Freedom Planet: Faith & Shock

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    Capítulos:

    Capítulo 6

    O torneio de Shang Tu - Parte 1

    Spoiler, Violência

    Depois das confusões no centro de Shang Tu, como será que as coisas irão se acertar?

    Pobre Viktor...

    {Dragon Forest. Casa da árvore de Lilac, 06:00.}

    Era o começo da manhã. Era possível ouvir o som dos pássaros cantando, os belos campos gramados ao fundo, com algumas residências próximas às montanhas, com suas chaminés espelindo fumaça. Sob as árvores, podia-se observar em suas folhas pequenas gotas de orvalho, enunciação que foi de fato uma noite úmida. E ainda pendurado a árvore de Lilac estava Viktor, que foi amparado por Lilac assim que a bela dragão acordou. Ela então o levou para dentro e o ajudou a se reestabelecer, sob os olhares de Milla, que mostrava preocupação com o jovem, e Carol, esta querendo levá-lo de volta a onde estava, sendo rechaçada por Lilac. Viktor então foi tomar um banho e colocou roupas limpas. Milla havia encontrado roupas masculinas que tinham o tamanho ideal para o rapaz usar. E para ser mais específico, eram todas vestimentas locais que, a exemplo das demais garotas, eram de aspecto oriental, como as dos habitantes de Shang Tu: sapatilhas pretas, uma calça preta e um kimono branco.

    Passado algumas horas, eis que então o rapaz volta a seus afazeres matinais: ele então começa a preparar o café, porém durante o período, era possível perceber que seu semblante estava ainda pior que quando saiu do centro de pesquisa do Castelo de Shang Tu. As garotas, já a mesa esperando pela refeição, conversavam. Lilac, um pouco chateada com Carol, diz:

    - Carol, de todas as coisas insensatas que você fez até hoje, essa sem dúvida alguma foi a pior. Como você pôde fazer aquilo com o Viktor?

    - Opa, peraí Lilac... Tu tá vendo só o lado dele.

    - Claro! O que você fez foi algo horrível!

    - Horrível? E minha moto? Porque o piá foi logo pegar na minha moto? E tu falando assim parece até que eu dei um sacode no mané. Embora ele merecesse...

    - Carol!

    - Lilac!

    - Carol!

    - Lilac!

    - CAROL!

    - LILAC!

    - Ei... Vocês duas poderiam parar de fazer isso? Não é certo ficarem gritando logo de manhã - Disse Milla, um pouco brava com suas amigas.

    - Milla, vê se não se mete, tá? Tô na treta só com a sabichona aí metida a defensora de destruidores de "motos inocentes que não fizeram nada de mal" - Disse Carol, ainda estressada.

    - Carol, deixa a Milla fora disso - Disse Lilac, mais irritada que de costume.

    - Não tô zuando a Milla, tá? E para de ficar me criticando. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu que não ia aceitar calada o que aconteceu. Eu que tô no prejú aqui, falou?

    - É só uma moto. Você pode consertá-la.

    - Você fala como se fosse facin, né? Sabia que motos como a minha não nascem em árvores? Vô ter que morrer numa grana pra reconstruir ela toda e isso tudo custa muitas gemas...

    - Tudo bem, eu entendo que vai ter dificuldades, mas você não precisava ter tratado o Viktor daquele jeito. Ele não tem pra onde ir e pouco conhece do nosso planeta.

    - Então... Agora ele conhece melhor esse planeta. E fiz ele aprender que na moto da Carol ninguém toca.

    - Carol...

    Logo Viktor, que ouviu toda a conversa enquanto preparava o café, leva a bandeja até a mesa, retirando a tampa. Dessa vez o jovem cozinheiro havia feito pão doce, com cobertura de chantilly e com frutas cristalizadas por cima. Logo as garotas surtam com tamanha surpresa.

    - OH MINHA NOSSA NOSSA NOSSA! LOGO DE MANHÃ ESSA COISA MARAVILINDA DE CAFÉ DA MANHÃ! - Disse Carol, com os olhos brilhando.

    - Viktor, que café da manhã maravilhoso! Mais uma surpresa! - Disse Lilac, com um enorme sorriso.

    - Eu nunca vi pães tão bonitos e apetitosos como esses, Viktorius! - Disse Milla, já salivando de tanta fome.

    Ele as serve, mas Viktor continuou calado. As garotas, mesmo com a animação de poderem saborear mais um café da manhã especial, perceberam que havia algo errado com o rapaz. Lilac, tentando animá-lo, diz:

    - Viktor, você é bom mesmo! Meus parabéns! Seus pães estão deliciosos.

    Mas o rapaz simplesmente serviu o café e depois caminhou até o corredor. Milla, preocupada, fiz:

    - Ei... Viktorius... Você não vai comer?

    - Não... Não estou com fome. Estou no quarto de hóspedes, se precisarem de algo.

    Era perceptível que o jovem não estava bem. Imediatamente, Lilac olhou para Carol, demonstrando toda sua irritação. E não era só a dragão: Milla também não fez um rosto muito feliz ao olhar para a bela felina verde. Pressionada com tanta antipatia de suas amigas, ela diz:

    - Ok... Tá... Entendi... O piá tá na fossa...

