Seize The Day

  • Gabbysaky
  • Capitulos 28
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 17 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 25

    Encontro romântico

    Hentai, Linguagem Imprópria, Sexo

    Boa Leitura

    Fazia tanto tempo que não ia aquela pista de patinação. Desde antes de ser preso. Desde antes de Karin engravidar. Ele não tinha tanto tempo para se divertir, quando começou a faculdade. E quando ele tinha algum tempo, ou ele passava com a falecida noiva, ou com os amigos, fazendo coisa errada; uma delas foi quebrar aquela loja. Aquele lugar tinha sido seu refúgio por toda pré-adolescência e adolescência. Passava a maior parte do dia ali, quando não estava na escola, claro. Quando ele queria fugir da família neurótica, o que era quase sempre, ele e os amigos se refugiavam naquele lugar para jogar hóquei. E o moreno desabafava tudo que sentia, naquele jogo. Ele se lembrava bem, e não se esqueceria nunca daqueles dias, porque apesar de tudo, foi uma época memorável. 

    Sasuke tinha conseguido alugar aquele espaço só para ele e Sakura, naquele dia. Tendo o nome que tinha, não foi difícil. Sua namorada nem mesmo se surpreendeu quando ele disse que estariam sozinhos, e que o proprietário havia deixado aquele espaço para os dois por todo o dia. O moreno vestia uma calça preta estilo skatista, uma camisa branca de mangas longas, e nos pés, patins pretos com um leão colorido do lado direito de cada patins. A rosada vestia uma calça legging branca, uma saia curta, rosa bubblegum, a um palmo e meio dos joelhos, uma blusa no mesmo tom da saia de mangas longas que tinha escrito “My Beautiful Life” em branco com glitter, e nos pés, patins brancos com detalhes de flores delicadas, no mesmo tom da blusa e da saia.  

    Ninguém sabia sobre aquele “encontro”. Ninguém sabia que estavam juntos naquele dia, a não ser Uchiha Mikoto, mas Sasuke tinha quase certeza de que logo todos estariam sabendo sobre aquele “encontro”, porque sua mãe com certeza não conseguiria conter a empolgação. Se perguntava se ela diria ao seu irmão também. Ele com certeza iria fazer várias perguntas. Mas no momento nenhum dos dois se preocupavam com aquilo. Eles não queriam que soubessem, por enquanto, mas também sabiam que com esses encontros constantes, a maioria dos amigos ficariam desconfiados. Claro que eles não ficarão tanto tempo escondendo sobre o namoro, eles diriam aos familiares e aos amigos, mas antes queriam um tempo só para eles. E isso era completamente normal. Que casal, que está começando um relacionamento, não iria querer essa paz que um começo de namoro tem?  

    Sakura se perguntava como Daisuke reagiria sobre isso. Ela não tinha certeza nem de como sua filha reagiria aquela notícia, imagina o filho de seu namorado. Eram duas crianças pequenas, mas muito inteligentes. E até pouco tempo atrás, Daisuke falava em Karin o tempo todo. Será que ele ficaria chateado? Ela queria perguntar ao namorado; na verdade, ela faria isso, assim que possível.  

    Aquele dia estava sendo divertido para eles. Era o primeiro encontro, desde que começaram a namorar. Era algo especial tanto para Sakura quanto para Sasuke. Ela era mais romântica que ele, mas não era diferente os sentimentos que sentiam sobre aquele dia. Eles podiam pegar na mão um do outro, abraçar um ao outro, se beijar, fazer tudo isso sem ter medo de que vejam. Eles eram o típico casal “adolescente”; mesmo que já sejam adultos. Eram experiências novas para ambos. A rosada não estava acostumada aquele tipo de encontro, ou carinho, afinal Sasori não gostava daquele tipo de coisa, muito menos em público, o que não parecia ser um problema para Sasuke, já que ele quase a beijou no parque a alguns dias. Ela não estava surpresa em ter toda aquela dedicação, aquele carinho e aquele afeto, vindo da parte de seu namorado, afinal, ele era assim com a ex. Ela se lembrava muito bem. E isso meio que emocionava Sakura. O que ela teve com o ex era tão diferente, tão superficial. Não era por amor, pelo menos não da parte dele. Os abraços, os beijos, as carícias de leve em sua bochecha, tudo de surpresa, deixava Sakura mais apaixonada do que já estava. E a cada momento que tinha com ele, mais a rosada se apaixonava. Sasuke era viciado nos lábios dela; não havia dito a ela, mas ele era. O cheiro dela, com o perfume de cerejeira que ela sempre usava, o deixava louco. Os sorrisos acanhados, as gargalhadas de sempre, o jeitinho fofo de ela gesticular, ele era completamente apaixonado em tudo na namorada. Ficava bobo às vezes, e isso ele já havia ouvido do irmão várias vezes. 

    O dia havia passado tão rápido, e tinha sido tão bom, que nenhum dos dois haviam percebido que estavam naquela pista de patinação a mais de 4h. Passava da hora do almoço quando Sakura ouviu seu celular tocar. Sasuke até tentou fazê-la esquecer, mas o bendito tocou mais duas vezes, então a deixou pegar, e foi aí que a rosada descobriu que passava das 14h da tarde. A mensagem não era importante. Ela até mesmo revirou os olhos ao ler a mensagem da fofoqueira e curiosa melhor amiga. Nem mesmo respondeu, estava bom demais ficar com Sasuke, depois ela resolvia aquilo.  

    Por já ter passado a hora do almoço, eles decidiram comer por ali perto. Sasuke trancou o lugar, e colocou a chave em um dos bolsos, pegando na mão de Sakura, indo em direção do carro. Naquele momento ela se perguntava se alguém começaria a falar sobre os dois estarem juntos, em um restaurante. Ela tinha percebido os olhares, assim que foram levados até uma mesa, mas não se importou, apenas ficou curiosa com os pensamentos de cada um que os olhava vez ou outra. 

