Aqui estou com a atualização.
Eu demorei, mas finalmente consegui vir postar.
Quero pedir que leiam as notas finais.
Darei um aviso muito importante
Bom, boa leitura
Quinze dias. Esse era o tempo em que Sasuke e Sakura estavam namorando, e ninguém ainda sabia. Eles estavam bem assim. Os dias deles continuava do mesmo jeito de antes, mas com algumas mudanças. O Uchiha ia trabalhar, tirava o horário de almoço para ficar com a “família”, e voltava para a empresa, trabalhando até as 17h. Bom, isso quando ele tinha alguma reunião na parte da tarde, caso contrário, ele ficava em casa o resto da tarde, o que era uma alegria para as crianças, e para Sakura, é claro. Eles agora passavam mais tardes em família, saiam mais vezes na semana, se divertiam com as crianças, e sozinhos; não haviam passado dos beijos quentes, e dos abraços mais longos. Eles eram como uma verdadeira família. Uma coisa que havia bombardeado a vida do casal, eram as manchetes das revistas, sempre sobre eles dois, Daisuke e Mayu, que Sasuke havia proibido de mostrar as fotos, ou processaria a empresa de jornalismo, e até agora eles estavam cumprindo muito bem esse acordo. “Noivado arranjado”, “Encontro às escondidas”, “Uma linda família”, essas eram uma das várias manchetes do dia. Todas falando sobre o casal. O casal não se importava, mas isso estava começando a chamar a atenção dos familiares e amigos. O moreno já não aguentava mais ouvir da família inteira sobre aquelas coisas que andavam saindo em todas as bancas de revistas. Eles queriam saber se era verdade, se ele esteve realmente em outro encontro com a rosadinha, como seu irmão a chama, se eles estavam caminhando para algum compromisso, e Sasuke se segurava para não mandar todos cuidarem da própria vida. Sakura era pressionada por cada um de seus amigos, e tios. Em especial Hiashi e Suzuki, que agora deram para dizer que ela deveria arranjar um marido. Ela se perguntava por quanto tempo teria que aguentar a pressão, a falação em seu ouvido, os questionamentos, as perguntas indiscretas. Sabia que o namorado estava sofrendo tanto quanto ela, afinal, enquanto ela tinha Sabaku no Ino e Uzumaki Naruto, ele tinha Uchiha Itachi, Uchiha Shisui, e Seu amigo loiro também, para deixá-lo louco.
Naquele dia Sasuke não iria almoçar em casa. Ele tinha três reuniões, uma em cima da outra, e não tinha como desmarcar, já que era urgente. Avisou a namorada antes de sair de casa, e por isso não se preocupou em desligar o celular quando entrou na sala de reuniões. Avisou sua secretária que o avisasse caso Sakura ligasse; foi assim que ele disse a mulher antes de se afastar completamente e seguir para o próximo andar. Tudo que ele descobriu sobre a sua nova secretária não tinha um fio solto, e era esse o problema. Ele achava aquilo muito estranho. Estava certinho demais. Ainda não confiava na mulher, e estava com um pé atrás desde que a contratou. Nejí havia lhe dito que ela também não o inspirava confiança, nem nele, nem em Gaara, nem em Shikamaru e muito menos em Naruto. Para que todos seus amigos lhe dissessem algo parecido, era porque ele estava completamente certo em ficar desconfiado.
— Você ainda está com aquela mulher como sua secretária? – Naruto pergunta quando o encontra no elevador.
— O que quer que eu faça? Eu não tenho provas de que ela esteja mentindo para mim..., e ela não fez nada que pudesse comprometê-la, então...
— Ela não é confiável.
— Eu sei, e você já disse isso. – Ouviu o amigo bufar.
— E vou dizer quantas vezes forem precisas. A historinha dela está certinha demais.
— Eu sei. Pensei o mesmo. Mas mandei verificarem, e não acharam nada até agora.
— Bom, você já sabe minha opinião, e a dos outros. E sabe também que não deve confiar nela, então vou deixar você resolver isso a seu modo. – Deu de ombros. – Até porque..., coitada dela se você descobrir alguma mentira. – Sasuke deu uma risada rápida, não podendo discordar. – Agora..., sobre a situação das crianças, eu falei com o Juiz, e o casal que vai adotá-los vai buscá-los hoje.
— Então eles aceitaram adotar os dois? – O amigo assentiu. – Ótimo. E como eles são?
— Gostei deles. Eles têm uma filha de seis anos, e como tem uma condição financeira muito boa, resolveram adotar uma criança. Foi aí que o Juiz pensou nos filhos dos nossos clientes. O casal conheceu os dois, e aceitou adotá-los.
— Pelo menos eles serão bem tratados. Terão um pai e uma mãe de verdade.
