Sete Vidas

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    Capítulo 4

    E se eu estivesse morta?

    Hentai, Nudez

    Quando deu por si ainda corria, mas ao abrir os olhos novamente não estava mais no corredor escuro, estava em outro lugar.

    Com grandes luzes ao redor e vários biombos, pareciam zonas de treinamento.

    Olhou ao redor tentando reconhecer aquele lugar...

    Nada.

    Então posse a caminhar pelo local em busca de uma saída, após observar a área com um olhar mais atento percebeu que ali a sede da Anbu, mas estava diferente...

    Quando finalmente achou a saída viu um ninja na porta, parecia atento a todo e qualquer movimento.

    -Boa noite Uchiha-sama.

    -Hm...boa noite.

    Foi tudo que respondeu.

    Ainda era noite como pôde constatas assim que pôs os pés na rua, o vento soprava calmo e morno, sinal que era verão na vila da Folha.

    Pode ver o quanto ela estava mais moderna e desenvolvida, aquilo o confortou de alguma forma.

    As ruas estavam vazias, denunciando o avançar da hora, não sabia para onde ir

    Estava perdido...

    Podia tentar localizar Naruto ou Kakashi, mas pelo adiantar da hora estranhariam seu comportamento, assim como fizeram em outros momentos.

    Podia tentar localizá-la, mas depois do que passou da última vez não se sentia apto a isso.

    Não sabia se seria repelido mais uma vez, se ela estava com alguém ou sequer sabia quem ele era.

    E aquilo tudo de alguma forma era doloroso.

    Porque aos poucos, depois de tantos anos, depois dele fugir tanto, ela lhe alcançava.

    Lhe tocava

    Logo ele que sempre foi tão avesso a aproximações e toques desnecessários

    Mas ela se tornou necessária, de alguma forma  se tornou...

    Quando deu por si estava na porta do grande prédio.

    O Hospital Geral de Konoha.

    Em sua realidade sabia que era ali que passava a maior parte do tempo.

    Por instinto ativou seu poder ocular em busca da corrente única da jovem de fios rosados.

    Buscou em cada canto, mas nada, ela não estava ali.

    Mas também o que queria devido ao avançar da hora?!

    Permitiu seu olho voltar ao negro natural e um suspiro acompanhou o processo

    -Sasuke?

    Ouviu seu nome ser chamado por uma voz feminina próxima a entrada da portaria.

    Quando baixou o olhar viu os fios loiros.

    -Ino.

    -O que o chefe da Anbu faz na frente do hospital uma hora dessas?

    Então ele era chefe da Anbu!

    De alguma forma aquilo lhe deu uma certa alegria.

    -Estava de passagem.

    A Yamanaka se aproximou e o moreno a considerou um momento, estava diferente da última vez que a viu, os traços estavam mais fortes mesmo que ainda delicados, suas roupas antes ousadas eram mais comportadas ainda que marcassem o corpo. Usava o jaleco branco ao descer as escadas.

    Parecia mais velha.

    Sasuke desviou o olhar para o prédio, a loira acompanhou seu gesto.

    -Sente falta dela não é?

    Ouviu a voz fina dizer.

    Sasuke nada respondeu, sabia de quem ela se referia mas preferiu o silencio.

    -Todos nós sentimos, esse lugar nunca mais foi o mesmo sem ela, mesmo depois de tantos anos. Até hoje todos dizem o quão promissora ela era...

    Sasuke franziu o cenho, porque Ino falava de Sakura no passado?

    -Não foi uma tarefa fácil voltar pro hospital depois de tudo.

    Então os olhos azuis se voltaram pra ele mais uma vez

    -Ela era minha amiga afinal de contas.