    — Isso te incomoda? – A voz dele a fez despertar.  

    — Os cochichos e os olhares? – Ele assentiu. – Não. Eu não devo nada a ninguém. 

    — Mas..., eu sei que tem um “mas”. 

    — Mas isso pode ser um problema, porque podem começar a falar sobre nós. 

    — Deixem que falem. Não vai mudar nada mesmo... – Dá de ombros. – Lembra da revista? 

    — Como é que eu não me lembraria? – Ele riu. – Tinha uma foto enorme de nós dois na capa. E falavam até mesmo sobre nosso suposto namoro.  

    — Você também é conhecida, afinal, é sobrinha do Hiashi. 

    — Você leu a revista? – Pergunta, curiosa.  

    — Naruto me mostrou. – Ela assentiu, já sabendo sobre aquilo. – Falava sobre eu ser o filho mais novo de Uchiha Fugaku, sobre você ser a sobrinha de Hyuuga Hiashi..., sobre nosso suposto namoro. 

    — Sobre o suposto “casamento arranjado”. – Completa, revirando os olhos. – Esse povo não tem mais o que fazer? – Ele volta a rir.  

    — É o trabalho deles. Infelizmente, eles têm que se meter na vida alheia, para ter manchete. – Ela bufou. – Não gosta disso tanto quanto eu, né? 

    — Eu não me importo com eles, contanto que não contem mentiras. Ou inventem coisas. – Deu de ombros. – Nessa revista eram só especulações, então eu não dei muita importância. 

    — Quando era mais novo, viviam falando sobre mim. 

    — Por que será? – Ambos riram. – Você era uma peste. Eles lucravam muito com você, tenho certeza. 

    — Eu também. – Diz rindo. – Mas eu fazia isso para chamar atenção. – Ela assentiu. – Outras, era só por diversão mesmo.  

    — Não tinha uma diversão que não arriscasse sua vida? – Ele sorriu.  

    — E que graça teria? – Brincou, e ela revirou os olhos. – Brincadeira. Hoje eu sei o quão idiota eu fui. 

    — Passado. Todo mundo tem seu passado obscuro. – E ele não pôde deixar de concordar. – Mudando de assunto... – Abriu a boca, mas o garçom chegou com o pedido deles. – Obrigada. – Lhe sorriu. 

    — Mais alguma coisa? 

    — Não, obrigado. – Sasuke quem agradeceu dessa vez. O homem assentiu e se afastou. – O que ia dizer? 

    — Sobre Daisuke e nosso namoro..., você acha que será um problema? 

    — Não. Ele não vai se chatear com isso, se é isso que te preocupa.  

    — Como pode ter tanta certeza?  

    — Porque naquele dia, no Natal..., ele disse que queria que eu e você ficássemos juntos. – Ela arregalou os olhos, surpresa. – Disse que queria você como mãe. – Diz sorrindo. – Por isso, ele vai amar quando souber que estamos namorando. 

    — Por essa eu não esperava ouvir. Ele só tem cinco anos. 

    — Minha mãe disse que não havia problema em ele ter duas mães. E bom..., ele teve um sonho com a Karin. – Ela o olhou, curiosa. – Disse que ela queria ver eu e ele felizes, que ela não me culpa..., que gosta muito de você, e queria que nós dois fossemos felizes juntos.  

    — Quando foi isso? — Pergunta, completamente surpresa.  

    — Há alguns dias. – Tomou do suco que estava a sua frente antes de voltar a falar. – Daisuke já vinha fazendo algumas coisas, que eu não esperava; pedir para eu ficar com você, pedir para ele ter irmãozinhos... – Ela sorriu, imaginando aquilo acontecendo. – Ele perguntou para Karin se não havia problema ele ter duas mães... — Conta sorrindo.  

    — E você acredita que essa conversa realmente aconteceu? 

    — Eu acredito sim. De alguma forma Karin conheceu Daisuke, e ele a ela. Eles puderam conversar... – Ela percebeu ele ficar estranhou de repente. – Eu meio que me sentia um pouco culpado por ele não conhecer a mãe. 

    — Ela não culpa você, seu filho também, nem os pais dela..., então por que você ficaria fazendo isso? 

    — Eu sei. Não mudaria nada eu ficar me culpando, agora eu sei disso. – Ela sorriu. – Mesmo assim não é fácil você ouvir do seu filho que ele conversou com a mãe que já está morta. — Sakura balançou a cabeça.  

    — Não deve ser fácil. 

    — Na verdade, foi emocionante. — A rosada sorriu. — Foi como se aquele peso gigante saísse dos meus ombros, entende? Ela não me odeia. 

    — Ninguém poderia te odiar, Sasuke. Muito menos a Karin. — Diz pegando na mão dele, apertando de leve. Ele sorriu para ela. 

    — Mas e a Mayu?  

    — O que tem ela? 

    — Como acha que ela vai reagir? 

    — Sinceramente? Eu não sei. Ela nunca perguntou pelo pai, Sasuke. E ela é tão pequenininha, que eu não acho que ela vá entender o que está acontecendo conosco. – Eles riram. – Na verdade, eu acho que apesar de ela ser muito inteligente para a idade dela, nós vamos ter que saber como explicar para ela de um modo que não a deixe confusa. 

    — Eu não vejo problema nisso. – Diz pegando na mão direita dela. Sakura olhou de soslaio para as pessoas em volta dela, mas não afastou a mão dele.  

    — Eu imaginei que diria isso. – Apertou a mão dele de leve.  

