Seize The Day

  • Gabbysaky
  • Capitulos 28
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 17 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 23

    Tempestade

    Hentai, Linguagem Imprópria, Sexo

    Boa Leitura

    Sasuke estava preocupado com Daisuke, Sakura e Mayu, que estavam sozinhos em casa. Para piorar, começou os raios e os trovões extremamente fortes e altos; ninguém conseguia ter sinal no celular. Deixando-o mais preocupado do que já estava, o balançar da casa indicava um terremoto grau baixo. Ele queria ir para casa, mas sabia que seria perigoso. Hinata tentava acalmar os filhos, enquanto Naruto e Sasuke ficavam na sala, conversando. O primeiro tentava distrair o amigo, mesmo que fosse impossível. Ele também estava preocupado com Sakura e as crianças, e podia entender o desespero do amigo. Era a primeira tempestade do ano. E se Sakura não estivesse preparada? E se algum deles se machucar? Eram muitos “se” passando pela cabeça do Uchiha, mesmo que ouvisse o amigo falar sobre a gravidez de Temari. Sasuke em algum momento ouviu a palavra “gêmeos”. 

    — De novo? – Pergunta olhando nos olhos do amigo que tinha um sorriso. 

    — Pois é. E Shikamaru está surtando duplamente. 

    — Como assim? 

    — Duas meninas. – Mostrou dois dedos da mão direta.  

    — Ah. – Riu. – Mas foi de tanto ele reclamar de que se viesse menina, seriam problemáticas como Temari. 

    — Foi o que eu disse para ele. – Conta rindo. – Ele mandou eu me ferrar. 

    — Quando foi que descobriram isso? 

    — Ontem. Olha a coincidência, teme..., eu fui levar a Hina para fazer a ultra, e quem encontro? Shikamaru e Temari saindo da sala da médica.  

    — Por isso você está sabendo primeiro. – Naruto assentiu.  

    — Eles querem fazer um almoço na casa deles para contar a novidade. 

    — E você para estragar a surpresa, já abriu o bico, né? Se você não fizesse isso, não seria você. 

    — Para de ser rabugento, teme. – Bufou. – Estou te dando a novidade de primeira mão.  

    — Fofoqueiro. – Naruto abriu a boca para falar, mas o estrondo forte do raio o interrompeu. – Isso aí é um sinal, Naruto. 

    — Sinal? –Pergunta, confuso. 

    — Sinal de que você não deve retrucar, porque eu estou certo. – Naruto o fuzilou, mas Sasuke não se importou. 

    Naquele momento de silêncio, Sasuke voltou seus pensamentos para as pessoas que estavam em seu apartamento, se perguntando se estavam bem. Mesmo em meio a conversa com o amigo, a preocupação não havia o deixado. Naruto percebeu que o amigo havia voltado os pensamentos para Sakura e as crianças. Ele queria poder fazer alguma coisa para deixá-lo menos preocupado, mas não tinha como sair de casa, e o sinal de celular continuava do mesmo jeito. Tanto Sasuke quanto Naruto esperavam que Sakura, Daisuke e Mayu estivessem bem, e a salvo.  

    **--** **--** 

    Quando Sakura percebeu a tempestade chegando, ela começou a fechar todas as janelas do apartamento e as portas das sacadas. Ela estava sozinha com as crianças, já que Sasuke tinha ido trabalhar. Pensar nisso fez com que ela também se preocupasse com ele e seus amigos. Com a tempestade que estava pra chegar, ela não sabia se eles ficariam a salvo mesmo dentro do prédio da empresa. Quando a tempestade chegou, Sakura ainda desligava tudo que estava na tomada, para que nada estragasse, ou pior, pegasse fogo. Um trovão soou alto e forte, e ela ouviu o grito das crianças que estavam na sala. Eles estavam assustados, e não era para menos, ela mesmo odiava aquelas tempestades. Teve certeza de que estava tudo desligado e fechado na cozinha e desligou a luz, que ela teve que acender por causa da escuridão que tomou a cidade inteira. Pegou uma vela e o fosforo. Logo estaria tudo um breu, e aquela vela poderia ajudar um pouco. Caminhou para a sala, e encontrou Daisuke e Mayu abraçados, sentados no colchão que havia colocado ali a poucos minutos. Pegou o edredom de casal que estava sobre o sofá, o abriu e jogou sobre as crianças.  

    — Sakura,  com medo. – A voz de Daisuke soou baixa, mas a rosada conseguiu ouvir. Pela primeira vez depois de meses, ela ouve a palavra "tô" ao invés de "estou". 

    — Eu tamém, mamãe. – Ela tinha os olhinhos lacrimejados. O mesmo acontece com sua filha, mas ela não corrige nenhum dos dois. 

    — Nós vamos ficar bem. – Se sentou no meio das crianças, quando elas lhe deram espaço, e foi abraçada em seguida, por ambas.  

    — E o papai? – Ele a olhou.  

    — Ele deve estar bem.  

    — Mas ele foi trabalhar..., e se acontecer algo com meu pai? 

    — Não vamos nos preocupar, está bem? Ele já deve ter chego na empresa á muito tempo. — Daisuke assentiu. — Vamos ficar aqui, quietinhos, até que a tempestade... – A frase dela foi cortada quando as coisas da casa começaram a tremer. – Oh, não. – Ela tinha pedido tanto que fosse apenas uma tempestade. As crianças apertaram ela ainda mais. 

    — Sakura/Mamãe. – Dizem chorosos.  

    Sakura ouviu algumas coisas caindo, o barulho que vinha do lado de fora fazia com que as crianças temessem ainda mais. Raios, relâmpagos e trovões era o que assustava as crianças, além da baixa intensidade do terremoto que fazia a casa inteira tremer. Eles choravam, e Sakura não sabia como acalmá-los. Ela mesma odiava aquelas tempestades. Eles gritaram quando tudo começou a tremer mais forte. Sakura apertou os braços em volta deles, e fechou os olhos. 

    — Vamos ficar bem. – Sussurrou. Daisuke e Mayu, ao mesmo tempo, esconderam o rosto no corpo de Sakura.  

    — Estou com medo. / Eu quero o papai. – Sussurram juntos. Sakura passa as mãos nas costas de ambos, tentando acalmá-los. Sussurrando palavras para tranquilizá-los. 

    A tremedeira parou e Sakura abriu os olhos, diferente das crianças que continuavam como estavam. A tempestade parecia ficar cada vez pior, e Sakura se perguntava se teria que aguentar aquilo por toda a noite. Ela pedia aos céus que não. Pedras de gelo batiam contra as janelas, fazendo um barulho insuportável, mas não era pior que os trovões, os raios e o terremoto.  

