História inicial da saga Anis.
Essa foi a primeira fanfic que eu escrevi na minha vida. Teve início em 2004 e término em 2005. Além dessa, houve sua continuação (Son of Anis) que será postada aqui assim que terminar essa.
Espero que gostem e, por favor, digam o que estão achando. Os tempos eram outros (nem iPhone existia XD)..
Era noite quando Ethan voltava de sua escola tranquilamente com Ryoga e Kaede, andando por ruas estreitas, comuns neste tipo de cidade. Ethan dizia:
- ... e eu avisei sobre aquele chute que o Ryo deu... Falei que era pra mandar no canto, eu estava desmarcado.
Ryoga, sorrindo, responde:
- Ih cara... acho que nem se ele te passasse a bola ia dar em algo...
- Porque?
Ryoga, caricato e debochado como era de sua personalidade, diz:
- Porque tu é "peor" que o mané do Ryo, vagabundo! hehehehe
- CALA A BOCA! Você nem sabe o que é futebol.
- Sei sim. É um bando de 22 cabeças de vento atrás de uma bola por 90 minutos...
- CABEÇA DE VENTO? Você perdeu a noção do perigo, Ryoga?
- Eu não... e você?
Kaede, calada até então, diz:
- Rapazes e futebol... coisas que se completam...
Ryoga e Ethan, ao ouví-la, dizem:
- O QUE FOI, KAEDE?
- Eu? nada, imagina...
Logo Ethan se despede e segue para sua casa. Ryoga se despede.
- Vai lá, Zico... Treina, hein!
- Valeu... e você fica mais de boca fechada, tudo bem?
E, vendo o rapaz adentrar no quintal de sua casa, Kaede o chama.
Ethan?
- Sim, o que foi, Kaede?
Ela, um pouco acanhada, diz:
- Eh... boa noite. Cuide-se.
- Ah, obrigado. Você também...
Entrando em sua casa, logo Ethan se depara com sua mãe que, nervosa, ia e vinha como se estivesse preocupada com algo. Ele, preocupado, diz:
- Mãe, o que houve?
- Seu pai... Ele atropelou um animal na rua. Estou aqui preocupara a beça.
- Onde? Ele está bem?
- Sim, Ethan... Mas o seu pai se machucou um pouco... foi o que ele diz, aquele irresponsável...
- Mas é grave grave?
- Diz ele que não, mas vc conhece seu pai...
- E o animal? Era um cachorro?
- Diz ele que era uma espécie de gato que não conhecia...
- Mas ele está vivo?
- Sim! E seu pai vai trazê-lo...
- Eu cuido dele, tudo bem? pode deixar.
- Deixar que cuide dele? Hum... Vc também não é lá um "grande" adorador de animais, rapazinho...
- Ah, mãe...
Logo o tempo passa e o pai de Ethan chega, com um curativo na testa.
- Meu amor... Você está bem? E esta ferida?
E mostrando uma calma que não coincidia com a situação, ele se senta tranquilamente e diz:
- Nada não, mulher... Eu estou bem, muito bem, diga-se de passagem. Já meu mascote aqui...
Ethan, observando seu pai, logo o retruca.
- Você está bem! Sempre assim, nos dando sustos! E o animal? Está bem?
- Ele sofreu um ferimento nas patas traseiras, mas está bem, a meu ver...
- E vamos ficar com ele?
- Não sei Ethan... Não me parece um animal manso, apesar de seu estado. E mesmo assim, acho que ele tem dono, sei lá...
- Posso ve-lô?
- Pode, mas cuidado que ele é brabo. E garras de gato sempre são afiadas, ainda mais esses bem raros...
- Raro? como assim? E onde ele está, pai?
- Não sei... Só sei que nunca vi esse tipo de raça de gato. Parece maior que os que costumamos ver... Espere que irei buscar.
O Pai de Ethan vai até seu carro e o pega, envolvido em um cobertor. Mas o animal começa a querer se soltar e o pai de Ethan o segura com força.
- Calma... Droga, sabia que ia fazer isso...
Ethan, olhando o felino ferido, diz:
- Ele é bem diferente mesmo...
A mãe de Ethan, surpresa com o felino, preocupa-se com o ocorrido.
- Vocês toma cuidado com este bicho aqui, pois parece perigoso. Seu pai tem razão em dizer que ele é bem diferente...
- Que nada, mãe. Ele é até simpático.
- Bem, Ethan, eu vou colocá-lo no seu quarto, dentro daquele abrigo importado do seu avô. Lá pelo menos tenho certeza que não vai ser uma ameaça a ninguém aqui, por ser bem reforçado e próprio pra isso mesmo. Graças a seu avô...
- Aquele de aço, que parece um pequeno cercado?
- Esse mesmo. E outra coisa: você vai ser responsável pela alimentação dele.
- Eu?
- Claro. Acho que deve ter uma segunda chance...
Ethan parecia ter entendido o sentido daquela confiança de seu pai, e diz:
- Obrigado.
- Hã? Que foi?
- Por essa segunda chance.
- Garoto... vai lá e cuida do bichano, está bem?
- Tá beleza.
Ethan estava realmente empolgado com o ocorrido. Enquanto ai para seu quarto pegar a gaiola para o gato, sua mão diz:
- Amor... acha mesmo que ele está pronto para ter outro animal?
- Viu o brilho dos olhos dele depois que o confiei a cuidar do gato?
- Sim... mas será que ele conseguiu superar aquilo?
- Sim... acho que sim. Mas pense comigo... faz tempo que não o vejo tão empolgado com algo, ainda mais algo dessa forma... Dei um voto de confiança pra ele, porém acho que foi ele quem deu pra si mesmo...
- Sim, concordo. Mas fique de olho nele, está bem?
- Pode deixar.
Logo depois de aprontarem as acomodações do felino, todos vão dormir, menos Ethan.
Eram em torno de 10:00 pm! Ethan se preocupava com o alimento ao seu novo "amigo"...
- Toma aí rapaz! Vê se come tudo pra ficar bom logo.
Ele fica perto do cercado observando o felino! Admira seus pêlos...
O bichano tinha uma pelagem de cor branca e levemente esverdeada nas pontas, ficando mais escuro na que tinha em sua cabeça! E não era muito peluda, a não ser no alto de sua cabeça! Seus olhos eram azuis e pareciam que mudavam de textura quando estava em movimento! Suas patas eram largas para um gato comum e suas garras pareciam afiadas...
Ethan, curioso, andava devagar para perto do cercado. Quer ver como estava o curativo. Estranhava pois parecia que alguém tivesse tentando retirar;
E, de um modo estranho, o felino se ouriça e dá um leve tranco para trás do cercado, com sua cabeça virada para o chão e sua pelagem encobrindo sua face. Logo, levantava sua cabeça lentamente e olhava para Ethan. Seus olhos já diziam por si só: não era um olhar comum. Longe de ser intimidador, como qualquer animal com medo faria.
Seu olhar mostrava ira e não medo... Mostrava certeza e não dúvida... Em poucas palavras, mostrava um olhar assassino, que fez com que Ethan ficasse paralizado.
Ethan estava atônito. Não se mexia enquando o felino o olhava. Começava a suar frio, tamanho era seu susto! E, não conseguindo aguentar sua temeridade naquele momento, disse:
- O... O que ouve? Por que me olha assim? Você está com medo de mim? Não precisa se preoc...
E o felino, com uma voz feminina e intimidadora, diz:
- Eu vou matá-lo... humano!
Continua...