Capítulo 9

“Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.”

Friedrich Nietzsche

Quando chegou no esconderijo já era tarde, dessa vez fora sozinho tentar se distrair, não queria a companhia de nenhum de seus companheiros, nem de Suigetsu com suas piadas que agora se focavam na rosada nem de Juugo que o aconselhava a trata-la melhor. Ela era uma pedra que Itachi havia colocado em seu sapato, não entendia o que o irmão havia visto na Haruno mas agora o mal estava feito, ela estava grávida e ele não poderia deixar que Madara ou qualquer outro colocasse as mãos naquela criança.

Se lembrava dos flashes que seu irmão lhe mostrou na luta final, de como ele possuiu a rosada, de como ela se entregava pra ele com tamanha vontade, logo ela que dizia o amar tanto. Ela era como todas no final das contas, não, ela era pior.

Assim que chegou no corredor dos quartos parou, deu meia volta e passou pelo corredor até as escadas, desceu até as salas onde Orochimaru fazia suas experiências, caminhou até uma delas e abriu a porta, estava tudo escuro, percebeu o leito vazio e bandeja com a comida intacta, sentiu seu sangue ferver.

Caminhou a passos rápidos até o banheiro e abriu a porta, dane-se o que ela estava fazendo, encontrou-a sentada no chão abraçada as pernas e de olhos fechados ajoelhou-se ao seu lado e num rompante tomou seu rosto o puxando com violência o mantendo bem próximo ao seu.

Sakura teve um vislumbre dos olhos vermelhos.

-Eu não me importo com o que acontece ou deixa de acontecer com você, mas se de alguma forma você prejudicar essa criança ai dentro eu acabo com você, então trate de comer ou enfio a comida a força pela sua garganta!

E a soltou com força, se levantou e saiu.

Sakura sentiu um nó na garganta mas não deu tempo das lagrimas rolarem, num instante tudo começou a girar e seus sentidos se foram.

Sentia as mãos dele a tocando, tão firmes e quentes, tão doces e amáveis. Seus lábios antes frios agora ardiam e desciam cálidos beijos por seu pescoço até seu colo, jogou a cabeça pra trás sentindo arrepios, então ele segurou em seu rosto e a trouxe de volta, ela olhou em seus olhos e os viu rubros, vermelhos como sangue.

“Você foi feita para amar Uchihas... “

Ele sussurrou e então lhe tomou os lábios com vontade.

Abriu os olhos e reconheceu o ambiente, estava na mesma sala mas agora com várias agulhas presas em seus braços, se remexeu inquieta mas uma ruiva de óculos bufou a seu lado, tinha algo nas mãos, parecia uma prancheta.

-Fique quieta ou vai acabar arrancando as agulhas, nem parece  a grande médica que dizem que é.

Sakura se incomodou com o comentário.

-O que está injetando em mim?

-Vitaminas e soro, como você deu aquele showzinho de não querer comer acabou desmaiando, Juugo te encontrou desmaiada no banheiro. Não se preocupe, não vou te envenenar, Sasuke-kun me mataria se tentasse, não que eu já não tenha pensado no assunto.

A Haruno se ajeitou melhor no leito e pode ver que estava conectada a duas maquinas, uma monitorava seus batimentos cardíacos, já a outra...

-Esses batimentos são do bebe?

Karin voltou a olhar para a rosada, ela fazia força para se inclinar e conseguir enxergar os batimentos da criança.

-Sim, estão estáveis, apesar da sua imaturidade ele está bem.

A rosada pode ouvir os batimentos do coração da criança, Deus, havia mesmo um bebe crescendo ali dentro, e como seu coração batia rápido.

Sua própria máquina apitou.

-Ei, não vá ter um treco agora.

Pela primeira vez a Haruno ficou emocionada com essa gravidez.

“Você foi feita para amar Uchihas... “

Fechou os olhos e se conteve pra não chorar.

Se recompôs e abriu os olhos.

-O Sasuke, ele esteve aqui?

Mais uma vez a Uzumaki a encarou.

-Não, porque ele viria?

Sakura baixou o olhar.

Karin se aproximou.

-Vou deixar uma coisa bem clara para que você entenda, você é um fardo, se essa criança que está na sua barriga não tivesse sangue Uchiha você nunca mais o veria, então não crie esperanças porque assim que esse bebe nascer você nunca mais o verá nem ao Sasuke.