    — Sakura, tá escuro. – Daisuke diz, com a voz tremendo. 

    — Eu sei, querido, mas não podemos acender a vela, seria muito perigoso. – Ele assentiu. – Não precisa ficar com medo. Nenhum dos dois precisam. – Olhou do menino para a filha. – Logo a tempestade vai passar. – Eu espero, ela pensou. – Enquanto não passa..., que tal eu cantar? – Os dois olham nos olhos verdes da rosada, assentindo.  

    Sakura começa cantar a música "Safe & Sound feat. The Civil Wars". Ela adorava aquela música. As crianças fecharam os olhos, enquanto ouvia Sakura cantar. Mesmo com os sons explosivos que vinham do lado de fora, e as pequenas tremedeiras que davam por algumas frações de minutos, Sakura não parou de cantar. As crianças pareciam mais calmas, ouvindo sua voz, por isso não deixou que os raios, os trovões, as coisas caindo no chão, se quebrando, ou até mesmo o granizo batendo contra a janela, a distraísse. Quando Sakura terminou de cantar: "The Civil Wars - Poison & Wine", finalmente a tempestade começou a ficar mais calma, as tremedeiras tinham parado, e os granizos não mais batiam contra as janelas. As crianças não saíram de perto dela, mesmo que estivessem mais calmos. Sakura continuava a acariciá-los. Passaram alguns minutos daquele mesmo jeito, com Sakura cantarolando, quando ouviram o barulho da porta. 

    — É o papai. – Ele olha para a Sakura. 

    — Sim, com certeza é o seu pai, querido. – Ele parecia aliviado.  Assim como ela, ele tinha ficado preocupado com o pai. 

    — Sakura, Daisuke, Mayu. – Sasuke chama, entrando no apartamento. Ele suspirou aliviado quando viu que estavam todos bem, quando entrou na sala.  

    — Papai. – O menino correu para o pai, que o pegou no colo. – Estava assustado. 

    — Eu sei. – Sussurrou. – Estão bem, certo? 

    — Sim. Estamos bem, graças a Deus. – Passou a mão nos cabelos da filha.  

    — Eu fiquei preocupado. 

    — Nós também. Você estava na empresa? 

    — Não. Eu tinha acabado de chegar no Naruto para pegar um documento quando a tempestade começou. Achei melhor ficar por lá. 

    — Fez muito bem. Seria muito perigoso se estivesse na rua. – Ele assentiu. – Você sabe dos outros? 

    — Estão todos bem. Eu consegui ligar para o Itachi, ele está indo para a casa dos meus pais, e estão bem também. – Ela assentiu, agradecendo mentalmente por todos que conhecessem estarem bem. 

    — As ruas devem estar destruídas. 

    — Estão. Tem árvores caídas por todo lado. Sem falar nos carros...  

    — Odeio essas tempestades. – Sasuke concordou. Ele também odiava. Olhou em volta, vendo algumas coisas no chão, quebradas. – Algumas coisas quebraram. Provavelmente a cozinha está um caos.  

    — Posso imaginar. – Suspirar. – O que importa é que estão bem. – Olhou para o filho. 

    — Acabou, né, papai? Não vai ter outro, né? 

    — Não, filho. Eu acho que não. – Olhou para Mayu, que abraçava a mãe, forte. – Ela está bem? 

    — Só assustada, não é, filha? – Ela assentiu. – Vocês estão com fome? – Ambos assentiram, então Sakura se levantou, deixando a filha descontente. – Eu vou preparar alguma coisa.  

    — Quer ajuda?  

    — Não. É melhor você ficar com eles. – Sasuke concordou, ao perceber que ainda estavam assustados.  

    — Vamos assistir um filme? – Colocou o filho em cima do colchão, que se sentou. Sasuke se aproximou da TV, ligando-a na tomada e pegando o controle, antes de se sentar no meio das crianças. – O que querem assistir? 

    — Os incríveis 2. – Dizem juntos. 

    — A gente estava assistindo antes de começar a chover forte, tio Sasuke.  

    — Pela internet? 

    — Sakura ligou pelo celular. – Ele assentiu, enquanto pegava o celular, colocando o filme, passando-o para a TV. 

    — Tio Sasuke. – Ele a olhou quando ela o chamou. – Não vai fazer mais aquele balurio feio não, né? – Ele quase a corrigiu pela palavra errada, mas decidiu apenas responder, afinal a garotinha estava com medo. 

    — Não. Acabou, Mayu. – Ela assentiu. – Não se preocupe. Vamos assistir ao filme. – Tanto o filho quanto Mayu se encostaram em seu corpo, olhando para a TV. 

    **--** **--** 

    Sakura lava a louça suja, enquanto Sasuke estava com as crianças. Eles Tinham tomado banho, já que o tempo ainda estava muito frio, e garoava. Ela olhou para a janela à sua frente, e percebeu que a chuva começava a ficar forte, só esperava que não fosse destruidora como a de mais cedo. Daisuke e Mayu já estavam calmos, e nem mesmo se importavam com a chuva que caía do lado de fora, a atenção deles estava na TV. Sasuke tinha aproveitado que eles estavam bem, calmos, e de banho tomado para poder tomar um banho quente também. Assim que saiu do quarto, encontrou a porta do quarto onde Mayu dormia, aberta. Franziu o cenho ao ver Sakura arrumando as coisas da filha, colocando de volta na mochila. Ele não questionaria no momento, mas se ela fosse fazer o que estava pensando, ele não deixaria. Desceu as escadas, e encontrou ambos dormindo. Seus olhos desviaram para o relógio que se encontrava na parede; passava das 19h. Ouviu passos, e se virou, encontrando Sakura com as mochilas nas mãos.  

    — Eu deixei tudo arrumado na cozinha. – Avisou assim que chegou à sala, apoiando as duas mochilas no sofá. – E eu também deixei o pó do capuccino pronto. Daisuke pode querer mais tarde. – Olhou para as crianças, que dormiam tranquilas, uma do lado da outra, no tapete da sala. 

    — Obrigado. — Cruzou os braços. — Você não está indo para casa, está? 

    — Estou.  

    — Sakura, a chuva está forte demais para você dirigir. 

    — Eu aviso quando chegar em casa. — Sasuke arqueou as sobrancelhas, e ela mordeu o lábio. —Eu e Mayu vamos chegar bem. 

    — Você acha mesmo que vou te deixar sair com... — O som do raio cortou o restante da frase dele. — Preciso terminar? — Pergunta, apontando para o clarão que apareceu no céu. Ela suspirou. — A Mayu está dormindo. 

