O Mago Das Espadas - Livro 0: Os Escolhidos

Tempo estimado de leitura: 9 horas

    12
    Capítulos:

    Capítulo 15

    A Princesa Perdida nos Sonhos

    Linguagem Imprópria, Nudez, Violência

    Boa noite galera, desculpem pela demora a postar, fiquei semanas sem meu pc e só agora estou voltando a escrever. Em compensação trago dois capítulos para vocês contando a apresentação da pequena Illya. Desde e já uma boa leitura para todos e uma boa semana!

    Frio era a sensação que preenchia sua alma. Mesmo envolvida por grossas cobertas sentia seu corpo tremer.

    – Está frio... – Sussurra por debaixo dos cobertores. – Muito frio...

    Ela se encolhe por debaixo das cobertas.

    – Dói... dói tanto.

    Chorava de dor.

    – Por que eu tenho que sofrer assim!

    Estava sozinha sem ninguém para ouvir suas suplicas.

    – Mamãe... Papai...

    Chama por aqueles que não podem mais vir.

    – Voltem... por favor... – Dizia entre lágrimas. – Os via se distanciando, esticava sua pequena mão, mas não conseguia os alcançar e apenas consegue gritar. Um grito que não era ouvido por ninguém, nem por ela mesma...

    – Lady Illya? Lady Illya? – Uma voz aguda e serena a chama.

    – Hum... o quê? – Sussurra a menina por debaixo dos cobertores.

    – É hora de levantar milady, a tempestade de neve se foi e já passa das 07h00minhs. – Diz a voz.

    Então a menina engatinha por debaixo dos cobertores e ao chegar à borda põe sua cabeça pra fora revelando ter longos cabelos brancos, pele também branca, detora de um par de belos e reluzentes olhos vermelhos. A pequena menina se senta ainda com sua cabeça coberta pelo coberto como se fosse um longo véu e olha para sua tutora que a encarava.

    – Gwyndolin... – Sussurra a menina para sua tutora e guardiã que responde;

    – Sim milady sou eu. Como passou a noite? – Pergunta a primeira guardião e tutora da casa de Einzbern. Gwyndolin Lordor, uma antiga maga e discípula da casa Einzerbern que ficou incumbida de proteger e guardar a pequena e futura representante da antiga família de magos que agora jazia em decadência. Tinha uma aparência exótica, usava um vestido branco com detalhes em ouro, tinha cabelos prateados como sua protegida, porém curtos, pele também branca e metade de sua face era coberta por uma máscara dourada com seis pontas que se propagavam para os lados como se fosse um sol.

    A pequena Illya olha chorosa para sua guardiã e responde:

    – Eu tive aquele sonho de novo Gwyn...

    A guardiã suspira.

    – O mesmo de antes?

    A menina apenas meneia a cabeça em confirmação e logo depois começa a chorar.

    – Sinf... Sinto muito a falta deles Gwyn, sinto tanta, mais tanta que algo dentro de min dói e eu não sei explicar o que é! O que será que me faz sentir tanta dor assim Gwyn? – Pergunta a criança.

    A guardiã no entanto não mudou sua fisionomia apenas se aproxima da menina como se flutuasse pelo chão, ergue sua mão direita e toca com delicadeza a testa da menina.

    – Entendo sua dor minha criança, mais infelizmente devo pedir para que oculte-a.

    – Ah?! – A menina arregala os olhos em surpresa. – Mas, por quê?

    Então sua guardiã se senta a seu lado e diz:

    – Sei que posso estar parecendo ser muito dura convosco em não deixar que derrame suas lágrimas pelo luto da senhora Iris e de nosso amado lorde... mas... – E ergue o pequeno queixo de Illya a fazendo olhar para sua face coberta pela máscara em formto de sol. – A senhora agora é a única representante do grande clã Einzerbern, herdeira direta e da linhagem real daquela que já foi a mais poderosa família de magos do mundo! É sua responsabilidade reerguer nosso clã!

    – E-Eu sei, mas! – Illya tenta argumentar, porém...

    – Nem mais nem menos princesa! – Exclama Gwyndolin soltando o queixo da menina e se levantando. – Eu fui incumbida de cuidar da senhora e ajuda-la na reconstrução de nosso clã e assim farei! Portanto... – Se vira dando as costas para sua protegida. – Se quiser fazer algo com relação a seus pais que não estão mais entre nós... honre a memória deles! Reerguendo esta casa.