    - Isso tudo é culpa sua, Carol! - Disse Lilac, colocando pra fora toda sua insatisfação

    - Tá... Talvez eu tenha exagerado...

    - Talvez? O Viktor tem sido zeloso conosco desde que veio pra cá e você ainda diz "talvez"? Como pode ser tão fria?

    - Tá, Lilac... Eu exagerei... Eu não esperava que o piá... Digo, o Viktor ia ficar assim...

    - Então, faça alguma coisa pra resolver isso. Ele está triste e você só se preocupou consigo esse tempo todo. Tudo bem que ele destruiu sua moto. Eu compreendo que você está chateada com isso também. Mas ele não fez pra te causar mal. Ele só fez pra tentar nos ajudar. Compreende agora?

    Carol então, depois de devorar o último pão, diz a Lilac.

    - Tá... Eu vô conversar com ele...

    Ela então se levanta, indo até o banheiro antes, para lavar seu rosto. Depois foi ao quarto de hóspedes. Carol, entrando sem bater, vê Viktor sentado perto da janela, com um olhar distante. O jovem, ao perceber quem entrou, logo tratou de se levantar, como se estivesse temendo alguma investida de Carol contra ele. A felina, ao pressentir isso, diz:

    - Calma... Não vim te fazer nada... Fica frio...

    - Eu... Eu não quero problemas, Carol...

    - Tá, cara... Putz, que situação...

    - O que você quer de mim?

    - Nada... Tipo, bem... É que... Bem... Eu... Cara, como é difícil fazer isso...

    - Carol, eu não queria te causar nenhum mal... Me perdoe, por favor... Eu só tentei ajudar, mas estraguei tudo...

    O comportamento de Viktor só fez com que Carol ficasse ainda mais sentida com a situação. Ela, em um dos raros momentos que demonstrou sentimentos, se aproxima do rapaz, o abraçando forte.

    - Viktor... Você não tem que me pedir desculpas por nada, tá? Eu que te devo desculpas... Eu fui uma insensível com você, sabe? Tu tá sempre querendo ajudar, tá cozinhando pra gente, tem até a paciência de me aturar... Eu sei que eu sou chata na maioria das vezes, mas é o meu jeito. Não quero que pense mal de mim, tá? Te fiz aquilo sem pensar nas consequências. Não quero tu na fossa por minha causa. Eu que exagerei mesmo... fui uma boba. Me perdoa, Viktor. Eu não deveria ter feito o que fiz com você.

    Viktor percebeu que Carol estava mesmo se expressando de forma sincera. Desde que apareceu no planeta das garotas, Carol sempre o provocou ou brincou com ele, sempre demostrando seu lado "moleque". Mas dessa vez o jovem pôde ver um lado da felina que não imaginava que existisse. Ele, entendendo os sentimentos de Carol, a abraça da mesma forma, aceitando as desculpas.

    - Tudo bem, Carol... De certa forma, eu mereci... Mas ainda assim eu quero te pedir des...

    - Não, cara! Deixa disso! Eu que vacilei, tá? Olha... Posso te pedir uma coisa?

    - O que seria?

    - Esse abraço que te dei...

    - O que tem?

    - Não diga nada pra Lilac nem pra Milla, tá beleza?

    - Tudo bem, mas porque?

    - Não gosto dessa coisa melosa... Só tô sendo carinhosa com você porque tu é parça.

    - Entendi.

    - Posso te pedir outro favor?

    - Sim, diga.

    - Pode soltar agora? Tu tá me abraçando tão forte que já tô pensando que tu tá afim de mim.

    Viktor as pressas solta Carol, indo até o canto do quarto envergonhado. Ela, olhando para o rapaz, diz:

    - E tipo, piá... Tu é até bonitinho, mas não faz meu tipo, tá? Fica sussa e não diz nada pra elas, tá?

    - Tu-tudo bem, senhorita Tea...

    - É Carol, piá! Carol! Larga mão de ser engomado, caraca...

    Horas depois...

    Depois do café da manhã e da conversa que Carol teve com Viktor, os quatro jovens começarem a fazer o seu rito diário: Lilac ficou analisando dados de posicionamento das últimos pedaços da pedra do reino, Milla arrumou o quarto das garotas, Viktor logo tratou de limpar a louça do café e varrer a casa e Carol... bem, a felina passou o resto da manhã toda juntando os destroços de sua moto, os colocando ao pé da árvore de Lilac, para tentar de alguma forma arrumar seu veículo.

    Depois em um tempo, Lilac e Milla se sentaram a sala e começarem a assistir ao noticiário na TV. Viktor estava em seu quarto, lendo algo em seu celular. Embora era sabido que não funcionaria para fazer ligações, era perfeitamente funcional para as demais tarefas. Mas, chamando sua atenção, enquanto andava para ir ao banheiro, se deparou com uma conversa que Carol estava tendo com alguém em seu comunicador.

    - É... Tipo, tô precisando desse adiantamento pra arrumar minha moto. O que? Como assim? Mas como vô fazer essa entrega sem minha moto? Mas é por isso que tô pedindo um adiantamento, pra arrumar a bodega da minha possante, ora! Tá de saca, né? Pô, choque... Tô mesmo na pindaíba. Não tenho money pra comprar peça. Adianta aí, favor?