— Os pais deles nem mesmo se importaram, assinaram os documentos sem nem mesmo pensar duas vezes.
— E a casa?
— Eles aceitaram, depois de dez dias, passar para o nome das crianças. – Naruto riu. – Eles ficaram 10 dias com suas contas bloqueadas e surtaram. – Sasuke acompanhou o amigo na risada. – Precisava ver, Teme. Estavam desesperados.
— Deveriam ficar mais dias sem o dinheiro que tanto amam. – Comenta enquanto caminhavam para a sala de reuniões, onde Gaara, Shikamaru e Nejí os esperavam.
— Eu pensei o mesmo.
— Vocês estão atrasados.
— Você é um porre, Nejí.
— Quando você começar a trabalhar mais horas que eu, a gente conversa. – E então todos os amigos começaram a rir, com exceção de Naruto, que bufou.
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Sakura realmente achava que deveria aprender a dizer “não” para Daisuke. Era difícil, mas ela deveria aprender. Quando ele soube que o pai chegaria mais tarde em casa, ele reclamou durante todo o almoço, e pediu incontáveis vezes para que fossem vê-lo mais tarde. Ela tentou explicar que seu pai estaria ocupado, em reunião, mas não adiantou. Quando achou que não poderia piorar, seu enteado começou a induzir sua filha também a pedir, e então ela ficou quase uma hora, ouvindo da parte dos dois, que queria ver Sasuke na empresa. Ela tentou ser forte, tentou explicar várias vezes, tentou dar ideias de passeios, mas nada adiantou. E por isso ela se viu aceitando aquela loucura. Ela deveria ter ligado para o namorado, avisado que estavam indo para lá, pedido ajuda para convencer Daisuke a ficar em casa, mas não o fez. Mayu estava bem naquele dia. Havia comido bem. Estava animada, faladeira e elétrica, tanto quanto o amigo. Ela tentava se lembrar se havia lhes dado doce a mais depois do almoço.
Quando chegou a empresa, ela foi reconhecida na portaria; como não seria, sendo que seu nome e foto estavam em cada revista daquele país? Lhe disseram qual andar e elevador deveria pegar, e então junto das crianças, ela seguiu as orientações que havia ouvido. Era a primeira vez que Mayu entrava em um lugar como aquele, e ela parecia fascinada, Sakura até mesmo deixou um sorriso escapar. Daisuke pediu para ele mesmo apertar o andar, e pegando-o no colo, ela deixou que o fizesse. Era lindo, ela tinha que admitir. Lindo e enorme. Tinha mais de 10 andares, e isso era um máximo para duas crianças curiosas. Ela seguiu o corredor, e pôde ver uma porta grande de madeira, bem à frente, com uma plaquinha, que ela não conseguiu ler, mas apostava que tinha o nome do seu namorado. Seus olhos encontraram uma mulher de longos cabelos pretos azulados e olhos caramelo. Ela não sorriu, ou a cumprimentou, apenas a olhou de cima a baixo, medindo-a, o que fez Sakura franziu o cenho, desgostosa.
— Bom dia. – Cumprimentou, mas a outra não o fez de volta. – Uchiha Sasuke está na sala dele?
— Tem horário marcado?
— Não. Mas...
— Então eu não posso fazer nada. Ele só atende com horário marcado.
— Eu sei disso. – Responde com seriedade, não gostando a forma como ela a cortou. – Mas você pode avisar que Haruno Sakura está aqui?
— Você é Haruno Sakura? – Diz seu nome com um tom tão insuportável, que Sakura se irritou. – A babá do filho dele? Você por acaso tem quantos anos?
— Bom, isso com certeza não é da sua conta.
— Digo isso porque você tem os cabelos mais estranhos que eu já vi.
— Mesmo? Olha para a minha cara de quem se importa? – Revirou os olhos. – Poderia apenas fazer o que eu pedi?
— Ele está em reunião. E que eu saiba, você deveria estar cuidando do filho dele, então o que veio fazer aqui?
— Em primeiro lugar, eu não te devo satisfações, em segundo lugar, você deveria aprender a tratar as pessoas, e em terceiro lugar... – Apontou para Daisuke e Mayu que haviam ido se sentar no sofá de dois lugares que tinha a poucos passos da mesa onde a secretária estava. – Uchiha Daisuke. Ele é o filho do seu chefe.
— Quem você pensa que é para falar comigo assim?
— Eu estou sendo tão educada quanto você. – Bufou, achando aquilo uma grande palhaçada. – Olha, eu não vim aqui para criar problemas. Daisuke quer ver o pai, e foi por isso que eu vim. Assunto encerrado. Pode avisar a Sasuke que estamos aqui?
