Yoooooo,
Bom dia, degenerados e degeneradas
Mais um capitulozinho sobre a saga do nosso humilde e pomposo Lúcifer
Pelo nome já da para saber sobre oque se trata. Precisava criar um capítulo com este nome, pois maratonei O Hobbit, e é supimpa
Boa leitura ^^
Um ano havia se passado, e Lúcifer não conseguiu encontrar nenhuma informação a mais sobre onde se localiza o reino dos Mephistos. Ao decorrer dos anos, tentou segui-los, mas acontece que todos se teletransportavam ao fim das respectivas missões. Ora, sabendo que a fortaleza se localizava afastada de qualquer reino e por entre montanhas, ele pegou um mapa e traçou lugares estratégicos muito vantajosos para os magos. No entanto, as demarcações demostraram ser muito errôneas, o que levou ele a raiva e pensar em outro método para encontrá-los, porém com certos riscos.
Lúcifer deixou os demônios agirem com menos imprudência e mais frequência na cidade de Trost e nos vilarejos próximos a região. Ficou surpreso com a velocidade de reação por parte dos Mephistos, pois demorou apenas duas semanas para que eles aparecessem. Se preocupando com seus alvos pensarem que era uma armadilha, ele deixou a perseguição acontecer naturalmente, sem exigir que acontecesse quanto antes.
Dois dias após, o plano demostrou ser frutífero. Os demônios fugiam as pressas em direção a floresta com os Mephistos, um homem e uma mulher, em seu encalço. Ao adentrarem, porém, Lúcifer, Mammon, Belphegor e Belzebu recaíram sobre eles, arrancando os cajados (não conseguiam usar magia sem eles), imobilizando-os e prendendo em algemas. Em seguida, os levaram para um covil improvisando nos confins de uma caverna. Lá, os torturaram com a ajuda de uma demônio chamada Meiritelle, que sabia em muito sobre a arte da cura e do corpo. Assim, os Mephistos sobreviveram a tortura durante semanas, mas acabaram perecendo sem ninguém contar algo.
Diferente do que pensavam, Lúcifer não se irritou; levou aquilo como um aprendizado no quanto os humanos podem ser fieis a causa. Então, ele deveria torturar mais para quebrar o espírito, e não simplesmente para causar dor. E haveria uma próxima vez; até quando soubesse o local exato da ordem. Mas tinha que ser cauteloso, pois não se tratam de reles humanos.
Ora, meses se passaram, e finalmente Lúcifer havia capturado outros dois Mephistos, novamente homem e mulher. Desta vez, os levaram para um covil localizado no deserto de areia. Meiritelle abriu diversos rasgos no corpo do homem, mas não muito profundo e nem em pontos vitais. Depois, o enterrou de pé na areia quente, deixando apenas a cabeça para fora. Com a mulher eles apenas a algemaram de forma que ela não conseguiria fugir e a deixaram jogada na areia ao lado do parceiro. Eles ficaram dias sob o cálido e álgido intenso. O homem empapava a areia de sangue e mijo; sentia calafrios por conta das feridas e os olhos queimarem. A mulher se desesperava, gritando suplícios até ficar rouca. Meiritelle aparecia de tempo em tempo, dando-lhes alimento e água.
Então, foram levados para o covil, onde ela ficou suspensa com corrente em seus pulsos e tornozelos e ele simplesmente sentado em uma cadeira, de frente para o outro. Ambos desnutridos e com a pele ressecada. Ele, porém, estava em um estado ainda mais deplorável: tremia; a areia estava grudada em seu corpo empapado de sangue; pus nas feridas; olhos profundos e o queixo tocando o peito.
— Não irei dizer nada — ela repetia diversas vezes com pesar —, então pare de torturá-lo!
Com um sorrisinho, Lúcifer se postou atrás do homem e inclinou-se até perto do ouvido dele e sussurrou:
— Conte-me tudo sobre o reino-fortaleza dos Mephistos, se não ela irá passar pelo mesmo sofrimento que você.