    — Você está jogando sujo. — Ele quase riu. Quase. 

    — Bom, se for para te fazer ficar, eu vou jogar muito sujo. – Ela fez um biquinho, que na concepção de Sasuke, ficou fofo. — Não foi você quem disse que não gosta de dirigir na chuva? — Ela mordeu a parte interna da bochecha, sem poder retrucar. 

    — Tudo bem. — Sasuke descruzou os braços. — Eu fico. — Revirou os olhos. 

    — Como se você tivesse alguma escolha. — Ele caminhou para a cozinha. 

    — Eu tinha sim, okay? Eu podia muito bem pegar minha filha e ir para casa. 

    — Como se eu fosse deixar. – Sakura franziu o cenho. – Nem que eu tivesse que te trancar no quarto, você iria para casa. 

    — Cárcere privado é crime. — Ele riu.  

    — Você seria capaz de mandar prender alguém que está preocupado com a sua segurança e a de Mayu? 

    — Nosso Deus, você é bom em fazer chantagem, hein? – Ele volta a rir, principalmente da feição de indignada que ela fazia. – Isso é de família? 

    — Provavelmente. — Ela sussurrou um “provavelmente nada, tenho certeza”. — Você já deveria ter se acostumado. 

    — Eu acho que nunca vou me acostumar, assim como você não se acostuma em me ver cozinhando. – E ele não pôde retrucar. – Vou entender isso como “você está certa”. – Diz rindo, e ele não pôde deixar de sorrir ao ouvir a risada dela.  

    **--** **--** 

    Itachi e Izumi estavam na casa dos pais de Shisui, que também se encontrava lá. Ele e a esposa tinham ido visitá-los, e aproveitaram para chamar Itachi e Izumi para almoçarem com eles, que aproveitaram para falar sobre a data escolhida para o casamento. Acabou que ninguém pôde ir para casa por causa da tempestade. Obito e Rin, preocupados com a segurança deles, pediu para que ficassem até que a tempestade passasse, pelo menos. Além disso, eles sentiam saudades dos tios. Depois que Akanne nasceu, eles estavam se vendo menos, já que Itachi não estava indo ao trabalho para poder ajudar a noiva com a filha deles. Mesmo com a tempestade destruidora que caía do lado de fora, as bebês dormiam tão tranquilas, que deixavam os pais e os “avós” surpresos. Passava das 17h quando Itachi e Izumi receberam a ligação dos pais, que estavam preocupados. Sasuke também estava bem, e já estava chegando em casa, quando ligou para seus pais. Como a tempestade havia passado, e apenas garoava, eles decidiram dormir na mansão Uchiha, afinal, era mais perto da casa onde estavam, do que onde moravam. Shisui e Yumi decidiram ficar por ali mesmo. Antes de decidirem ir para casa, o primo pediu para que ficassem um pouco mais, pois tinha algo para falar com os “noivos”. Rin e Obito tinham deixado os mais jovens conversando, enquanto que a primeira ia à cozinha, e o segundo ia atender uma ligação importante.  

    — Eu estava pensando... – Shisui começa, sentando-se de frente para os primos e ao lado da esposa. – Meu primo disse que vai entrar sozinha, Izumi... Mas o que acha do meu pai te levar até o Itachi? – Izumi se surpreende com a ideia. 

    — Como?  

    — Meu pai não se importaria de fazer isso. – Itachi olhou para a noiva, desviando os olhos para o primo segundos depois. 

    — Acha mesmo que não? – Itachi pergunta. 

    — Por que ele iria se importar? Itachi, ele não vai ter a chance de fazer isso mesmo. – Deu de ombros. – Mas a decisão é sua Izumi. 

    — E-Eu não sei... – Gagueja. – E a sua mãe? 

    — Ela te adora, Izumi. – Diz sorrindo. 

    — Eu acho que é uma boa ideia. – Yumi se pronuncia, sorrindo para a amiga. – E você entraria sozinha, então por que não se deixar ser levada por Obito? 

    — Sobre o que estão falando? – Obito entra na sala e olha para os "filhos". 

    — Do casamento. Mais precisamente, pai... – O mais velho se senta na poltrona que fica no meio dos dois sofás. – Sobre a ideia que eu tive de o senhor entrar com a Izumi no casamento. – Obito olhou para o filho, surpreso. – Ela não tem com quem entrar. 

    — Mas e o seu pai, Itachi? Pensei que ele faria isso. 

    — Bom, eu não falei com meu pai, tio. Izumi tinha se decidido que entraria sozinha, então...  

    — Mas o senhor poderia, ou não? – Shisui completa em seguida. 

    — Claro. Se você aceitar, Izumi. – Olha para a noiva do sobrinho. 

    — Mas e a Rin? – Ela volta a perguntar. Estava mesmo pensando em aceitar aquela ideia, afinal, ela sentia um carinho muito grande pelos pais de Shisui. – Eu..., eu penso se ela não ficaria chateada. Vocês tiveram uma filha. 

    — Infelizmente a nossa filha não foi encontrada, e talvez nunca seja. Provavelmente ela já esteja casada... – Apesar de não saber se ela está viva, ele pensa, triste. – Izumi, Itachi passava a maior parte do dia aqui, quando menor. Ele é mais que um sobrinho, ele é como um filho pra mim. – Itachi sorriu para o tio. – Você é a noiva dele, o que te faz minha filha também.  – Izumi se surpreendeu com a afirmação. – Então se Fugaku não se importar, e claro, se você quiser..., eu a levo até Itachi no dia do casamento de vocês. – Ela sorriu, principalmente pela forma que toda a família do noivo a tratava. Em especial Obito e Rin. 

    — Então eu aceito que entre comigo. 

    **--** **--** 

    Itachi recebeu uma ligação da mãe, pouco antes de sair da casa do primo. Ela chamava o filho mais velho a jantar com ela e o marido. Ele imaginou que a mãe estaria com saudades, já que ele estava passando muito tempo em casa por causa de Akanne, e por isso aceitou jantar com ela, depois de falar com a noiva, claro. Perguntou pelo irmão, mas a mãe explicou que Daisuke tinha feito planos com Sakura, e isso alegrou Itachi. Ele gostava cada vez mais do carinho de Daisuke por Sakura, ele nem mesmo fazia de propósito, mas estava fazendo com que o pai ficasse mais próximo a rosada. E isso era ótimo, na opinião de Itachi. Por mais que o irmão precise pensar sobre o que estava sentindo, Itachi achava que ele precisava dar um passo, e se não fizesse isso sozinho, que fosse com uma pequena ajuda do filho, mesmo que o garotinho não soubesse que estava ajudando. Foi recebido pelos pais, e Mikoto acompanhou a nora até o antigo quarto de Itachi, para colocar a filha no antigo berço do pai. Quando Itachi teve uma oportunidade, ele falou com o pai sobre Obito levar Izumi ao altar, esperava que o pai não achasse ruim. Ficou surpreso ao ver o pai sorrir, assim como Izumi, que assim como o noivo, não desviou os olhos de Fugaku.  

