Olá, essa é minha primeira história publicada por aqui, apesar de já ter varias outras publicadas em outros portais, decidi começar por essa já que estou iniciando-a agora.
Essa fanfic tem influência com a cultura árabe, então vocês verão muitas referencias ao longo da história, uma cultura pela qual sou apaixonada e que é cheia de belezas e mistérios.
Espero que apreciem!
-Sinto muito Sakura, o resultado é negativo.
Apoiou os cotovelos sobre a mesa e passou as mãos pelos cabelos respirando fundo.
Mais um teste negativo
Mais um mês de falha.
O que tinha de errado?
Eles não tentavam o suficiente?
Shizune tocou na mão da amiga e disse num tom consolador usual, tom que Sakura já estava acostumada e que já estava a deixando cansada.
-Mês que vem quem sabe.
-Já são dois anos Shizune!
A rosada levantou o rosto com a expressão severa
-Não adianta precipitar a natureza, essas coisas acontecem quando tem de acontecer, vocês são saudáveis, na hora certa os filhos vão vir, fique tranquila.
-Quando? Se levantou tentando conter a irritação. -A hora certa é agora, finalmente ele está aqui, parou com as missões externas, eu sei, eu sinto que ele quer isso, e eu também quero!
-Sakura... a outra tentou começar mas a rosada não deu espaço
-De qualquer forma obrigada
E pegou sua bolsa abrindo a porta apressadamente e a deixando escancarada.
Andava pela rua com a cabeça baixa e perdida em seus próprios pensamentos.
Mais um fracasso na tentativa de engravidar.
Como diria isso a Sasuke?!
Não que ele a cobrasse mas...sabia que ele esperava isso dela. Todos já estavam casados e com seus filhos nos braços ou no máximo encaminhados, já eles...nada!
Até Naruto já tinha seu rebento, um belo garoto de olhos azuis e cabelos loiros como os dele, e Sakura se lembrava do olhar que o marido lançou ao ver o amigo como pai.
Aquilo acabou com ela!
Ele merecia uma família e ela simplesmente não conseguia lhe dar.
Chegou em casa retirando os sapatos e deixando a bolsa largada sobre o sofá.
Só pegaria plantão a noite então tinha todo o dia de folga.
Foi até a cozinha pegar um copo com água, enquanto dava as goladas olhou para o pequeno calendário preso na geladeira, tudo que enxergava eram os números riscados e os marcados em círculo mostrando seus dias férteis. Deixou o copo sobre a pia e se encaminhou até ele, mais uma vez contando e riscando os dias para em seguida circular a próxima vez que ovularia.
Daquela vez daria certo
Tinha que dar!
Ouviu quando ele chegou no fim da tarde mesmo sendo extremamente silencioso, ela conhecia os movimentos sorrateiros do marido e seus hábitos, até mesmo nas visitas rápidas que lhe fazia no período que esteve fora da vila.
Foi uma época muito solitária, ela recém casada e tendo de estar só, suas maiores companhias eram Ino e Hinata, que mesmo também casadas não deixavam de fazer companhia a rosada, principalmente a loira.
Quando ele adentrou no aposento os olhos esverdeados caíram sobre a figura esguia do marido, era incrível que mesmo depois de tanto tempo seu coração ainda conseguia disparar na presença do moreno.
Sempre seria uma boba apaixonada por ele...
Ele se aproximou e beijou o topo da cabeça de fios rosados
-Boa tarde anata, como foi o trabalho?
-Nada fora do normal.
Sasuke nunca entrava em detalhes sobre o trabalho que realizava na Anbu a pedido de Naruto, era uma coisa extremamente particular deles e Sakura não queria se intrometer.
-Vou preparar algo para comermos antes de ir pro hospital.
Sasuke não respondeu pois já estava no banheiro adjacente ao quarto.
Instantes depois a rosada pode ouvir o som da água caindo.
Não iria lhe contar sobre a consulta, não queria chateá-lo com esse assunto.
Comeram em silencio e Sakura lavou a louça antes de subir para se trocar.
Tomou um banho rápido e vestiu as roupas brancas, penteou os cabelos curtos e ajeitou a hitaiate sobre a cabeça.
Quando desceu viu o marido lendo pergaminhos sobre a mesa da cozinha.
-Eu já estou indo, não precisa me esperar acordado.
Os olhos negros a miraram.
-Não quer que vá te buscar?
Sakura sorriu.
-Não precisa.
Ajeitou a bolsa sobre o ombro. No fundo ela esperava que ele se levantasse e fosse se despedir com um beijo e um até logo, mas Sasuke não era assim...
-Bom, até mais tarde.
-Até.
O moreno respondeu já voltando sua atenção para os papeis que lia anteriormente.
Quando chegou ao hospital tudo estava tranquilo, a noite o plantão era bem calmo, salvando os casos e urgência.
Assim que chegou em sua sala e vestiu seu jaleco, jogou o corpo sobre a cadeira detrás da mesa de seu consultório suspirando.
