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  • Finalizada
  • Thatangelica
  • Capitulos 39
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 5 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 23

    Capitulo 23

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez

    Era tarde quando saiu do hospital, a fina chuva que perdurou durante todo aquele dia havia cessado ao menos um pouco. Ele se sentia leve, como se a chuva houvesse lavado sua alma e sua confissão pra ela tirado um peso de seu coração.

    Ele amava, Sasuke Uchiha pela primeira vez na vida amava...e era amado.

    Não, ela não era como as outras, não se importava com seu dinheiro, com seu sobrenome, com sua família, com a empresa...aquela rosada só se importava com ele, e nada mais.

    Dirigia calmo e lentamente pelas ruas nem tão movimentadas de Tókio, era curioso que agora que não estava com pressa, o transito fluía normalmente, como lhe dando passagem para seu destino. Parou o carro diante dos grandes portões e desligou a chave, fazia muito tempo que não ia ate aquele lugar e se sentia mal por isso.

    Desceu do carro e caminhou a passos lentos ate a entrada, era um lugar de luxo, não se podia negar, a enorme cruz dourada na entrada e os seguranças não deixavam duvidas de que ali só repousavam pessoas da alta, passou tranquilamente apesar do tempo que se mantivera longe dali, os seguranças o reconheciam de outros tempos, tempos em que ele se esquecia de viver para poder estar ali.

    -Boa noite Doutor Uchiha. Disse um dos seguranças.

    -Boa noite.

    E respirou fundo ao cruzar aqueles portões.

    Ia andando entre os túmulos inacreditavelmente adornados, sempre muito floridos e com peças religiosas extremamente caras espalhas pelo local como se tentando abençoar aquelas pessoas que em sua maioria, viraram as costas pra Deus e o mundo por desejos egoístas.

    Parou diante dele, o enorme mausoléu da família, com suas enormes portas de carvalho trabalho com detalhes em ouro, tocou na maçaneta extremamente cara e a girou adentrando no local completamente iluminado pela quantidade de velas. La ele podia ver os túmulos de seu avô, sua avó, bisavô e bisavó, alguns tios distantes, primos que nem ao menos chegou a conhecer, mas dentre todos estes somente um lhe importava e Sasuke seguiu reto ate ele.

    -Ola Itachi.

    O tumulo do irmão era o mais adornado do local e cheirava a incenso, aquilo já era esperado já que seus pais nunca deixaram ou deixariam de cuidar do lugar de repouso eterno do filho preferido.

    -Como vai?

    O moreno passou a mão pela foto do irmão sobre a lapide, ele sorria, como sempre, logo abaixo havia uma frase em latim, uma oração na verdade, mais embaixo seguiam os dizeres:

    “Uchiha Itachi, filho e irmão amado.”

    Sim amado, o Uchiha mais velho sempre fora muito amado.

    -Sei que deve estar zangado comigo, faz tempo que não venho te visitar.

    O moreno se sentou na ponta do tumulo todo feito em mármore.

    Sasuke suspirou.

    -É que aconteceu tanta coisa...

    Encarava a foto do irmão como se encarando a ele próprio.

    -Você não vai acreditar o que aconteceu, eu...estou apaixonado.

    Sasuke soltou um pequeno sorriso.

    -Sei que deve estar achando graça, afinal quem diria que um dia eu, logo eu, iria gostar de alguém.

    -Ah Itachi, mas se você a conhece...

    O Uchiha levantou os olhos escuros, encontrou o teto branco pintado com anjos no estilo renascentista.

    -Ela é tudo que eu...que eu nunca desejei.

    O moreno soltou uma risada.

    -Ela é estranha, veste roupas largas e coloridas, parece uma criança que cresceu demais.

    Mantinha o terno sorriso nos lábios, só se permitia sorrir assim diante do mais velho.

    -Mas é linda, alegre, sorridente...ela é tudo que eu não sou. Por favor, não ria.

    Voltou a encarar a foto do irmão.

    -Com certeza você tentaria a tirar de mim, e cá entre nós, ainda bem que está morto, senão eu mesmo o mataria se você sequer pensasse nisso.

    -É, eu sei no que está pensando, eu conheço você melhor que você mesmo, sei que está feliz por mim. Mas tem um problema, ela tem uma doença, uma doença terminal.

    O Uchiha fechou os olhos e apertou os lábios, como se quando lembrasse disso algo doesse dentro de di.

    -Ela tem câncer, e eu sou o medico dela.

    Abriu os olhos e olhou para a lapide.

    -É errado, eu sei, não deveria me envolver com uma paciente...

    -Mas...eu sinto que se não estiver com ela, seria mais errado ainda.

    Sasuke se levantou do tumulo e passou a caminhar pelo local.

    -Eu, sinto que tenho que protegê-la, tenho que amá-la pois é sua ultima chance.

    Então ele parou.

    -Não, é a MINHA ultima chance.

    O moreno voltou novamente para diante do tumulo.

    -O que eu faço Nii-san, o que eu faço...

    Abaixou a cabeça deixando a franja cair por sob os olhos tão negros quanto aquela noite.