    A pequena herdeira aperta forte os cobertores que a cobriam, sentia as lágrimas quentes descerem por sua face angelical. As palavras de sua tutora eram pesadas demais para ela que só tinha dez anos, mas ela tinha razão. Após a partida de Lady Iris e de seu pai, Illya era a última representante do lendário clã Einzerbern e era obrigação dela carregar este fardo tão pesado.

    – V-Você está certa... – Enxuga as lágrimas do rosto. – Eu preciso ser forte pelo bem de nosso clã... por isso não posso fraqueja, né?

    Um sorriso vitorioso se forma nos lábios da guardiã que se vira e proclama:

    – Agora sim! Falas como uma verdadeira Einzerbern! – E se curva para a menina. – Continue sempre assim milady que muito em breve conseguira restaurar nosso clã... agora venha às criadas já a esperam para seu banho e seu dejejum está pronto. – E sem dizer mais nada cruza as grandes portas de carvalho deixando a menina sozinha, que mantinha sua cabeça baixa, seus longos cabelos prateados cobrindo seus olhos enquanto uma última lágrima cristalina brota de sua triste face.

    – Eu sei que esse é meu destino... reerguer meu clã e trazer as glórias do passado, devo seguir o destino que foi traçado para mim, mesmo que ele me leve para a solidão eterna, mesmo que eu não possa mais chorar pelos meus pais... eu sei qual caminho eu devo trilhar! Mas...  – Coloca a mão direita sobre seu peito. – Porque será que ainda me sinto assim, como se algo não estivesse certo, que algo ainda me falta? – E olha para seu quarto vazio, desce da cama calçando duas pantufas, pega seu roupão sobre uma cadeira e caminha até a porta por onde sua mentora passou e se retira com apenas uma sensação em seu peito... – Vazio... – E deixa seu quarto.    

    Alguns minutos depois a pequena princesa já de banho tomado e usando um delicado vestido branco com rendas douradas, descia as longas escadarias de seu castelo que davam para um imenso hall onde uma longa mesa estava arrumada com seu dejejum.

    A última herdeira do clã Einzerbern vivia cercada de todo o luxo e conforto que uma princesa merecia. Seu castelo herdado por seus finados pais, erguido no meio de uma floresta de árvores brancas era uma fortaleza impenetrável. Com seus poderes podiam conjurar tempestades de neve que serviam como barreira impedindo a entrada de invasores, a floresta era repleta de criaturas magicas que serviam como guardiões que ao menor movimento matavam sem distinção. Era o lugar mais seguro do mundo e perfeito para esconder a última remanescente do antigo clã do mundo lá de fora e de...

    – Milady.

    – Huh?

    Duas criadas esperavam a pequena Illya ao lado da mesa, suas veste se assemelhavam a de freiras em cores preta e branca. Tinham olhos vermelhos como os da menina e ao vê-la fazem uma reverência:

    – Bom dia princesa.

    – Bom dia. – Responde a menina sem emoção. Aproxima-se da mesa, uma das criadas afasta a cadeira enquanto a outra a ergue nos braços ajudando-a se sentar na alto acento. – Obrigada. – Agradece Illya.

    – Disponha princesa é uma honra servi-la.

    – Sim, uma honra!

    As duas criadas fazem uma reverencia para ela e Illya as olhou com um semblante triste. Sabia que aquela as duas sempre fariam aquilo. Cuidariam dela, as vestiriam, preparariam sua comida e apenas isso, mas nada... por que elas não tinham...

    – Lady Illya, sua comida vai esfriar. – Alerta uma das criadas.

    – Oh! Desculpe! – A menina sacode a cabeça, não era hora nem o momento de pensar nisso e sem demora começa a comer seu dejejum.

    “Homúnculos...”

    Foi o que Illya pensou enquanto comia sua comida. O clã Einzerbern tinha em sua especialidade lidar com a magia que dava vida a seres inimagináveis, ou seja, artificiais. Podiam criar criaturas feitas de pedra, cristal, fogo e até pessoas! Esses seres serviam como servos e cumpriam todas as vontades dos membros do clã, dês de guerrear, a serviços domésticos e até corporais...