E dizendo isso ela deixou a prancheta sobre a bancada e se retirou.

Sentiu um gosto amargo na boca.

As lagrimas rolaram sem nem ao menos notar.

Então ele pretendia retirar a criança dela a força.

Num impulso, levou as mãos ao ventre pela primeira vez, e pela primeira vez ela teve um sentimento único, algo maior que ela.

Apertou sua barriga ao mesmo tempo em que fechava seus olhos e sentia as lagrimas caindo sobre suas mãos conectadas as maquinas.

Aquela criança era dela, nada mais importava, e independentemente de qualquer coisa ela sim a havia feito com muito amor.

Ninguém tiraria seu filho.

Sim, seu filho!!!

Apenas seu!

 E ela o protegeria contra todos.

Contra o mundo se fosse preciso.

Ouviu a porta sendo aberta, abriu os olhos e viu Juugo passar por ela sorrindo, mas logo atrás dele estava ele, com seu belo e monstruoso rosto impassível, não soube o que aconteceu mas teve um rompante, arrancou as agulhas dos braços e tubos e juntando  todas as suas forças correu já que  estava sem as correntes inibidoras de chakra, ia voar pra cima dele mas foi segurada pelos grandes braços do ruivo.

-VOCÊ NÃO VAI TIRAR O MEU FILHO DE MIM!!!

Ela gritou.

-Ele não é seu, tem sangue Uchiha e por isso pertence aos Uchihas.

Ela se debatia nos braços de Juugo.

-SE VOCÊ ENCOSTAR A MÃO NO MEU FILHO EU MATO VOCÊ, EU TE CAÇO NO INFERNO E ACABO COM VOCÊ SEU MALDITO!!!

Após ouvir os gritos, Karin e Suigetsu já estavam presentes no local.

Sakura mesmo fraca e num ambiente como aquele, juntou forças e se liberou dos braços de Juugo, ficou cara a cara com Sasuke, ele era bem mais alto mas isso não a impedia.

-Me diga Sakura-chan, como foi trepar com meu irmão?

A rosada arregalou os orbes esverdeados, deu um passo pra trás e levou as costas das mãos aos lábios.

-Como foi foder com ele e depois descobrir que eu o matei?

Ela continuava dando passos para trás enquanto o Uchiha avançava contra ela.

-Você, logo você que dizia que me amava, abriu as pernas pra ele e agora está grávida.

Ele continuava avançando e jogando as palavras contra ela, as lagrimas escorriam em abundancia pelo seu rosto.

-Você é tão traidora quanto eu.

Ela parou quando suas costas bateram na maca.

Os olhos negros se mantinham cravados nos verdes banhados em lágrimas.

-Você sempre quis ser uma Uchiha não é....pois então irá sofrer como uma!

Ele se afastou e o corpo da cerejeira escorreu para o chão.

Sasuke saiu a passos duros, Karin e Suigetsu lhe deram passagem, após alguns segundos o Hozuki assoviou e comentou

-Nossa, que espetáculo.    E saiu

Karin apenas ajeitou os óculos e também se retirou.

Juugo foi o único que permaneceu no lugar, olhando para a rosada sentada no chão e ouvindo os soluços vindos com as lágrimas.

Ele se aproximou e a amparou nos braços.

-Vamos Sakura-sama, não pode ficar nesse chão frio.

-V-você ouviu o-oque ele disse...o bebe é do Itachi?

-Sim.

-Não é possível, não....não era o Itachi lá!

Juugo colocou a rosada no leito e a cobriu.

-Se acalme Sakura-sama, toda essa emoção pode lhe fazer mal.

Passados alguns minutos Karin entrou na sala.

Tinha uma seringa na mão.

-O que é isso? Perguntou a Haruno apreensiva.

-É apenas um calmante, vai acalmar você e a criança.

-Você não vai encostar a mão em mim!

A ruiva bufou

-Juugo, pode segurá-la pra mim?

-Isso é mesmo necessário? O ruivo não se sentia bem fazendo aquilo.

-Se não fosse eu não estaria fazendo.

-Juugo, por favor, não... Sakura pedia.

-Me desculpe Sakura –sama.

Não houve formas dela se proteger, mesmo contra sua vontade Juugo a segurou e Karin aplicou o liquido amarelo em sua veia, poucos instantes depois e mais uma vez a rosada perdia os sentidos.

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.CONTINUA...