    -As vezes eu me pergunto se mereço isso, se mereço isso que ela sente por mim.

    O moreno ainda olhava pro chão.

    -Como eu posso salva-la se nem ao menos eu consegui salvar você?!

    Fechou os olhos os apertando, não queria chorar por aquilo, não mais.

    -Queria tanto que estivesse aqui comigo agora Itachi, nem que fosse pra me chamar de tarado pervertido, fissurado em mulheres doentes.

    Abriu seus olhos sem coragem de levantar a cabeça.

    -Mas eu sei que você nunca diria isso.

    Levantou o rosto encontrado o sorriso do irmão perdurado naquela imagem.

    -Você diria “Vai fundo pirralho”!

    Nesse momento um vento frio passou pelo local, tocando o mármore gelado e o esfriando ainda mais. Sasuke estremeceu.

    -Sim, você está aqui, você sempre vai estar do meu lado.

    O Uchiha sorriu ao se lembrar das palavras do irmão.

    “Não se preocupe moleque, você não vai se livrar de mim assim tão fácil! Mesmo se esse coração aqui não agüentar!” o moreno mais velho bateu com força no peito para depois tocar a testa do irmão com os dedos, como fazia com ele desde criança.

    Infelizmente no dia seguinte seu coração não suportaria mais.

    -Eu não pude salvar sua vida, mas talvez eu consiga salvar a minha...

    E então se levantou pronto pra se retirar do local.

    -Obrigado, Nii-san.

    Saiu de la pelo menos um pouco mais aliviado do peso que carregava dentro de si, sempre soube que poderia dividir sua carga com Itachi, porque tem coisas que a eternidade não sabe como separar.

    Andava a passos lentos ate a saída, a noite estava tranqüila depois de um dia inteiro de chuva, as primeiras estrelas cintilavam tímidas em meio a escuridão.

    Se fosse um filosofo, se compararia aquelas estrelas, pois começava a se encontrar em meio a escuridão.

    Mas nem sempre as coisas acontecem como desejamos, e a vida pode pregar peças que não estamos preparados para cair.

    Ouviu o barulho de gritos vindos ao longe mas sem conseguir identificar o ponto certo, só pode distinguir os passos rápidos vindos em sua direção e um grito agudo.

    Quando se virou pra ver o que acontecia...aconteceu.

    Um estrondo se fez presente aos ouvidos que ali estavam e uma fina dor percorreu seu ser em poucos instantes. Pode sentir o chumbo adentrar sua carne e o vento frio da noite terminar de preenchê-la, o gosto ferroso do sangue subiu ate sua boca e os olhos negros passaram a ver tudo escuro.

    Um silencio profundo se apoderou de sua mente, não ouvia, não falava, não sentia mais nada, a não ser uma força insana que o puxava para o chão.

    Tentou discernir qualquer coisa a seu redor, qualquer coisa que fizesse o pânico que aflorava em seu interior passar, e então ele viu o rosto dela, sorridente como sempre e capaz de lhe trazer a paz.

    Não queria fechar os olhos, não queria perder os olhos dela de vista...não queria voltar pra escuridão em que vivia antes da presença dela.

    -Sakur...

    O nome dela se prendeu em sua garganta quando finalmente sentiu o asfalto frio bater com forca sob si.

    Acordou assustada e com uma dor profunda na cabeça, se levantou com dificuldade e tentou apertar o botão encima da cama para chamar a enfermeira, mas não conseguiu, a dor aguda se aprofundava e sua vista embaçava.

    -So-socorro...

    Seu chamado saiu quase como um sussurro.

    Levou as mãos ate a cabeleira rosa em sinal de desespero, parecia que uma faca perfurava seu cérebro.

    Não conseguiu segurar o peso do próprio corpo.

    -S-Sa-Sasuke... chamou mais com seu pensamento do que com sua voz.

    A imagem perdurava em sua mente, e seu peito se apertou aprofundando ainda mais sua dor.

    Não, não poderia partir sem vê-lo.

    Juntou as ultimas forças que tinha e gritou com toda vontade.

    -SOCORRO!

    Sua vista embaçada pode notar a luz do quarto se acender e uma cabeleira loira vir ate sua direção.

    -Sakura, por Deus, o que aconteceu?

    Tsunade foi de encontro a rosada no chão.

    -E-eu pre-preciso dele...

    -ALGUEM ME AJUDE AQUI.

    Tsunade gritou e no instante seguinte alguns enfermeiros já se faziam presentes.

    -Chame..cha-me ele p-pra mim

    -Não se esforce querida.

    -Por...favor

    As lagrimas já brotavam nos cantos dos olhos verdes.

    -Sasu...

    Sua voz morreu antes que pudesse terminar o nome.

    Um enfermeiro a pegou no colo e Tsunade começou a berrar.

    -RAPIDO, LEVEM ELA PRA CTI, E ENCONTREM SASUKE UCHIHA, JÁ!

    O bip dentro do bolso da calça apitava insistentemente.

    “URGENCIA, HARUNO SAKURA”

    Mas ninguém o atendeu.

    CONTINUA...


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