    — Então o senhor não se importa, pai? 

    — Claro que não. Se vocês decidiram assim, e juntos..., tudo bem.  

    — Estou surpresa que Shisui tenha tido essa ideia. Ainda mais porque ele já sabia que você havia decidido que entraria sozinha, querida. 

    — Por isso ele teve essa ideia, minha sogra. 

    — Shisui também pensou que o pai ficaria feliz em fazer isso. 

    — E como não ficaria? Obito perdeu a filha, ele não terá essa chance. Bom, pelo menos não com a filha dele. – Fugaku sorriu para a nora que sorriu de volta. 

    — Tio Obito ficou surpreso, mas logo deu para perceber a felicidade dele.  

    — Eu até comentei sobre Rin ficar chateada, afinal ela ainda tem esperanças de encontrar a filha, mas... 

    — Ela nunca ficaria chateada, querida. – Mikoto sorriu para a nora. – Ela sente um carinho especial por você. Diferente do que sente por Yumi. 

    — Isso me incomoda um pouco. – Itachi olhou para a noiva, enquanto os pais franziam o cenho, não entendendo o porquê ela dizer aquilo. 

    — Por que? – Mikoto quem pergunta. 

    — Porque a Yumi é a nora dela. 

    — Ah, ela não gosta mais de uma que de outra, querida. – Mikoto explica sorrindo. – Ela sente um carinho diferente por vocês duas, mas não maior por uma que por outra. – Izumi assente, compreendendo o que a sogra queria dizer. 

    — Talvez por você e a filha dela terem olhos tão parecidos. – Fugaku comenta em seguida. 

    — Itachi já me disse isso uma vez.  

    — É a mesma cor. – O noivo diz. – Na primeira vez que a vi..., fiquei surpreso, porque são poucas as pessoas que tem esses mesmos olhos. Tem um..., brilho diferente. – Os pais concordam. 

    — Mudando um pouco de assunto... – Mikoto começa, fazendo com que os filhos e o marido olhassem para ela. – Vocês já decidiram quem entrará com Sasuke? 

    — Verdade. – Fugaku diz, balançando a cabeça, em seguida. – Vocês disseram que Shisui e Yumi seriam um dos casais de padrinhos..., mas e seu irmão? – Izumi e Itachi tinham decidido sobre aquilo desde o primeiro noivado. Não tinham comentado com ninguém, mas haviam combinado de ir fazerem o convite no final de semana. Eles tinham certeza absoluta que ela seria aceita por toda a família, em especial, por Mikoto e Fugaku.  

    — Nós já temos esse alguém desde o primeiro noivado. – Itachi diz, sorrindo para a esposa que devolvia o sorriso. 

    — E quem é? – Os pais perguntam juntos. Mikoto, muito curiosa, e Fugaku, desconfiado de quem seria. 

    — Haruno Sakura. – O casal diz juntos, sorrindo para o casal à frente deles. 

    **--** 

    Sasuke passou pelo quarto do filho, sabia que ele ainda dormia. Deu dois passos para trás, e abriu a porta, não o encontrando. Arqueou as sobrancelhas, estranhando aquele fato. Sasuke então se lembrou de que eles tinham duas visitas dormindo ali, e por isso se aproximando da porta do quarto de Mayu, abriu a mesma devagar, tentando não fazer muito barulho, e então seus olhos encontraram seu filho. Sorriu de lado ao ver que ele dormia com a cabeça entre a curva do pescoço de Sakura, e mantinha as pequenas mãozinhas enroscadas nos cabelos rosados. Já Mayu, tinha a cabeça apoiada no peito da mãe, e sua mão esquerda, estava pousada na barriga da mesma. E Sakura, ela tinha os braços em volta dos corpinhos de ambas as crianças. Sasuke não estava surpreso por encontrar seu filho naquele quarto, afinal, com Sakura dormindo ali, já era de se esperar. Sabia o quanto o filho amava a rosada e a filha da mesma. Os olhos dele brilhavam quando Sakura chegava para cuidar dele, e ele era todo preocupado com Mayu, principalmente depois que ele soube que a garotinha estava doente.  

    Sasuke já estava acostumado em ter a presença de Sakura no apartamento. Se acostumado com as risadas dela e das crianças, de seu carinho até mesmo para com ele, dos sorrisos rotineiros, de vê-la preparar as refeições, de vê-la brincar ou ler um livro para seu filho e a filha dela. Aqueles momentos, mesmo que corriqueiros, eram bons. Ele gostava de tê-la por perto, mesmo que aquilo significasse que não teria mais as lembranças com Karin. Era aquecedor trabalhar o dia inteiro, e no fim do dia, presenciar momentos familiares, ao chegar em casa. Momentos entre ela, Daisuke e Mayu. Ele gostava daquilo. Depois que Karin morreu, Sasuke se afundou na tristeza, na amargura e na culpa, mesmo prometendo que seria um ótimo pai para Daisuke. Ele jamais imaginou que um dia, ele sentiria por outra pessoa, o mesmo que sentia por Karin. Na verdade, ele prometeu a si mesmo que nunca mais teria um relacionamento amoroso com outra mulher. Que seria ele e Daisuke, apenas. Mas olha como o destino é. Tudo o que ele jamais imaginou que faria, estava acontecendo. Ele estava completamente apaixonado por Haruno Sakura. Não. Não era apenas paixão. Ele a amava, e com isso ele já tinha se conformado. Ainda olhando para Sakura, Daisuke e Mayu, ele fechou a porta de vagar, e desceu as escadas. No mesmo momento em que chegava à sala, ouviu a campainha tocar. 

    — Olá, irmãozinho. – Cumprimenta com um sorriso.  

    — Itachi? – Arqueou as sobrancelhas, mas o deixou passar com a noiva ao seu lado. – Oi, Izumi. Como vai? 

    — Vou bem. – Sorriu. – E você? 

    — Estou bem, mas confuso. O que vieram fazer aqui a essa hora? — Eles sorriram ao ver Sasuke pegar na mãozinha da sobrinha e em seguida lhe dar um beijo na bochecha. 