    A felina não teve boas notícias. Era visível em seu rosto a negativa para receber o tal adiantamento. Ela então foi até a sala e saiu pela porta. Viktor, olhando que não tinha ninguém por perto, se aproxima de alguns papéis que Carol colocou sobre a mesa e, lendo as informações, logo constata.

    - Minha nossa... Conduíte: 80 gemas. Velas: 25 gemas. Capacitor: 120 gemas. Cilindros: 140 gemas... Só nisso ela vai gastar 365 gemas. Se ontem ela disse que o prato pra comer naquele restaurante custava 50 gemas e era algo caro, então o problema é maior que eu imaginava... Nossa, o que eu fui fazer? Isso não está certo. Ela não tem que arcar com isso. Eu tenho que arrumar esse dinheiro pra ela, mas como?

    Viktor então caminhou de volta até seu quarto, mas quando estava ainda no corredor, Lilac o chama.

    - Viktor, vem cá.

    - Sim, o que foi?

    - Teria como você acompanhar Milla até a cidade? É que precisamos de alguns mantimentos.

    - Tudo bem. Sem problemas.

    - Muito obrigada mesmo. Eu iria com ela, mas Royal Magister quer minha presença o quanto antes no castelo.

    - Pode deixar.

    Viktor, que já estava no pé da árvore, esperava Milla, que não tarda muito para descer. Logo caminham até a cidade...

    {Cidade de Shang Tu, 11:00.}

    Como sempre, a cidade estava bem movimentada. Já nos mercado da cidade, Milla e Viktor faziam compras. Como bom cozinheiro que era, o jovem escolheu a risca cada legume e verduras, desde temperos. Milla havia levado alguns gemas, o que chamou atenção de Viktor, que diz:

    - Milla, como vocês conseguem gemas?

    - Bem, a Lilac e a Carol fazem missões para Royal Magister e ele gentilmente as presenteia com gemas. Assim a gente consegue viver tranquilas.

    - Então só por meio de missões conseguem?

    - As vezes durante a missões a gente encontra tesouros. Foi assim que a Carol turbinou a moto dela.

    - Entendi... Então é isso.

    Logo após passarem no caixa para pagar, começam então a retornar para cada, caminhando juntos pelas ruas barulhentas da metrópole. Porém, ao passagem em frente ao Coliseum da cidade, algo chama a atenção do rapaz. Uma filha com algumas pessoas trajando vestimentas de artes marciais estavam aglomerados na portaria do lugar. Ele então pergunta a Milla.

    - Milla, o que está havendo? Porque essas pessoas estão aqui perfiladas?

    - É que vai ter o torneio de artes marciais de Shang Tu.

    - Espere... Sempre tem esse torneio?

    - Na verdade será o primeiro. É que a gente, em uma das missões, encontramos um tesouro. E nele tinha uma espada.

    - Espada?

    - Sim. Ela se chama "Brave Sword of Shang Tu Spirits". Dizem que é o maior símbolo das artes marciais. Todo mundo que está aqui deve estar querendo tê-la.

    - Espera... Deixa ver se eu entendi. Essa gente toda vai duelar pra ver quem vai ficar com a espada? A espada é o prêmio?

    - Sim. Isso não é legal?

    - Isso é mais que legal. É perfeito!

    - Hã? Como assim, Viktorius?

    - Milla, essa espada vale muito?

    - É... Bem... Royal Magister disse que sim. Ele disse que muitos pagariam mais que 2000 gemas por ela. Mas ele achou melhor colocar como prêmio para o vencedor do torneio.

    Viktor logo ficou com seus olhos brilhando de tanta satisfação. De fato, como era um mestre, poderia facilmente entrar no torneio e vencer, para assim conseguir a espada e vendê-la para ajudar Carol. Ele, olhando com um sorriso no rosto, diz:

    - Milla... Milla... Posso te pedir um grande favor?

    - O que foi, Viktorius?

    - Eu vou me inscrever nesse torneio.

    - Não não não! Não vai, não! Viktorius, você não tem ideia de como essa gente é forte e habilidosa.

    - Porque? Eu também sou. E eu sei lutar. Ou é um daqueles torneios de luta até a morte?

    - Não, mas... Bem, tem regras. Eu não sei todas, mas não tem isso de morte. Na verdade isso nem é a motivação de uma arte marcial.

    - Exatamente.

    - Mas porque você quer lutar no torneio, Viktorius?

    - Porque eu quero ajudar a Carol. Olha, não conta pra ninguém, mas eu vi o que ela terá que pagar pra consertar a moto dela e é muitas gemas.

    - Mesmo sim, Viktorius... Não sei se você deveria participar do torneio.

    - É só você não contar pra ninguém. Será nosso segredo. Pelo menos até eu vencer esse torneio.

    - Você está muito confiante.

    - Preciso ser, né? Quero ajudar a Carol. É só por causa disso. Por favor!

    A canina fofinha logo começa a pensar. Embora a ideia do jovem fosse absurda demais, sua propósitos eram nobres e se de fato Carol precisasse mesmo de muitas gemas, toda ajuda seus bem vinda. Sabendo que o torneio era no Coliseum e tinham regras, Milla então se convenceu que nada de ruim poderia acontecer, mesmo se por ventura Viktor não tivesse êxito.