— Eu não sei que horas a reunião acaba. — Responde sem olhá-la.
— Eu vou esperar. – Deu de ombros e caminhou até onde as crianças estavam. – O seu pai ainda está em reunião, Suke.
— Vai demorar? – Sakura desviou os olhos para a mulher do outro lado do cômodo, que tinha uma feição nada boa, enquanto a olhava.
— Eu realmente não sei. – Olhou para o enteado e sorriu. – Mas esperamos um pouco, e caso ele demore muito, saímos para tomar sorvete.
— Queria que o papai fosse também.
— O tio Sasuke está muito ocupado, mamãe?
— Sim, ele está, filha. – Suspirou.
— A gente não pode ficar na sala do papai? – Sakura o viu olhar para a morena que ainda os olhava.
— Não. Vamos ter que esperar por ele aqui.
— Ela parece ser má. – Ouviu a filha, que também olhava para a secretária.
— Quem é ela, Sakura?
— Secretária do seu pai. Ela ajuda seu pai com o trabalho dele.
— Eu não gostei do olhar dela. – Olhou para Sakura. – Ela não gosta de você.
— Não vamos nos preocupar com isso...
Sorriu na intenção de distraí-los. Antes que ela pudesse falar alguma coisa, ela vê Daisuke pular do sofá, com um sorriso e correr para longe dela. Mayu fez o mesmo segundos depois. Seus olhos encontraram Sasuke abaixado, abraçando ambas as crianças. Ela tinha certeza de que ele estava confuso, afinal, não havia lhe avisado que passaria na empresa. Ele se levantou com as duas crianças em seus braços, que contavam o porquê de estarem ali. Apesar da surpresa de verem os três a sua frente, ele tinha ficado feliz por vê-los. Ainda demoraria para ir para casa, e ver sua família por alguns minutos antes de voltar para outra reunião cansativa, não era nada mal.
— Não avisou que viria.
— Os dois fizeram chantagem emocional. – Ele sorriu. – Acabei não conseguindo negar.
— Entendo.
— Sua secretária disse que estava em reunião...
— Acabou de terminar, por isso vim para a minha sala. – Explicou, mesmo que tivesse percebido os olhares estranhos que as mulheres davam uma para a outra. Kohana mudou o olhar, deixando aparecer um sorriso, assim que ele a olhou, e isso o fez estranhar mais ainda. – Vocês já se conheceram então.
— Uhum. – Infelizmente, pensou.
— Chegaram agora?
— Faz alguns minutos.
— Papai, vai poder ir na sorveteria com a gente?
— Não posso, filho. – Ele fez uma carinha triste. – Dessa vez eu vou ter que ficar aqui. Mas amanhã depois do almoço vamos a sorveteria.
— Amanhã vai almoçar aqui de novo, tio Sasuke?
— Não, Mayu. – Colocou ambos no chão. – Amanhã não. – Se virou para a sua secretária. – Vou estar lá dentro, mas qualquer coisa é só avisar.
— Sim, senhor. – Olhou para Daisuke. – Seu filho é tão lindinho. Parece com o senhor.
— É o que dizem. – Pegou nas mãos das crianças que estavam cada um de um lado seu, e seguiu para sua sala, com Sakura seguindo-o.
— Nossa, aqui é tão grande. – A pequena ficou impressionada.
— Não mexa em nada, Mayu. – A mãe pede.
— Olha, ainda tem os quadradinhos que o tio Ita trazia pra mim. – Eles correram para o tapete colorido em formato de dado aberto, que continha alguns jogos em cima.
— Vai me dizer o que aconteceu? – O casal se olhou.
— Como assim? – Ele revirou os olhos.
— Eu te conheço. E muito bem, e sei quando está estranha..., como agora.
— Não aconteceu nada. – Ele pegou na mão dela e a puxou para o sofá que tinha ali perto, sentando-se depois de fazê-la fazer o mesmo. – Sasuke...
— Me diz de uma vez. Eu vou descobrir de qualquer forma. – Ela suspirou. – Foi Kohana?
— Vamos dizer que minha mão ainda está coçando para dar na cara dela. – E ele quase riu quando ela terminou.
— Okay. Por que?
— Porque ela é uma vaca? – Ele riu, dessa vez, não conseguiu segurar. – Não. Eu estou sendo má com as vacas. – Ele balança a cabeça, ainda rindo. – Alguém deveria dizer a ela que trabalhando na área em que trabalha, ela não deveria tratar as pessoas daquela maneira.
— O que foi que ela fez? – Ficou sério.
— Esquece isso. Eu resolvi..., eu acho. – Sussurrou a última frase, mas o namorado ouviu.
— Sakura. – Ela suspirou ao ver o olhar dele.