    — Você acordou agora? – O irmão bufou, desviando os olhos de Akanne. – Eu vim aqui para almoçarmos juntos. E só para deixar claro, já passa das 10h da manhã. 

    — Mesmo? – Pergunta surpreso. – Eu nunca dormi tão tarde assim. 

    — Talvez porque a noite tenha sido boa. – Sasuke revirou os olhos. 

    — Itachi. – A noiva o repreendeu. – Desculpe, Sasuke, mas você conhece seu irmão. 

    — Ah, eu já estou vacinado, Izumi. – Apontou para que sentassem, e eles o fizeram. Sasuke fez o mesmo em seguida, na poltrona do lado do sofá. 

    — Cadê meu sobrinho? 

    — Dormindo. Com a tempestade que deu ontem, Sakura ficou aqui com a Mayu. – Itachi sorriu. – E ele dormiu com elas.  

    — Eu acho tão fofo o carinho que o Daisuke sente por Sakura e Mayu.  

    — Realmente. – Sasuke teve que concordar. – Ele ficou todo animado quando soube que Sakura dormiria aqui.  

    — E você? – Sasuke arqueou as sobrancelhas, confuso. – Gostou disso também? – Sasuke passa a mão na testa, pensando que não deveria se surpreender com aquela pergunta. – Ah, irmãozinho, não diga que não. Você já disse para ela... 

    — Itachi, vamos esquecer esse assunto? – O cortou. 

    — Não. Eu quero saber se conversaram depois do Natal. – Izumi olhou do marido para o cunhado. Ela também estava curiosa, afinal Sakura tinha falado sobre o beijo que aconteceu no Natal. 

    — Não. Não conversamos. – Itachi balançou a cabeça. 

    — Vai continuar do jeito que estão, então? 

    — Sabe o que eu acho? – A voz de Izumi se fez presente, e os irmãos a olharam. – Que você e Sakura deveriam conversar. Vocês se beijaram, pela segunda vez, e não vão se resolver? Vocês dois são muito complicados. – Itachi sorriu com a forma que a noiva disse. – Vocês até mesmo tiveram um encontro... 

    — Graças a mim. — Interrompeu a esposa, e Sasuke revirou os olhos chamando-o de “convencido”.  

    — Vocês se divertiram nesse encontro. – Continuou. Sasuke não pôde descordar. – Você gosta dela e ela gosta de você, então o que estão esperando? 

    — Viu? Até minha noiva concorda comigo.  

    — Sakura está insegura em dizer o que sente, por isso ela fica fugindo de você. – Sasuke deu um suspiro alto, se encostando no encosto do sofá.  

    — Acredite, eu não sei se estou pronto para dizer sobre o que sinto a ela.  

    — Tudo bem, irmãozinho, nós entendemos. Mas você não precisa continuar assim. Dê um passo para frente, e construa seu futuro. Você e Sakura passaram por coisas horríveis. Você perdeu a Karin, ela viu sua vida desmoronar quando viu o noivo com outra..., vocês merecem ser felizes. Não acha que está na hora de dizer o que sente? Principalmente quando sabe que ela sente o mesmo?  

    — Nunca me senti tão inseguro. Isso nunca me aconteceu antes. 

    — Para tudo tem uma primeira vez. Tudo bem, isso às vezes acontece. – Sasuke assente. – Mas irmão, você está preso nessa..., insegurança. Vai deixá-la ganhar? 

    — Você..., podia dizer para ela o que está sentindo. Ela ainda acha que você ama a Karin, Sasuke. – Sasuke olhou para a Izumi, ele sabia que ela estava certa, afinal, Sakura havia lhe dito aquilo no natal.  

    — Ele sabe, afinal ela disse isso para ele, não é, irmãozinho? 

    — Ela me disse também que não sabe dos seus reais sentimentos. – Itachi observa a face pensativa do irmão. — Eu posso estar me metendo demais, mas... 

    — Não, eu não me importo, Izumi. 

    — Então ouça minha noiva. Diga logo para a rosada tudo o que está sentindo, vai se sentir melhor, tenho certeza. – Eles ouvem passos, e olham para a escada.  

    — Bom dia. 

    — Boa tarde, né? – Sakura corou. 

    — Itachi! – A noiva o repreende. – Seja discreto, que horror. – Olhou para Sakura. – Desculpe, Sakura. – Ela balançou a cabeça, não confiando na própria voz. 

    — Daisuke e Mayu acordaram? 

    — Não. Eles continuam dormindo. 

    — Bom, nós viemos almoçar aqui. – Itachi diz. – Mas eu prefiro comida de verdade. – Sasuke o fuzilou e as mulheres riram. – E nós temos um convite. 

    — Convite? – Sakura e Sasuke perguntam juntos, e o casal à frente deles sorriram, ao ver o ocorrido.  

    — Sim. – Izumi responde. – Eu e Itachi viemos aqui porque... – Sorriu abertamente. – Quero que seja minha madrinha de casamento. 

    — O que? – Sakura arregalou os olhos, surpresa. 

    — É. Eu não tenho amigas, só você e a Yumi. – Sakura sorriu, ao ouvir tal afirmação. Achou fofo da parte da futura Uchiha.  

    — Bom, vai ser uma honra. 

    — Ótimo, porque você vai ser o par de Sasuke. – Ambos olham para Itachi surpresos. 

    — Nós... – Ela não consegue terminar a frase. 

    — Como assim, Itachi?  

    — Você é meu padrinho, e eu e Izumi precisávamos de alguém para entrar com você. – Sorriu animado. – Agora nós temos. Os padrinhos serão vocês dois e Shisui e Yumi.  

    Sakura e Sasuke se olharam, mas logo desviaram os olhos. Eles estavam nervosos. Sabiam que Itachi tinha criado um fã clube para poder juntá-los, e isso assustava a ambos. Itachi e Izumi se olharam, eles estavam animados com aquela ideia. Quem sabe no casamento, aqueles dois não se acertavam? Bom, faltava menos de um mês para o casamento deles, então logo eles descobririam como seria. O que eles não imaginavam é que isso poderia acontecer bem antes do casamento. 

    **--** **--** 

    — Então, eu estava pensando..., que tal irmos ver seu vestido no final de semana? – Perguntam quando estavam sozinhas. 

    — Claro, Izumi. Vamos só nós duas? 

    — Não. Yumi também vai. – Sorriu. – Vocês são minhas madrinhas, precisam dos vestidos. E eu sei de um lugar que fazem vestidos lindos. Vai ser no mesmo lugar que eu escolhi o meu vestido de noiva. 

    — Você já escolheu? – Ela assentiu, sorrindo.  