    - Tudo bem, Viktorius. Mas você vai ter que tomar cuidado.

    - Cuidado? Porque?

    - Porque a Lilac, se descobrir, vai ficar uma fera com você.

    - Ora, mas porque?

    - Porque ela disse pra nenhuma de nós participar desse torneio.

    - Porque? Vocês são boas de luta, não?

    - Sim, mas eu não gosto de contrariar a Lilac. Ela é minha amiga e minha guia. Ela sempre me ajuda. Não quero magoá-la nunca.

    - Tudo bem, Milla. Eu prometo que vou tomar cuidado. Bem, vou me inscrever.

    Mas antes que Viktor entrasse na folha, Milla imediatamente o puxa pelo braço. Ele, confuso, diz:

    - Milla, o que houve?

    - Você está louco? Não pode participar do torneio mostrando seu rosto pra todo mundo.

    - Ora, e porque não? Eu não tenho nada a esconder.

    - Lilac vai ver o torneio! Ela virá aqui pra assistir na arquibancada. Carol também virá. Se elas te virem, vai ficar complicado.

    - Minha nossa, você tem razão. Mas como farei então?

    Milla poderia ser uma pessoa inocente e ordeira, mas sabia agir com inteligente. Olhou ao redor e avistou uma loja de roupas tradicionais de artes marciais no outro lado da rua. Logo tratou de puxar Viktor pelo braço mais uma vez, o levando até o lugar. No interior da loja, logo o vendedor, um guaxinim usando vestimentas chinesas, diz:

    - Sejam bem vindos a minha humilde loja. O que vocês jovens desejam? Um traje para casamento?

    - Moço, não somos noivos - Disse Milla, com o rosto bastante vermelho.

    - Oh... Entendo. Então vocês querem um traje para comemorar o namoro?

    - Moço, nós não somos namorados! - Milla ficou ainda mais envergonhada.

    - Pois bem... Então vocês querem um traje para comemorar seu estado de "ficante"?

    - Olha, moço...

    - Espera. O que faz o senhor pensar que estamos tendo uma relação, pra início de conversa? - Disse Viktor, visivelmente desconfortável.

    - É que vocês fazem um belo casal, só isso - Disse o vendedor.

    - Eu já entendi a sua, moço. Táticas de vendas.

    - Táticas de venda? - Disse Milla, surpresa.

    - Sim, Milla. Esses caras que costumam vender vem agradando, tentando achar uma brecha pra ter vantagem pra poder vender logo. Mas com a gente não vai ser assim, espertinho.

    - Meu rapaz, eu não tinha intensões de fazer mal algum...

    - Tudo bem, mas por favor corta esse papo que a gente é um casal. A gente veio aqui pra comprar um traje de artes marciais.

    - Ah mas porque não disse logo? Tenho vários. Tem alguma preferência?

    - Algum bem tradicional mesmo.

    - Compreendo.

    - Viktorius, você deveria usar uma máscara também - Disse Milla, olhando uma estande com várias máscaras.

    - Eles deixam lutar assim?

    - Sim. Não tem problema.

    - Tudo bem então...

    Logo Milla compra o uniforme que Viktor iria usar. erra composto por uma calça preta, com vestimenta vermelha e uma faixa preta colocada na cintura. A máscara era a de um tigre, que foi escolhida por Viktor por um valor simbólico: o tigre é o animal que simboliza o karatê. Devidamente trajado, os dois então seguem de comida até o Coliseum para fazer a inscrição. Já na fila, Milla, olhando para Viktor, diz:

    - Viktorius, sobre aquilo lá na loja...

    - O que, Milla?

    - Bem... É... Você me acha bonita?

    - Uh... Bem, eu... Milla... O que aquele cara falou tem a ver com essa sua pergunta?

    - Tem sim... É que, bem... nunca me disseram isso... Até porque nunca andei com garotos...

    - Sério?

    - A gente sempre está fazendo missões, sabe? Aquela vez lá no baile é coisa difícil de fazermos...

    - Eu entendi... Bem, você é bonita sim, Milla. Só que aquele moço foi um mala em dizer que somos um casal.

    - É verdade. Olha, é sua vez.

    E o rapaz então é interpelado pelo fiscal, que diz:

    - Olá. Seja bem vindo ao Coliseum de Shang Tu para o torneio de artes marciais. Qual é seu estilo?

    - É... Bem, é Shoryn Ryu.

    - Shoryn Ryu? Nunca ouvi falar.

    - Eu sou um estrangeiro. Por isso.

    - Entendo. Bem, qual sua graduação?

    - Faixa preta.

    - E o que isso quer dizer?

    - Sou mestre no meu estilo.

    - Isso é bom. Irá disputar a categoria principal, que o premiará com a "Brave Sword of Shang Tu Spirits", o símbolo máximo das artes marciais do nosso reino. Está preparado?

    - Sim, senhor.

    - Muito bem. Sabe as regras?