    — Eu não sei por quanto tempo vou aguentar esperar para te beijar publicamente. – Ela sorriu. 

    — É tão difícil para mim quanto é para você. – Percebendo que acabaria beijando-a ali mesmo, ele se afastou, voltando a comer.  

    — O que quer fazer depois daqui? — A namorada franziu o cenho. 

    — Mas e o Daisuke e a Mayu? Pensei que iriamos pegar os dois. 

    — Eles estão com meus pais, e recebi uma mensagem dizendo que meu avô ia buscá-los depois do almoço para irem ao parque aquático. Eles já devem estar lá, na verdade. 

    — Parque aquático? Nunca levei Mayu ao parque aquático. – Sasuke balançou a cabeça, entendendo o porquê.  

    — Vai ser uma experiência nova para ela.  

    — Ela vai se divertir. – Diz sorrindo, e o namorado concordou. – Isso quer dizer que buscamos eles mais tarde? 

    — Isso mesmo. Por isso eu perguntei..., para onde quer ir depois daqui? 

    — Pode escolher. Sua ideia da patinação foi ótima, vamos ver como vai se sair agora. – Sasuke sorriu. 

    — Eu tenho um lugar em mente que eu sei que vai gostar.  

    **--** **--** 

    Quando Sasuke disse que ela iria gostar de ele a levaria, ela ficou curiosa. Muito curiosa. Ela gostava de surpresas, mas não conseguia ficar quieta sem saber das coisas por muito tempo. E isso meio que divertia o namorado. Ela não reconheceu os lugares pelo qual o namorado passava, até que viu a passagem para o alto de uma colina, onde ficava o mirante. Ela já tinha ido até ali quando mais nova, mas depois que ficou grávida, nunca mais apareceu naquele lugar. Era tão lindo ver a cidade inteira do alto do mirante. Era um cenário maravilhoso, e o lugar mais frequentado. Ela achou que iriam de pé, mas o namorado continuou dirigindo, e ela não reclamou, afinal, estava de salto alto, e subir aquela colina até o mirante, com aquele calçado não seria fácil. O carro parou e ela olhou para o namorado. 

    — Reconhece? 

    — Claro. – Diz sorrindo. – É o mirante.  

    — Eu vinha muito aqui, principalmente quando queria fugir da minha família neurótica. – Ela segurou uma risada. – Eles nunca me encontravam... – Bufou. – Quer dizer, o Itachi conseguia me encontrar. Parecia que ele tinha uma bola de cristal, e sempre sabia onde e com quem eu estava. Era impressionante. 

    — Você é o irmãozinho dele, e como te conhecia bem, ele sabia onde encontrar você.  

    — Pode estar certa. – Tirou o cinto, e a namorada fez o mesmo. – Eu prefiro vir aqui ao pôr do sol, mas... – Voltou a encontrar aqueles olhos incrivelmente verdes. – É lindo em qualquer horário. 

    — Eu vinha muito aqui quando mais nova.  

    — Tem lugares que deixa marcas, não é?  

    — Sim. Esse lugar foi o primeiro lugar que vim quando descobri que estava grávida. Eu precisava respirar fundo, relaxar..., pensar sobre a nova vida que estava dentro de mim. – Sorriu. – Foi a melhor coisa que eu fiz, pois eu senti uma sensação de paz.  

    — Esse lugar faz isso mesmo. Essa sensação boa de que tudo ficará bem, independente do que tenha acontecido... – Sakura balançou a cabeça. – Vamos?  

    — Você subiu com o carro até o mirante? – Ela pergunta quando sai do automóvel. – E pode? 

    — Eu sempre fiz isso, e nunca tive problemas. – Pegou na mão dela, quando estavam em frente ao carro. 

    — É tão linda essa vista.  

    — Você é mais. – Assim como achou, ela corou.  

    — Você faz isso de propósito? – Ele riu. – Para me deixar sem graça? 

    — Algumas vezes. Mas o que eu disse é verdade. – Diz devagar, colocando uma mexa do cabelo dela, atrás da orelha. – Você é linda. Perfeita. Eu deveria ter dito antes... 

    — Que eu sou linda? 

    — Que eu te amo. – Sakura sorriu, se aproximando um pouco mais do corpo dele. 

    — Também te amo.  

    E então ele a beijou. Como sempre, foi um beijo calmo, mas não menos urgente. As mãos dele, agora na cintura fina, acariciava aquela área vez ou outra. Umas das mãos dela, brincava com os cabelos negros. Estavam juntos a seis dias apenas. Os beijos não haviam passado disso, beijos; com mãos bobas, às vezes. Sakura se surpreendeu quando foi colocada em cima do capô do carro, mas não pôde dizer uma palavra, pois ele a beijou novamente. E ela não o interromperia de jeito nenhum. Assim como o namorado, ela adorava aqueles lábios junto aos dela. A forma que ele apertava sua cintura, a forma carinhosa que a mão livre alisava seu rosto, a forma como ele a puxava para mais perto de seu corpo. Ela passou as pernas ao redor da cintura dele, enquanto correspondia ao beijo de forma lenta e prazerosa. Ela arfou quando os lábios dele desceram até seu pescoço. Ela tentava voltar a si, tentava abrir a boca e lembrá-lo de onde estavam, mas não conseguia. Aquilo era tão bom. Fazia tanto tempo que não sabia o que era sentir o que sentia naquele momento. Eram anos só cuidando e dando atenção a Mayu. Anos sem ter um homem que a fizesse sentir-se bem, sentir-se desejada, sentir-se nas nuvens. E Sasuke sentia-se da mesma forma. Para ele era mais difícil ainda, principalmente quando percebeu que já amava Haruno Sakura. E as roupas curtas dela o fazia perder o ar. Eram mais de cinco anos sem tocar em uma mulher, sem sentir seu corpo junto ao de outra pessoa. Sua mão que estava na cintura subiu lentamente, por dentro da blusa de mangas que ela usava. Ele a ouviu arfar quando um de seus dedos tocou o seio por cima do tecido do sutiã. A mão que estava no rosto, segurou os cabelos rosados, firmemente, e seus lábios tomaram os dela novamente, urgente. Ele havia se esquecido, momentaneamente, de onde estavam, e por isso não pensou muito quando seus dedos adentraram por baixo do tecido do sutiã, fazendo com que a namorada gemesse baixinho, dentro de seus lábios. Sakura sentiu a elevação na calça dele, e acabou o afastando, lentamente, respirando ofegante, mas com o rosto sério, mesmo que corado. Ela não estava nervosa com o que havia sentido, não era a primeira vez que sentia aquilo, claro, mas mesmo assim, não achava certo terem aqueles momentos mais quentes, na rua. Ainda mais ali, onde estavam. Sasuke não estava menos ofegante que ela. Não mesmo. Na verdade, estava até mais, por conta do membro que pulsava de forma irritante; ele não poderia fazer o que queria, muito menos estando naquele lugar. 

