A caverna dos goblins

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 2

    Capitulo 2

    Estupro, Violência

    Relk estava animado. Não era apenas sua primeira missão, como também a oportunidade de passar um tempo a sós com uma linda garota. Ele não mentira quando abordara Lethie na taverna pedindo-lhe ajuda na missão contra os golbins, mas essa não era toda a verdade. Se fosse só isso poderia ter pedido ajuda a dupla de clerigas que estava na taverna, assim como a outros guerreiros. Mas havia algo que ele queria além de ajuda Lethie e isso era a própria Lethie. Ele havia se interessado pela garota assim que batera os olhos nela. E que forma melhor de ter uma relação com alguém do que passando um tempo a sós juntos? Uma aventura era a oportunidade perfeita para se iniciar um romance.

    Os dois caminhavam pela floresta. Ele a frente e ela alguns passos atrás. Relk mal esperava para que eles chegassem na caverna dos goblins. Quando isso acontecesse poderia mostrar o qual habilidoso era com uma espada e Lethie com certeza ficaria encantada por ele.

    - Relk desde quando você luta com a espada? Teve algum mestre? – perguntou ela enquanto os dois seguiam uma estrada de terra. Relk sorriu ao perceber que Lethie estava interessada em saber mais sobre ele.

    - Sei manejar a espada desde os sete anos! – disse com orgulho – aprendi com um senhor que vivia na minha aldeia. Ele era muito habilidoso.

    Ela pareceu absorver aquela informação por alguns instantes. Continuou prosseguindo com a expressão pensativa e, algum tempo depois, deu continuidade a conversa.

    - Então ele era um cavaleiro aposentado?

    - Ahn? Não, não! Era ferreiro.

    Lethie não ficou muito animada com aquela resposta. Relk não estava lhe inspirando muita confiança como companheiro de viagem. Ele era do tipo que acreditava poder fazer qualquer coisa, impulsivo e confiante demais. Ela esperava que o garoto tivesse ao menos habilidade razoável com a espada, mas se havia sido treinado por um ferreiro então provavelmente não sabia fazer muita coisa além de sair balançado a arma de um lado para o outro torcendo para conseguir cortar os inimigos.

    Ao contrário dele, Lethie estudara quatro anos em uma academia de magia, com magos habilidosos como seus instrutores. Ela havia aprendido não apenas sobre conjurar feitiços, mas também informações gerais sobre como se adaptar a diferentes situações e inimigos. Claro que lhe faltava experiência, mas ela ao menos tinha conhecimento teórico que em muito seria útil em batalhas. Enquanto isso tudo que ele tinha eram os ensinamentos de um ferreiro. Nada contra ferreiros, mas só porque alguém é bom em criar espadas não quer dizer, necessariamente, que saiba manejá-las.

    A dupla seguiu pela floresta. Relk falava sobre si com entusiasmo, de como estava animado com sua inscrição na guilda e com o fato de finalmente poder sair pelo mundo matando monstros como os heróis das lendas.

    - Hoje, golbins, mas o que o será que o destino irá me reservar amanhã Lethie?

    Ela queria lhe dizer que se ele continuasse a agir daquele jeito irresponsável e despreocupado provavelmente não haveria amanhã para ele deslumbrar. Por educação, porém, a maga de jade preferiu não se pronunciar a esse respeito.

    - Amanhã ogros! E um dia, quem sabe, eu seja conhecido com Relk, o matador de dragões!

    Aquilo já era a gota d´agua. Até para ingenuidade havia limites. Lethie parou de andar e Relk fez o mesmo, fitando-a confuso. A garota respirou fundo e decidiu que era hora de dar umas lições de vida ao seu companheiro de viagem. Quanto antes ele aprendesse que o mundo não tão colorido e divertido, melhor.

    - Olhe Relk, para começar eu posso contar nos dedos as pessoas que, sozinhas, conseguem derrotar um dragão. Eles são as das criaturas magicas mais poderosas que existem, se não as mais poderosas. Um dragão sozinho pode varrer uma cidade do mapa. A carapaça deles é resistente contra laminas e magia então, vamos deixar uma coisa clara. Concentremo-nos nos goblins por agora ok?

    Relk resmungou alguma coisa em voz baixa. Ele cruzou os braços e fitou, com ar cético, Lethie nos olhos.

    - Ah qual é Lethie. Aonde está seu espírito aventureiro? Essa é nossa primeira missão e você já está sendo toda certinha. Relaxe, vamos nos divertir e matar alguns goblins.

    Aquilo era muita falta de noção até mesmo para alguém como Relk. Lethie considerou seriamente em dar meia volta e desistir daquela missão. Irritada apontou o dedo indicador para ele e falou-lhe em tom de bronca.

    - Olha aqui. Isso não é para ser divertido. Viemos matar goblins não sair em um passeio! Temos que ser metódicos e agir em sincronia. Isso é essencial entendeu? – Relk não parecia muito interessado pois revirava os olhos. Ela elevou a voz, encostando o dedo indicador no peito dele – estou falando sério Relk! Quero que me prometa que, quando entrarmos naquela caverna para matar goblins você não irá agir como um idiota impetuoso.

    - Ok, ok, não se estresse a toa... são só goblins. O que poderia dar errado?

    Haviam muitas coisas que poderiam dar errado, mas Lethie não tinha paciência para sair explicando todas elas. Os dois seguiram por mais algum tempo juntos até que se depararam com uma caverna um tanto apertada. Havia um estranho ídolo feito de ossos apoiado em um pedaço de pau na entrada da caverna. Relk olhou curioso para o objeto.

    - Que treco é esse? Esse espantalho de ossos está aqui para nos assustar?

    Lethie se aproximou e analisou o objeto. Era uma caveira de algum animal enfeitada com presas e penas. Embora não soubesse a função especifica daquele objeto, ela conseguia deduzir o que era por já ter visto objetos similares.

    - É um totem. Uma espécie de demarcador que confere uma proteção mágica. Esse é mais arcaico e rude dos que eu conheço, mas acho que se tratando de uma criação dos goblins faz bastante sentido que seja assim.

    - Se essa coisa serve de proteção vamos destruir esse monte de ossos e...

    - Não! – disse ela em um tom mais alto do que desejava assustando Relk – essa coisa está protegida com magia. Você pode até destruí-lo, mas isso provavelmente irá ativar algum feitiço ou maldição. Melhor deixamos onde está.

    Relk apenas deu de ombros e deixou o totem de lado. Os dois encararam a entrada da caverna. A mesma era assustadora como a boca de uma fera, e parecia desafiá-los a entrar. Eles ficaram parados por alguns segundos em frente a caverna até que, decididos, adentraram juntos no covil dos goblins.


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