    As regras eram bem simples:

    1- luta um contra um, sem contagem de pontos;

    2- Há um ringue sem paredes nem corners. Caso um lutador saia ou caia do ringue, será desclassificado;

    3- Caso um lutador fique caído por mais de cinco segundos, será aberta uma contagem até dez para que se levante. Caso termine a contagem, será declarado perdedor;

    4- Não há limites para nocautes (quedas após os cinco segundo de tolerância). Ou seja, a luta só será definida se: 1) o participante desistir, 2) se o participante ficar inconsciente, 3) se o participante não se levantar antes da contagem;

    5- É terminantemente proibido usar qualquer tipo de poder especial;

    6- Armas são permitidas, porém não podem ser letais.

    7- Caso algum lutador se contundir gravemente, a luta será paralisada imediatamente até que seja tratado devidamente. Será julgado depois a resolução do vencedor do duelo.

    Viktor havia recebido um guia sobre todo o torneio, inclusive a regras. O jovem estava mesmo confiante para o torneio.

    Enquanto isso...

    {Castelo de Shang Tu, 12:00.}

    Lilac andava pelos corredores do Castelo, indo em direção ao salão imperial. A frente da porta estavam dois soldados, que faziam a proteção do lugar. Depois dos protocolos, Lilac é autorizada a entrar, seguindo até o salão. Lá era possível ver todo o reino, desde as planícies até os altos prédios da cidade de Shang Tu. Sentado em seu treino estava Royal Magister, se levantando assim que avista a bela dragão entrar. Ela, ao vê-lo, se abaixa, o saudando. Logo após as formalidades, Lilac diz:

    - Royal Magister, eu estou aqui por seu chamado. O que posso lhe ser útil?

    - Sash Lilac, me agrada saber que seus esforços em procurar os fragmentos da pedra do reino são plenos. Revigorante, por assim dizer. Porém temo que em breve tenhamos problemas com desordeiros que pensem em usar esses resquícios para seu bel prazer.

    - Compreendo, Royal Magister. Mas não se preocupe, pois estamos sempre alerta. O localizador que os cientistas nos entregaram são muito úteis e precisos. Vamos conseguir encontrar a todos.

    - De fato. Agradeço-lhe pelo suporte.

    Ele então vai até a marquise do salão principal, convidando Lilac para que lhe faça companhia.

    - Sash Lilac, tem conhecimento do torneio de artes marciais que estamos promovendo, não?

    - Sim, Royal Magister. Vossa excelência presenteará com a espada que encontramos, não?

    - Exatamente. Irá acompanhar o torneio?

    - Sim. Eu convidei Carol e Milla também.

    - Entendo. Antes que me esqueça de dizer, um dos cientistas me disseram que vocês estão ajudando um viajante.

    - Sim, estamos. É o Viktor.

    - Me diga, de onde ele veio?

    - Não sabemos.

    - Não sabem? E o está abrigando?

    - Sim, Vossa excelência. Ele é legal.

    - Entendo... Bem, agradeço a visita. Espero que consigam o quanto antes recuperar o restante dos fragmentos.

    - Sim, Royal Magister. Até a próxima.

    Lilac então saúda novamente o monarca, saindo pela porta em seguida. Royal Magister era um líder nato. E esse seu trato não era somente em governar. Ele era inteligente a ponto de imaginar centenas de possibilidades. E uma delas logo se torna de conhecimento mútuo: ele chama por um dos soldados, dizendo:

    - Guarda mor, contate O general Gong. Informe-o para investigar sobre um certo indivíduo chamado Viktor...

    {Voltando ao Coliseum...}

    - Qual o nome, mestre?

    - O meu nome é Vik...

    - O nome dele é Red Mask. Isso mesmo, Red Mask! - Disse Milla, corrigindo Viktor.

    Tudo isso não passou de um plano de Milla pra manter o sigilo. Ele, estranhando o comportamento da canina, diz:

    - Milla, o que você está fazendo?

    - Viktorius, você não pode se apresentar com seu nome.

    - Nossa, é verdade. Obrigado, Milla. Você está me ajudando de verdade.

    - Tudo bem, Viktorius.

    O tempo passa...

    {Dragon Forest. Casa da árvore de Lilac, 12:30.}

    Com todos os jovens sentados a mesa, estavam almoçando. Como de praxe, Viktor havia preparado a comida. E o prato dessa vez foi Yakisoba, o que fez com que as meninas adorassem.

    - Piá, tu é sinistro mesmo na cozinha. Caraca, que Yakisoba é esse!? - Disse Carol, se servindo pela terceira vez.

    - Viktor, você nunca erra a mão. Realmente você é admirável na cozinha - Disse Lilac, mais comportada.

    - Viktorius, essa comida está deliciosa. Vou pegar mais um pouco! - Disse Milla, educadamente.

    - Garotas, obrigado mais uma vez. E podem se servir a vontade! - Disse Viktor, também comendo.

    A forma com que as garotas se expressavam quando se referiam as habilidades culinárias de Viktor traziam ao jovem uma satisfação tremenda. Talvez por querer mostrar serviço pela hospitalidade de Lilac e suas amigas. E o tempo todo ficava pensando em Carol, pois queria ajudá-la com os custos da sua moto.

