Always

  • Finalizada
  • Thatangelica
  • Capitulos 39
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 5 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 17

    Capitulo 17

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez

    “Dentro do meu coração, eu sei que você sabe o que acontece dentro de mim.”

    Sakura

    “Amaldiçoei Karin de todas as formas que podia imaginar. As palavras que Sakura me disse martelavam em minha mente, e eu precisava saber a continuação delas.

    Desci ate minha sala completamente impaciente, aposto o que for que o ela tem pra me dizer não é nem um pouco importante. Abri a porta e Karin estava sentada em minha poltrona, assim que me viu pulou de la e se prendeu em meu pescoço, era assim desde a faculdade. Soltei seus braços de mim e me afastei sentando onde antes ela estava.

    -Sabe que não pode vir aqui enquanto estou trabalhando, muito menos invadir o

    quarto de um paciente.

    Ela me ignorava, mexia nos cabelos sem nem ao menos me olhar.

    Suspirei.

    -O que você quer?

    No mesmo instante se postou diante de mim.

    -Sua mãe nos ligou hoje, a empresa do seu pai vai realizar uma festa...

    -Não preciso saber disso. A interrompi.

    -Mas Sasuke, é a empresa da sua família!

    -Se está tão interessada vá você e me deixe em paz! Me enfureci

    -Você é mesmo um grosso! Só gente doente pra conseguir te aturar.

    Ela saiu e bateu a porta.

    Massageei minha têmporas para aliviar a fina dor de cabeça que começa a sentir, provavelmente teria mais problemas de família.

    Me levantei e olhei pela janela, a tarde já avançava alta, desde de manha não voltei a falar com Sakura, desde de manha suas palavras ecoavam em meus pensamentos.

    Como me concentrar em um tratamento pra ela quando sua imagem triste persistia em me invadir. Larguei os papeis em cima da mesa e me encaminhei para seu quarto apressado, ficaria louco se não soubesse o fim daquela frase.

    Mas para minha surpresa ela não estava la, nem em nenhum canto daquele hospital, bufei irritado depois de procurá-la em todos os cantos possíveis, depois de um tempo sorri pra mim mesmo e percebi, com certeza ela estaria nos impossíveis.

    Subi aquelas escadas para a térreo controlando a ansiedade que se apossava de mim sem eu nem ao menos entender porque.

    Abri a porta que estava somente encostada, caminhei alguns passos ate o centro buscando algum ponto rosa.

    Virei o rosto para onde meus sentidos apontavam, la estava ela, sentada no beiral olhando a imensidão do céu que ganhava contornos alaranjados nos apresentando um belo entardecer.

    O vento forte balançava seus cabelos e ela mantinha as mãos apoiadas no chão, não olhava pra baixo, olhava pra frente fixamente.

    Sem emitir nenhum ruído me aproximei dela, fiquei alguns segundos em pe a admirando, com certeza já tinha notado minha presença ali mas se mantinha calada, resolvi me aproximar mais e sentar ao seu lado.

    Continuei a encarando, em nenhum momento ela direcionou seus olhos pra mim, mantinha-os fixo no horizonte, decidi olhar para onde sua atenção era mantida e me surpreendi, era o maior por do sol que eu vira em toda minha vida. A enorme bola laranja se escondia entre os prédios vagarosamente e desenhava diversas cores no céu antes azulado, nunca em toda minha vida havia parado para assistir ao sol se por, nunca liguei pra esse tipo de coisa, mas ali ao lado dela, vendo-a mexer os olhos em cada movimento que o astro fazia, notei que aquilo a tocava, e me tocava....de alguma forma.

    Assim como ela, fiquei hipnotizado pelo espetáculo a minha frente. Sem querer me lembrei de Itachi,de minha mãe e ate de meu pai, como éramos tão pequenos diante de coisas assim.

    E o silencio reinou por um tempo que eu não soube contar.

    Os primeiros pontos brilhantes começaram a cintilar na imensidão escura.

    -Minha mãe morreu de câncer quando eu tinha dois anos.

    Ela começou, senti vontade de olhá-la mas me contive.

    -Ela era um jovem de família rica e sempre viveu de acordo com as regras da sociedade.

    Suspirou.

    -Mas um dia ela cansou, cansou de tudo e fugiu da casa dos meus avós. Andou durante muito tempo pela estrada ate conseguir uma carona, o motorista havia perguntado se ela estava perdida e ela disse que sim, então ele lhe disse ‘ vou te levar ao melhor lugar do mundo’, ela se arriscou e foi, chegando la não compreendeu nada.

    Ouvi sua risada doce e ela continuou.

    -Era um show de rock. Ela não entendeu nada, como um show de rock, ao ar livre, repleto de pessoas pulando e se esbarrando podia ser o melhor lugar do mundo. Quando perguntou ao motorista a única coisa que ele disse foi ‘ divirta-se’ arrancou e a deixou la, sozinha no meio da multidão.

    Sakura falava calmamente e eu não ousei interromper um segundo sequer.

