Capítulo 13

“O amor é uma flor delicada, mas é preciso ter coragem de ir colhê-la à beira de um precipício.”

Stendhal

O lugar era escuro e estava abandonado, achou que por algum motivo contaria com algum tipo de proteção mas não foi o que encontrou, com praticamente todos os seus membros mortos, a sede da Akatsuki era apenas uma sombra do que já fora.

Andava pelo local com rumo certo, os aposentos de Itachi.

O lugar cavernoso não dava muitos indícios do ponto exato, mas ele não desistiria, tinha de descobrir as ambições de seu irmão.

O porquê!

Quando por fim achou o aposento, constatou ser aquele o de seu falecido irmão mais velho, o mais organizado de todos. Olhou ao redor e não viu nada demais, respirou fundo e foi em busca de respostas.

Após um certo tempo no local não teve grandes resultados, tudo que encontrou escondido foi uma foto bem antiga de sua família, nela ele próprio sorria, sua mãe tinha um olhar terno, já Itachi e seu pai tinham o rosto sério. Nenhuma data, nenhum documento, nenhum dado ou informação, nada.

Sentou-se no que restou da cama e passou a mão pelos cabelos, ainda tinha a foto entre os dedos, passou-os gentilmente sobre ela e quase deixou um sorriso escapar, mas então sentiu algo estranho na parte de trás.

A virou, parecia normal.

Passou novamente os dedos, a textura no centro não era a mesma do restante do papel, então num impulso ativou seu poder ocular, e achou...

Lá estava, um nome, apenas um nome.

Haruno Sakura

Após o observar tomar todo o conteúdo da xícara, ela recolheu e o encarou sorrindo.

-Isso é horrível.

Ele disse apenas.

Sakura a deixou sobre a pequena mesa próxima a porta e se voltou para Suigetsu

-O que é ruim cura. Como se sente hoje?

-Bem melhor.

-Ótimo. Ela lhe respondeu ainda sorrindo.

-Porque está fazendo tudo isso?

A rosada se sentou na beirada da cama onde o Hozuki estava deitado.

-Porque você precisava, eu sou médica, não posso simplesmente ignorar uma pessoa correndo risco.

-Você sabe que fique nesse estado por tentar impedir seus amigos de virem resgatá-la.

Ela desviou o olhar

-Eu sei.

-E mesmo assim me ajuda?

Ela volta a encará-lo

-Eu...não posso evitar.

Suigetsu se recostou sobre a cabeceira da cama

-Vocês de Konoha são estranhos.

A cerejeira leva uma mecha dos cabelos rosados para trás da orelha e apenas concorda

-Sim, somos.

Assim que sentou-se na pequena mesa junto a Karin e Juugo para tomarem o café da manhã juntos, o ruivo comentou.

-Acho que teremos de providenciar outras roupas pra você, essas já não lhe servem.

A rosada então olhou para baixo antes de se sentar e observou a barriga sobressalente começando a aparecer por debaixo de sua blusa.

-Não precisa se preocupar com isso.

-Após comermos irei atrás disso.

Sakura apenas o encarou e por fim sorriu.

Logo realmente não teria mais nenhuma roupa para vestir, as que usava já estavam extremamente apertadas.

Então os olhos dos três caíram na imagem de Suigetsu descendo as escadas, ainda tinha o braço e a barriga enfaixados por baixo das roupas.

Juugo sorriu.

-Você parece bem melhor.

Comentou assim que ele se sentou.

-A doutora aí me deu alta, finalmente pude deixar aquele quarto.

 A ruiva a seu lado não dizia nada, parecia muito entretida com sua xicara de chá.

Então, enquanto Sakura e Juugo conversavam sobre alguma banalidade, ele se virou para ela e sussurrou.

-Obrigado por ter me ajudado.

Ela o encara com os orbes arregalados por detrás dos óculos.

-Não sei do que está falando.

Desconversa voltando rapidamente sua atenção para o liquido esverdeado da xícara.

-De qualquer forma...obrigado.

A Uzumaki ajeitou os óculos e olhou de soslaio para o lado.

Sorriu levemente mas logo voltou a prestar atenção na conversa de Juugo e Sakura.

Naquele mesmo dia Suigetsu se mudou para o quarto de Juugo, que como havia dito, foi atrás de roupas novas para a rosada. E naquele mesmo dia Sakura passou o resto da manhã se sentindo enjoada, então Karin foi vê-la.

