Minha primeira Nejiten! Espero que gostem
Se eu sou de uma família importante? Bom, acredito que isso seja óbvio, não é?
Quem nunca ouviu falar da família Hyuuga e de toda nossa influência? Somos líderes mundiais no ramo de Hotelaria e moramos em um dos bairros mais requintados de Tóquio. Sempre aparecemos em revistas e tudo o que fazemos vira notícia no mesmo instante. Mas somos conservadores demais, puritanos demais, certo demais...
Há duas semanas, no auge dos meus 23 anos, descobri que um casamento foi arranjado para mim com uma parente distante (acredito que seja uma prima de 3º grau) chamada Akyra. Não que eu seja um cara bagunceiro ou que curte demais, só não queria que fosse tão logo. Ela chegará de Londres daqui a duas semanas e o casamento está marcado para daqui a dois meses. Mesmo sendo acostumado a seguir à risca tudo o que minha família me pede, sinto que dessa vez as coisas poderão sair do controle.
– Nossa Neji, você tá pensativo demais cara! – Naruto disse, me cutucando. – O que pega?
– O casamento, cara... O casamento... – Respirei fundo e soltei o ar, massageando minhas têmporas devagar. – Não sei se poderei seguir com isso, sabe?
– E você é obrigado?
– Como se você não fosse, né dobe? – Sasuke Uchiha disse, tirando a atenção do loiro. – Estamos todos praticamente no mesmo barco, só que em ramos diferentes. Sabemos bem que nossas famílias são tradicionais e não aceitam uma vírgula diferente do que deve ser. Vai bancar o rebelde agora?
– Eu vou acabar com isso, teme – Naruto se levantou e caminhou até a porta. – Não nasci pra viver o que os outros querem que eu viva. Mas boa sorte pra vocês! – Sorriu e se foi.
Ás vezes eu invejo Naruto, só pelo jeito de ele ver a vida, até porque, se todos tivessem essa coragem de dizer o que pensa e lutar pelo que acredita, esse mundo não seria essa porcaria que vemos. Uma pena que eu não tenha a mesma coragem e a mesma visão do mundo, mas o admiro.
– Nos vemos amanhã, Sasuke. – Me levantei e caminhei até a saída, descendo as escadas a caminho do estacionamento. Após entrar em meu carro, acelerei na velocidade permitida e cheguei até minha casa.
Atualmente moro só com a minha irmã Hinata, que é três anos mais nova que eu e está cursando faculdade de Turismo. Noto, assim que estaciono, uma estranha movimentação na casa ao lado, que está desocupada há pelo menos uns três anos. Um caminhão de mudança chega um pouco antes de uma moto cheia de estilo, que estaciona de frente para ele. Claro que estranhei, pois acredito que nenhum piloto usaria roupas tão coladas e estranhei mais ainda quando ele tirou o capacete.
Os cabelos castanhos e longos, que batiam exatamente em seu quadril com uma franja cobrindo parte de sua testa. Como será que ela conseguiu esconder esse cabelo todo no capacete? Olhos tão castanhos quanto, um rosto angelical e um corpo... meus amigos... aquilo não era um corpo, era um monumento. Ela desceu da moto e acenou para o motorista do caminhão, que o abriu para que entrassem com a carga. Continuei observando a morena desconhecida até me assustar com batidas na janela do carro.
– H... Hina... Já chegou da aula? – Sorri amarelo, encarando de lado uma Hinata com a sobrancelha arqueada, que olhou para onde eu olhava.
– Faz tempo... Ah, viu que teremos uma nova vizinha? – Ela sorriu faceira e eu disfarcei, tossindo. – Ela é bem gata, né?
– Eu sou noivo agora, Hinata, me respeita! – Ralhei e ela riu baixo.
– Mas olhar não arranca pedaço, não é? – Ela rebateu certeira e entrou. – Eu fiz umas panquecas para o jantar.
– Já vou... – Sussurrei, desviando o olhar da vizinha misteriosa e estacionando meu carro na garagem.
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Quando recebi uma proposta para trabalhar em Tóquio, soube que a vida logo melhoraria. Não que minha família não seja importante, mas gosto da minha liberdade e de viver como bem entendo. Por sorte, há anos minha família deixou a tradicionalidade e ficaram mais maleáveis, permitindo que nós decidíssemos nosso destino.
Tenho uma experiência maravilhosa com turismo e hotelaria e já trabalhei em tantos lugares luxuosos que nem me impressionei quando meu apply para uma vaga na sede dos Hyuugas foi aceito e que finalmente estaria ao lado de grandes nomes no ramo que tanto amo.
Ao que sei da vaga, serei parte da diretoria e o braço direito do presidente. Tudo bem que o presidente atual da empresa praticamente nunca é visto. Isso porque, seu filho mais velho, Neji se não me engano, após se casar assumirá todos os negócios. Nem preciso dizer que acho um desperdício uma pessoa de 23 anos se casar apenas para agradar a família e a sociedade, mas cada um com a sua vida, né?
Cheguei chegando em Tóquio, em cima de uma moto nada discreta e logo comecei a descarregar o caminhão de mudanças. Sou um tipo de mulher que desde muito cedo mora sozinha e não se importa em colocar a mão na massa, sabe? Noto o luxo na casa ao lado, assim como o carro parado na porta, preto e bem luxuoso. Não tenho tempo para me apresentar aos meus vizinhos e nem sei se eu quero, pois afinal, amanhã será um novo dia.
Por sorte, a casa já estava mobiliada e tudo o que precisarei fazer é colocar as coisas no lugar, nada que algumas horas da madrugada não resolvam. Após descarregar tudo junto com Daiso, o motorista de um carreto bem conhecido por mim na minha outra cidade, pago os serviços e corro para começar minha maratona, mas não antes sem me despir toda e subir para o andar de cima, onde fica minha suíte. Noto que a janela do meu quarto é no estilo varanda e, como acabei de me mudar, não está com cortinas, dando visão à uma das janelas do mesmo estilo, na casa ao lado. Sorrio e coloco uma música para relaxar, enquanto me estico na cama macia, de bruços e fuço no meu celular.
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– Hina, eu já desço pra comer! – Eu disse enquanto corria para meu quarto. Fechei a porta e não fiz questão de ligar a luz, indo direto para minha escrivaninha que fica de frente para a grande janela/varanda. Liguei meu notebook e meus olhos correram da tela para a janela da casa ao lado.
E lá estava ela.
De bruços, nua, rindo e mexendo em seu celular. Não posso dizer que aquela visão não mexeu comigo, afinal, em todo esse tempo e mesmo tento todas as mulheres que queria aos meus pés, sentia que ela era bem diferente. Espontânea. E olha que nem a conheço direito.
Ela rolou na cama, ficando de frente e quase infartei com a visão. Os seios médios estavam descobertos, pelo menos por alguns segundos, até os longos cabelos cobrirem e ela ficar de lado, ainda com a atenção toda em seu celular. Balancei a cabeça já animado com o que vi até agora, mas percebi que não era certo. Fechei a persiana, mas não sem antes dar novamente uma bela analisada na obra de arte da casa ao lado.
E notei que ela encarou minha janela, como se me olhasse de volta.
(...)