— Ela me mediu de cima a baixo quando cheguei. Mas isso não me incomodou, só não gostei a forma como ela falou comigo. – Deu de ombros.
— Que forma?
— Como se... – Balançou a cabeça. – Como se ela fosse superior a mim.
— Ela te tratou mal? Não minta.
— Sasuke, esquece isso, já não importa. Eu fiquei com vontade de chapar minha mão na cara dela, mas foi só isso. Deixe isso quieto.
— Com é que você me pede isso? Ela deve respeito a todos, Sakura. Você principalmente.
— Eu sei. Você está certo, mas eu não quero causar problemas a ninguém.
— Ela quem deve se preocupar com isso, não você. Ela vai me ouvir.
— Se é isso que quer... – Sentiu os dedos dele em seus cabelos rosados.
— Não vou deixar que ninguém ouse te maltratar ou humilhar. Ninguém. – Ela sorriu, agradecida.
— Eu não me importo com o que os outros dizem, apenas não gosto que usem tons agressivos.
— Então foi isso? O tom dela soou agressivo para você? – Bufou. – Eu sabia que tinha alguma coisa errada com essa mulher.
— Como assim?
— Esquece, não quero falar sobre isso. Na verdade, eu tenho meia hora antes de voltar para o meu inferno particular, então... – Ela riu, e ele acabou sorrindo. – Não quero passar esse tempo falando sobre a minha secretária. Se é que ela vai continuar nesse posto.
— Mas você não pode sair, então...
— Ninguém entra na minha sala sem ser anunciado. – Explica, aproximando seu rosto do dela, e ela soube do que ele falava.
— Sasuke, nossos filhos... – Colocou a mão direita no peito dele.
— Eles nem vão perceber, estão focados demais nos jogos.
Sussurra, e então Sakura deixa que ele a beije. Calmo, e muito viciante, era assim aquele beijo. Os dedos da mão esquerda dela foram parar nos cabelos negros, passando-os pelos fios vez ou outra, enquanto o correspondia. Quais as chances de serem pegos? Sabiam que não eram nulas, Sasuke nem mesmo se lembrava de que seu melhor amigo loiro sempre entrava sem bater. Sua atenção, e foco, naquele momento, era nos lábios da namorada. O ar faltou, e mesmo não querendo, o moreno se afastou. Mas ele não tirou as mãos de onde estavam; cabelos e cintura. A mão de Sakura que estava nos cabelos, desceram para o braço, e a que estava no peito continuou ali, apertando a camisa de botões, vez ou outra. Eles estavam tão focados um no outro que não perceberam os olhares pequenos de ambas as crianças. Mas eles apenas voltaram a se concentrar nos jogos a frente deles, afinal, não queriam atrapalhar os pais, como a tia havia atrapalhado daquela vez. Eram crianças, mas que queriam a mesma coisa, seus pais juntos.
— Eu..., acho melhor eu ir.
— Não se preocupe, ninguém vai entrar aqui sem ser anunciado. — Volta a dizer.
— Não é isso, é que você tem a reunião, então... – Ele suspirou, por alguns minutos, ele havia se esquecido momentaneamente.
— Tudo bem. Eu chego em casa antes das 18h. — Beijou sua bochecha.
— Ah, Sasuke, eu estava me lembrando hoje mais cedo..., o primeiro dia de aula do Daisuke e da Mayu é segunda.
— Droga. Eu me esqueci completamente. Eu não comprei os materiais.
— Por que você acha que estou preocupada? Eu também me esqueci.
— Eu vou resolver isso depois que eu sair daqui.
— Não mesmo. — Ele franziu o cenho. — Eu quero estar junto, por isso, saímos amanhã.
— Por que perder tempo?
— Porque eu sei que é capaz de você pagar pelas coisas da Mayu também, e eu não acho isso certo.
— São só materiais, Sakura. — Ela cruzou os braços e ele suspirou. Ela não desistira, ele tinha certeza disso. — Tudo bem. Saímos amanhã.
— Aproveitamos para comprar o uniforme. Eu estou com o nome da loja.
— Combinado então. — Bateram na porta, e Sakura se levantou imediatamente, se afastando do namorado. — Não precisa disso tudo. — Diz, divertido.
— Vai saber o que sua secretária pode comentar, né? — E ele não pôde retrucar.
— Entra. — A porta se abrir no mesmo instante. — Diz, Arata.
— Estão esperando pelo senhor na sala de reunião.
— Ah, papai... — Ele olhou para Daisuke ao ouvi-lo reclamar.
— Amanhã estarei com você a tarde inteira... — Se aproximou do filho e de Mayu. — Compraremos os materiais da escola.
— Eu não quero ir. — Mayu diz.