    — E quando eu for fazer a última prova, quero que você e Yumi estejam comigo.  

    — Eu vou adorar. – Diz sorrindo.  

    — Rin e Mikoto também pediram para nos acompanhar, e eu aceitei. Elas estão tão ansiosas por esse casamento quanto eu e Itachi. – Elas riram. 

    — Talvez porque elas queiram muito que Itachi seja feliz, e você é quem faz isso, então...  

    — Sabe, eu queria te fazer um outro pedido. 

    — Claro.  

    — Me empresta sua filha para ser minha noivinha? – Sakura riu. 

    — Izumi, ela vai adorar se vestir de noivinha.  

    — E eu vou amar ter aquela coisa fofa, entrando na minha frente.  

    — Então eu vou levá-la também no sábado. – Izumi assentiu.  

    — Como ela está? – Pergunta, curiosa. 

    — Ela está ficando debilitada. Está fraca, mal tem comido, os cabelos tem caído, pouco, mas tem caído. 

    — Ela vai ficar bem. Eu sinto que..., ela vai conseguir essa medula 

    — Que Deus te ouça. 

    **--** **--** 

    — Izumi gosta muito da Sakura. – Itachi comenta, olhando para as duas mulheres, que conversavam, longe deles. 

    — É, eu percebi. Fiquei surpreso quando ela chamou Sakura para ser a madrinha dela. 

    — Izumi não tem amigas, então... – Sasuke assentiu. – E eu gosto disso. Faz Sakura ficar ainda mais perto da família. 

    — Vai começar? 

    — Estou dizendo que mais cedo ou mais tarde, você vai se conformar com seus sentimentos, e então Sakura e Mayu farão parte da família. 

    — Primeiro, eu já me conformei. E segundo..., como tem tanta certeza disso? 

    — Fico feliz em ouvir da sua boca, que se conformou. – Diz sorrindo. – E eu tenho certeza, porque eu sei como você a olha, sei o que sente por ela, e ..., eu sei que você vai pensar muito no que eu disse. – Sasuke não respondeu. – Mudando de assunto, eu quero avisar, mesmo que provavelmente você já saiba, que Daisuke será o pajem. 

    — Eu imaginei. 

    — E ele entrará ao lado da Mayu. 

    — Mayu? – Sasuke o olha, surpreso. – Mayu vai ser a noivinha? 

    — Izumi deve falar com Sakura sobre isso antes de irmos embora, isso se ela já não falou. – Diz sorrindo. – Nós não temos meninas do tamanho do Daisuke na família, Sasuke. O tio Izuna não tem filhos até hoje, o pai não teve filhas, você só tem Daisuke... 

    — É, eu entendi o quis quiser. – Revirou os olhos. – Bom, ela vai gostar.  

    — E você? Gostou de ter Sakura como par? 

    — E você voltou ao assunto de antes. – Murmura, nada surpreso. 

    — Eu sou o líder do fã clube, se esqueceu? 

    — E eu ainda me pergunto o que raios você e aqueles palermas dos meus amigos tem na cabeça. 

    — Queremos vocês dois juntos, e felizes. – Deu de ombros, sorrindo. – Isso é tão ruim assim? 

    — Eu não disse isso, Itachi.  

    — Ora, eu sei disso. – Sasuke não respondeu, sabendo que o irmão tinha feito aquilo para provocá-lo. – Espero que você ouça os seus fãs, e construa seu futuro, de preferência com a rosadinha. – E novamente o irmão não responde, sabendo que seria impossível rebater aquela frase.  

    **--**  

    Sakura e Yumi terminam de se vestir, depois que a costureira pega suas medidas. Apenas elas haviam acompanhado Izumi na boutique. Mikoto e Rin, que haviam dito que as acompanhariam, tiveram um contratempo, e por isso não estavam com elas. As madrinhas tinham se apaixonado pelo vestido de noiva. Havia sido a escolha perfeita para a nova Uchiha. Seus vestidos também tinham sido escolhidos a dedo, com certeza Izumi tinha bom gosto, na opinião da rosada e da Uchiha; as cores, os detalhes, o cumprimento. As três voltariam em duas semanas, para fazerem a última prova. Eles eram iguais, até mesmo nas cores. Mayu também experimentou o vestido que Izumi escolheu para ela, e ela estava apaixonada por ele. Não cansava de falar sobre como o vestido era lindo, fazendo as mulheres sorrirem. Depois de tudo certo, elas decidiram irem almoçar, por isso estavam indo a um restaurante que era duas ruas acima da antiga casa de Izumi. Como tinha um espaço de brinquedos, Mayu estava lá, enquanto que a mãe e as "tias" conversavam.  

    — Como Yuuki está? 

    — Ela está ótima, Sakura. Ganhou bastante peso, desde a última vez que viu a médica. 

    — Eu disse que tudo ficaria bem. 

    — Eu estava preocupada. 

    — Normal. Sua filha só tem quatro meses e meio. 

    — E a sua três e meio. – Yumi diz. – E você pensando que ela nasceria depois do casamento, acabou que você teve que desmarcar o casório. 

    — Verdade. Quem iria imaginar que minha filha viria antes do tempo? 

    — Você deveria ter se casado antes... 

    — Ah, eu sei, mas seria ainda mais corrido. Agora pelo menos, temos tempo. Em algumas semanas serei uma Uchiha. – Ambas sorriram. – E quem sabe, daqui alguns meses não seja você? – Sakura arqueou as sobrancelhas, não acreditando que a amiga estava falando dela. – É de você mesmo que estou falando. 

    — Eu já disse, Izumi, eu e Sasuke... 

    — Nós já ouvimos essa frase, e não concordamos. – Olhou para Yumi. – Não é? 

    — Com certeza. Vocês formam um casal tão fofo. – Sakura corou. – Eu acho que é inútil tentar fingir que não sente algo por ele. 

    — Assim como é inútil ele fingir que não sente nada por você. 

    — Eu..., não sei o que ele sente, mas no dia que saímos, ele me olhou de uma forma que eu não tinha visto antes. – Yumi e Izumi se olham.  

    — No dia em que Daisuke e Mayu ficaram comigo e Itachi? – Sakura assentiu.  

    — Até que enfim, Sakura. — Izumi riu. — Já passou da hora de você enxergar que ele gosta de você. 

    — Eu não sei de que forma, ou o quanto. 

    — Ele te ama – Yumi afirma. – Só ainda não soube fazer alguma coisa com o que está sentindo.  

    — Eu tenho medo de me machucar, entendem?  

    — Você não vai, porque o que Sasuke sente por você é real, Sakura. É tão forte quanto o que você sente por ele. — Izumi diz sorrindo.  