    Ino respirou fundo e completou

    -Foi uma fatalidade o que aconteceu com ela

    Sasuke mantinha os olhos na figura loira que mordeu os lábios em pleno sinal de nervosismo

    -Sei que não gosta de falar sobre isso, mas não se sinta culpado, nem você nem Naruto, ela fez por vocês e gostaria que você seguisse sua vida, assim como Naruto seguiu, e veja só, ele realizou seu sonho, hoje é Hokage!

    Aos poucos o Uchiha sentia que seu sangue queria fugir de suas veias

    Suas pernas ficaram levemente fracas

    Sakura estava...

    -Ela morreu na guerra pra proteger vocês, morreu sorrindo porque era o que queria, então não se sinta culpado.

    Foi como se a gravidade o puxasse pra baixo e seu estômago dessem várias voltas ao mesmo tempo.

    -Sasuke? Sasuke, tudo bem com você? Ficou pálido, é melhor entrarmos no hospital!

    Quando os dedos da Yamanaka o tocaram ele sentiu algo nos olhos

    -Não.

    Então Ino recolheu a mão e ajeitou a bolsa sobre os ombros , sabia como o Uchiha era arredio e avesso a aproximações

    -Bom, então eu já vou pra casa, Sai e Inojin insistem em me esperar acordados depois dos plantões.

    Ela sorriu mas ele permaneceu ali, parado, estático.

    -Você vai ficar bem?

    Sasuke apenas se virou e disse com a voz baixa

    -Boa noite

    E passou a caminhar pelas ruas vazias

    Não era verdade, não podia ser!

    Suas pernas seguiram para uma única direção, precisava ver para crer, e quando chegou até lá passou pela grama bem aparada e pelas flores mortas diante das lápides, lia cada nome em busca daquele que rogava com todas as forças não encontrar ali.

    Mas estava ali.

    Na lápide de mármore branco, o epitáfio era breve

    SAKURA HARUNO

    AMADA FILHA E AMIGA

    MORTA EM BATALHA

    SEUS FEITOS NUNCA SERÃO ESQUECIDOS

    Caiu de joelhos sobre a grama do túmulo, as flores, de cerejeira como seu nome estavam frescas deixando um doce aroma naquele ponto do ambiente fúnebre.

    Sentiu seu rosto molhado

    Não levou a única mão ao mesmo, a manteve sobre os escritos daquela lápide fria

    As finas lágrimas escorreram pelo rosto bem talhado e de traços masculinos fortes, descendo pelo pescoço e pingando na grama úmida pelo sereno da madrugada.

    Seus dedos talharam cada letra na pedra fria da lápide e caíram na grama ao mesmo tempo que seus olhos eram fechados.

    As lágrimas vertiam soltas

    E então deixou aquela dor sair em forma de lamento

    O som que foi feito assustaria qualquer ser que transitasse por ali àquela hora, era um lamento triste, profundo e sofrido.

    Chorou...

    -Porquê Sakura...

    Socou a terra

    -Não existe felicidade em nenhuma dessas realidades?

    Espalmou a mão na grama fria como sua pele e apertou os olhos

    -Você sempre fez de tudo por mim

     E suspirou

    -Eu nunca fiz jus a isso...

    Desabou sobre o chão onde a poucos metros abaixo o corpo da kunoiche descansaria pela eternidade corroído pelo tempo

    -Você não merecia isso, merecia a vida que sempre sonhou!

    Passou a única mão pela grama como se ela fosse os cabelos rosados

    -Mais que qualquer um, você merecia isso.

    Fechou os olhos mais uma vez permitindo que as lágrimas escorressem diretamente para a grama

    -Desculpe não ter protegido você...

    Sussurrou

    Ainda de olhos fechados segredou somente para as flores que levavam o nome da Kunoiche morta

    -Eu queria sentir você somente uma vez

    Mordeu os lábios até a dor dos mesmos serem maiores que a de seu peito

    -Só uma vez...

    E ficou ali, deitado sobre o túmulo da Haruno, tendo como companhia a brisa da noite e o aroma das flores de cerejeira.

    CONTINUA...


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