— Também não quero, pai.
— Amores, nós já conversamos sobre isso, não? — Fizeram um bico. — Será apenas na parte da manhã, depois eu estarei com vocês.
— Vocês vão se divertir. – Sasuke completa, antes de perceber o olhar estranho de sua secretária para sua namorada. — Arata, avise que já estou indo.
— Mas senhor...
— Algum problema? – Ele a interrompeu com o cenho franzido. – Apenas faça o que estou mandando.
— Sim senhor. — Murmurou.
— Ah, Arata... – Ela volta a olhá-lo, sorrindo, pensando que ele lhe pediria desculpas. – Quando Sakura vier, você pode deixá-la entrar na minha sala. – Sakura olhou para o namorado. – E depois que eu terminar minha reunião, eu quero falar com você. – Ela assentiu, inconformada. – Pode ir.
— Sasuke. Por que disse isso? Ela estranhou. — Diz depois que a mulher sai.
— Ela pode estranhar o tanto que for, não vai se meter na minha vida. Muito menos humilhar você. — Ela balançou a cabeça. — E vocês dois..., nos vemos no jantar.
— Hoje eu vou para casa.
— Por que está me dizendo isso?
— Porque hoje..., eu não vou cair nas suas chantagens. — Ele arqueou uma das sobrancelhas.
— Chantagens? — As crianças olham, curiosos. — Depois nós conversamos sobre isso. — Ela segurou uma risada.
— Eu quero sorvete. — Sasuke olhou para Mayu, e a pegou no colo rapidamente.
— Por acaso você tem algum verme dentro da sua barriga? — Ela começou a gargalhar ao sentir as cócegas que o tio fazia.
— Papai, que coisa feia dizer isso. — Sakura riu.
— Você também tem verme. — O menino abriu a boca. — E se reclamar, faço Sakura deixar você sem sorvete.
— Que injusto. — O casal riu. Daisuke tinha os braços cruzados e um biquinho fofo nos lábios.
— Vamos lá. Ainda temos que passar na sorveteria.
— A gente deixa sorvete pra você, tio Sasuke. — Ele beijou sua bochecha e a colocou no chão.
— Obrigado, pequena.
— Papai, não demora muito não.
— Eu vou estar em casa até às 18h. Prometo. — Beijou seus cabelos. — Qualquer coisa me liga. — Beijou a bochecha da namorada.
— Não se preocupe, nós ficaremos bem. — Beijou sua bochecha antes de pegar nas mãos das crianças. — Vamos. — Eles dão tchau á Sasuke e deixam que Sakura os leve.
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Sasuke odiava prometer, e não conseguir cumprir. Ele odiava, em especial, fazer isso com o filho. Por causa de um problema que sua secretária, pela primeira vez, vale ressaltar, o fez enfrentar, ele teve que ficar mais tempo na empresa. Ele se segurou para não gritar com a criatura, fez um esforço enorme para não a demitir ali mesmo, naquela mesma hora. Estava indo tudo bem. Seu dia estava indo maravilhosamente bem, quando dois clientes chegam batendo boca, dizendo que haviam feito assinar um documento errôneo de posses, para piorar ainda mais a situação, ela havia trocado o nome do casal, e feito o outro casal assinar um documento de divórcio. E o que acabou acontecendo? Ele ficando com ambos os casais, tentando resolver a merda que sua secretária havia feito. Ela havia divorciado um casal, e isso seria um problema das grandes para ele resolver, além de que por pouco ele não foi processado. Já passava das 19h quando ele conseguiu convencer ambos os casais de que no dia seguinte bem cedo, ele resolveria todas aquelas pendências, e que até o final de semana tudo entraria nos eixos. Foi um inferno. Por sorte, ele havia conseguido avisar a namorada antes que o outro casal chegasse para explodir sua cabeça, que estava quase em uma bandeja de prata.
Cansado. Exausto. Era assim que ele estava quando chegou em casa. As luzes estavam todas apagadas, com exceção a do hall da porta. Todos dormiam, ele tinha certeza. Olhou no relógio de pulso, e viu que já eram 20h30. Ele nunca chegou tão tarde. Nunca. Afrouxou a gravata enquanto caminhava até a sala, onde encontrou Sakura, Mayu e Daisuke, dormindo no colchão, tranquilamente. As crianças estavam uma de cada lado da rosada, com os bracinhos em volta do corpo dela. O moreno se encostou na parede para observá-los. Como sempre, seu humor melhorou. Era só olhar para os três, e toda sua raiva, irritação, todo seu humor mudava drasticamente. Eles dormiam tão tranquilos, tão leves, que sentia um pouco de inveja. Talvez se ele tomasse um banho quente e relaxante, ele poderia sentir-se daquela forma. Com cautela, ele subiu as escadas, sem ligar a luz; usava a lanterna do celular, para não acordar os três; e caminhou para seu quarto, onde tomou um longo banho quente. Ele precisava daquilo. Vestiu a cueca boxer, a calça de moletom preta e saiu do banheiro. Ele ouviu passos, e não querendo assustar quem estivesse no corredor, abriu a porta com cautela. Ele pôde ver Sakura saindo do quarto em que ela dormia com Mayu, e então ela o viu, encostado no batente da porta.