    -Ela caminhou por la por muito tempo, ate desistir e resolver ir embora, mas foi ai que aconteceu...ela esbarrou em alguém e caiu no chão, mas uma mão se estendeu e sem nem pensar ela a segurou e se levantou limpando as roupas. ‘Você tem lindas mãos’ ela ouviu a pessoa dizer e quando finalmente a olhou se encantou com os enormes olhos verdes, foi a primeira vez que minha mãe viu meu pai, tudo sumiu naquele momento, as pessoas, a musica, tudo, só existiam eles dois no mundo. Isso de acordo com o que meu pai dizia...

    Ela sorriu mais uma vez.

    -O primeiro beijo dos meus pais foi ao som de Always, do Bom Jovi. E foi no meio daquele show de rock, quando tocou os lábios do meu pai pela primeira vez que ela soube, realmente aquele era o melhor lugar do mundo.

    Sakura de calou. E eu passei a refletir tudo aquilo que ela me contava.

    -Tempos depois- continuou- minha mãe saiu de vez da casa dos pais debaixo de muitas brigas, meu avô a expulsou aos gritos dizendo que ela estava deserdada, mas mesmo assim ela foi, largou a faculdade de engenharia e ganhou uma bolsa na melhor faculdade de artes do Japão, as belas mãos dela eram de uma grande artista. Meu pai só pra irritá-la dizia que os únicos vasos que poderia fazer seriam os sanitários.

    Ela balançou a cabeça provavelmente se lembrando do pai.

    -Eles foram felizes, viveram com muitas dificuldades mas foram felizes, minha mãe era considerada a melhor artesã de Konoha e vendia suas obras para todo o país...mas meu pai sempre me dizia que a melhor obra da minha mãe tinha sido eu.

    A encarei, ela ainda mantinha os olhos fixos no horizonte agora estrelado.

    -Eu nunca vi meu pai chorar pela morte dela, ao contrario, ele sempre sorria ao falar sobre ela, sua doce Sayuri...exatamente igual ao nome, uma pequena e linda flor.

    Notei uma dor profunda a invadir nesse momento, provavelmente falar disso a incomodava.

    -Meu pai morreu quando eu tinha quinze anos, ele tinha problemas no coração a muito tempo e no fundo eu sempre soube que ele vinha sofrendo de amor, uma hora seu coração não ia agüentar e ele foi se encontrar com ela.

    Ela respirou fundo e levantou a cabeça sentindo a forte rajada de vendo que nos atingiu.

    -No fundo eu fiquei feliz que meu pai tenha partido antes de me ver ficar doente, a mesma doença que levou minha mãe agora vai me levar pra junto deles.

    Senti uma incontrolável vontade de a tocar mas me contive na mesma hora em que ela me olhou. Seus enormes olhos verdes brilhavam de uma forma que eu nunca havia visto antes, talvez fossem as lagrimas que tinha derramado horas antes, talvez fosse o vento ou talvez fosse a emoção de falar de algo tão intimo, tão profundo...

    -Meu pai sempre dizia que nos apaixonamos porque precisamos de testemunhas pra nossas vidas, e que era extremamente feliz por ter testemunhado toda a beleza que era a vida ao lado da minha mãe.

    Ela me olhava fixamente e eu não ousava desviar meus olhos dos dela.

    -Eu fiz tudo, eu risquei cada item da minha lista de coisas pra se fazer antes de morrer, e quando eu não morri, também risquei todos da lista de coisas totalmente absurdas para se fazer antes de morrer...

    Ela pausou novamente e meu coração disparou de uma forma que eu nunca havia sentido antes.

    -...mas de todos os itens eu jamais inclui me apaixonar.

    -Sakura... eu disse e ela colocou o dedo em meus lábios.

    -Não era justo amar alguém sabendo que no fim eu iria partir, e deu certo durante todo o tempo, ate...

    Ela caminhou a mão dos lábios ate meu rosto, seu toque fez todo o meu corpo arrepiar e o cheiro de morangos me embriagar por completo.

    -...ate você aparecer...

    Eu congelei naquele momento.

    -...esbarrar em mim

    Estava mudo.

    Ela sussurrou...

    -e fazer eu me apaixonar por você!

    Tudo pareceu parar naquele instante, eu não sentia nada, não enxergava nada, não ouvia nada...a não ser aquela ultima frase.

    Foi quando aquela sensação me invadiu pela primeira vez, um calor, um calor que eu nem sabia que existia tomou conta de todo o meu ser, algo dentro de mim queimava, e quando finalmente voltei a focalizar os olhos verdes eu me senti arder.

    Aquilo chegava a me doer internamente e foi somente quando os lábios doces e inacreditavelmente macios tocaram os meus é que a dor dentro de mim cessou.

    Eu não sei porque

    Eu não sei quando

    Eu não sei como...

    Mas ali, naquele momento

    Tudo no mundo fazia sentido.

    Os pontos brilhantes que estavam no céu, agora se encontravam nos meus olhos assim que os fechei e a aproximei mais. Tocar sua pele pela primeira vez, senti-la tão perto...Sakura me fazia ver estrelas. E tão rápido como começou... acabou, ela se afastou e antes mesmo de eu conseguir abrir meus olhos novamente ouvi a porta do terraço bater e um frio que não sabia de onde vinha tomou conta de mim.

    Toquei meus lábios e sorri

    Não eram morangos como eu cheguei a pensar que fossem

    Cerejas! Os lábios dela tinham gosto de cerejas.”

    ps . Sayuri significa PEQUENO LIRIO BRANCO.

    CONTINUA...


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!