    — Eu acho... – Ela deu uma pausa, por conta da respiração ofegante. – Eu acho que deveríamos ir.  

    — Tudo bem. – As mãos agora estavam na cintura dela. – Desculpa se te assustei de alguma forma.  

    — Não. Não me assustou, só..., não acho que aqui seja o lugar. 

    — Não mesmo. Foi mal. – Ela balançou a cabeça.  

    — Tudo bem. Não precisa se desculpar. – Diz sorrindo. – Isso poderia acontecer com qualquer um. 

    — Eu não consigo me segurar quando estou com você. – Ela cora imediatamente. – E você sabe..., eu não faço isso a um bom tempo. 

    — Então somos dois. Eu não fiquei com ninguém, depois que terminei com Sasori. Não queria me machucar de novo..., não confiava em ninguém. – As pontas dos dedos dela passavam de forma lenta no rosto dela.  

    — Em mim..., você confia.  

    — Claro que confio. Você..., me ajudou tantas vezes, esteve comigo nos meus piores dias... – Sorriu. – E..., Sasuke, eu amo você. Como não confiaria em você? – Ele sorriu. 

    — Ouvir que você me ama, é quase um sonho. 

    — Mesmo? Por que? 

    — Porque você vivia fugindo de mim. – Ela volta a corar. 

    — Achava que era o melhor para nós dois, e nossos filhos. – Ela sentiu os dedos dele acariciar sua pele, por dentro da blusa. 

    — Por isso mesmo. É difícil falar sobre o que sinto, mas com você, acho que foi muito mais.  

    — Eu fui bem problemática, né? – Ele riu, e ela o acompanhou. – Nem mesmo te deixava falar, com medo do que eu poderia ouvir.  

    — Você teve motivos para agir daquela forma. Foi irritante, não nego..., mas você passou por coisas ruins que te fizeram ser dura com seus sentimentos. – E ela não pôde retrucar. – O mesmo foi comigo. Além disso, pela primeira vez na minha vida... – Pegou na mão dela com a mão livre, e a levou até seus lábios. – Eu fiquei inseguro. 

    — Eu te deixei assim por conta do meu jeito problemático. – Diz balançando a cabeça. – Meus amigos todos diziam que eu estava irritante com aquele jeito de agir.  

    — Tudo bem. Valeu a pena. – Eles sorriram um para o outro. — Todas as vezes que eu olho nesses seus olhos verdes, tão perfeitos, sinto suas mãos em mim, e ouço sua voz dizendo com todas as letras que me ama..., sei que não é um sonho.  

    — Eu te amo. – Sasuke sorriu antes de tomar os lábios dela de forma calma. Sakura levou uma das mãos nos cabelos negros, correspondendo.  

    — Eu te amo. – Ele diz, depois de se afastar. Ele percebeu que ela estremeceu, e franziu o cenho. – Está com frio? 

    — Um pouco. Quantas horas são? 

    — Passa das 17h30. – Sakura se surpreendeu. – Vamos buscar Daisuke e Mayu? 

    — Sim. – Estremeceu de novo, e Sasuke, pegando na cintura fina, a colocou no chão. – Eu ainda tenho que buscar minhas coisas para ir para casa. – Diz quando já estavam dentro do carro, e ele a olhou desgostoso. 

    — Eu te deixo em casa, com uma condição. 

    — Está aprendendo a ser chantagista? — Ele riu. — Esqueci que você não precisa aprender, tem um troféu de ouro por isso. — Diz rindo. 

    — É assim que você me vê? — Ela beijou sua bochecha. 

    — Diz qual a condição. 

    — Amanhã você dorme lá em casa. 

    — E se Daisuke e Mayu estranharem? – Ela o viu dar de ombros. 

    — É mais fácil eles ficarem animados, Sakura.  

    — Pior é que é verdade. – Murmura. 

    — Então..., Segunda eu tenho que estar ás 7h na empresa, mas..., vou sair mais cedo, então vai ser perda de tempo ir para a sua casa.  

    — Isso é só uma desculpa, não é? – Ele sorriu de lado, e Sakura mordeu o lábio. – Tudo bem. Eu durmo lá amanhã. – Ele beijou a bochecha dela. 

    — Ótimo. Vamos buscar nossos filhos então.  