— Pensei que já estava dormindo. — Ele a ouviu.
— Então você viu minha pasta? – Ele tinha deixado ela lá embaixo de propósito, para o caso de sua namorada acordar. – Desculpa te fazer ficar hoje.
— Não se preocupe com isso. – Ela se aproximou. – Parece estar exausto.
— Quase que sou processado. — Ela se surpreende. — Arata fez merda. E das grandes.
— Sinto muito. — Sasuke bagunçou os cabelos.
— Eu não vou conseguir sair amanhã, como havia combinado com você e as crianças.
— Tudo bem. Explico para eles, vão entender. – Ele suspirou, e Sakura o abraçou pela cintura, tentando acalmá-lo.
— Eu pensei que não teria problemas com essa..., pensei que não poderia ser pior que a outra... — Bufou. — E ela quase me faz ser processado.
— Está irritado. — Não era uma pergunta. — Quer um chá?
— Chá não vai me acalmar, Sakura. – Ele apoiou a testa no ombro direito dela. – Seu cheiro vai. – Ela corou, mas não o afastou.
— Você deveria descansar. Amanhã não tem que estar na empresa bem cedo? — Ela o ouviu respirar fundo, e soltar um suspiro longo.
— Infelizmente. Agora eu entendo a reclamação do meu irmão.
— Vai se sentir melhor amanhã cedo. — Ele demorou para olhá-la nos olhos, e um pouco mais para lhe responder.
— Eu duvido. — Ela passou os dedos da mão direita em seu rosto.
— Está estressado, exausto, e irritado..., vai se sentir melhor amanhã sim. — Diz sorrindo. — Durma. Vou ficar com Daisuke e Mayu.
— Fica aqui. – Pede antes que ela se afaste. – Eles não vão acordar tão cedo..., então..., fica comigo hoje. – Ela morde os lábios. – Não vamos fazer nada, só..., dormir. – Ela sorriu, um pouco corada.
— Tudo bem. – Ele pensou que teria que demoraria um pouco para convencê-la, e por isso ficou surpreso, mas deixou que um sorriso aparecesse em seus lábios. – Eu fico.
Sasuke pegou na mão direita da namorada e a puxou para o quarto, fechando a porta em seguida. Era a primeira vez que dormiriam juntos. Primeira vez que dividiriam uma cama. Em quinze dias de namoro, mesmo com ela dormindo ali, dia sim, dia não, era a primeira vez que aquilo acontecia. Sakura sentiu a mão esquerda do namorado sob sua cintura, puxando-a para mais perto, sentiu o respirar dele em seu pescoço, a calmaria dele chegando, a outra mão dele passava entre os fios de seus cabelos. Sua cabeça estava apoiada no braço que ele usava a mão para lhe fazer cafuné. Se ele continuasse, ela dormiria primeiro que ele. Sua mão direita subiu pelo braço forte, o ombro largo, e chegou aos cabelos negros, onde começou a fazer o mesmo que ele fazia com ela. Tão calma e delicada quanto ele. A respiração dele mudou, e como ela desejava, ele acabou dormindo primeiro. A rosada não soube quanto tempo ficou observando-o dormir, não soube por quanto tempo ficou lhe fazendo cafuné e acariciando seu rosto com a mão livre, só sabia que em algum momento, enquanto fazia aquelas coisas, ela acabou adormecendo, tão tranquila quanto seu namorado.
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Quando Sasuke acordou, a primeira coisa que viu ao abrir os olhos, foi sua namorada, dormindo tranquilamente ao seu lado. Ele não pôde deixar de sorrir. Ela era linda até dormindo. Não queria acordá-la, mas não conseguiu deixar de tocar o rosto dela com delicadeza. Ele jamais se imaginou daquela forma novamente. Jamais se imaginou dormindo com outra mulher; nesse caso só dormindo mesmo. E ele se sentia feliz ao vê-la ao seu lado. Haruno Sakura operou milagres, será que ela sabia disso? Será que ela tinha ideia do que fez na sua vida? E na de seu filho? Ela entrou e virou a vida de toda a sua família de cabeça para baixo, e não de um jeito ruim, de um jeito maravilhoso. O moreno nunca pensou que sentiria por outra mulher, o que ele estava sentindo. Ele jamais se imaginou amando, como estava. O que seria dele e de seu filho, se Sakura não tivesse entrado na vida deles? Ele se perguntava se continuaria sentindo-se culpado pela morte da ex. Se continuaria vivendo na amargura que vivia nas primeiras semanas, antes de finalmente se ver apaixonado pela rosada. Sua vida mudou drasticamente, e ele não reclamava nenhum pouco. Sasuke agradecia todos os dias por ter Sakura em sua vida.
