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  • Finalizada
  • Thatangelica
  • Capitulos 39
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 5 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 4

    Capitulo 4

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez

    Um tumor cerebral benigno é uma massa anormal, mas não cancerosa, de tecido cerebral. Um tumor cerebral maligno é qualquer cancro no cérebro com capacidade para invadir e destruir tecido adjacente ou um cancro que se espalhou (que criou metástases) pelo cérebro vindo de outro lugar do corpo através da corrente sanguínea.

    “Ela tinha câncer. Como boa parte dos meus pacientes...ela tinha câncer. Não sei por quanto tempo fiquei sentado atrás daquela mesa lendo sobre o caso, mas foram horas, horas que seriam cruciais em um determinado momento da minha vida. Minha atenção só foi despertada quando notei meu bip tocar, era urgente, larguei meus papeis onde estavam e corri ate o terceiro andar, ele apitava somente uma frase: CODIGO AZUL.

    Cheguei ao aposento já tomando o controle da situação, verifiquei os batimentos e a respiração, nada. Comecei os procedimentos de ressuscitação, a jovem não reagia.

    -Tragam o desfibrilador! Gritei para os enfermeiros, logo o aparelho já estava la.

    -Carregue em 50.

    Coloquei o aparelho no tórax da garota, o choque fez seu corpo se mexer, nada.

    -100! Disse mantendo o aparelho no mesmo lugar

    O corpo inerte chegou a pular.

    -Droga. Praguejei quando vi que não fizera efeito.

    -Vamos ter que abri-la, bisturi, rápido!

    Abri o peito da jovem ali mesmo no quarto, tinha ao menos que tentar trazê-la de

    volta. Me trouxeram o desfibrilador interno, o espaço era pouco e ainda tinha que o dividir com o resto da equipe, uma enfermeira segurava o separador de costelas enquanto eu encaixava o aparelho no coração dela, olhava diretamente para o monitor de batimentos cardíacos ao lado da cama. Tentei uma, duas, três vezes... nada. A equipe me olhava esperando uma atitude.

    -Hora da morte 11:45 da manha.

    Larguei os instrumentos e me dirigi para a porta.

    -Tirem os equipamentos e fechem o corpo.

    Que tipo de medico eu era?

    Sai dali, caminhei pelos corredores a passos rápidos, eu precisava andar, sair...fugir.

    Subi as escadas ate a cobertura, não queria correr o risco de encontrar com alguém usando o elevador.

    Somente la eu poderia estar sozinho

    Um sentimento horrível subia por minha garganta

    Abri a porta apressado e caminhei ate a beirada, nada ali protegia de uma futura queda. Precisei desviar de alguns materiais de construção pois Tsunade havia mandado fazer uma barreira naquela área que apesar de muito pouco freqüentada poderia causar acidentes, e acidentes em hospitais são totalmente inaceitáveis.

    Respirei fundo assim que senti a primeira rajada de vento bater em meu rosto

    Definitivamente, eu era um péssimo medico.

    Passei as mãos pelos cabelos e fechei os olhos ate que ouvi um grito, quando ia me virar para ver de quem era senti um puxão e um mar cor de rosa invadir minha visão.

    -NÃO FAÇA ISSO!

    La estava eu, estirado no chão com uma louca em cima de mim.

    -O que você pensa que esta fazendo?

    Eu tentava me levantar mas ela não deixava, jogava todo o peso de seu corpo sobre o meu. Seus cabelos se emaranhavam em meu rosto, e aquele cheiro chegava a me deixar inebriado. Ninguém mantinha aquele tipo de contato comigo.

    -Eu não vou deixar você fazer isso!

    -Do que você esta falando?

    -Eu não vou deixar você se matar!

    Então era isso, ela achou que eu iria pular.

    -Eu não ia me matar.

    Eu mesmo me assustei com a calma com a qual havia dito aquilo

    Então ela levantou o tronco e olhou pra mim, senti o calor de seu corpo se afastar do

    meu, seus olhos brilhavam, ela pareceu estar desesperada.

    -Não?

    Tinha que admitir, ela tinha lindos olhos. Não eram como os do sonho, eles tinham vida.

    -É claro que não.

    A vi soltar o ar aliviada.

    De repente seu rosto começou a tomar novas formas e todo o desespero se transformou...

    -Ai!

    ...em raiva.

    Sim, ela estava me batendo, e tinha uma mão muito pesada.

    -Seu idiota, quase me matou de susto!