    **--** **--** 

    Sua mãe estava curiosa. Estava muito curiosa. Sasuke soube disso quando os olhos dela caíram nele, assim que Izumi puxou Sakura para uma conversa. Quando chegou na casa dos pais, estava a família inteira lá; jantar familiar. Ele esperava pelas perguntas nada discretos do irmão e do primo, mas nada veio, o que queria dizer que eles não estavam sabendo de nada. Sua mãe não havia dito uma palavra. Teve a certeza quando ouviu Yumi perguntar à sua namorada, se estava tudo bem, pois Mikoto havia dito que ela estava resolvendo algumas coisas. Os olhos de Sakura foi para a sogra, por breves segundos, antes de responder. Quanto tempo levaria para sua mãe arrastá-lo para uma conversa, sem que ninguém visse? Quanto tempo levaria para que ela o questionasse sobre seu encontro com Sakura? Quando sua mãe queria ser discreta, ela era, e ele agradecia tanto por isso. Se perguntava de quem Itachi havia puxado aquela indiscreta mania de deixar os outros envergonhados, além de ser um tremendo de um fofoqueiro.  

    Seu avô estava no meio de Daisuke e Mayu. A garotinha estava bem, apesar da palidez, e sua mãe havia dito que ela não comeu nada na hora do almoço. Shisui havia instruído a dar algo leve mais tarde, e foi o que ele fez, quando saíram para ir ao parque aquático. Sakura não estava sabendo sobre aquilo, e Sasuke era agradecido por sua mãe não ter dito nada naquele momento. Ela estava tão feliz, não queria estragar isso. Quando chegassem em casa, ele contaria. Sua mãe pareceu compreender isso, pois pediu ao seu pai, em sussurro, para que ele não dissesse nada. Era incrível como sua mãe o conhecia. Ela parecia lê-lo com os olhos, e isso às vezes era irritante, mas achava muito legal também. Mais incrível ainda, era ver seu avô Madara, no meio de duas crianças, sendo ensinado a jogar videogame. Mesmo Mayu tendo visto Uchiha Madara poucas vezes, ela já não demonstrava nada de timidez na presença do homem. Timidez, medo, retração, ou qualquer outra coisa que ela sentiu com Kaito e Hotaru; Sasuke não achava estranho ela sentir tudo isso com os outros dois, afinal, crianças sentiam coisas que os adultos não sentiam; como a maldade das pessoas.   

    — Você não tira os olhos dela. – Ele nem se deu ao trabalho de responder, afinal, era verdade. – Todos já perceberam, querido. 

    — Hum.  

    — Então..., vai me contar se estava em um encontro com ela?  

    — Mãe... — Seus olhos se encontraram. 

    — Ah, Sasuke, o que custa responder a sua mãe? — Jogo baixo, ele pensa. — Por favor, filho. — Ele suspirou, desviando os olhos. 

    — Vou confiar que a senhora não vai contar a ninguém. Ninguém mesmo.  

    — Só para o seu pai. — Diz sorrindo. 

    — Sim, eu e Sakura estávamos em um encontro. — Não era uma mentira, afinal de contas. — Mãe. — Repreende ao percebeu os olhares curiosos, dos outros, por terem ouvido o gritinho animado de sua mãe.  

    — Convenci Sasuke a passar a noite conosco. — Mentiu, fazendo com que o filho a olhasse com o cenho franzido. Sakura tinha a mesma feição no rosto. — Sakura, querida, você por acaso se importa de ficar? 

    — Er... 

    — Amanhã é domingo, e como não almoçamos todos juntos hoje..., pensei em fazermos nosso tradicional almoço em família amanhã. Sasuke a leva para casa depois disso. – O casal teve uma troca de olhar.  

    — Tudo bem.  

    — Ótimo. — Sorriu, e então todos voltaram ao que conversavam antes. 

    — A senhora acabou de mentir com o meu nome. — Sussurrou para a mãe. 

    — Eu prometi que não contaria a ninguém que estava em um encontro com Sakura mais cedo. 

    — Chantagista. — Ela bateu em seu braço. — Ai, mãe.  

    — Isso é para aprender a me respeitar. 

    **--** 

    Tinha sido a primeira vez que ela dormia ali, na mansão Uchiha, e para ela tinha sido um pouco estranho. Eles eram hospitaleiros, carinhosos, brincalhões, mas mesmo assim, ela ainda achava muito estranho dormir naquela casa. Ela era namorada de Sasuke só fazia seis dias. Seis dias, e já estava dormindo na casa dos pais dele. Pode ficar mais estranho? Bom, ela conhecia a família inteira, histórias, segredos, antes mesmo de se tornar a namorada de Uchiha Sasuke, então não poderia ficar mais estranho do que já era. Graças a Yumi, que tinha lhe emprestado uma roupa para dormir, e outra para vestir naquela manhã, Sakura pôde tomar um banho quente, e vestir algo confortável; um vestido azul bebê de alça grossa, que batia um palmo e meio dos joelhos, flores cor-de-rosa e branca, estampadas em algumas partes do vestido rodado, para completá-lo, um cinto bege com pedrinhas para enfeitá-lo, também em azul. Nós pés, ela calçou uma sandália bege de dedo, que para sua sorte, era seu tamanho; Izumi havia lhe emprestado.  

    Quando Sakura acordou, ela percebeu que não estava apenas com sua filha na cama, Daisuke também estava ao seu lado. Ela sorriu. Não era a primeira vez que aquilo acontecia, e pelo jeito não seria a última. Se perguntava se o namorado já havia se dado conta de que o filho não estava com ele. Daisuke havia ido dormir com o pai, mas sabendo que a babá preferida dele estava no quarto da frente, ele acordou no meio da noite e passou para lá, sem que ninguém percebesse. A rosada não acordou nenhum dos dois, tomaria um banho antes. Assim que desligou o chuveiro, ela ouviu a voz de ambas as crianças, e uma risada que ela conseguiu identificar sendo de seu “enteado”. A cada dia ela se apegava mais e mais naquele garotinho, e não era diferente com sua filha. Na verdade, Mayu amava passar o dia com todos juntos. Ela se perguntava se o fato de a filha estar tão apegada a Sasuke, era pelo fato de nunca ter conhecido o pai. Bom, o namorado pode não ser o pai dela, de verdade, mas é alguém que esteve nos momentos em que sua filha mais precisou, talvez por isso ela o amava daquela forma. Terminou de se vestir, e quando saiu do banheiro, se assustou com quem viu sentado em sua cama; não esperava vê-lo ali, muito menos sem as crianças. 