Com uma reação imediata, o homem ergueu a cabeça com os olhos arregalados e passou a tremer ainda mais. Tendo uma certa ideia do que o anjo caído possa ter dito, a mulher se remexeu e entoou:
— Não conte nada a ele, Jonathan! Nossa ordem não pode ruir! Eu aguento, meu amor... eu aguento.
Solenemente, com as mãos cruzadas nas costas, Lúcifer caminhou para perto da humana e disse em um tom baixo:
— Humanas são bem mais resistentes do que um humano. Elas aguentam ver o seu amado sofrer em prol de um bem maior, exceto se for suas crias. Um humano, porém, não aguenta ver sua amada e nem sua cria em sofrimento. Seu extinto de proteção é grande. A sensação de falha, culpa e medo se impregnam em sua mente. Assim, optam pelo bem menor... o bem de sua família.
— Você não é um anjo... é um monstro.
Ela o olhou nos olhos — e arrependeu-se disto. Eram olhos vermelhos, frios e intensos. A sensação de repúdio e horror emanavam deles, aumentando ainda mais o pavor. Sem forças para desviar o olhar, a humana começou a tremer e a urinar.
— Poupe-me, mulher. Qual o tamanho de sua ignorância ao julgar que este mundo sentirá falta da ínfima e simbólica existência de vocês dois? Minha existência em si é muito mais grandiosa do que toda sua medíocre ordem. Portanto, quem é você, criatura insignificante, para me julgar? — Ele se afastou. — Meiritelle.
Um assobio e estalo, seguido por um alto grito de dor. Após abrir um talho no seio esquerdo da humana, Meiritelle agitou o chicote no ar e acertou-a novamente, abrindo um corte na barriga. Mais um berro. Outro assobio e estalo, e outro, e mais um. Jonathan observava com os olhos arregalados, chorando e tremendo intensamente.
— Não vou mentir, Jonathan, não sairão daqui com vida — explicava o anjo caído —, mas... poupe ela desse sofrimento, sim?
Assobio.
Estalo.
Berros agoniantes.
— Sim... eu conto — disse o humano, por fim, em um sussurro. — Me perdoe, Joanna...
Os assobios e estalos cessaram.
Sentiu uma mão repousar em seus ombros e olhos vermelhos o encarou, sedento.
— Conte-me tudo, Jonathan.
E ele contou tudo o que o anjo caído queria saber.
Em troca, como prometido, Lúcifer deu-lhes mortes rápidas.
***
Demorou dias, mas Lúcifer conseguiu reunir centenas de demônios, que agora seguiam em marcha lenta pelos ermos em direção ao extremo oeste, onde se localizava a cidadela dos Mephistos. O reino se localizava muito, muito distante de qualquer outro reino humano, e por isto utilizavam teletransporte. Mesmo assim, alguns deles não conseguiam se teletransportar diretamente para lá, e por isto construíram esconderijos em pontos estratégicos para descansar — e isto incomodou Lúcifer, pois nunca conseguiu rastrear algum. Temendo que sua horda fosse descoberta, Lúcifer enviava os melhores demônios como abatedores e, ocasionalmente, ele mesmo ia.
Agora, ao seu lado, encontrava-se Mammon, indagando-o de que forma iriam derrotar os Mephistos com baixas mínimas, tendo em vista que os demônios são escassos e não nasceriam mais sem Bahamut. Ora, o mago que ele torturou disse que haviam centenas de Mephistos no reino-fortaleza, porém nem todos eram mestres da magia — haviam crianças, comerciantes e humanos que apenas eram casados com algum mago. Não obstante, Mephistos são treinados especificamente para aniquilar demônios — o que faziam temê-los.
— Como? — Lúcifer tragou a cigarrilha e soltou o fumo em forma de anel. Depois, abriu um curto sorriso. — Bem, a resposta está nestas carroças carregadas de barris que estamos levando.