    — Então? Vai nos contar como foi esse encontro? 

    — Por favor, estamos muito curiosas. 

    — Eu vejo, pelo brilho dos olhos de vocês. – Elas riram. – As minhas amigas me bombardearam de perguntas no WhatsApp no dia seguinte. – Elas voltam a rir. – Sério. A sorte delas foi que quando Itachi deixou Daisuke e Mayu comigo, eles ainda dormiam, e demoraram para se levantar. 

    — Claro. Foram dormir depois da 1h. — Sakura riu. 

    — Eu e Sasuke tínhamos certeza de que isso aconteceria.  

    — Foi divertido.  

    — Eu e Shisui ficamos com eles. 

    — Daisuke e Mayu nos contaram.  

    — Agora conta. O que você e Sasuke fizeram nesse encontro? 

    **--** **--** 

    Sasuke não esperava por ninguém naquele dia. Para o desgosto de Daisuke, o menino não veria nem Sakura e nem Mayu naquele sábado. Ele sabia que Sakura tinha um compromisso, mas nem por isso ele estava feliz com aquilo. Não ter sua melhor amiga, e sua pessoa favorita, depois de seu pai, com ele, o deixava um pouco irritado. Sasuke já estava acostumado, e por isso sempre fazia algo para distrair o filho. Jogar videogame, assistir a filmes infantis, jogar xadrez, sair para comer sanduíche, essas eram formas de deixar o filho menos irritadiço, e manhoso. Quando a campainha tocou, Sasuke deixou que o filho fosse abrir a porta, afinal, só deixariam que subissem sem interfonar, alguém que fosse de sua família, ou um de seus amigos. Sasuke ouviu da sala, quando o filho abriu a porta e disse um “tio Itachi”, todo animado. 

    — Ei, campeão. – Itachi o abraçou.  

    — Oi, priminha. Posso pegar ela, tio? 

    — Bom, se você se sentar, eu deixo você pegar ela um pouquinho. – E o tio sorriu quando viu o menino ficar animado. – Cadê seu pai? 

    — Itachi? – Olhou para o fim do corredor, e encontrou o irmão mais novo. – O que faz aqui? 

    — Nossa, Sasuke, eu não posso vir te visitar? – Sasuke revirou os olhos. 

    — Eu só fiz uma pergunta, não começa com o drama. 

    — Izumi está com Sakura e Yumi provando os vestidos. 

    — E pensar que você deveria estar casado a mais de três meses. 

    — Minha filha tinha outros planos. – Sasuke não pode deixar de sorrir. – Bom, o importante é que em algumas semanas eu estarei casado, finalmente. 

    — E como está sendo seus dias, com essa pequena? – O chamou com a mão para irem até a sala. 

    — Está indo bem. Ela chora de madrugada, mas não tanto quanto o Daisuke chorava. 

    — Eu chorava muito, tio? 

    — Garoto, parecia que você ia ser um cantor de ópera. – O menino o olha confuso, apesar de ver o pai rir. 

    — Ele quis dizer que você chorava muito sim, filho. – Sasuke diz.  

    — Posso pegar ela agora? – Sasuke ia negar, mas Itachi se levanta da poltrona e se aproxima do sobrinho. 

    — Isso é mesmo uma boa ideia? 

    — Estamos perto, irmão. – Sorriu. – Segura a cabecinha dela. – Daisuke fez como o tio ensinou. – Isso mesmo. – Ele se sentou ao lado do sobrinho.  

    — O cheiro dela é tão bom. Parecido com o da Yuuki. 

    — Cheiro de bebê é assim. – Daisuke sorriu, quando a bebê bocejou, colocando o dedinho na boca em seguida. 

    — Você também já foi assim, Daisuke. Desse tamaninho. Com esse cheiro bom de bebê... – Sasuke sorriu, se lembrando. – E você gostava mais da chupeta do que do dedinho, mas ele servia às vezes. Assim como Akanne e Yuuki, você tinha todo mundo babando em você. – E o garotinho sorriu ao ouvir o pai. 

    — Então, eu deixei passar alguns dias, mas..., quero saber como foi o encontro que eu armei para você e Sakura. 

    — Eu sabia que alguma hora você me perguntaria isso. — Bufou.  

    — Diz de uma vez. Foi bom? 

    — Foi ótimo. – Itachi se surpreendeu com o que ouviu. – Nós tivemos a chance de conhecer mais coisas um do outro. 

    — Que avanço. Conta aí, tudo o que aconteceu. 

    — Você é tão fofoqueiro.  

    — Conta logo, garoto marrento. – Sasuke suspirou. Sabia que se não contasse, o irmão não o deixaria em paz, por isso, enquanto Daisuke se entretia com a priminha, ele começava a contar sobre o encontro que teve com Sakura. 

    **--** 

    Sasuke procurava uma pasta azul da empresa por todo o apartamento. Ele já tinha olhado no escritório, onde jurou que tinha guardado, e não encontrou. Depois que deu banho em Daisuke e em Mayu, já que Sakura estava fazendo o almoço, Nejí ligou para avisar sobre a reunião com os clientes, que teriam amanhã. Na verdade, se o amigo não tivesse ligado, ele não se lembraria. Desde que ouviu do irmão e da cunhada, de que deveria dizer o que sentia, ele não parava de pensar, que talvez eles estivessem certos. Sua cabeça estava nas nuvens por causa dos novos sentimentos que ele estava sentindo, e ainda mais com os amigos fazendo-o ver que deveria seguir em frente. E ele já tinha dito a si mesmo que seguiria em frente, mas era mais fácil falar do que fazer. Sakura fazia de tudo para que não ficassem sozinhos, desde o beijo que trocaram no natal. Tiveram um avanço enorme com o encontro que Itachi havia armado, mas mesmo assim, ele não sabia como dizer o que estava sentindo. Sasuke suspirou ao perceber que a pasta não estava onde tinha deixado. Ele era o único que tinha ficado com aquela pasta, junto da cópia de Nejí, e agora havia sumido. Precisava encontrar. Ele procurou até mesmo no quarto do seu filho. Suspirou mais uma vez, se encostando na parede, desistindo momentaneamente de andar pelo apartamento. Já não sabia onde procurar. Ouviu a porta se abrir. 

    — Sakura, você viu... – Se interrompeu ao vê-la com um short branco curto de renda, e uma blusinha rosa pink de alcinha, com a mesma renda do short, que ia até a metade da barriga. Usava uma sapatilha rosa bebê. Ela estava linda. 

    — Eu vi? – Ela pergunta, o induzindo a continuar a frase. – Sasuke? – Ele umedeceu os lábios, voltando os olhos para o rosto dela. 

