Os Cinco Selos

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    14
    Capítulos:

    Capítulo 200

    Circunstâncias

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Yoooo!

    Finalmente chegamos a marca de 200 capítulos (contando com os especiais)! Chegamos a uma marca onde, a maioria que começaram a ler a partir de poucos capítulos postados, parou de ler, e provavelmente não irá voltar; e onde novos leitores serão escassos, pois é muito grande e o início e meio blá.

    Saiba que fico feliz por você estar lendo até aqui, mesmo que não comente. Verdade seja dita: nunca escrevi pensando chegar além de 1k de views. Mesmo não escrevendo por querer "fama", sinto-me extremamente motivado para continuar meu hobbie um tanto quanto ambicioso, pois há pessoas que gostam

    Boa leitura ^^

    A sala do trono era iluminada pela luz das constelações, pois não havia teto. Era desnecessariamente grande, tendo em vista que não havia nada além de uma extensa mesa e o próprio trono, onde Azrael se sentava no momento. As pedras que compunham eram cinzentas e fissuradas. No centro de tudo, havia uma espécie de poço, onde almas azuis ondulavam, presas em grilhões invisíveis.

    Com a entrada da Uriel, Azrael nada fez além de se reconfortar em seu trono de pedra polida negra, onde as costas subiam além da altura de sua cabeça.

    — Como conseguistes fugir das correntes mágicas? — perguntou a ela.

    — Seria um tolo se julga que eu contaria.

    — Justo. Uma pena, Uriel, pois realmente pensava em tornar você uma de nós, caso contasse algo, naturalmente.

    — Por que me juntaria a vocês, Azrael? Só tenho um Senhor. — Uriel abaixou a espada e adotou uma pose serena. — Bahamut tentou ir contra Ele uma vez, e fora selado. Na segunda tentativa, morto. Ganância julgou que estava no controle do Reino dos Céus, mas, na verdade, estava vivenciando um plano além de sua compreensão, e também morreu, assim como todos os outros anjos traidores. Não vejo um fim diferente para o Lúcifer.

    — Tem razão sobre todos estes fatos, mas... quem aplicou a sentença a estes tiranos? — Azrael deu uma curta e maliciosa risada. — Isto mesmo, os Selos. Morte, Peste, Fome, Guerra, Fúria... e até mesmo aquela demônio, Mikaela. Os nephilins e uma demônio que deram seu sangue e um pouco mais para manter o Equilíbrio. E o que seu Senhor fez além de ficar sentado e fingir-se de morto?! Apenas observando a destruição se alastrando entre suas criações e fazendo nada!

    — Suas mãos servem para a criação, e não para a destruição!

    — Ah, é... você não sabe da verdade, assim como eu não sabia. — O anjo caído gargalhou intensamente. — O que vou lhe contar agora apenas Lúcifer, Miguel, Tyrael e os Selos deveriam saber, mas Lúcifer me contou. Bem... Bahamut é filho de Deus.

    — Asneira! — vociferou ela, com fúria.

    — Não é! Seu Senhor cedeu metade de seu poder supremo e moldou Bahamut com as próprias imponentes mãos! Seu argumento é fútil, pois não fora Ele que criou a mim, Lúcifer e Ganância?!

    — Não darei ouvidos as suas palavras imundas que tentam me persuadir ao mau caminho. Nunca que eu acreditaria em um ser vil.

    — Tola e cega! Diferente de você, cansei de receber migalhas; de ser um reles arcanjo que só servia para direcionar almas! Agora, sou Azrael, um dos Dedos do imperador Lúcifer; o Senhor deste paço, deste andar e do meu próprio exército. Ademais, sou um dos principais responsáveis pela criação dos demônios e acerca dos estudos deste submundo. E o que é você, Uriel, sem seu título ínfimo de arcanjo?

    Uriel encostou a mão na grandiosa porta, e o gelo a encobriu por completo, selando a passagem. Ela, com um olhar fulminante, encarou Azrael.

    — Venha cá e descubra — respondeu.

    Azrael se ergueu do trono ao mesmo tempo em que empunhava suas foices de mão. Suas asas penadas negras se estenderam e ele saltou em direção a Uriel. Ela, por sua vez, saltou em direção a ele. As foices encontram a espada em um baque poderoso e ressoante, e os corpos de ambos ficaram inertes no ar. Usufruindo das asas, eles giraram em direções opostas, e as lâminas se encontraram novamente, porém a foice esquerda se manteve livre, obrigando Uriel se abaixar para esquivar, contudo a fazendo encontrar uma brecha. Rapidamente, ela cravejou sua mão esquerda com pedaços de gelo pontiagudos e golpeou o anjo caído no estômago, penetrando no couro da armadura e o arremessando violentamente contra a parede.

    Sem tirar atenção de sua inimiga, Azrael a observou fazer, da ponta da espada, uma estaca de gelo vir em sua direção. No último instante, ele gingou seu corpo para o lado, desviando, e arremessou sua foice direita em direção a arcanjo. Uriel rompeu a ligação de sua lâmina com o gelo e inclinou seu corpo para trás, assim a foice passou cintilando e girando próximo ao seu rosto. O anjo caído investiu em seguida. Ela se recuperou e moveu sua espada contra ele, mas a foice travou seu antebraço, impedindo o ataque. Então, Azrael utilizou seu punho direito para golpear o rosto dela com ímpeto, e Uriel saiu rolando no não até conseguir ficar de pé.