    — Que susto, Sasuke. — Colocou uma das mãos no peito. — Por acaso você gosta de fazer isso? 

    — Juro que não foi de propósito. — Se levantou, se aproximando.  

    — Não é o que parece. — Murmura, fazendo ele sorrir.  

    — Bom dia, querida, você por acaso está de mal humor?  

    — Não. — Corou, não só pela pergunta, mas também pelo “querida”. — Só é estranho dormir aqui. — Mordeu o lábio. — Cadê Daisuke e Mayu? 

    — Desceram. Já estão todos acordados, e eles estão com fome, então... 

    — E você está aqui? Vão desconfiar. 

    — Fica tranquila. Para todos os efeitos, eu estou dormindo ainda, e você está se arrumando. — Ela fez um biquinho. — Até quando você acha que eles não vão perceber? 

    — Espero que por mais algumas semanas. — Ela se arrepiou inteirinha quando sentiu o corpo dele próximo ao dela. 

    — Esse vestido combinou com você.  

    — Eu também gostei. — Colocou as mãos nos braços dele. — Você ainda tem roupas aqui?  

    — Acredita que eu havia esquecido duas camisas e duas bermudas na minha gaveta? — Arqueou as sobrancelhas. — Ou foi minha mãe que escondeu? — Ele ouviu a namorada rir. — Ela não queria nem que eu fosse embora. É possível. 

    — Você pensa tão mal da sua mãe. 

    — Ah, você não conhece a peça muito bem, Sakura. Minha mãe me faz chantagem até hoje. 

    — Oh, então é mesmo de família, né? — Ele riu. — Agora eu entendi de onde você e seu irmão pegaram isso..., da sua mãe. — Ela colocou uma das mãos no queixo, pensativa. — Será que isso é contagioso? 

    — Contagioso? — Ele enlaçou a cintura dela e colou seus corpos. — Isso eu não sei, mas definitivamente posso dizer que seus lábios são viciantes. 

    — Estamos falando de você, não de mim. — Diz corando. Ele deu de ombros. 

    — Para mim não faz diferença. — Sorriu de lado.  

    — Deveríamos descer, estamos demorando demais. E se vierem atrás de um de nós, Sasuke? 

    — Tudo bem. – Ela se soltou dele, mas ele a segurou pelo braço antes que ela desse muitos passos para longe, colando seus corpos novamente. – Antes...  

    A beijou, e Sakura não pôde deixar de corresponder. A mão direita foi em direção aos cabelos negros, onde começou a emaranhar os dedos de forma lenta, de um jeito que Sasuke gostava, apesar de ela não saber. Sua outra mão estava no braço forte. Ela sentia as duas mãos dele em sua cintura, firmes, acariciando-a por cima do tecido vez ou outra. Eles sabiam que deveriam se afastar, mas quem disse que conseguiam? O beijo se tornou mais urgente, uma das mãos de Sasuke subiu até o rosto da namorada, a mão dela, que estava nos cabelos dele, fechou em meio aos fios, puxando-os, mas isso não incomodou o namorado. Infelizmente, para ambos, o maldito ar faltou, e eles tiveram que se afastar.  

    — Lembre-se... — Começa, ofegante. — Prometeu dormir lá em casa hoje. 

    — Mas Sasuke... 

    — A culpa não foi minha de você ter dormido aqui, minha mãe me chantageou. — Ela riu. — E você me prometeu. Não me faça ter que usar nossos filhos. 

    — Chantagista. — Dessa vez foi ele quem riu. — Bom, como eu prometi..., e eu sempre cumpro as minhas promessas..., eu fico na sua casa. 

    — Ótimo.  

    — Mas quando formos embora, preciso passar no apartamento para pegar algumas roupas para mim e a Mayu.  

    — Por mim tudo bem.  

    Pegou na mão dela, saindo do quarto, mas antes de chegarem às escadas, ela puxa sua mão, de forma calma, olhando-o. Ela não precisou dizer uma palavra, afinal, ele sabia o porquê daquilo. Ele não se importava em namorar escondido, na verdade, era até legal. Pareciam adolescentes. Ele e Karin nunca haviam feito aquilo. Para ele era algo novo, e muito mais gostoso. Quanto tempo para serem pegos? Ele não sabia, mas se perguntava se sua namorada se fazia a mesma pergunta. Ela passou em sua frente, e foi impossível não olhar para sua bunda. Ele poderia ser discreto, mas como ninguém estava por perto, ele não tirou os olhos dali, até o momento em que eles desceram as escadas. Sasuke tinha certeza de que Sakura havia percebido, era impossível não perceber; afinal olhava fixamente. Mas também não se importava com isso, ela era sua namorada. Namorada. Quem poderia imaginar que um dia, ele, Uchiha Sasuke, estaria namorando? Depois de tudo que aconteceu? Se antes disso tudo acontecer, alguém lhe contasse que namoraria, e mais, com Haruno Sakura, ele acharia essa pessoa muito louca. Ele nunca viu Sakura com esses olhos no tempo da escola, apesar de sempre achá-la muito linda, principalmente por causa do seu cabelo rosado, que era um charme para ela. Mesmo namorando Karin, e nunca ter olhos românticos para mais ninguém, ele achava outras garotas bonitas. Hinata tinha um charme por causa da sua timidez, e aqueles olhos, que ele tinha certeza, muitos se matariam para ter. Ino por ser tão espontânea e animada com qualquer coisa, e ter aqueles longos cabelos loiros e olhos azuis, que pareciam oceanos de tão belos. Todos diziam que Temari era uma versão feminina sua, isso era um charme na opinião de deles, e Sasuke não poderia concordar menos. Tenten, que apesar de alguns sempre criticarem por ela gostar de esportes masculinos, ele gostava desse jeito dela, para ele, esse era o charme da morena; cada uma delas, prontas para ajudar qualquer um; isso lhes dava uma beleza diferente. E claro não poderia faltar Sakura, sua oficialmente namorada. Ela tinha uma beleza exótica. O modo como gesticulava, o jeitinho doce, carinhoso e aberto de falar com as pessoas, e claro, os lindos e perfeitos olhos verdes esmeralda e seus longos cabelos rosados. Muitos achavam estranho naquela época, ele não. Ele achava perfeito para o rosto branco demais, e combinavam perfeitamente com os olhos que apenas 2% da população mundial possuem. 

