Olhos Vermelhos

  • Finalizada
  • Thatangelica
  • Capitulos 24
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 4 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 10

    Capítulo 10

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Spoiler, Violência

    “Talvez eu não tenha te amado

    Tão frequentemente como eu poderia ter

    Talvez eu não tenha te tratado

    Tão bem quanto eu poderia ter

    Se eu fiz você se sentir a segunda melhor

    Garota, eu sinto muito, eu estava cego

    Mas vocês sempre estava na minha mente

    Você sempre esteve em minha mente "

    Always On My Mind

    Elvis Presley

    Os lábios beijavam seu torso desnudo enquanto sentia o aroma doce de seus cabelos rosados, aqueles pequenos, quentes e saborosos lábios, nunca antes havia provado algo como eles... precisava senti-los novamente então ergueu seu rosto e encontrou as jades perdidas em desejo, inverteu as posições e ficou sobre ela sem perder de vista os orbes esverdeados, e então ainda a observando selou seus lábios nos dela mais uma vez, mas desta vez com calma, saboreando- como a mais suculenta fruta e viu quando ela escondeu suas jades para apreciar aquela sensação, ela não tinha medo dele, ela o amava com todo o seu corpo, com todo o seu ser, de todo o coração...

    Abriu os olhos e encontrou a escuridão, sentou-se na cama e passou as mãos pelos cabelos negros os arrepiando ainda mais, bufou irritado.

    Não entendia por que tinha aqueles malditos lapsos das memorias que Itachi havia lhe mostrado, levantou-se e vestiu uma camisa qualquer, estava irritado, abriu a porta e caminhou pelos corredores escuros, não tinha caminho certo só queria sair e esquecer aquelas memorias que  eram...eram perturbadoras!

    Quando deu por si estava diante da sala onde a cerejeira ficava, não sabia o que fazia ali mas tinha tanta raiva dela...tanta raiva daquela vila maldita e até de seu irmão que decidiu ser fiel a Konoha e abandonar tudo, inclusive o próprio filho.

    Deu um soco na parede ao lado da porta, no instante seguinte a mesma se abriu e uma figura assustada apareceu.

    -Sasuke-kun! Está tudo bem?

    Karin saiu da sala após ouvir o barulho e se assustar, estava sonolenta e por isso não sentiu a aproximação de chakra.

    -Como ela está? Perguntou o Uchiha ignorando a pergunta anterior

    -Estável, estou a mantendo a base de calmantes mas logo ela precisará acordar e começar a comer alimentos sólidos, já perdeu peso desde o dia em que chegou aqui. Disse ajeitando os óculos na face.

    Faziam 3 dias que a rosada estava no esconderijo junto deles.

    -Não importa o que aconteça, faça com que ela coma.

    O moreno deu meia volta já se retirando.

    -Vai sair Sasuke-kun?

    -Preciso respirar um pouco.

    -Quer companhia?

    -Não.

    A ruiva bufou e antes de fechar a porta e ir para seu quarto olhou mais uma vez para a cerejeira adormecida.

    -Espero que não acorde nunca.

    Já fazia um tempo que estava acordada e apenas olhava para o teto branco.

    “-Me diga Sakura-chan, como foi trepar com meu irmão?”

    Aquelas palavras ressoavam em sua mente como um mantra infernal.

    “-Como foi foder com ele e depois descobrir que eu o matei?”

    O único som que se ouvia no ambiente era o da máquina que mostrava seus batimentos cardíacos e os da criança.

    Aquela criança era filha de Uchiha Itachi.

    Como ela voltaria para Konoha estando grávida de um traidor que matou todo seu clã?!

    “-Você é tão traidora quanto eu.”

    Como não pode perceber...como pode se deixar levar daquela maneira?

    Como Itachi conseguiu se passar por Sasuke daquela forma, copiar seu jeito, seu cheiro, seu chakra, tudo?!

    Se sentiu a ninja, não...a mulher mais estupida, ingênua e idiota naquele momento.

    Mesmo sendo um nunkenin Itachi era um gênio, conseguir se passar por seu irmão para seduzir uma garota seria extremamente fácil para ele, e fazer com que ela pensasse que não fosse real qualquer usuário do Sharingan poderia fazer, ele usou de sua maior fraqueza contra ela.

    Mas por que logo ela?

    Saiu de seus pensamentos quando ouviu a porta sendo aberta.

    -Trouxe sua comida.

    A ruiva entrou com a bandeja e a deixou sobre o colo da rosada que nem teve tempo de reagir.

    -Se você não comer vamos amarrar suas mãos e te alimentar por sonda, imagino que deve imaginar o quanto isso é desconfortável, então é bom que quando eu voltar não tenha mais nada nessa bandeja.

    E saiu deixando a rosada sozinha. A cerejeira se apoiou nos braços e se ergueu na cama olhando para a comida a sua frente, havia um pote com alguns pedaços de fruta, um copo com água e um prato com algo parecido com mingau.  Sentou-se e pegou a colher, recolheu um pedaço de fruta e o levou a boca, não sabia se seu estomago aceitaria, mas mesmo assim fez o esforço, enquanto mastigava sentia um nó se formando em sua garganta, fechou os olhos, respirou fundo e engoliu.

    Lembrou-se mais uma vez daquela noite, daqueles toques, aqueles toques que ela pensou serem dele.

    Levou mais um pedaço de fruta a boca o mastigando devagar, o bolo na garganta aumentou, fazia um esforço enorme para não chorar.

    Ao fundo ouvia os batimentos acelerados do coração da criança em seu ventre.

    Aquela criança que já nasceria condenada.