    Azrael passou sua foice da mão esquerda para a direita, voou um pouco para cima enquanto concentrava a energia azul na arma e abaixou em direção a arcanjo, desferindo um golpe. Uriel se jogou para o lado, e a foice brandiu contra o solo em um poderoso impacto. Ela concentrou o gélido na espada e um ataque em semicírculo, com a ponta tocando o chão, fazendo o gelo emergir em direção ao anjo caído. A estaca fria atingiu Azrael no peito, que, por ser revestido pelo metal, não lhe trouxe danos, mas o jogou para mais longe.

    Uriel se aproximou da foice caída e chutou de volta para Azrael, que a pegou em pleno ar.

    — Antes da traição dos anjos, já havia imaginado lutar contra seus próprios irmãos? — perguntou a ela.

    — Não. — A névoa gélida começou a envolver o corpo de Uriel, e ela girou sua espada e a encrustou no chão. — Mas, após a traição, imaginei-me matando cada um de vocês.

    A superfície começou a ser levemente revestida pelo gelo, e subitamente pilares pontiagudos começaram a emergir do mesmo, obrigando o anjo caído a saltar para trás, depois começar a voar para desviar.

    — Entenda que não é nada pessoal, Uriel. As circunstâncias me trouxeram para este caminho. — Azrael se agitava no ar, evitando com facilidade as estacas gélidas que brotavam do solo, que depois passaram a fazer o mesmo nas paredes. — Simplesmente não quis mais segui-lo, e Ganância fora quem me deu esta oportunidade. Seguidamente por Lúcifer, que salvou minha vida. Se não, eu poderia seguir até mesmo o Morte.

    A energia azul envolveu o corpo do Dedo intensamente, e, repentinamente, investiu com ímpeto em direção a arcanjo, destroçando o gelo com suas foices. Uriel rapidamente desincrustou sua espada do chão e brandiu contra foices, e o impacto intenso fez com que névoa gélida e a energia azul se espalhassem, e também com que ela deslizasse para trás.

    — Então seus ideais mudam conforme as circunstâncias? Patético, Azrael. Morte nunca te aceitaria, pois todos os Selos têm um único e singular ideal, cujo morreriam sem hesitar por ele. — Ela concentrou mais força, passando a empurrar o anjo caído para trás e a congelar a armadura. Seu semblante de esforço e seriedade era evidente. — Um ser que não apresenta ideais concretos, não tem espaço neste mundo; muito menos grandes feitos. E, quando morrer, não há de ser lembrado.

    Azrael, com força, desviou a espada para baixo, cravando-a no chão. Em seguida, subiu sua foice direita em um golpe rápido, que deslizou sobre a armadura de Uriel e por muito pouco não rasgou seu rosto. Ele tentou abaixar a foice direita enquanto subia a esquerda, mas ela acertou-o com uma investida com o ombro, desestabilizando-o. Aproveitando-se da brecha, Uriel imediatamente ergueu sua lâmina, onde a ponta deslizou suavemente pela armadura do inimigo, mais congelando do que cortando. Contudo, Azrael respondeu dando um pontapé na barriga dela, projetando-a até a parede do outro lado.

    — É engraçado você dizer isto, porque sempre diz que tudo é em nome de seu Senhor, e não do próprio. — Azrael quebrou o gelo em sua armadura. — Além disso, bastou apenas citar o nome do Morte que logo deu preferência para defendê-lo, ao invés Dele. — Ele riu. — Seria este um indício de mudança de lado?

    Com pés, Uriel se impulsionou na parede e jogou-se para frente, estocando com a espada. Azrael cruzou as foices, envolvendo-as com sua energia azul, a ponta da espada as atingiu, empurrando-o com violência para trás; porém, ele conseguiu se manter firme. A arcanjo continuava a aplicar força, mas se mantinha inerte no ar. Então, ela fez o seu gelo repassar para a espada, chegando até as foices e congelando-as. No último instante, Azrael moveu sua cabeça para o lado, e a estaca de gelo que surgiu em sua foice passou rente a sua cabeça. Temendo que o todo seu corpo acabasse perfurado ou congelado, Azrael soltou as foices e atirou-se para o lado, fazendo Uriel passar direito.

    Desta vez, ela não jogou as armas do anjo caído de volta, deixando-as congeladas no chão. Virou-se para ele, encarando-o.

    — Para que tanta explicação e observação, anjo caído? Deseja perdão? Absorção de seus pecados? Ora, então morra sem lutar, e talvez assim consiga um espaço no céu.

    — Você sabe muito bem o destino de um anjo após a morte. — Azrael parou no ar sobre o poço de almas. — Portando, trata-se nada disto. Apenas tentei, em vão, fazê-la enxergar além do muro.

    O anjo caído esticou o braço com os dedos abertos. Do fundo do poço de almas surgiu uma foice, que parou nas mãos dele. Era de haste longa e cinzenta, onde em ambas extremidades detinham lâminas curvas em direções opostas, de aspecto transparente, como se fosse de vidro, e marcas rúnicas.

    — Porém — retomou ele —, a partir de agora, lutarei para exterminá-la.

    As runas na foice cintilaram. Do poço, um poderoso turbilhão de almas emergiu, engolindo o Dedo por completo.

    Continua <3 :p


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