Antes de se levantar para enfim começar a se arrumar, ele beijou a testa da namorada. Já passava das 5h, e por isso ele não poderia demorar no banho, ou se atrasaria. Ligou o chuveiro e deixou que a água quente caísse em todo seu corpo. Lavou os cabelos rapidamente, já que não havia os lavado na noite anterior; por causa da hora em que chegou. Com o tempo frio, ele evitava molhar os cabelos á noite. Vestiu a calça preta slim e saiu do banheiro, encontrando a namorada despertando.
— Bom dia. – Ele diz, sorrindo.
— Bom dia. — Sorriu de volta. — Já está acordado.
— Eu tenho que chegar mais cedo na empresa, lembra? — Ele caminhou até ela e lhe deu um beijo rápido.
— Eu não me lembrava nem de que tinha dormido aqui. — Ele riu.
— Só você, Sakura. — Balançou a cabeça, indo até o closet, para pegar uma camisa.
— Que horas chega hoje? — Ela se sentou, arrumando os cabelos.
— Eu realmente não sei, mas tentarei voltar até as 18h.
— Eu preciso ir para casa hoje. — Ele apareceu no quarto. — Eu e Mayu não temos mais roupas. — Explicou.
— Por culpa da minha secretária retardada, eu não faço a menor ideia de como vai ser meu dia. — Bufou. — Se der para você pedir uma de suas amigas para buscar algumas roupas para você e Mayu...
— Isso quer dizer que você pode chegar tarde novamente. — Não era uma pergunta. Os olhos deles se encontraram.
— Infelizmente. — Responde depois de um suspiro. — Me desculpe.
— Não precisa se desculpar. — Balançou a cabeça. — Eu vou lá depois do almoço.
— Não. — Ela franziu o cenho. — Não quero você andando sozinha, Sakura.
— Mas Sasuke...
— Sasori desapareceu desde que eu o soquei, e por algum motivo eu sinto que ele está aprontando. Por isso não quero você sozinha por aí.
Ela mordeu o lábio, não podendo retrucar. Era verdade. Ela estava pensando o mesmo a alguns dias. Alguma seu ex estava aprontando. Ele sumiu. O ruivo não deixaria barato o que Sasuke fez. Isso até mesmo a preocupava. Se perguntava por quanto tempo ficaria sem ver o ruivo, e o que ele estaria aprontando nesse meio tempo. Sasori era meticuloso, e muito maldoso quando queria. Algo que ele nunca tinha feito antes, era bater nela, e isso já aconteceu duas vezes, desde que se separaram. Além do hematoma em seu braço, que ele deixou quando estavam brigando pela guarda de Mayu. Ela tinha medo dele, tinha que admitir, e por esse motivo ela concordava com o namorado. Com certeza não seria uma boa ideia ir sozinha para casa.
— Tudo bem. Peço para a Tema ir até o meu apartamento.
— Obrigado. — Ela segurou uma risada ao vê-lo tendo trabalho com a gravata. — Odeio isso com todas as minhas forças. — Ela riu. — Toda vez é a mesma coisa. Um ano para colocar.
— Okay. – Ela diz rindo, enquanto se levantava. – Eu te ajudo. – Pegou a gravata preta com listras em vinho das mãos do namorado. – Por que vocês homens tem problemas com uma simples gravata?
— Faça uma pergunta que tenha uma resposta. — Ela volta a rir, ele sorriu. — Adoro suas risadas, sabia?
— E eu adoro as suas. — Terminou de arrumar a gravata, e lhe deu um beijo rápido. — Prontinho.
— Como é que vocês mulheres conseguem fazer de tudo e um pouco mais?
— Somos mulheres, isso já diz tudo. — Ele riu. — É melhor você ir, ou vai se atrasar.
— Tenho certeza de que já estou. — Colocou as mãos na cintura da namorada. — Mas vai valer a pena. — Diz antes de beijá-la. As mãos de Sakura apertaram os braços fortes do namorado, antes de subir até os cabelos negros, onde ela emaranhou os dedos. O beijo calmo foi parando devagar. Sasuke deixou um beijo estalado nos lábios dela, antes de afastá-los. — Volte a dormir, ainda está cedo.