    Seja pela vila, seja por Sasuke, seja por ser uma Uchiha.

    Aquela criança não teria paz aonde quer que estivesse.

    Engoliu mais um pedaço de fruta.

    Aquela criança que era filha de um traidor com uma garota de 17 anos.

    Após terminar com as frutas partiu para o mingau, estava tão absorta em seus pensamentos que nem se deu conta do sabor do mesmo.

    Mas ela poderia dar fim àquele sofrimento, ou melhor, fazer com que ele nem chegasse acontecer...

    Ela era uma médica, sabia como fazer essas coisas, sabia como fazer parecer um acidente, um aborto, um simples aborto, assim ela estaria livre e aquela criança também!

    Passou a colher pelos lábios enquanto refletia sobre seus pensamentos, só precisaria de mais um tempo, talvez algumas ervas...não! Ervas a ruiva suspeitaria e ela nunca conseguiria estando trancada ali, tinha que ser algo mais prático, era sua primeira gravidez e estava de poucas semanas, não seria tão difícil assim.

    Uma queda...

    Um corte no fluxo de chakra da criança...

    Talvez até mesmo algo ali dentro mesmo do esconderijo, Orochimaru deve ter  escondido algo nesse lugar que possa ajuda-la!

    Mais uma vez teve seus pensamentos cortados pela entrada da ruiva no aposento.

    -Vejo que comeu tudo, decidiu se comportar, muito bem, melhor pra você.

    Karin retirou a bandeja de cima da rosada e pegou a colher de sua mão a jogando sobre a louça vazia fazendo um enorme barulho.

    -Bom, hoje vamos fazer sua primeira ultrassonografia.

    A Uzumaki  já se aproximou  retirando o lençol de sobre seu corpo e levantando sua blusa

    -Mas...já?

    -Claro, precisamos saber o tamanho pra acompanhar o desenvolvimento do feto. Juugo, pode entrar com a máquina.

    Então Sakura viu o ruivo adentrar no recinto empurrando uma enorme máquina que apesar do tamanho pareia extremamente leve trazida por suas mãos.

    -Bom dia Sakura sama, espero que não esteja zangada comigo.

    Juugo sorriu sem jeito pra ela após deixar o enorme aparelho ao lado de Karin.

    Antes que a rosada pudesse responder a mesma se adiantou.

    -Tudo bem Juugo, pode nos deixar agora, obrigada!

    O ruivo a encarou uma última vez até que a Uzumaki fechou a porta.

    -Não gosto nem de imaginar porque Orochimaru tinha uma coisa dessas aqui nesse esconderijo mas agora nos será bem útil.

    Disse a Uzumaki ligando o aparelho, Sakura nada dizia, a verdade é que ela não imaginou que faria uma ultrassonografia.

    No instante seguinte Karin jogava a gosma transparente sobre o ventre da rosada e já colocava o aparelho sobre ele, ela apertou um botão e o monitor apresentou apenas chuviscos.

    Mas então ela apertou outro botão e no monitor os chuviscos se transformaram em vários borrões.

    E no meio daqueles borrões havia uma mancha.

    Sakura apertou os olhos e então viu.

    Lá estava ele.

    Do tamanho de um grão de feijão.

    Tão pequeno.

    Tão indefeso.

    Tão inocente.

    Pode ouvir Karin esbravejando e dizendo que não sabia mexer naquelas coisas, que não estava vendo nada e que aquela máquina estava estragada devido ao tempo.

    Sakura então ergueu a mão e apertou outro botão várias vezes dando zoom naquela mancha.

    Sim, era ele, podia ver seu coração pulsando intensamente, pulsando junto ao dela.

    -Pelo menos pra isso você serve, sabe mexer nessas coisa! Resmungou a ruiva.

    A rosada então levou mais uma vez a mão a um dos botões e dessa vez o girou.

    E pela primeira vez ela pode ouvir aquele some dessa vez não era o bipe vindo de uma máquina, era o som limpo e claro do coração do seu bebe.

    Ele estava tão vivo dentro dela!

    Ele era apenas um pequeno aglomerado de células em formação, mas aquele som...aquele som foi capaz de mudar todas as células dentro do corpo de Sakura, todo o seu ser.

    Apertou os lábios sentindo as lágrimas escorrendo por sua face.

    Que tipo de pessoa ela era pensando em algo como aquilo? Como poderia tirar a vida de um ser tão pequeno, que não tinha culpa de nada e nem sequer imaginava as tragédias do mundo exterior, as tragédias que o esperavam.

    Aquela criança não era um Uchiha, era um bebe, apenas um bebezinho que precisava de amor e proteção.

    Que precisava de Sakura.

    De toda força que nem séculos de treino a dariam.

    Uma força que vinha de dentro.

    Uma força maior que o universo.

    Uma força que a faria morrer por aquele ser que nem se parecia com um ser humano ainda.

    Várias e várias vezes.

    Quantas vezes fossem preciso.

    E então a rosada foi tomada por um amor que ela não sabia que poderia existir, porque ela se apaixonou por aquela criança, aquela criança amaldiçoada dentro de seu ventre.

    Aquele sim foi um amor à primeira vista, e quando o som daquele pequeno coração entrou em seus ouvidos ela soube, nunca ouviria nada como aquilo novamente.

    Porque agora ela não era apenas a Sakura, medica-nin de Konoha.

    Agora ela era Sakura, a mãe de alguém.

    Sim, MÃE!

    Ficou repetindo aquela palavra várias vezes em sua mente olhando a mancha na tela.

    Agora ela viveria para alguém.

    Ela viveria por alguém.

    .

    .

    .

    CONTINUA...


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