    — Bom dia, irmãozinho..., quase cunhadinha. — Sakura corou, e desviou os olhos do “cunhado”. 

    — Itachi, você às vezes é tão idiota.  

    — Nossa, que tal um “Bom dia, irmão, como foi sua noite?” — Sasuke o fuzilou, o que fez Shisui rir. 

    — Deixem seu irmão e Sakura em paz. — Itachi bufou. 

    — Obrigado, mãe. – Sasuke beijou os cabelos rosados de Mayu, que estava sentada ao lado de seu filho. – Cadê Yuuki e Akanne? 

    — Dormindo, graças a Deus. 

    — Não ouvimos nenhuma delas chorar. – Sakura comentou, depois de cumprimentar os Uchihas. 

    — Elas andam mais dormindo do que qualquer outra coisa. — Itachi conta. — E eu sinceramente não reclamo. — Os outros riram.  

    — Você é uma preguiça ambulante. 

    — Um dia vai ser você, e aí eu quero ver como vai se sair. – Sakura começou a tossir exageradamente, engasgando com o suco que tomava. Cada um dos presentes olha para ela. Sasuke a olhou, e sabendo o problema dela, deu um sorriso divertido. 

    — Você está bem, querida? 

    — Uhum. — Tosse mais duas vezes. — Engasguei. — Explica em sussurro. 

    — Engasgou? — Itachi pergunta, desconfiado. — Tem certeza? Ou foi por que... 

    — Mãe o que a senhora decidiu fazer para o almoço? — Sasuke interrompe o irmão, querendo ajudar a namorada, e ela o agradece com os olhos.  

    — Ahmmm..., estava pensando em algo simples. Arroz branco, feijão, bife à milanesa, e salada. – Responde. – Por que? 

    — Nada. — Balança a cabeça.  

    — Avô, o senhor não acha que Sasuke está diferente? — Os irmãos se olharam. Sasuke tinha o cenho franzido. Onde seu irmão queria chegar? 

    — Itachi, deixe seu irmão em paz. 

    — Ah, avô, o senhor está sempre protegendo seu netinho. — Os outros seguram uma risada. — Assim não tem graça. Além disso, o senhor mesmo fez aquelas perguntas... 

    — Perguntas essas, que deveríamos esquecer, não acha? — O irmão o interrompeu. 

    — Irmãozinho, olha para a minha cara, e veja se eu me esqueço do vovô colocando você na berlinda? — Shisui acompanhou o primo na risada. 

    — O nosso avô percebeu o mesmo que nós, em menos de um dia. 

    — Foi praticamente impossível não ver. 

    — Avô. — Os outros riram. 

    — Do que estão falando? — Obito pergunta. 

    — Do Sasuke estar... 

    — Cala a boca, Itachi. — O corta. — Mas o dia nem começou e você já está falando pelos cotovelos. — Todos à mesa riram, e Itachi bufou. — Ninguém quer saber sobre a minha vida, só você, que é um fofoqueiro. 

    — Fofoqueiro não. Isso aí já é humilhação. — Os outros voltam a rir. — Eu só gosto de cuidar da vida do meu irmãozinho. Fala aí, Shisui, você não concorda comigo? — Sasuke revirou os olhos. 

    — Com certeza. Se você não cuidar, quem vai? — E novamente, todos caiam na gargalhada. As crianças não entendiam nada, estavam totalmente confusas.  

    — Vocês dois são insuportáveis. 

    — Mas você não vive sem nós. 

    — Como é que está sua vida romântica? — Sakura engoliu em seco. Ele tinha que perguntar? Não podiam falar sobre outra coisa? Itachi olhou para Sakura de soslaio, diferente de sua noiva e prima, que olhavam para ela fixamente. 

    — Como é que anda a sua? Tenho certeza de que você não sabe o que é namorar, desde que sua filha nasceu. — Shisui gargalhou. — Muito menos você. — O primo bufou, parando de rir. — Vamos cuidar da própria vida? 

    — Sakura. — Ela se assustou quando foi chamada por Itachi. — A sua vida romântica..., como ela está? — Ela corou. 

    — Itachi. — A esposa o repreende. 

    — Tão inconveniente. — Sasuke diz. — Deixe-a em paz. 

    — Okay, okay... – Bufou. – Pelo jeito não mudou nada. Vocês dois são uma decepção para a humanidade. – Shisui, Izumi e Yumi seguram uma risada. Os mais velhos balançam a cabeça. 

    — Nem parece filho do seu pai. — Sasuke concordou com o tio Obito. 