— Os explosivos? — Mammon arqueou uma sobrancelha. — Ora, então não deveríamos estar levando uma catapulta? Ou planeja fazer com que corramos até o muro e exploda junto? Se sim, teremos baixa do mesmo jeito. E teremos ainda mais quando os magos lançarem bolas de fogo até os barris no meio da horda.
— Você descobrirá o resto quando chegar a hora.
— Espero que isto não seja artimanha sua para nos extinguir, Lúcifer.
— Ah, poupe-me, Mammon. Até o demônio mais burro sabe que vocês serão extintos antes do Bahamut renascer, caso os Mephistos não sejam extintos antes. Portanto, foda-se se você confia em mim ou não, mas eu sou sua única esperança no momento. Irônico, não? Um anjo ser a esperança de centenas de demônios.
— Citando anjos — tomou a palavra Asmodeus. — O que garante com que eles não desçam dos céus e nos matem antes disso? Até porque, quase todos estamos aqui.
Lúcifer sorriu e riu. — Pode ter certeza que Ele não ordenará isto.
Belphegor surgiu em meio as árvores e se aproximou.
— Há um vilarejo logo a frente — informou.
— Algum reino próximo?
— Não.
— Então podem se alimentar — determinou o anjo. — Já estou farto de andar hoje.
***
Semanas se passaram, e finalmente chegaram até onde queriam. Estavam a muitos quilômetros do reino dos Mephistos, no sopé de uma alta montanha. Jonathan, o mago torturado, contou ao Lúcifer sobre um túnel quilométrico da ordem que serviria para fuga ou até mesmo para a retomada da fortaleza, porém a passagem estava ocultada por magia. O anjo caído imediatamente se interessou por esta passagem secreta e indagou-o com diversas perguntas, que levaram até o momento atual.
Lilith estava empunhando um cajado de madeira, que pertencia a maga Joanna. Em sua extremidade superior, galhos se entrelaçavam deixando o centro oco, de onde emanava um brilho branco. Ela deslizava esta ponta do cajado sobre as rochas, concentrada e a passos lentos.
— Para que serve o cajado? — questionou Lúcifer ao seu lado.
— Humanos os utilizam para catalisar a magia, pois seus corpos não conseguem fazer isto, ao contrário de nós, demônios. Então, estou utilizando para intensificar minha sensibilidade a magia.
Ela deu mais alguns passos, então parou. Lilith jogou o cajado para a mão direita, girou-o concentrando a mana e bateu contra a rocha. A ilusão rachou e estilhaçou como vidro, revelando a passagem secreta. Lúcifer, assim como todos os outros demônios, abriu um sorriso malicioso.
— Tem certeza que vai enviar todos por baixo? — questionou Mammon. — Uma parcela atacar pelos muros impedirá a fuga, além de prendê-los entre os nossos.
— O reino é protegido por uma ilusão. Não iremos perceber se há vigias nos observando, e há chances de sermos detectados ao passarmos — respondeu Lúcifer. — Então, sim, todos por baixo.
Sem mais delongas, a horda adentrou na passagem, que era larga o suficiente para quatro carroças passarem lado a lado. O chão e as paredes eram o mais nivelado o possível, detendo apenas uma parcela mínima de irregularidade. Haviam tochas espalhadas pela extensão, nas quais Lilith as acendiam. Ela era a primeira da horda, ditando a velocidade de avanço com cautela, observando minuciosamente o caminho à frente em busca de armadilhas. Além disso, a cada quinhentos passos, ela fazia grossas raízes criadas com sua magia se entrelaçarem nas rochas — e isto fora a pedido do anjo caído.
— Desnecessário e burro — dizia Belzebu em relação a nivelação do solo. — Se um inimigo corre mais rápido que você, irá te pegar facilmente. Com um solo irregular, você tem mais vantagem de fugir.