    - *Eu realmente preciso vencer esse torneio. Por mim e por Carol...*

    E a tarde veio. E com ela, o Torneio de artes marciais de Shang Tu.

    {Coliseum de Shang Tu, 16:00.}

    O coliseu estava praticamente lotado. No meio havia uma arena somente, já ornamentado para as festividades. Lilac, Milla, Carol e Viktor, na frente do lugar, adentraram em seguida. E bastou o jovem ir na frente para que Carol chamasse sua atenção:

    - Ô piá, porque a pressa? As cadeiras são numeradas. Ninguém vai tomar nosso lugar, tá?

    - Eu sei... É que preciso ir ao banheiro...

    - Ah tá. Vai lá, cara. Prende não que faz mal.

    Lilac somente observava, enquanto caminhava até os lugares. Milla já havia entendido a saída momentânea de Viktor e tratou de ficar quieta, para não levantar suspeitas. As garotas então chegam até seis lugares. Nem preciso dizer que eram os melhores do coliseu, pois foram convidadas pelo próprio Royal Magister, que também já estava no lugar. Localizado no centro do coliseu, seu trono destoava de todos os assentos ao redor, evidenciando sua autoridade e plenitude. Carol, ao observar impressionada em volta, diz:

    - Cara, que lugar massa do caramba! Pô, só primeira divisão nessa parada, tô sabendo.

    - Realmente este coliseu é belíssimo - Disse Lilac, também impressionada.

    E Milla foi ali junto a sua amigas quieta. Pensativa, olhava ao redor.

    - *Ai... Tomara que o Viktorius vença pra ajudar a Carol. Mas não sei vou conseguir guardar seu segredo por muito tempo...*

    Enquanto isso...

    {Dependências do Coliseum.}

    Embora houvesse a arena principal, antes haveria em pequenas arenas as fases iniciais do torneio. Viktor, já devidamente uniformizado, inclusive usando sua máscara, aguardava no hall principal a chamada para sua primeira luta. Junto a ele haviam vários outros lutadores de variadas espécies. Logo um dos fiscais anuncia para todos:

    - Atenção. Começará agora a seletiva para as quartas de finais do torneio de artes marciais de Shang Tu. Iremos anunciar as primeiras lutas em breve. Preparem-se todos.

    Aos poucos houve os anúncios de cada luta, que transcorriam normalmente. Ao fundo, Viktor estava de pé, um pouco ansioso pelo embate inicial.

    - *Vamos lá... Tá quase na hora de lutar a primeira luta... Foco total, Viktor... A vitória é consequência de suas virtudes... Vamos... Vamos... Foco...*

    E eis que chega a hora:

    - Próxima luta. Duelo um de três de cada lutador: Red Mask versus Shin Zan! Ao ringue agora!

    Viktor... Quero dizer, Red Mask entrou no ringue frente a Shin, um felino monge, que parecia ser bem ágil. Trajando sapatilhas e usando uma calça preta como vestimenta, olhou para Red Mask e começou a dizer:

    - Não há possibilidades de você me vencer, mascarado. Eu sou Shin Zan, o monge nômade das terras distantes da Gholl Zone, discípulo de Hazin Xuei, detentor do mais alto título do alto sacerdote Zin, vencedor do mais graduado prêmio do monastério de Shang Mu, detentor da faixa azul de sabedoria plena da academia de artes marciais do reino de Shiang...

    E cortando adruptamente toda sua fala, o juiz da arena diz:

    - LUTEM!

    Red Mask corre em direção a Shin, lhe aplicando um chute em sua barriga, acertando-o e o arremessando para fora do ringue.

    - Shin Zan foi jogado para fora. Vitória de Red Mask!

    Shin logo protestou, indócil:

    - MAS QUE ABSURDO FOI ESSE?

    - Você perdeu - Disse o juiz

    - Mas como? Eu não terminei de fazer meu discurso!

    - Isso aqui é um ringue de luta, não um parlamento. Você bobeou, recebeu um golpe certeiro e está desclassificado. Boa sorte no ano que vem.

    - Isso não é justo! Que droga...

    Shin Zan deixou a arena decepcionado. Red Mask, já mais tranquilo, caminhou até onde estava antes e manteve-se concentrado.

    - *Um já foi... Calma, Viktor... Vai devagar. Humildade sempre, mas foco é primordial...*

    E em seguida Red Mask é convocado para mais uma luta.

    - Próxima luta. Duelo dois de três de cada lutador: Red Mask versus Destroyer!

    Destroyer era um chacal musculoso de mais de dois metros de altura e que usava como vestimenta somente uma calça azul, estando descalço. Ele, olhando para Red Mask, diz:

    - Seu nanico! Eu vou acabar com todos os seus ossos!

    - Sério? Você tem esse tamanho todo, mas sua boca é maior.

    - SEU VERME!

    O juiz logo anuncia o começo da luta.

    - LUTEM!

    Destroyer, embora fosse grande, era rápido o suficiente para alcançar Red Mask em segundos. E quando estava prestes a atingí-lo com um soco, Red Mask se esquivou facilmente e, aproveitando que estava indo para frente com seu golpe, o acertou em suas costas com um simples soco, fazendo com que Destroyer caísse do ringue de cara no chão.