    Parecia à arte magica perfeita... porém nada é perfeito...

    Há dois séculos atrás o clã Einzerbern resolveu aprimorar sua técnica de vida artificial, para isso precisavam do “Cristal do Rei Dragão”.

    Um artefato perdido deixado pelo grande rei dragão que foi morto na grande guerra entre ele e o rei da magia. Em uma época em que o tempo não podia ser contado, houve uma grande guerra entre magos e dragões. Kaiser o rei Dragão e o mais velho de sua espécie tinha como incumbência proteger a chama primordial!

    Esta chama nada mais era do que a força que deu vida ao mundo como nós o conhecemos. Dizem em lendas que um grande ser veio a este mundo, trouxe sabedoria e luz para aqueles que viviam nas trevas. Caminhou por este mundo por mais de mil anos. Quando sentiu que sua hora havia chegado se isolou do resto do mundo e foi habitar com os dragões... sua espécie favorita e que ele mais confiava, devido a sua grande sabedoria e longevidade. Eles seriam os guardiões perfeitos para seu maior tesouro... Seu coração...

    Ele sentou rodeado pelos dragões, pôs as mãos sobre seu peito e dele brotou uma chama... era dourada e aconchegante, ele a pôs no chão com carinho e a chama cresceu cobrindo todo o lugar e seu calor se espalhou por todo o mundo e assim a magia nasceu.

    Illya ficava encantada toda vez que sua tutora contava-lhe esta história, se achava especial, pois poucos se não ninguém deveria saber sobre isso.

    Logo depois de dar a chama o ser se despediu e voltou para seu lar lá no céu, na lua branca e os dragões ficaram encarregados de guardar a chama e aprender com ela.

    Infelizmente isso não foi bem recebido por outras raças que se sentiam também no direito de ter acesso à chama!  

    Séculos depois um homem intitulado o rei da magia declarou guerra aos dragões. Uma feroz batalha se seguiu, vários caíram, até que a batalha foi decidia entre os dois reis.

    Ninguém até hoje sabe quem ganhou, mais muitos acreditam que nenhum deles sobreviveu, pois nenhum retornou do local onde a chama primordial estava. Ela que viu o nascer de uma era, viu o final de uma e o recomeço de outra e assim tem sido até hoje. Ninguém sabe se a chama ainda permanece acesa, mas o que o clã de Illya sabia era que a sabedoria dos Dragões ainda existia.

    Escrituras antigas datavam que o Rei Dragão havia criado um cristal onde havia guardado todos os seus ensinamentos e doutrinas, como um grande livro. Isso atiçou a anciã pelo poder e os magos do clã Einzerbern seguiram até o local dito em lendas onde ocorreu a luta entre os dois reis... ninguém retornou.

    Outras expedições foram realizadas e todas com o mesmo fim, na última um sobrevivente voltou, seu corpo estava coberto por queimaduras e a parte esquerda do seu corpo completamente cristalizado.

    Tentaram perguntar a ele o que ele tinha visto e o que tinha lhe causado aqueles ferimentos.

    Delirando ele disse:

    – Cristal... Sem escamas... Monstro!!!

    E morreu logo em seguida. Depois disso ninguém mais se atreveu a procurar o cristal e o clã de Illya começou a perder o poder. Vários membros morreram acreditando que tinham sido amaldiçoados por buscarem a chama ou que o tal monstro sem escamas os amaldiçoou.

    E assim foi até que somente restou à pequena Illya.

    – Terminei! – Avisa a princesa ao terminar seu dejejum. As criadas ajudam a descer da cadeira, arrumam a mesa, fazem uma reverencia para ela e se retiram, deixando a menina sozinha.

    A menina suspira, era assim todo o dia, nada era diferente, acordava, comia, podia brincar com seus brinquedos, estudar, almoçar, cesta, estudar mais um pouco, jantar e por fim dormir.

    – A mesma rotina de sempre.

    Olhou para esquerda e viu o relógio marcar 07h45min, estava quase na hora de ter sua aula com Gwyndolin.