— É uma rota de fuga para antes que o inimigo esteja efetivamente em seu encalço, Belzebu. Dá para se distanciar em muito, principalmente porque cavalos conseguem transitar aqui — contrapôs Lilith. — Além disso, conseguiria carregar bastante soldados juntos.
— O melhor de tudo, é que comporta nosso exército e carroças ao ataque surpresa — continuou Belphegor. — Fiquei quieto, Belzebu. Você de boca fechada é a personificação da sabedoria.
"Assim como qualquer demônio", pensou Lúcifer.
Seguiram ali por muitos quilômetros, sem encontrar armadilha alguma, e finalmente chegaram ao fim, que dava em uma profunda caverna. Escadas de pedras seguiam em caracol até o topo. Haviam outras passagens que finalizavam ali, provavelmente vindo de outros lugares dentro do reino ou fora. Aparentemente, não havia humano algum vigiando o local. Sem perder mais tempo, Lúcifer ordenou para que os barris fossem colocados em pontos estratégicos.
***
Era uma manhã ensolarada no Reino Mephisto.
Os comerciantes abriam suas barracas, feiras, lojas e bares. As crianças saiam de suas casas para brincar na praça, onde tinha uma bela fonte. As mães normais cuidavam de seus afazeres nas casas, enquanto os pais iam para a academia de magos, e vise e versa, pois havia muitas mulheres magas. As aulas estavam prestes a começar, mas só filhos de puros Mephistos podiam aprender sobre. O mais alto clero, os magos mais poderosos e/ou sábios, incluindo o grande Grão-Mestre, se reuniam no castelo para discutir sobre demônios, politica, investimentos e outras coisas muitos importantes, que até mesmo envolviam todos os reinos. Pássaros que ali viviam cantavam, cachorros pediam comida na rua e gatos se espreguiçavam sobre os telhados.
Os muros que protegiam o reino-fortaleza eram altos e robustos, nunca antes invadidos. Pilares mágicos feitos de cristais e marcados com runas flutuavam acima, criando sobre o reino uma cúpula que os protegiam com uma poderosa ilusão. Ninguém passava por estava ilusão sem ser notado, pois o terreno que antecedia os muros era plano e com grama baixa, detendo nada mais.
Era uma manhã ensolarada no Reino Mephisto, porém a tarde fora nebulosa e sombria.
Primeiro, um poderoso tremor fez os humanos e suas construções balançarem. Ínfimos segundos depois, pilares de fogo romperam do solo, e seu calor passou a devastar as casas e as pessoas. Em seguida, o chão, em uma grande área do reino, começou a afundar, dragando construções, humanos e parte da muralha para o subsolo, sendo esmagados por toneladas de rochas e engolidos pelas labaredas. Por fim, como formigas, demônios surgiram em meio aos destroços devorando os que ainda viviam e subiam para a parte da cidade que não havia ruído por completo.
A horda, antes da explosão dos barris, adentrara de volta a passagem, e Lilith fez raízes envolverem as estruturas ao redor deles e protegeu a todos com um domo mágico, impedindo com que os destroços recaíssem sobre.
O ataque surpresa trouxe uma vantagem esmagadora para os sombrios, que devastavam os humanos com facilidade, com perda quase nula por parte própria. Isto, porém, ocorreu apenas nos primeiros minutos da guerra, pois os magos se recuperaram, pagaram seus cajados e partiram para o contra-ataque. Os cintilar da magia começou a mesclar no cenário sombrio tomado pelo fogo e fumaça.
Sob o poder dos altos magos, os demônios tremeram e recuaram, pois eram atingidos por magias tão poderosas que faziam o solo tremer. Contudo, os demônios Belphegor, Mammon, Belzebu e Asmodeus não tremeram, investindo com ímpeto contra os grandes magos, o que restabeleceu a coragem da horda demoníaca.
Os humanos detinham uma tênue vantagem numérica, pois a maioria dos magos se encontravam na academia de magia, que fora atingida diretamente por um pilar de fogo e afundou no subsolo, deixando pouquíssimos com vida.