    - Destroyer foi jogado para fora. Vitória de Red Mask!

    Mas Viktor... Digo, Red Mask era um lutador honrado e respeitoso por seus oponentes. Tanto que ao ver Destroyer caído daquela forma, foi acudí-lo, ajudando-o a se levantar.

    - Cara, você está bem?

    - Ai... Que papelão que eu fiz... Que vergonha...

    - Ei, não fique assim. Você é um cara forte. Eu só venci por causa das regras. Na certa você ia acabar comigo num combate direto.

    - Hum... Você tem razão. Teve sorte, rapaz. Mas lhe devo parabenizar pela vitória.

    - O-obrigado.

    Red Mask estava mais confiante depois dessa luta. Só faltava uma para se classificar para as quartas de finais. Voltou então a se concentrar no mesmo lugar. Só que dessa vez sob o olhar de seu próximo oponente, que se aproxima do rapaz e diz:

    - Então você está mesmo querendo participar desse torneio, forasteiro?

    - Quem é você?

    - Eu? Hehehe... Eu sou a pessoa que vai te derrotar e ser o campeão desse torneio.

    - Entendi. Sinto dizer, mas eu não poderei permitir isso.

    - O que?

    - Nos veremos no ringue, tudo bem?

    - Seu arrogante... Você vai cair...

    O tal oponente era um panda, que trajava uma vestimenta tipicamente chinesa, usando sapatilhas, uma calça preta e uma camisa azul com mangas pretas e tinha um longo rabo de cavalo. O juiz não tardou em anunciar:

    - Próxima luta. Duelo três de três de cada lutador. Red Mask versus Ming! Decisão para as quartas de finais.

    Já com ambos os oponentes frente a frente no ringue, o juiz diz:

    - LUTEM!

    Ming continuou imóvel enquanto Red Mask tratou em ficar em base de luta. O jovem então entendeu que dessa vez estava a frente de um oponente preparado.

    - *Ele está concentrado como eu. Não está abrindo brechas. Acho que precisarei dar o primeiro golpe...*

    Ele então investe contra Ming, aplicando um chute em seu rosto. Mas o panda desviou para o lado, evitando o golpe facilmente. Aproveitando o momento, Ming então tenta acertar Red com um soco em sua barriga, mas o rapaz, entendendo a reação imediata do panda, consegue aparar o golpe, defendendo-o com seu braço. No mesmo instante que sente o impacto do golpe de Ming, Red Mask percebe que não era um oponente qualquer.

    - *Ele é forte. Seu golpe tem uma pressão de quem luta a muito tempo e sabe calcular bem a distância de seu oponente. Se eu não defendesse esse golpe, na certa teria sentido muita dor. Preciso ter cuidado...*

    Ming voltou a ficar com seus braços abaixados, olhando nos olhos de Red, que voltou a sua base de luta. O panda parecia provocá-lo, o encarando sem cerimônias. Red Mask então voltou a tentar golpeá-lo, desta vez aplicando um soco em sua barriga. Ming, em um movimento rápido, e usando somente um dos braços, defletiu seu golpe e, surpreendendo Red, lhe atinge no rosto com um chute, fazendo-o ser arremessado para um dos lados, indo ao chão em seguida. Mesmo usando a máscara pôde sentir a força do golpe. Ming, caminhando em sua direção, diz:

    - Eu sabia... Você é fraco.

    Não demora muito e Red se levanta, voltando a sua base de luta. O panda, abaixando seus braços, parecia muito confiante.

    - Suas técnicas são arcaicas. Eu consigo prever seus golpes.

    Red Mask, por estar sendo pressionado pela primeira vez em uma luta do torneio, começou a pensar:

    - *Muito bem... Ele é forte, ágil e tem uma estratégia. Então eu preciso ter a minha... Foco, Viktor... Não se deixe levar pela frustração. Isso vai me atrapalhar... Vamos lá... Espere, é isso! Já sei como vencê-lo...*

    Red então colocou suas mãos a frente do corpo, na altura de sua cintura, o que causou estranheza por parte de Ming. O panda, surpreso, diz:

    - Então está mudando de tática, não? Estou surpreso.

    E, surpreendendo Ming, Red então recebida um pulo em sua direção, tentando lhe acertar com um chute em sua barriga, mas o panda conseguiu prever perfeitamente o golpe agressivo de Red, já aplicando o movimento perfeito para defletir novamente o golpe e contra atacá-lo. Sua visão era de acabar com o rapaz com seu próximo golpe. Mas Red, que na verdade era Viktor, mudou um pouco a direção de seu golpe. Viktor na verdade não estava querendo acertar seu dorso. Seu interesse era se aproximar de Ming, que percebeu essa estratégia.

    - *Ele puxou a perna, como se desse um longo passo em minha direção, tanto que seu pé mudou de direção, apontando para o chão... O que será que...*

    E Red continuou com seu ataque, agora tentando acertar Ming com um soco no rosto. Mais uma vez, pressentindo o ataque, Ming já se preparava para se defender, quando Red novamente mudou a direção de seu golpe. O panda, sem entender, tentava imaginar o que estava acontecendo.

