Os Cinco Selos

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    Capítulos:

    Capítulo 204

    Minas

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Yokkkkkkkkk

    Desculpa pela quase eterna demora para postar outro capítulo! Dessa vez eu não estava extremamente ocupado, mas, apesar de saber o que escrever e desejar escrever, simplesmente não conseguia. Estou desde quando postei o último capítulo tentando escrever este, e só consegui terminar sexta, puta merda

    Eu vou fingir que não atrasei e vocês fingem acreditar ok

    Enfim!

    Boa leitura ^^

    Conforme Kleist avança por dentro da barreira, a nevasca ficava cada vez mais fraca, até se tornar amena. Agora, ele podia enxergar a muitos metros de distância, revelando altos montes, sejam solitários ou em cadeia, nos quais se aproximava no momento. Notava também a presença dos ananicos e gigantes que estavam sendo escravizados.

    Aqueles montes eram diferentes dos habituais para o Selo. Ora, eles emanavam um fraco cintilar, era possível sentir energia fluir e pareciam ser constituídos basicamente de gelo e de uma espécie de vidro, que logo Kleist relacionou com o minério falso-vidro. Os ananicos, controlando os gigantes de gelo, erguia grandes picaretas e brandiam contra estes montes. Dada a quantidade de vezes que isto acontecia e nenhuma lasca caia, deu para notar que não era muito rápido extraí-lo.

    Haviam gigantes demônios vigiando os escravos, que portavam uma bardiche — exatamente como os demônios de dez metros que Edward e Mikaela descreveram que enfrentaram no confronto do pilar, constatou Guerra. "Demônios são criaturas medrosas", pensava, "se eu derrotar o líder deles, irão fugir de medo, possivelmente." Com este pensamento em mente, preferiu evitá-los para enfrentar o Dedo mais rapidamente e com o máximo de si, pois sabia que a batalha não seria fácil.

    Dirigindo-se para perto de um gigante de gelo, fragmentos do falso-vidro recaíram perto, e ele fora obrigado a se esconder na lateral de uma perna, pois um demônio de sua altura coletou os fragmentos e jogou em um cesto acoplado nas costas. Esgueirando-se, seguiu o demônio por entre a mina — que era muito vasta —, mas demonstrou ser infrutífero, porque o levou até o lugar onde amontoavam o minério.

    “Recue e siga a direita”, ecoou uma voz em sua mente, e o Selo sabia que se tratava de um dos ananicos ali.

    Sem hesitar, Kleist recuou e seguiu a direta, passando por uma espécie de vale. Sem alarde, ele fora obrigado a matar alguns dos demônios que carregavam o vidro-falso, e os ananicos o ajudavam a ocultar os corpos, sejam pisando em cima ou enterrando na neve. Um demônio gigante se postou em seu caminho, e o nephilim ser preparou para o ataque. Contudo, o ananico próximo esbarrou propositalmente no demônio, criando uma distração. Kleist passou por entre eles sem problema algum, e continuou seguindo por onde os ananicos indicavam.

    Finalmente o Selo havia chegado no destino. A sua frente, uma alta montanha feita exclusivamente de gelo se erguia. Nela, havia uma alta e robusta porta, que parecia ser constituída de um metal cinzento e pelo falso-vidro, completamente lisa. Na frente, dois grandes demônios a protegendo. De dentro, emanava uma forte presença maligna, que com certeza se tratava de um Dedo.

    A porta se abriu em um alto ranger para que outros dois altos demônios de lá saíssem. Aproveitando-se da oportunidade, Kleist avançou ligeiramente e conseguiu passar por entre os guardas sem ser notado, graças a sua velocidade e tamanho. Esperou nas sombras até o momento em que ela fechasse para poder da sequência.

    O corredor era tão alto e largo que traziam lembranças ao Kleist do Reino do Céu — fazia-o parecer uma formiga. O chão, constituído de gelo, era pavimentado com blocos e, fora da onde deveria ser pisado, era de um segmento liso e polido. Belas estatuas esculpidas em vidro-falso se erguiam altas por todo o percurso totalizando onze, e ele reconheceu três: Lúcifer, Azrael e Ro'resh. O fim deste amplo corredor levava até um portal em arco, de onde emanavam sons de uma forte respiração e de mastigar intenso.

    Por detrás daquele portal em arco, encontrava-se um Dedo sentado em um enorme trono. Za'elronan é o seu nome, um demônio titã de quinze metros. Seu enorme corpo detinha pele vermelha, com pontas dos ossos brotando para fora em certas regiões nas pernas, braços e torso. Seus ombros eram cobertos por ombreiras de pelo de animal, onde as peles dos mesmos recaiam pelo corpo em tiras. As laterais do rosto e o queixo era coberta por uma carapaça escura e seus olhos eram densos e negros. Do topo da cabeça, brotavam altos e espessos chifres.

    Za'elronan mastigava a carne de um animal e jogou a carcaça no chão quando viu a aproximação do Selo. Kleist logo observou que atrás do trono, engastado no gelo, havia um cristal multifacetado com diversas runas flutuando ao seu redor e emanando um pilar de energia que subia além do castelo.

    — Ora, que surpresa encontra um nephilim aqui — disse o titã, com uma voz profunda e lenta. — Deve ser por isto que não fui convocado. O que traz você até mim, Guerra?

    — Vim matar Lúcifer.