Lilith confrontou nenhum mago ou humano normal. Ela simplesmente passou em meio ao confronto até a parte destruída do muro, onde Lúcifer surgiu e pairou em sua frente, bloqueando a saída da cidade.
— Para aonde vai? — perguntou a ela.
— Para aonde eu quiser. Não estou te seguindo, Lúcifer, estive aqui simplesmente porque qualquer demônio sabe que os Mephistos devem ser extinguidos. E eu já fiz minha parte.
— Ainda tem coragem de dirigir a mim com este tom? Já esqueceu da surra que levou, demônio?
— Lembro-me muito bem, anjo caído. — Mikaela fez uma expressão de desgosto. — Mas já fui o suficientemente útil para você, não acha? Não estou afim de massacrar humanos. Então... seja útil e faça isso por mim, sim?
O anjo caído gostou nem um pouco de ser afrontado assim. "Ah, você já me foi útil o suficiente, sim", pensou. Ele levou a mão a espada, porém nada fez, pois uma poderosa explosão perto do castelo chamou sua atenção, e foi imediatamente naquela direção.
Lilith se aliviou com isto, porque passou a sentir muito medo ao pensar que morria. Com pressa, atravessou o muro decaído e foi embora. E esta fora a primeira e última vez que Lilith participou das artimanhas do anjo caído.
Lúcifer sobrevoou em meio ao confronto, rente ao solo — ou o que havia sobrado dele. Com sua espada, decapitou os magos em seu caminho e atrapalhou as magias dos grandes magos, auxiliando os demônios. Com isto, aproximou-se de seu destino: o castelo.
Combatendo os demônios em volta do castelo, estava o Grão-Mestre da ordem, Fridlaf, o inabalável. Era um senhor de pele marrom, alto, careca e longa barba branca. Trajava uma túnica vermelho-sangue adornada por bordas douradas. Em seus dedos, vários anéis; na mão, um cajado; na cintura, uma espada embainhada. Com magias poderosas, ele rechaçava e aniquilava os demônios ali perto; então Lúcifer pousou alguns metros a sua frente. Reconhecendo-o de imediato pelas asas cristalinas, Fridlaf disse ao subordinado:
— Geli, ordene a todos a baterem em retirada!
— O quê?! Mas e a cidadela, Grão-Mestre?!
— Nossa ordem é uma cidadela por acaso, Geli?! Enquanto haver um único Mephisto, há de haver vitória dos humanos sobre os demônios! Porém, às vezes, derrotas são inevitáveis. — Ele tomou o cajado do subordinado. — Vá! Coordene a retirada! Sobreviva! Eu e os altos magos seguraremos por tempo o suficiente. A ordem não deve morrer, mas os altos magos devem morrer pela ordem!
— Sim, Grão-Mestre!
— Você deve ser Samael — disse Fridlaf encarando o anjo, esperando seus subordinados recuarem.
— Ah, então contaram sobre mim? Generosidade do Tyrael, imagino. — Lúcifer olhou para os demônios que se aproximam e ordenou: — Saíam!
Quando os demônios e os humanos se distanciaram, Fridlaf girou o cajado que tomou do subordinado e cravou-o no solo. Após sussurrar algumas palavras, a esfera do cajado emanou um brilho azul e um pilar de luz, fazendo surgir um domo mágico de grande diâmetro e altura. Ele passou o próprio cajado para a mão esquerda e sacou a espada com a direita.
— Excalibur — sussurrou, e a espada cintilou e vibrou levemente.
— Isto é mesmo necessário? Não irei fugir.
— Serve apenas para poupar os que estão de fora da destruição aqui dentro.
