Capitulo 20

Como não notou isso antes, ela sempre estava o observando, estava amiga de Naruto e conviveu muito tempo com Kakashi, seus únicos amigos. Sorriu ao constatar os fatos.

Estava em sua sala fazendo a atualização de suas anotações sobre Sakura, estava tão entretido no que fazia que nem notou a presença de sua chefe parada na porta lhe observando.

-O que faz ai parada? Disse após notar sua presença.

-Nunca vi você tão mergulhado em seus afazeres.

A loira fechou a porta e se aproximou.

-Sei o que quer dizer Tsunade.

-Que bom, me poupa falar que antes você não dava a mínima para o trabalho.

Sasuke revirou os olhos, aquela loira sabia provocar.

-A que devo a visita?

Perguntou voltando para o que fazia.

-Vim saber como anda a Sakura, soube da sua decisão em voltar com a quimioterapia para o caso dela.

-Será o melhor a se fazer.

Tsunade o encarava e Sasuke começava a se irritar.

-O que foi?

-Nada, só que é bom ver como se importa com ela. O sangue do Uchiha gelou.

-Deve ter notado como ela é especial... continuou a loira.

-Estou fazendo meu trabalho, só isso.

Tsunade sorriu

-Também é bom ver que ela fez você se importar com o trabalho novamente.

Ela o encarava com o olhar maternal

-Sinto falta daquele Sasuke que chegou aqui como residente e cheio de vontade de

aprender.

-Não sei do que está falando. O moreno tentava desconversar.

-Deixe de ser orgulhoso Sasuke, sabe muito bem do que estou falando.

Sim, ele sabia, mas preferia não se lembrar.

-Era só isso que tinha pra dizer?

A loira não pode deixar de sorrir pelo comportamento do moreno, agia como um legitimo Uchiha.

-Não. Estava pensando em chamar um oncologista para cuidar da quimioterapia de Sakura.

-Seria bom.

O Uchiha já havia pensado nessa possibilidade, ele não tinha permissão em aplicar quimio nos pacientes, somente um medico especialista em câncer poderia fazê-lo, mas o moreno não confiava em nenhum daquele hospital.

-Pensei em Akasuna no Sasori, ele é o melhor oncologista na área neurológica.

Sasuke já tinha ouvido aquele nome, realmente Akasuna no Sasori era a melhor opção.

-Quando ele poderá vir?

-Vou entrar em contato com ele hoje mesmo.

-Otimo.

O Uchiha encarava Tsunade que continuava sentada, o moreno levantou uma sobrancelha como perguntando o que ela ainda fazia ali.

-Tudo bem, vou deixá-lo trabalhar.

A loira se levantou e foi ate a porta mas antes de sair o chamou mais uma vez.

-Sasuke?

-Hum? Respondeu a olhando por sobre a franja

-Melhora essa carinha!

E deu-lhe seu sorriso mais cínico.

Se pudesse mandaria a loira a merda, e ela sabia disso.

O moreno estranhou a rosada não acordar durante a manha e foi fazer seu exame de rotina. Assim que adentrou no aposento notou-a pálida, mantinha os olhos fechados e os cobertores tampando ate parte do rosto, viu quando ela abriu os olhos que brilharam, percebeu que ela tentava sorrir mas não conseguia. Se aproximou e colocou a mão fria sobre a pele febril de Sakura.

-Você esta queimando.

Viu o Uchiha retirar o termômetro do bolso e mandá-la abrir a boca. Assim o fez.

Se preocupou quando sentiu a pele quente de Sakura sob a sua, podia ver que ela não estava bem, mal conseguia deixar os olhos abertos.

Pegou o termômetro e o olhou, ela estava com muita febre.

Chamou a enfermeira através do botão sobre a cama.

Quando a moça entrou no quarto,foi logo falando.

-Traga um antitérmico para Sakura e deixe alguns analgésicos próximo a cama.

-Sim senhor.

A enfermeira ouviu tudo e saiu.

-Esqueceu de pedir por favor a ela.

Sakura tinha a voz baixa e arrastada.

Sasuke soltou um leve sorriso.

-Desculpe, o farei da próxima vez.

-Acho bom. Respondeu.

-Sente alguma dor.

-Sim, na cabeça.

Sasuke se aproximou novamente e examinou seus olhos, aquilo poderia ser preocupante.

-A enfermeira vai te trazer analgésicos e a dor vai passar, quando se sentir melhor faremos alguns exames.

-Certo...

Notou que ela encolheu mais sob as cobertas.

Quando a enfermeira voltou, deu os remédios a rosada que era observada pelo Uchiha, depois se deitou novamente sentindo os olhos pesarem.

-Desde quando está se sentindo assim?

Perguntou curioso, aquele tipo de sintoma não aparecia assim de repente, era um processo gradativo.

Notou-a hesitar em responder.

-Ontem de noite. Disse bem baixo

Sasuke poderia se irritar, mas não conseguia vendo-a daquele modo tão frágil.