    - *Porque ele está fazendo isso? Tinha a chance de me golpear mas mudou de ideia?*

    Mas Ming demorou para perceber que Red estava ainda mais próximo de seu corpo. Era um pouco tarde, mas o panda monge fez a leitura perfeita de sua estratégia.

    - *Sua perna... Seu pé... Seu soco... E como ele conseguiu se aproximar de mim assim? Espere... Ele não...*

    Era inútil. Red Mask havia calculado milimetricamente seus movimentos. Somente um mestre poderia agir de tal forma. Era na verdade uma armadilha: Viktor aproximou sua perna até a de Ming, colocando seu pé como apoio e, usando seu braço, pode agarrar todo o dorso de Ming, segurando forte e o levantando do chão com força. E aproveitando o movimento, virou em seu próprio eixo segurando um dos braços de Ming, o jogando violentamente contra o chão, gritando:

    - IPPON SEOI NAGE!

    A intensidade do golpe foi tanto que Ming quase desacordou, tamanho o impacto causado. O juiz começou a contagem.

    - Um... Dois... Três... Quatro...

    O monge panda tentava se levantar, mas o dano causado havia dito muito para ele.

    - *Ele... Ele usou seu próprio corpo como um pêndulo e usou meu peso com sua força pra executar um golpe magnífico... Eu... Eu não esperava que houvesse um adversário assim... Eu tentei tirar sua confiança mas... Mas ele sempre teve controle do que estava fazendo...*

    O juiz então chega ao final da contagem.

    - ... Nove... Dez! Nocaute! Red Mask é o vencedor!

    Todos os outros lutadores que participaram da seletiva e perderam estavam assistindo e ocasionaram Red Mask ao fim de sua luta. Viktor saiu vitorioso e desta vez por méritos de suas habilidades como mestre de karatê. E o mais incrível: o rapaz usou um golpe originário do judô para obter a vitória. Ming, ainda um pouco tonto, tentava se levantar, sendo ajudado por Viktor, vulgo Red Mask, que fiz:

    - Venha... Eu te ajudo...

    - Porque está me ajudando?

    - Porque não ajudaria? Você está precisando.

    - Esse último golpe... Foi poderosíssimo.

    - Me perdoe, mas eu não tinha outra saída. Você é um tipo de lutador de contra ataque. Precisei usar uma técnica que evitasse que fizesse isso. Mas se eu não tivesse percebido isso a tempo, com certeza o vitorioso seria você.

    - Você é forte e honrado... E também é sábio. Você ganhou meu respeito. E peço desculpas da forma que o tratei antes.

    - Tudo bem. Provocar também faz parte.

    Ming, mostrando espírito esportivo, levanta o braço de Red Mask em sinal de reconhecimento pela vitória. Todos então aplaudem seu gesto e a Red Mask, que na verdade era Viktor, que mostrou que de fato sabia lutar.

    Minutos depois...

    Já no ringue principal, começou os festejos iniciais que promovem o começo das quartas de finais do torneio de Shang Tu. E foi nesse instante que começou a transmissão do torneio pela TV, chegando a milhares de habitantes de Shang Tu.

    - Olá amigos da STSC (Shang Tu Sport Channel). Eu sou Galv Aon e Estamos aqui no maravilhoso Coliseum de Shang Tu para transmitirmos a primeira edição do Torneio de Artes Marciais. Uma arena imponente, que traz todo o orgulho dessa cidade esplêndida. E junto a mim está Arn Aldun, como comentarista.

    - Olá a todos. Galv Aon, hoje é um dia especial, pois veremos pela primeira vez o...

    - Sim, Arn Aldun... Veremos a espada "Brave Sword of Shang Tu". E olhe só... Já estão trazendo o receptáculo da espada... Vejam... Ela é belíssima. Com certeza o detentor dessa espada terá honras e glórias eternas. Abençoado será o vendedor desse prêmio magnífico. E agora, telespectadores... Vamos a cerimônia de abertura!

    Nesse mesmo instante, Lilac, junto a Carol e Milla, percebe que Viktor estava demorando muito em sua ida ao banheiro.

    - Esse Viktor... Será que está bem? Já fazem quase meia hora que foi ao banheiro...

    - É, o piá deve tá passando pela pior "chuva com rajadas frescas" da história! - Disse Carol, com cara de nojo.

    - Carol, isso foi grosseiro!

    - Eu sei... Mas fazer o quê? Só tô falando a verdade...

    - Ai... Acho melhor eu ir procurá-lo.

    Mas para surpresa das garotas, eis que Viktor aparece, dizendo:

    - Oi. Perdi alguma coisa?

    - Perdeu sim. Pelo menos uns cinco quilos no banheiro - Disse Carol, implicando com o rapaz.

    - Carol, deixe de ser grosseira!

    - Relaxa, Lilac. Piá, tu tá bem mesmo? Tá com o rosto estranho.

    - Estou sim, Carol. Que bom que cheguei a tempo para a cerimônia de abertura, hehehe - Disse Viktor, conseguindo esconder bem seu segredo.

    Milla, até então quieta, olhava para Viktor, pensando:

    - *Ele deve ter conseguido passar das preliminares, como minha mestra disse... Mas será que deveria dizer a ele sobre aquele detalhe importante?*

    Continua.


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