Subitamente, a energia negra tomou conta do corpo do Lúcifer e partiu para o ataque. O Grão-Mestre envolveu o cajado em mana e estocou no ar, lançando uma poderosa rajada de vento e magia, repelindo o anjo para o ponto inicial. A Excalibur fora imbuída em mana e Fridlaf cortou o ar, disparando um corte poderoso. O anjo caído voou, desviando, e subiu até o limite do domo, envolvendo sua espada em energia negra e disparando contra o mago, que por sua vez criou um escudo para se proteger. A cada impacto, o mago era empurrado para trás e um brilho ofuscante era emanado. Lúcifer se aproveitou e voou rapidamente sobre o humano, descendo com ímpeto com sua lâmina. Fridlaf notou, e fez um espesso pilar de pedra emergir do chão, surpreendendo o anjo caído e atingindo-o, fazendo com que fosse projetado na direção oposta.
O cajado girou e fora envolvido pelo fogo ao recitar do mago. Fridlaf moveu o cajado, lançando açoites de fogo em direção ao anjo caído, obrigando-o a se mover a todo instante. As labaredas, ao atingir o solo, explodiam em fagulhas abrasivas. Ora, o Grão-Mestre girou o cajado na direção contrária, e uma névoa gélida substituiu o fogo. Estacas de gelo zuniram no ar e subiram do solo. O ar frio se misturava com o quente, torando-se denso. Lúcifer, enfurecendo-se, dispersou violentamente e continuamente a energia negra em seu corpo, engolindo tudo dentro do domo. Invocando um domo menor, Fridlaf protegeu a si e o outro cajado, mas por tempo insuficiente. Sob a força esmagadora de anjo, a proteção fraquejou e rompeu, destruindo o cajado do domo maior e jogando o mago para longe.
Fridlaf rolou pelo chão, chocando sua cabeça contra as rochas irregulares. Com esforço, colocou-se de pé e viu anjo em sua frente. Antes que o mago conseguisse fazer algo, Lúcifer decepou o braço esquerdo dele. Com um grito alto de dor, o Grão-Mestre concentrou sua mana na Excalibur, mas o inimigo travou seu pulso antes de atacar. Lúcifer entrelaçou sua perna a do humano e o derrubou; largou a espada e agarrou-o pelo pescoço. Imobilizando o mago com o peso do seu corpo, Lúcifer o encarou nos olhos.
— Você pode ter sido treinado a vida toda para matar o mais forte dos demônios, humano, mas não para matar o mais poderoso dos anjos. — Ele torceu o punho do Fridlaf, quebrando-o, e pegou a espada Excalibur antes que caísse no chão. — Ficarei com sua espada.
E assim morreu o último do Grão-Mestre da ordem, Fridlaf, o inabalável, com a própria espada encrustada no meio da face, morto por um anjo.
Ora, Lúcifer seguiu para o único lugar que importava naquele: a biblioteca. Não por sorte, a construção continuava completamente de pé. Na entrada, encontrou diversos humanos tentando fugir com os livros, mas ele massacrou a todos, sem um pingo de dó. Já dentro, Lúcifer, triunfante, gargalhou tão intensamente que ecoou por toda a biblioteca; pois este fora seu primeiro e grande triunfo.
Meiritelle, a futura tecelã, adentrou no recinto, manchada de sangue (mas não dela) e fez uma profunda reverência.
— Meu senhor — ela dizia —, muitos Mephistos fugiram para além do muro. O que deveremos fazer?
— Cacem todos. Mate-os até virar nada. Por minha graça, são os demônios que dominam agora.
Naquela tarde sombria, vários demônios evoluíram, dentre eles: Jorge, Merlyn, Lissandra, Lith, Gouth, Cast, etc. Mammon, Belphegor, Asmodeus e Belzebu tiveram sua vitória sobre os altos magos, porém não sem ajuda.
O Reino dos Mephistos se perdeu por completo, com exceção da outra linha temporal, onde Camille o restaura e torna-se rainha, dando-lhe o nome de Arcádia e virando o último reino humano em pé. Os Mephistos, no entanto, foram caçados até seus números se reduzirem a uma quantidade inofensiva, e nunca mais conseguiram se reerguer.
Continua <3 :p