A porta foi aberta em um rompante mas ela não chegou a se assustar já que estava acostumada aos maus hábitos da amiga.
-E então, como foi?
Sakura que olhava para o teto apenas respondeu
-Nada.
-Poxa testuda, não fique assim, mês que vem vocês podem tentar novam...
-Eu já sei Ino, Shizune já me deu esse sermão.
A loira se calou e então a rosada baixou o olhar
Os olhos azuis a miravam
-Sabe do que você precisa?
A Yamanaka começou
-Do que eu preciso?
Sakura questionou com o ar pouco interessado
-Precisa relaxar! Eu também não tenho filhos ainda e você não me vê lamentando.
-Seu marido não teve a família massacrada como o meu.
Sakura apoiou a cabeça em uma das mãos e desviou o olhar
-Mas você não disse que ele nunca te cobrou filhos?
-Não cobrou mas eu sinto!
Aprumou o corpo num rompante
-Eu sei que ele quer.
-Ele quer ou você quer? Me diga, quando foi a última vez que fez amor com seu marido sem ser por obrigação?
A rosada se calou
E então soltou o ar cansada
-Eu preciso trabalhar
Disse já se pondo de pé
-Tudo bem. Ino também se levantou -Mas pense no que eu te disse.
E então saiu da sala deixando Sakura sozinha
E com os pensamentos a mil!
Abriu os olhos aquela manhã e olhou para o lado, seu marido ainda dormia. As semanas haviam se passado e exatamente aquele dia ela começaria a ovular, estava em seu período fértil!
Mordeu a ponta do polegar em sinal de ansiedade.
Pode ouvi-lo do banho, tendeu a ir até lá e surpreende-lo mas queria fazer tudo de forma panejada, tinha que dar tudo certo.
Quando terminaram o desjejum e ele já estava colocando a capa para sair ela o chamou
-Sasuke-kun?
O moreno apenas se virou para a figura da esposa ainda sentada na mesa da cozinha que era conjugada com a sala.
-Tente não chegar tarde essa noite.
-Alguma data importante?
Sakura ficou levemente ruborizada mas tentou disfarçar
-Não, só tente não chega tarde.
-Tudo bem.
E então saiu.
Quando sentiu que ele já estava longe, subiu correndo para o andar superior e adentrou no quarto que dividiam, pegou uma folga aquele dia no hospital apenas para por em pratica os planos que tinha. Engravidar do marido! Desde de o último mês vinha fazendo plantões noturnos para cobrir a escassez de médicos naquele horário e eles acabaram seguindo para o mês seguinte também.
Abriu a terceira gaveta da cômoda que tinham no quarto, no fundo dela guardava algo especial, algo que trocava todos os meses para agrada-lo, e naquele mês em específico seria negra.
Olhou para a fina lingerie entre seus dedos, não importava quantas vezes tivesse feito aquilo com o marido, sempre ficaria nervosa, e desde que se empenhara em engravidar, apareceu poucas vezes vestida com algo assim diante dele. Somente depois que ele decidiu ficar na vila definitivamente, o que fazia pouco mais de seis meses.
A primeira coisa que fez foi dar um jeito na casa, queria tudo impecável!
Depois pensou em algo para fazer para comerem a noite, algo salgado já que Sasuke não era chegado a doces.
Tomou um banho e lavou os cabelos, hidratou a pele e fez uma maquiagem leve.
Desceu para preparar a comida, fez frutos do mar e deixou uma garrafa de saquê sobre a mesa.
Talvez precisasse dela.
Então subiu e encheu a banheira que havia no quarto que dividiam, deixou a água morna e jogou uma leve essência de lavanda na mesma, sabia que Sasuke chegaria cansado do trabalho.
Então foi para o quarto e se despiu para logo em seguida vestir a lingerie.
Olhou-se no espelho quando ficou pronta e estava satisfeita, não costumava se achar uma mulher bonita mas estava bom.
Vestiu o robe de cetim também negro por cima, os sapatos de salto e esperou.
Olhou para o relógio no criado ao lado a cama, já eram seis horas, ele não deveria demorar a chegar.
Desceu e apagou as luzes da sala deixando apenas a do abajur ao lado do sofá acesa, queria criar um ambiente.
Sentou-se e esperou.
Seis e meia.
Estava ansiosa.
Seis e quarenta e cinco...
Sete horas.
Ele devia ter ficado agarrado no trabalho.
Sete e meia
Foi até a garrafa de saquê e abriu colocando um dedo no copo e dando um gole.
Sete e cinquenta
Tomou mais um gole da garrafa
Oito horas
Se levantou e afastou a cortina olhando por uma fresta da janela.
Nove horas, um terço da garrafa já havia ido.
Dez horas, Sakura olhava para a garrafa pela metade diante de si sentada em uma das cadeiras diante da mesa da cozinha, os frutos do mar estavam organizados em uma travessa e os crustáceos pareiam lhe encarar.
E rir da sua desgraça.
Levantou-se e foi para a sala apagando a luz do abajur, subiu e foi para o quarto. Quando chegou lá olhou-se no espelho, sentiu-se ridícula, passou a mão pelos lábios borrando o batom vermelho que usava.