— Vou para o quarto onde Daisuke e Mayu estão, se eles me verem aqui farão perguntas, e eu prefiro não passar por isso. — O namorado riu. — Você é maldoso.
— Só porque estou rido? – Ela balançou a cabeça. – Uma hora ou outra eles vão descobrir. Daisuke é mais esperto do que aparenta.
— Eu sei disso. Mas vamos esperar mais um pouco.
— Por mim tudo. – Beijou sua bochecha. – Eu tenho que ir.
— Quando chegar lá, você liga? — Ele lhe sorriu.
— Claro. – Se afastou, pegando o relógio e colocando no pulso esquerdo. – Eu ligo mais tarde também para falar com Daisuke. Quero me explicar.
— Tudo bem. Eu vou amassando o terreno para você.
— Obrigado. — A beijou pela última vez. — Até mais tarde.
— Até mais tarde. Vai com cuidado.
Ela diz, vendo-o desaparecer no corredor. Respirou fundo, e caminhou para o quarto onde seu enteado e sua filha dormiam, encontrando-os do mesmo jeito que os deixou na noite anterior. Deitou-se entre os dois, e não demorou para sentir o sono chegar.
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A primeira coisa que percebeu foi a saia extremamente curta que sua secretária estava usando. Era impossível não perceber, já que ela estava a alguns passos à frente, conversando com a secretária do Sabaku, de costas para si, o que o deixava ver mais do que queria. Ele franziu o cenho, desgostoso. Aquele lugar virou o que? Uma boate? Revirou os olhos ao perceber que a blusa de mangas longas, tinha uma abertura no vale dos seios dela. Achou mais ridículo ainda ela puxar uma parte da saia, ao se sentar. Para que vestir uma saia curta como aquela, se vai puxar toda vez que se sentaria? Ridículo, em sua opinião. Ele se perguntava se ele só encontraria mulheres vulgares para trabalharem com ele. Sua empresa não era lugar para aquele tipo de roupa. Será que ele teria que fazer um uniforme para as suas secretárias? Gaara apareceu em seu campo de visão e percebeu que ele tinha o mesmo olhar que o seu ao olhar para Arata. Descontente e indignado. Bufou novamente. Aquele dia já começou mal. Ele teria que dar um sermão na mulher? Àquela hora da manhã? Ela lhe cumprimentou, mas Sasuke não conseguiu nem dizer “bom dia”, apenas balançou a cabeça.
— Mas que raios de roupa é aquela? — Perguntou ao amigo, quando entraram na sala.
— Acabei de chegar, por favor, não vamos falar sobre isso a essa hora.
— Você deveria ir lá, e dizer que esse tipo de roupa não se enquadra na empresa. — Sasuke bagunçou os cabelos, suspirando, enquanto se jogava em sua cadeira.
— Eu estava bem. Mesmo vindo para a empresa a essa hora da manhã, e sabendo que não vou sair tão cedo por conta da burrice da minha secretária..., eu estava feliz, Gaara. E foi só chegar aqui, que eu já começo a ter dor de cabeça.
— Primeiro, feliz por que? Segundo, o que foi que a Arata fez?
— Eu apenas acordei de bom humor. — O amigo não acreditou muito. — E sobre Arata... — Balançou a cabeça. — Ela divorciou um casal, dá para acreditar?
— Como é? — Gaara se senta, do outro lado da mesa, e então Sasuke começa a explicar desde o início. — Inacreditável. — Diz devagar, quando o amigo termina. — Você sabe o perigo que você passou? Eles podiam ter te processado, Sasuke.
— Eu sei disso. E por isso fiquei puto ontem, e acabei gritando com Arata.
— Mereceu. Se tivesse prestado mais atenção, isso não teria acontecido.
— Eu tenho que resolver essas duas coisas até o final de semana, então... — Respirou fundo. — Vai dar tudo certo.
— Posso te ajudar. Minha semana está calma.
— Diferente da minha. Eu tenho que resolver essas urgências, hoje, para os casais ficarem felizes na sexta quando vierem aqui. Eu tenho três reuniões hoje, sem contar o caso daquela mulher que apanhou do marido.
— E é sobre ele que eu vim falar com você. Ela está aqui, e precisa falar com agente.
— O que foi que aconteceu dessa vez?
— Ele foi atrás dela. A sorte foi que o irmão dela estava junto.
— Toda vez que eu me lembro desse caso, eu me lembro do desgraçado do Sasori.
— Ele era um maldito, mas não batia em Sakura. — Sasuke bufou.
— Ela não contou que ele lhe deu uma bofetada? — Gaara franziu o cenho.
— Como é que é? — Rosnou, irritado.
— Te conto tudo depois de falarmos com nossa cliente.