-Achei que os enjoos já haviam passado. Disse a ruiva para a rosada após oferecer um copo com agua para a mesma.

-Eu também, mas acho que não tem como prever essas coisas.

Após entregar o copo vazio a ruiva, Sakura a chamou antes da mesma sair.

-Karin, mesmo estando quase totalmente recuperado, Suigetsu ainda precisa de assistência, você...poderia fazer isso por mim?

Viu a ruiva ajeitar os óculos e sem nada responder fechar a porta.

A rosada que estava sentada sobre a poltrona,apenas levou a mão sobre a barriga e sorriu.

Juugo voltou quase no fim da tarde.

-Trouxe isso, espero que seja do seu agrado.

Ele lhe estendeu uma sacola e de lá Sakura retirou um longo vestido de arramar na cintura, uma camisa de botões, um casaco de lã quase na mesma tonalidade de seus cabelos, e um Kimono, a rosada não entendeu muito o porquê do kimono mas não disse nada

-São lindas, vocês tem bom gosto, obrigada.

Juugo sorriu e se sentou na poltrona.

Sakura ajeitava as roupas sobre a cama.

-Vi Karin entrando no meu quarto quando vim trazer as roupas.

Sakura direcionou o olhar pra ele.

-Serio?

Ele apenas afirmou com a cabeça.

-Pedi a ela que se pudesse, desse uma assistência a Suigetsu pra mim, não me senti bem hoje, estava enjoada.

Ele estreitou o olhar para ela

-Mas já passou

-Então talvez seja melhor eu ir até lá...

Quando ele ia se levantar a rosada o segurou

-Você não vai a lugar nenhum, eles precisam ficar sozinhos.

Juugo ergueu uma sobrancelha.

-Confie em mim, eles querem ficar sozinhos!

E lhe piscou o olho verde sorrindo levemente travessa.

Não sabia onde estava com a cabeça, mas quando deu por si já estava batendo na porta do quarto. Ele estava demorando para atender, então já estava pronta para dar meia volta e desistir daquela ideia estupida, mas então ouviu o som da maçaneta e a luz da fresta aberta atingiu seu rosto.

Ele pareceu surpreso com a imagem dela ali.

Então abriu a porta por completo.

-Karin?

-Sakura me pediu pra vir ver como você está!   Era isso? Nem ela se lembrava direito o que a rosada havia lhe pedido

-E porque ela mesma não veio?

A ruiva sentiu uma leve fúria tomar conta de si.

-Esteve enjoada o dia todo.

Talvez o Hozuki nutrisse alguma coisa pela rosada, afinal ele passou dias no quarto dela, sendo amparado, tratado, cuidado, ela viu o zelo com que a Haruno o tratou, não seria difícil para um homem mal tratado como Suigetsu, acostumado a brutalidade, as mazelas da vida, se apaixonar por alguém como ela...

Como Sakura!

No mesmo instante Karin se sentiu uma idiota por estar ali.

E a raiva que outrora sentiu pela cerejeira mas pareceu ter diminuído, voltou com toda força.

-Mas se você não quer então eu vou embora!

Disse rude

Ela ia se virar mas ele a interrompeu

-Não, tudo bem.

Ele deu espaço, ela ficou parada no mesmo lugar por alguns instantes, por fim adentrou no quarto.

Então Suigetsu fechou a porta e perguntou

-Onde vai ser?

-Hãn?

-Você não vai me examinar?

-Há, sim, sente-se!

Então ele o fez, foi até uma das camas e se sentou, ela se aproximou, levantou as mãos meio hesitante mas por fim o fez, analisou os ferimento, passou os dedos cuidadosamente e perguntou se ele sentia alguma dor

Suigetsu apenas negou com a cabeça

Então de joelhos diante dele, o ajudou a trocar as ataduras, fez tudo mecanicamente e focada, no mais absorto silencio.

Era estranho estar perto dele sem as ofensas, sem os ataques...

Estavam diferentes um com o outro.

E ela já não sabia como agir perto de um Suigetsu diferente.

Então por impulso analisa seu fluxo de chakra

Estranha

-Seu fluxo está alterado.

Por fim levanta seu olhar e o encara.

O olhar do Hozuki está sobre o seu.

Então quando ela vai se afastar ele segura sua mão

Karin se sobressalta.

Ele leva a outra mão ao rosto dela e retira seus óculos

-Você fica bonita sem eles...

Ia toma ar para lhe responder mas seus lábios foram tomados.

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CONTINUA...