Jogou-se na cama e abraçou seu travesseiro fechando os olhos.
Não queria chorar.
Quando os abriu foi pela movimentação no cômodo.
Sasuke andava pelo ambiente começando a retirar a camisa que usara durante todo o dia.
Sakura se sentou sobressaltada e olhou para o relógio ao lado da cabeceira, meia noite e quinze
-Onde você estava?
-Sai pra tomar alguma coisa com Naruto.
A rosada sentiu a garganta embargada
-Você podia ter avisado.
-Eu sempre saio com Naruto, você sabe disso.
Agora ele estava só de cuecas e se encaminhava para o banheiro.
Fazia tudo com mais agilidade já que finalmente havia aceitado a ideia da prótese e já estava com ela implantada a três meses.
-Que bagunça é aquela lá embaixo?
-Pode ouvir a voz abafada dele de dentro do banheiro.
Sakura sentiu as primeiras lagrimas se formando no canto de seus olhos.
-Eu fiquei te esperando.
-Eu te perguntei se era alguma data especial, você negou..
O moreno já estava no quarto novamente, estava recém banhado e com uma calça de moletom folgada.
Provavelmente nem havia percebido a banheira cheia.
-Eu preciso de data especial pra querer ficar com meu marido?
Seu tom de voz saiu baixo mas a revolta nas palavras era bem clara
-Então é isso?
Sasuke disse enquanto se deitava ao seu lado.
Sakura olhava em sua direção mas apenas a silhueta do moreno era visível devido a pouca luz que adentrava no recinto através da janela.
-Se quer ficar comigo é só me falar, você é minha esposa. Não precisa de artimanhas.
Artimanhas?
Então era isso que ele pensava que ela estava fazendo?
Ela se preocupava em lhe agradar e era isso que ele achava?!
-Boa noite!
Se virou para o lado irritada.
Alguns minutos depois e pode sentir a mão grande tocar sua cintura e continuar o percurso ate sua barriga.
-Eu disse boa noite.
-Pensei que quisesse ficar comigo.
-E eu que eu usasse artimanhas...
O Uchiha então se levantou num rompante e jogou o corpo sobre o da esposa
-Então porque está vestida assim?
-Porque...
Sakura não tinha uma resposta viável
Sasuke sorriu sutilmente e capturou os lábios da esposa.
O beijo ávido se tornou desesperado e então rapidamente a rosada trocou de lugar com o marido se pondo por cima.
Retirou o robe as pressas e levou a mão ao órgão semi ereto o massageando.
Ouviu o moreno soltar um leve gemido.
Quando o membro de Sasuke já estava a postos, Sakura nem se preocupou em retirar sua peça intima, a afastou para o lado e deslizou o corpo sobre o pênis sentindo um leve desconforto mas já começando os movimentos em seguida.
A rosada rebolava sobre o colo do marido que passava a mão pelo corpo sobre si, aumentou os movimentos subindo e descendo com força ate notar o moreno fechar os olhos e morder o lábio inferior, conhecia aquela expressão, estava vindo.
E veio, o gozo a atingiu em cheio e ela ficou satisfeita.
Ficou ainda alguns instantes ali ate que saiu de cima dele se deitando a seu lado.
Sasuke permanecia de olhos fechados, ela virou o rosto para o lado o observando.
Então se aninhou próximo ao marido
Antes de dormirem fizeram mais uma vez, e na manhã seguinte outra.
Foi assim durante toda sua ovulação.
E foi com surpresa que algumas semanas depois sua menstruação atrasou. Dessa vez não foi correndo fazer o teste como das outras vezes, esperou alguns dias caso fosse alarme falso.
Então fez o teste de farmácia, e seu mundo caiu.
Negativo.
Fez mais dois e o resultado foi o mesmo.
Leu o rotulo e lá dizia
-99 % cento de eficácia...
Não podia ser, saiu do banheiro às pressas, só havia uma maneira de confirmar então correu até o hospital para fazer um exame de sangue. Como Shizune estava em missão, correu até a sala da amiga mas o que encontrou deixou Sakura assustada.
Ino estava sentada no chão com as mãos tapando o rosto e os cabelos desgrenhados.
Sakura se aproximou da amiga se agachando ao seu lado preocupada
-Ino, o que foi? O que aconteceu?
A loira que mal conseguia abrir a boca tamanhos eram os soluços que dava, apenas apontou para algo ao seu lado no chão.
Somente naquele instante a rosada percebeu o papel caído próximo a Yamanaka.
A cerejeira o pegou, estava levemente amaçado e com algumas letras borradas, provavelmente devido as lagrimas.
A medida que Sakura lia seu peito ia se apertando.
Sai tinha deixado Ino.
Havia a abandonado.
Os motivos não estavam claros mas ele dizia ser incapaz de sentir algo como aquilo que ela desejava.
A rosada baixou a carta e olhou para a amiga, então a envolveu em um abraço.
Aquele dia não podia estar pior!
CONTINUA...