    — Eu..., eu estou procurando uma pasta preta. – Consegue dizer, apesar de não parar de olhar para o corpo da rosada. 

    — Ah, estava com o emblema da empresa nela?  

    — Isso mesmo. – Responde quando ela se aproxima, fazendo-o sentir o cheio do perfume de cerejeira.  

    — Eu guardei. Daisuke a encontrou em cima da mesa de centro, e eu fiquei com medo que ele estragasse. – Ele apenas assentiu. – Vou pegar para você. – Entrou no quarto em que Mayu dormia, e pegou a pasta dentro da gaveta trancada com chave. Se virou, encontrando Sasuke atrás dela. – Aqui. – Estendeu para Sasuke, que a pegou. 

    — Obrigado. Eu estava quase surtando. 

    — Imaginei que fosse importante. – Eles estavam próximos demais, ambos pensavam. – Você vai precisar de mais alguma coisa? – Ela mordeu o lábio nervosa, por causa da aproximidade. – Eu já estava... 

    — Sakura... – Ela parou de falar quando ele a chamou. Piscando duas vezes seguidas, ela esperou pelo que ele falaria. – Vou fazer uma coisa.  

    — O que? – Ela fica confusa, e mais nervosa quando o moreno se aproxima mais um pouco, colocando-a entre a mesa de cabeceira e ele. 

    — Eu vou te beijar.  

    Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, ele tomou seus lábios, enroscando uma das mãos nos cabelos rosados, aprofundando o beijo, enquanto que a outra segurava sua cintura. Sakura não pôde deixar de corresponder, porque mesmo que achasse que poderia ser um erro, outro erro, ela queria muito beijá-lo novamente. Suas mãos passaram calmamente para trás do pescoço dele, e uma das mãos enroscou nos cabeços negros. Sasuke a sentou na mesa atrás dela, se colocando entre as pernas dela, apertando a cintura, mordendo o lábio, puxando-o entre seus dentes, antes de beijá-la novamente. Sakura gemeu, fazendo com que ela voltasse a si, e se afastasse. Respirando ofegante, de olhos fechados, assim como Sasuke. Sakura foi a primeira a abrir os olhos, nervosa. Não deveria ter acontecido, era o que ela estava pensando. 

    — Por que fez isso? – Ela pergunta, quando finalmente, se acalma. – Eu já tinha dito... – Ele a interrompeu.  

    — Eu sei. Eu me lembro, mas você está errada. – Ela se surpreendeu com a afirmação. – Eu não amo mais a Karin. – Finalmente ele consegue dizer aquilo em voz alta. – Eu a amei, muito, mas já não sinto o mesmo já tem algumas semanas, meses, na verdade. Só estava inseguro demais para poder..., dizer isso em voz alta.  

    — Sasuke... 

    — Só me ouça, está bem? – Ela assentiu devagar. – Eu nunca pensei que me sentiria assim novamente. Na verdade, eu sempre disse á mim mesmo e aos outros, que eu nunca mais iria me apaixonar. Que seria sempre, eu e Daisuke, apenas. – Suspirou. – Mas então você..., entrou na nossa vida, e bagunçou minha cabeça.  

    — Por isso eu disse que não deveríamos fazer isso. Por isso eu disse para você não me beijar. Por isso eu disse para deixar do jeito que estava, Sasuke. 

    — Não disse que era de um jeito ruim, Sakura. – Ela abriu a boca várias vezes, mas nenhuma palavra saiu, de tão surpresa que estava. – No começo, é claro, eu não queria aceitar. Eu queria amar Karin. Eu..., devia isso a ela, por tudo que fiz ela passar. 

    — Sasuke, o que houve com ela não foi culpa sua. – Sakura pega na mão direita dele. – Foi uma fatalidade. Ela estava no lugar errado, na hora errada. – Ele umedeceu os lábios, assentindo. 

    — Eu sei. Agora eu..., eu sei disso. Eu me convenci disso. Mesmo assim, não era fácil para mim pensar que se eu não tivesse feito aquela besteira, ela ainda estaria viva. – Sakura ia voltar a falar, mas Sasuke foi mais rápido. – E eu pensava que se ela estivesse aqui, não teríamos nos aproximado, e isso me fazia..., me sentir mal, no começo. Até que eu percebi que não adiantaria ficar pensando no "se". Eu não me machuco mais quando penso na Karin. Os flash's que eu tinha com ela, parou de vir à minha mente desde a primeira vez que nos beijamos. E isso me deixou mais confuso ainda..., mas não me fez parar de pensar em você. 

    — Eu não sei se... – Se interrompeu, umedecendo os lábios. – Eu não sei se deveria te dizer isso, mas eu... – Fechou os olhos, respirando fundo. – Eu me sinto assim também. Na verdade, desde que tombamos um no outro, por algum motivo estranho..., eu não..., paro de pensar em você. – Ele sorriu de lado, e ela corou. Parecia uma adolescente, ela pensou. – Mas eu sabia que estava confuso demais, e tudo poderia ser um erro. Quando nos beijamos no Natal, eu me senti mal porque eu estava me apaixonando cada vez mais por você, e não sabia se sentia o mesmo. Para mim, você continuava amando Karin. Estávamos entrando em algo que poderia nos machucar. Machucar terceiros..., Daisuke e Mayu estão envolvidos nisso, Sasuke.  

    — Eu sei disso. Mas de tanto eu ouvir me dizerem que eu devo seguir em frente, que eu devo pensar apenas no presente para eu ter um futuro... – Levantou a mão direita, e colocou no rosto de Sakura, acariciando de leve. – Eu comecei a pensar que estão certos. E mesmo estando inseguro, eu cansei de ficar sem fazer nada sobre o que sinto. Não quero ficar preso ao passado, Sakura. Eu quero um futuro e não só para mim. 

    — Você... – Ela mais uma vez estava surpresa. – Você está..., me dizendo o que eu acho que está dizendo? 

    — O que você acha que eu estou dizendo? – Retrucou, sorrindo de lado. Ela ficou em silêncio por alguns minutos, digerindo o que acabara de ouvir. 

    — Acha mesmo que isso pode dar certo? – Pergunta, poucos minutos depois. 

    — Não precisamos anunciar isso para Deus e o mundo. Pelo menos não por agora.  

    — E o que isso quer dizer? – O coração dela batia desenfreadamente. 

    — Isso, quer dizer que eu quero tentar. Que eu quero que...  

    Sakura mordeu o lábio quando ele fez a pausa, deixando-a ansiosa. 

    — Que seja minha namorada. 


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