    — Sobrinho, você está envergonhando a rosada. — Mesmo sabendo que falavam dela, sua atenção estava voltada nas crianças ao seu lado. — Como é que você saiu dos seus pais? — Sasuke riu.  

    — Eu me pergunto isso todos os dias, tio Izuna. 

    — Fugaku, tem certeza de que você e Mikoto não o adotaram? — Sasuke gargalhou. 

    — Poxa, tio, magoou. – E tanto os adultos, quanto os mais jovens começam a rir. 

    **--** **--** 

    Assim como haviam combinado, o casal foi para casa após o almoço em família na mansão Uchiha. Sasuke passou no apartamento da namorada, para que ela pegasse o que ela e Mayu precisariam, e depois foram direto para o condomínio. Aquela ideia tinha sido uma animação para as duas crianças, que pareciam estar ligadas no 220. Mayu estava com febre, mas ela se sentia bem, para o alívio de ambos os adultos. Ela estava rindo, brincando, se divertindo, e até mesmo pulando, mesmo não estando tão bem quanto aparentava. Sakura se perguntava quanto tempo a filha continuaria daquele jeito. Assim como ela, Sasuke se perguntava o mesmo. Mayu estava bem, mas começava a apresentar cansaço quando chegaram em casa. Mesmo depois de oferecer hamburguer, ela não quis. Isso foi uma preocupação a mais para a mãe da garotinha.  

    Enquanto Sasuke dava banho nas crianças, Sakura tomava seu próprio banho. Passava das 14h30, e ela não achava que demoraria para que as duas crianças pedissem por comida. Ela já pensava em um lanche fácil, prático e que não fosse muito calórico. Além disso, pensava em algo que a filha comeria sem reclamar. Quando saiu do banho, o namorado ainda estava com Daisuke e Mayu, mas isso ela já esperava. Era sempre a mesma coisa. Eles deveriam estar dando banho nele também. Riu com o pensamento, seguindo para o quarto ao lado, o de seu “enteado”. Ao entrar, encontrou Daisuke e Mayu em pé, em cima da cama, enrolados em uma toalha com toquinha; verde e rosa, respectivamente; e o moreno, que estava frente a eles, sem camisa; ela até ficou sem ar. Era a primeira vez que o via sem camisa, e era uma tentação. Sasuke percebeu a presença dela, e ela fingiu não estar olhando para o tanquinho sarado do namorado. 

    — Vocês ainda estão de toalha? — Colocou a mão na cintura.  

    — Acredite, fiquei até agora a pouco tentando dar banho nesses dois..., e acabou que eu tomei mais banho que eles. — As duas crianças riram. — Dessa vez eu tirei a minha camisa. — Diz olhando para a namorada, que riu. 

    — Pensei que você nunca pensaria nisso. — Se aproximou deles. — Vamos lá, vou ajudar a se vestirem.  

    — Eu separei a roupa. — Sasuke aponta para as peças em cima da cama. — Mas eles não param de pular.  

    — A gente não quer dormir. 

    — É. Queremos assistir TV. 

    — Quando precisamos que eles durmam a tarde, eles não querem. – Sakura riu ao ouvir seu sussurro. – Tudo bem. Escolham um filme. – Ficaram animados imediatamente.  

    — Deixa-me ver... — Colocou a mão na testa da filha, mas ela não tinha mais febre. Sakura franziu o cenho. Sua filha não havia tomado remédio algum. 

    — Eu também estranhei. Não dei remédio a ela. — Diz, ao ver o olhar da namorada sobre si. 

    — Eu ainda estou com frio.  

    — Então me deixa te vestir. 

    Sasuke vestiu o filho, e Sakura a filha. Colocaram algo mais quente em ambos, já que o tempo voltava a esfriar. Eles ouviram as gotas da chuva bater contra o vidro da sacada do quarto de Daisuke. Assim que terminaram, Sasuke foi buscar um colchão para colocar na sala, como sempre fazia durante a tarde, e Sakura desceu com as crianças, deixando-as no sofá, já que estavam descalças, e se aproximando da TV, colocando o filme escolhido. Ao chegar à sala, ele encontrou sua “família” sentada no sofá, assistindo “O Rei Leão”; a rosada no meio das crianças. Ele colocou o colchão em frente ao sofá, e não demorou um segundo para seu filho e enteada, se jogarem nele, se deitando, já cansados. Ele sabia que não iria demorar para eles capotarem, mesmo dizendo que não queriam dormir. Até mesmo sua namorada sentia sono, pois a viu bocejar com a mão tampando a boca. Ele sentou-se ao lado dela, passando o braço ao redor de sua cintura, trazendo-a para mais perto de seu corpo. 

    Não demorou muito para que cada um deles caíssem no sono. Primeiro as crianças, depois a rosada e em seguida o moreno. Por terem acordado cedo, por conta do café da manhã em família, eles estavam exaustos. Mesmo sabendo que seus filhos poderiam acordar, e consequentemente, verem como estavam, acarretando a perguntas sobre eles estarem dormindo abraçados, nenhum dos dois se preocupou com aquilo. Não naquele momento. Era a primeira vez que dormiam daquela forma. A primeira vez que dormiam, tão perto um do outro. Mesmo namorando com Sasuke, Sakura continuava a dormir no quarto junto da filha, e de Daisuke, que passava para a cama delas de madrugada. Os dois estavam vivendo uma experiência nova, e para eles, era algo bom. Uma sensação boa, que eles jamais imaginaram que poderiam sentir, não depois de tudo que passaram. Sabe quando dizem que as vezes, sentimos aquele amor de adolescente? Bom, o casal estava sentindo isso. Cada sensação, cada beijo, cada abraço, cada sorriso, era como se eles fossem adolescentes novamente. E essa era uma sensação que parecia que não passaria nunca. 


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