeu
-Só no dia que eu engordar tanto que você me ache repulsiva
Ele a trouxe para si
-Então não vamos parar nunca
Ela abriu o sorriso e sentou-se sobre o Uchiha que já começava a retirar a parte de cima das roupas da Haruno.
Sakura jamais imaginou no início daquilo tudo que estaria assim, ali deitada sobre os braços protetores de Sasuke.
Muitas vezes ela sentia a mão dele sobre seu ventre pouco após acordar pela manhã, mas escolhia permanecer de olhos fechados e deixa-lo ter aquele momento, somente ele e o bebe.
Ela já não o odiava mais, porque de alguma forma ele quebrava suas amarras e a envolvia num círculo de cuidado e carinho só dele, do jeito dele. Talvez nunca tenha chegado a odiá-lo de fato.
Sasuke não era romântico ou extremamente carinhoso, era um homem de detalhes.
E ela captava esses detalhes, um a um em seu dia a dia.
Umeboshis eram comuns naquele esconderijo, assim como o interesse dele em aprender algumas técnicas médicas para caso fosse necessário, como para caso suas constantes dores nas costas e nas pernas...
Ele não dizia eu te amo, mas demonstrava.
Todos os dias um pouquinho mais.
Seria hipocrisia de sua parte dizer que estava tendo a vida dos seus sonhos, pois não estava.
Seria perfeito se estivesse em sua vila, com sua família e seus amigos, e levando o sobrenome do homem ao seu lado enquanto estivessem deitados numa cama deles, esperando o filho deles.
Mas a realidade era outra e apesar de doce, era cruel.
E ela bateu com tudo quando as dores vieram, ainda no sétimo mês.
Tentava não demonstrar, seguir forte para não o preocupar, não era nada alarmante, era medica afinal, sabia que estava tudo bem.
Tinha de estar!
Controlava suavemente o chakra para que elas passassem, e passavam...
Mas quando uma delas veio forte o suficiente para fazer o copo que segurava se espatifar entre seus dedos não conseguiu esconder mais.
Ele ficou bravo, preocupado, nervoso, tudo junto, e evocou o falcão para que avisasse a Karin para estar ali o quanto antes.
A ruiva chegou poucos dias depois mas sozinha, Sakura nem sequer reparou nesse fato.
Estava na cama e na cama ficou, pelos próximos dias.
A ruiva a avaliou e seguiu como pode as recomendações da rosada.
Quando saiu do quarto Sasuke estava lá, encostado no batente a esperando
-Como ela está?
-Estável, ela e a criança, mas não sabemos por quanto tempo.
O ouviu bufar
-Correm algum risco?
-Toda gravidez tem algum risco em algum momento, Sakura não chegou a fazer um pré natal de verdade, apenas deduzimos que está tudo bem, mas a qualquer momento ela pode entrar em trabalho de parto.
O Uchiha passou a mão pelos cabelos os bagunçando ainda mais
-Suigetsu já foi se encontrar com Juugo, assim como pediu.
Ele levantou o olhar para a ruiva, mas antes que pudesse dizer alguma coisa a Uzumaki se virou e se retirou.
Mirou a porta recostada.
Estava com receio de entrar.
Olhou para dentro e a viu deitada de olhos fechados, frágil e tranquila ao mesmo tempo.
Ergueu a cabeça puxando todo ar que pode
Céus...havia ganhado tudo de volta para perder novamente?!
Não, não podia ser assim!
Não era justo
-Você é uma boa garota, sei que não quer fazer mal a mamãe.
Passou a prestar atenção nas palavras que a rosada dizia do outro lado da porta
-Mas se não estiver mais confortável aí dentro, pode sair, não se preocupe, aqui fora é lindo e tem várias pessoas doidas para te conhecer.
Deixou um singelo sorriso escapar ao ouvir aquilo
-Muitas pessoas te amam, então não tenha medo.
A viu alisar a barriga ainda de olhos fechados.
-Sasuke
Ouviu a voz fina o chamar.
Abriu o restante da porta e adentrou no recinto
-Como se sente? Perguntou se aproximando
Ela lhe sorriu
-Bem melhor.
Ele se ajoelhou e pegou uma das mãos dela que repousava sobre o ventre saliente
-Vai ficar tudo bem, não se preocupe
Era ela que estava o acalmando.
Ergueu os olhos encontrando os verdes.
-Mas caso aconteça alguma coisa...
Ele retesou
-Não continue... falou firme
Sakura fechou os olhos e respirou fundo
-Você precisa ouvir. Caso alguma coisa dê errado, cuide dela, olhe por ela...
Ele se levantou nervoso e quis soltar a mão pequena da sua, mas Sakura não deixou
-É sério, você precisa ouvir, escolha ela e cuide dela, por mim...
Ele virou o rosto ao ouvir aquilo mordendo o lábio inferior
-Eu sei que você será o melhor pai que ela poderia ter
Os olhos negros brilhavam
-Você não tem que me dizer nada disso, eu não vou precisar escolher nada, você vai ficar exatamente onde está.
Sakura sorriu
Ela puxou a mão grande que estava entre a sua, ele se inclinou e ela suspendeu levemente o corpo da cama
E sussurrou somente para ele
-Eu te amo.
E tombou novamente o corpo no leito
Sasuke travou ao ouvir aquelas palavras.
Os olhos verdes o miravam, calmos e ponderados
Sakura estava em paz ao dizer aquilo, mesmo depois de tudo o que a fez passar, ela ainda era capaz de o amar.
Fechou os olhos e sorriu.
Um sorriso grande e sincero.
Um sorriso que ela nunca viu ele dar antes, em toda a vida.
Na semana seguinte Karin foi incisiva
-A criança parece estar em colapso, se ela entrar em sofrimento vamos adiantar o parto.
Sasuke ouvia tudo sentado na cadeira sem mirar a ruiva
-Talvez eu devesse leva-la ate Konoha, lá ela receberia auxilio, seria cuidada...
-Não existe a menor condição dela viajar agora! A colocaria em mais risco ainda, ela tem de continuar em repouso absoluto e nós rezarmos para que essa criança se segure mais um pouco lá dentro.
Os olhos negros finalmente a miraram, então ele se ergueu
-Obrigado Karin.
Disse se retirando do local.
E foi no oitavo mês de gestação que aconteceu.
Enquanto ele lia aquele pergaminho enviado por Juugo.
Karin entrou na sala mal iluminada do esconderijo às pressas
-Sasuke, rápido, é a Sakura, a bolsa dela rompeu
A ruiva falava com tanta euforia que ele mal compreendia
-O bebe vai nascer!
Deixou o aposento as pressas largando o pergaminho deixando-o cair no chão
E nele poucas palavras estavam escritas
“Foi estourada a Quarta Guerra Ninja”
CONTINUA...