    Tentei segurar seus braços ate que ouvimos um barulho e ela parou olhando pros lados.

    -Acho que vem vindo alguém. Sussurrou e voltou seus olhos pra mim

    Somente naquele momento notamos a posição em que estávamos, ela sentada sobre meu quadril bem por cima... dele

    Antes que pudéssemos reagir vimos a porta se mexer e ela se levantou, me levantei logo em seguida tentando limpar as marcas de poeira que ficaram no jaleco.

    -Ei, o que estão fazendo aqui?!

    Senti- a segurar minha mão e me puxar mais uma vez, olhei pra ela, estava sorrindo.

    Passamos correndo pelos homens, possivelmente eram os pedreiros da obra que Tsunade fazia no térreo.

    -Aqui não é lugar pra namorar! Ouvimos um deles gritar.

    Continuamos correndo pelas escadas ate ela parar e me soltar, estava ofegante e muito cansada.

    -Você esta bem?

    Ela se sentou em um dos degraus e passou as mãos pelos cabelos.

    Por um instante me esqueci que ela estava doente, aquela pequena corrida poderia lhe fazer mal.

    Me inclinei em sua direção e levantei seu queixo, toquei sua testa, estava quente, puxei a região de baixos de seus olhos a analisando, ate que ela caiu na gargalhada.

    Franzi o cenho

    - Do que esta rindo?

    -Foi divertido.

    -Não achei nada divertido. Voltei a minha posição inicial

    -Claro que foi, você não viu a cara deles?!

    -O maximo que vi é que provavelmente eles te acharam uma desequilibrada.

    -E você um tarado! Ela revidou, não sei porque mas aquele sorriso parecia cada vez mais irritante.

    Estreitei meus olhos

    -O que estava fazendo la em cima? É uma área proibida pra pacientes, principalmente no seu estado.

    O sorriso se foi, acho que fui duro demais, mas não me importei.

    -Eu sempre vou ate la pra ver as pessoas.

    -Ver as pessoas? Me escorei no corrimão prestando atenção no que dizia.

    -Sim, bem é que...la de cima as pessoas parecem tão pequenas, como formigas,

    correndo de um lado pro outro, é a única vez que me sinto maior que alguém, eles não observam nada ao redor apenas tem que cumprir suas funções, nada mais...como se vivessem só para aquilo e esquecem as outras coisas importantes, sabe acho que Deus deve se sentir assim.

    Aos poucos o sorriso voltou, mas não como antes, este era sereno.

    -Tem muito tempo que você vai ate la?

    -Desde que me internei aqui pela primeira vez, por isso estranhei encontrar outra pessoa la. O sorriso brincalhão retornou aos seus lábios. -Mas então doutor, se não ia pular, o que estava fazendo la em cima?

    Ela era bastante observadora.

    -Porque acho que eu iria saltar?

    -Não sei, talvez porque nunca o vi la antes, ou porque você tem mais olheiras que um panda... Riu

    -...ou porque parecia desesperado.

    Não consegui sustentar seu olhar e aquilo me incomodou, o único olhar que eu não sustentava era o de meu pai, com seus olhos negros, frios e julgadores, sempre me encarando de cima.

    Mas os dela eram diferentes, ela me olhava de baixo e tinha uma coisa que eu não conseguia descrever, por fim acabei falando.

    -Perdi uma paciente hoje.

    Silencio.

    Os segundos em que ficamos quietos não foram os melhores da minha vida, e por um momento cheguei a pensar que havia falado demais.

    -Tenho certeza que você é um ótimo medico.

    Eu a olhei e ela estava de pe diante de mim

    -Ou então a Konan nunca me deixaria em suas mãos.

    A mão com unhas coloridas tocou a minha

    -E eu confio em você.

    Ela passou por mim deixando pra trás seu rastro de morangos. Fiquei estático, era a primeira vez que um paciente me dizia aquilo.”

    Desceu as escadas calmamente e foi em direção a sua sala, deixou-se cair sobre a cadeira e recostou a cabeça no encosto almofadado. Estranhou o fato de sua aflição ter passado e por alguns instantes se lamentou pela morte de sua paciente, a quanto tempo não salvava uma vida...a quanto tempo não tentava salvar sua própria vida! Se inclinou sobre a mesa e passou as mãos pelos cabelos bufando, por que estava pensando naquilo agora?! Porque aquela garota começava a mexer com ele?

    Levantou a cabeça e pediu uma luz aos céus mas infelizmente, não houve resposta.

    CONTINUA


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