    – Acho que vou me adiantar hoje! Gwyn não vai se importar de começarmos mais cedo hoje. – Um sorriso brota em seus lábios, apreender magia era o que ela mais gostava de fazer naquele castelo enorme, mas também porque nutria uma esperança meio boba de que um dia se estudasse muito poderia sair do castelo e conhecer o mundo. O mundo que ela não conhece e sonha todos os dias em conhecer. – Então tenho que me esforçar muito! – Exclama para si mesma e vai correndo para saída da sala de jantar, correr pelos corredores, desce pelo corrimão até o hall central onde uma grande lareira estava acesa, no alto da parede um grande quadro jazia pendurado com uma pintura de Illya inda bem novinha com seus pais.

    Ela não se conteve e sorriu para aquela que é a última recordação que seus pais lhe deram.

    – Mesmo que Gwyndolin me diga para esquecê-los eu não consigo. Ela diz que isso é ruim e pode criar uma brecha na minha magia, mas querem saber um segredo... eu não acho isso verdade. – Sussurra como se seus pais estivessem ali presentes e pudessem lhe ouvir. – Amo vocês. – Diz à princesa que sente algo aquecer sem eu peito. – Que estranho ficou mais quente aqui? Aí não olha a hora tenho que em apressar!!!

    E correr, pois em dois minutos começaria sua aula.

    Alguns minutos depois conseguiu chegar a tempo para sua aula. Toma folego e pensa toda feliz.

    “É hora de apreender magia!”

    A menina sorri só de pensar nisso, era seu momento favorito do dia, apreender magia era algo maravilhoso para ela. O clã Einzerbern possuía uma vasta coleção de livros em seu acervo, livros que foram juntados por diferentes gerações de seu clã e agora a ajudavam a se preparar para que um pudesse assumir seu lugar de direito e tinha também uma ótima professora Gwyndolin! A guardiã ensinava com afinco tudo o que podia para a princesa que por incrível que pareça não se cansava de ler aquelas grandes e complicadas formulas, para ela eram lindas figuras desenhadas por muitos sábios de antigas gerações e só isso a alegrava.

    Illya para diante da porta da biblioteca sorridente e bate três vezes:

    – Gwyndolin, sou eu, posso entrar?

    Alguns segundos de silencio se passaram e Illya pensou ter ouvido algo, como um vento soprando e uma janela sendo fechada.

    “O que será que foi isso?”

    Pensa a menina, mas logo se sobressalta ao ver a porta ser aberta com ferocidade e ver sua guardiã sair de lá com uma feição nem um pouco agradável.

    – Gwyn?! – Pergunta assustada a menina. – Eu ouvi um barulho, tá tudo bem?

    A feição da guardiã era indescritível, mesmo com aquela mascara extravagante Illya podia sentir os olhos dela sobre si e sentiu algo que nunca sentiu antes de sua tutora... medo.

    – Lamento princesa, mas a partir de hoje... deixo de ser sua guardiã!

    Aquilo a pegou de surpresa.

    – O quê?!

    – Você me ouviu, de agora em diante não sou mais sua guardiã e nem você é minha aluna.

    A menina não acreditava no que ouvia, aquilo deveria ser uma brincadeira.

    – Gwyn... olha... eu me atrasei um pouquinho, mas foi pouca coisa... então para de brincar com isso, vamos entrar e ter nossa aula, sim? – Pedia Illya com as mãos juntas. Sua tutora devia estar brincando só pode.

    Então ela se aproxima de Illya que sorri, mas logo o sorriso se desmancha ao vela passar por ela, como se a própria não existisse.

    – Gwyn...

    Se vira para a guardiã que caminhava calmamente a sua frente.

    – Para...

    Caminha mais depressa.

    – Não faz isso...

    Começara correr.

    – Você não pode!

    Agora corria com todas as suas forças.

    – GWYNDOLIN!!!

    Grita com as lágrimas já vindo, mas não adiantava, quanto mais Illya corria sua tutora se distanciava cada vez mais, foi então que ela viu algo negro surgir ao lado de Gwyndolin, ela diz alguma coisa, sorri e continua a andar e a figura negra se vira para Illya que para de correr e vê o ser negro avançar contra ela.

    Sente seu pequeno corpo ser atingido por algo ficando sem forças e logo vai ao chão. Sua vista fica turva e a última coisa que viu antes de perder a consciência foi uma sombra que sorria para ela... um sorriso nefasto e perverso.


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