    — Hmm — Za'elronan se inclinou para encarar o Selo mais de perto. — Então, você chega até meu andar, se esgueira em minhas minas, provavelmente matou os meus demônios, adentra em meu castelo e, o pior, ousa dizer na minha cara que irá matar meu imperador, pequenino?

    — Sim. E irei matar você também, demônio.

    O titã demoníaco gargalhou sinistramente, fazendo seu bafo cálido e fétido envolver o nephilim. Erguendo-se do trono, segurou a haste de seu grande martelo que estava ao lado e levantou-o até sobre a cabeça, abaixando-o com ímpeto na direção do Selo. O impacto destroçou o chão e tremeu as paredes de gelo, mas Kleist saiu em meio aos destroços, correndo a direita. Bufando, Za'elronan reergueu sua arma e redirecionou um segundo golpe, que novamente explodiu no chão em um poderoso tremor. Entretanto, desta vez, o Selo surgiu correndo pela haste do martelo. No momento em que passou a subir pelo antebraço, Kleist viu a gigante mão vindo em sua direção, e imediatamente fez sua espada ser envolvida por chamas amarelas e disparou um corte. O sangue jorrou da palma, mas não fora o suficiente para pará-la. O titã demoníaco agarrou o nephilim e o apertou na palma, enquanto sorria sinistramente. Ele viu as chamas amarelas pulsarem e depois sentiu que múltiplas espadas o perfurassem, e, conforme apertava, cada vez mais as lâminas se impregnavam em sua carne. Quando não suportava mais amassá-lo, o demônio jogou o nephilim contra a parede, incrustando-o no gelo; e começou a retirar as espadas cravadas na mão.

    Kleist agradeceu a Vida mentalmente por ter lhe dado esta armadura, pois ela havia suportado a pressão do aperto e o banque contra o gelo, porém havia batido a cabeça, e agora estava levemente desnorteado. Recuperando a consciência, ele viu a superfície do grande martelo viajando em sua direção. Desprendendo-se quanto antes, o Selo recaiu no solo, deixando a poderosa destruição do impacto sobre ele.

    No chão, Guerra se envolveu em chamas e se disparou em direção as pernas do titã, cerrando os punhos na espada para cortá-las. Repentinamente, Za'elronan moveu seu pé em um chute, obrigando o nephilim a jogar seu corpo desajeitadamente para o lado para desviar, rolando pelo solo. Não parado por ai, o demônio passou a tentar achatá-lo com os pés, mas não conseguia, pois o Selo ziguezagueava corretamente, desviando do perigo. Por fim, Kleist passou pelo portal em arco voltando para o corredor, e Za'elronan se acalmou.

    — Para aonde vai, pequenino? — questionou o titã, em um tom sarcástico.

    No início do corredor, gigantes demônios adentaram para saber o que ali ocorria. Ao ver o intruso correndo em sua direção, eles se empertigaram e se preparam para confrontá-lo. Contudo, o Dedo surgiu berrando:

    — Ele é meu! Não se metam em meu caminho!

    Uma runa talhada no martelo cintilou e Za'elronan o brandiu contra a superfície. Surpreendendo o Selo e até mesmo os demônios, grandes e espessas estacas de gelo que quase tocavam o teto emergiram. Os seres demoníacos ficaram completamente obliterados pelo ataque, o Selo, porém, por causa do seu tamanho, o titã perdeu de vista e teve que se esforçar para procurá-lo.

    — Aonde você está...? — dizia o demônio, observando os pilares de gelo minuciosamente.

    Ao perceber um vulto, ele destroçou o local com uma batida de seu martelo, mas nada havia. Com uma expressão de desagrado, continuou:

    — Por que tanto se esconde? Pelo o que ouvi falar sobre vocês, nephilins, não deveria sentir medo.

    Uma trilha de chamas amarelas se desenhou entre o gelo, seguindo pelo solo até a estátua mais próxima, engolindo-a em labaredas. A extensão de uma grande lâmina se esticou a partir das chamas e estátua em direção a Za'elronan, que de imediato girou o corpo e aparou o golpe com a haste de sua arma.

    Simultaneamente, Kleist correu sobre uma estaca de gelo até chegar em seu ápice e saltou em direção ao demônio. Envolvendo sua lâmina em chamas amarelas e depositando toda sua força, cravou-a nas costas do Dedo, que rugiu de dor. Com ímpeto, o Selo desceu rasgado as costas do gigante, a todo momento deixando-a imbuída com as labaredas e criando por magia as lâminas que perfuravam as entranhas. Agoniado, Za'elronan se remexeu, obrigando o nephilim a parar para se segurar, mas as chamas e as lâminas continuavam a penetrar seu corpo. Então, Za'elronan girou o corpo e bateu as costas contra a parede. O baque fez Kleist soltar sua espada e começar a cair, e o demônio o pegou com a mão antes que chegasse ao chão.

    A criatura sombria ria enquanto aproximava o nephilim do rosto.

    — Achei você — disse.

    O Selo começou a envolver seu corpo com as chamas pensando em se libertar, mas o demônio simplesmente o jogou levemente para cima.

    Za'elronan pegou seu martelo de volta.

    O corpo do Selo começou a cair.

    O martelo atingiu com força o corpo do Kleist, que fora projetado violentamente em direção a porta, voando muito além do castelo.

    Continua <3 :p


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