-Sakura... tem que avisar quando se sentir mal, estamos aqui pra cuidar de você!

-Desculpe.

Ficaram em silencio por um longo momento.

-Você vai ficar parado ai?

O moreno estava distraído olhando pra ela, tinha receio que algo acontecesse novamente, como na vez da parada cardíaca.

-Pensei que tivesse adormecido.

Se aproximou um pouco mais dela que lhe mostrou novamente os lindos olhos verdes, agora um pouco menos brilhantes, sinal que a febre baixava aos poucos.

-Não consigo dormir com alguém me olhando.

-Se for por isso, posso deixá-la sozinha pra...

-Não. Ela disse o interrompendo –Gosto da sua companhia.

-Fico feliz em saber disso.

Nunca tinha dito isso a ninguém. Nunca sentiu isso com ninguém.

-Porque não se deita aqui comigo, parece cansado.

Ele não ouviu o que acabara de escutar a rosada dizer.

-O que? Perguntou sem entender.

-Isso, deite aqui como Hideki fazia.

-Está louca, não posso me deitar com você.

Sorriu nervoso, aquela garota realmente não batia bem.

-Ora, e porque não?

Olha-a abismado, ela sabia o porque...

-Porque alem de ser seu medico, seria antiético, alem de estar se sentindo mal.

Ela o olhou fechando a cara.

-Somos amigos, e se por ser meu medico não pode se deitar do meu lado, acho que não te quero mais cuidando de mim.

Aquilo o pegou de surpresa.

-Sakura...

-Não discuta Sasuke. Hoje é domingo, não tem quase ninguém nesse hospital alem de doentes que mal podem se levantar, ninguém vai vir aqui me ver pois você está aqui e sabem que estou em exame. Você não tem desculpas, a não ser que não queira.

Querer, era obvio que queria, adoraria sentir o cheiro dela perto de si mais uma vez.

-Sabe que é errado, não sabe?!

-Seria errado se eu não te chamasse, tenho certeza que passou a noite aqui e se chegou a dormir foi muito pouco e bem desconfortável naquela sua sala.

Ele hesitava

-Vamos la, se você não contar eu também não conto. Ela lhe piscou o olho e sorriu.

Aquele sorriso era o suficiente para afastar suas duvidas, afinal...o que custava tentar, quando ela dormisse ele levantaria e sairia dali.

-Está bem.

Realmente se sentia cansado. Passou a noite toda cuidando de relatórios e revisando alguns casos a qual Kakashi pediu sua opinião.

Largou seu equipamento na poltrona ao lado e retirou o jaleco, se desfez dos sapatos e se aproximou do leito.

“Ela deu espaço e eu meio relutante me deitei a seu lado. Ela não parecia ter problemas pra dormir, mas foi seu ato seguinte que me surpreendeu. Sutilmente ela colocou seus lábios próximos ao meu ouvido e começou a cantar em meio a sussurros:

I will love you, babe, always

And I’ll be there, forever and a day, always

If you told me to cry for you, I could

If you told me to die for you, I would

Take a look at my face

There's no price I won't pay

To say these words to you…

-O que esta fazendo? Perguntei sem entender

-Cantando.

-Pra que?

-Cantar essa musica sempre me ajuda a relaxa e dormir.

Durante mais da metade de minha vida tive problemas pra dormir, as vezes , quando meus pais não percebiam, Itachi ia ate meu quarto e se deitava junto comigo, ficávamos conversando ate eu sentir algum sono chegar, mesmo assim ele não saia de la, ficava ate ter certeza que eu estava dormindo.

-Você é uma péssima cantora.

-Eu sei. Ela sorriu e continuou a cantar.

Senti meu corpo relaxar, não era a melhor cantora do mundo, alias estava muito longe de ser, mas alguma coisa naquela voz me dava paz. Meus olhos foram ficando pesados e todo o cansaço parecia querer se esvair de meu corpo. O perfume de morangos que os cabelos cor de rosa exalavam me relaxavam ainda mais, estava começando a gostar daquele cheiro. Em menos de cinco minutos eu já estava entregue ao mundo dos sonhos. Me odiei por isso

Quando abri os olhos notei que ela dormia serenamente com a respiração próxima a meu pescoço, me arrepiei a fechei os olhos para me conter. Afastei sua mão que pousava em meu ombro calmamente, havia sido fraco, não podia se envolver daquele jeito com minha paciente.”

Calçou os sapatos brancos e pegou suas coisas sobre a poltrona, sorriu ao lembrar da musica que ela havia cantado, Always...a mesma que tocava quando seus pais se beijaram pela primeira vez, buscou a musica na internet depois do que ela lhe contara no outro dia, ouviu-a algumas vezes.

Caminhou ate sua sala e se trancou nela, não queria ser incomodado por ninguém.

Apesar de dividir o pequeno espaço da cama coma rosada, se sentia descansado, passou uma hora dormindo a seu lado e estava relaxado. Precisava dormir assim mais vezes.

Não ao lado dela é claro.

Ouviu insistentes batidas na porta.

CONTINUA...