Seize The Day

  • Gabbysaky
  • Capitulos 28
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 17 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 22

    A armação de Uchiha Itachi

    Hentai, Linguagem Imprópria, Sexo

    Espero que gostem desse capítulo

    Ele é terá muito SasuSaku.

    Está muito fofo.

    Boa Leitura

    Sasuke se arrumava enquanto pensava em qual roubada o irmão o colocaria. Bom, como ele envolveu Sakura no meio disso, Sasuke imaginava que era algo sobre fazer os dois se entenderem. Imaginava nada, tinha certeza. Era a cara do seu irmão fazer algo assim. Se meter na vida alheia, em especial do irmãozinho mais novo, era especialidades de Uchiha Itachi. Se perguntava se Sakura estava tão nervosa quanto ele. Vestiu uma calça jeans escura, uma camisa grafite mangas longas com botões pretos, calçou um sapatênis cano médio, jeans preto, da Polo Jay. Para completar ele colocou o relógio preto da Navirforce. Antes ver havia chego mais alguma mensagem no celular, ele passou o perfume Black XS. Quando o irmão lhe mandou a mensagem dizendo que deveria vestir algo formal, e que deveria buscar Sakura, ele pensou se aquilo não seria um “encontro”. Realmente pensou, mas descartou a ideia. A mensagem seguinte foi “vou mandar a localização”. Sasuke estava ficando curioso, e isso era raro de acontecer. Perguntou ao irmão se Sakura já sabia que estava indo buscá-la, e ele respondeu apenas um “sim”. Pegou sua carteira e as chaves, que estavam junto do celular e saiu do apartamento. Sasuke colocou uma música para tocar. Precisava de algo que o deixasse menos nervoso do que estava, e uma música poderia ajudar.  

    Sakura estava tão nervosa que todo seu guarda-roupa estava em cima da cama de casal. Ela não sabia o que escolher, e no final, teve de pedir ajuda. Ela sabia o que ouviria ao ligar para suas amigas, sabia sim, mas estava desesperada, e como dizem “o desespero pede medidas desesperadas”. Quando deu por si, já estava ligando para elas. Não deu quinze minutos e todas as quatro estavam na porta de sua “casa”. Ela ouviu as reclamações de Ino, sobre não ter dito sobre aquele “encontro” com Sasuke; tentou explicar que não era um encontro, mas como sempre ela não a ouviu. Tenten resmungava da bagunça que ela tinha feito na cama box, Hinata seguiu para o closet junto de Ino, comentando sobre um vestido que Ino deu a amiga no natal; Sakura tremeu só de se lembrar. Tentou dizer que era curto e decotado demais, mas quem a ouviu? Ninguém. E ainda tinha Temari que fazia questão de fazer sua maquiagem. Ela tentou novamente explicar que não precisava de tanto, que não era um encontro, e mesmo assim, nenhuma das amigas a ouviu, ou fingiu não ouvir, na opinião da rosada. No final, ela tinha uma maquiagem perfeita; tinha que admitir; constituída pela base líquida matte da Vult, pelo pó compacto da Vult, a máscara para cílios, alongador, da Vult, o delineador preto, de gatinho, da Vult e o blush rosa da Love Cloud. Temari ainda deu uma esfumaçada com a sombra na cor rosa e passou o glitter com delicadeza. Ino mandou que ela colocasse o vestido levemente rodado, e o fez, mesmo que resmungasse. Então ela percebeu que não era o do natal desse ano, e sim o do ano passado, e só por isso ela ficou mais calma. Diferente do outro, esse não tinha o decote entre o vale dos seios. Ele azul prateado, ombro a ombro, batia dois palmos acima dos joelhos, suas costas estavam totalmente amostra, mas isso não a incomodava. Nos pés, um scapin prata com glitter, estilo plataforma, de salto alto. Tenten e Hinata escolheram um anel delicado de ouro, escrito “Jesus Cristo”, para ser colocado no dedo médio da mão direita, seu anel de formatura Angitia II, de ouro, no dedo anular também da mão direita, e uma pulseira de ouro com delicadas borboletas e pingentes em pedrinhas de diamante. Temari e Ino escolheram os brincos argola de ouro, em formato de borboleta e o colar de ouro com o mesmo formato. Seus cabelos estavam soltos, mas diferente do de sempre, Ino fez leves cachos com o babyliss.  

    — Você está uma gata. — Ouviu de Ino. 

    — Sasuke vai perder o ar. – Elas riram. 

    — Perder o ar? Ele não vai nem conseguir dirigir. – Elas voltam a rir. 

    — Sakura você está literalmente de parar o trânsito. – Novamente risadas, e a cada comentário, ela corava mais. 

    — Estão me deixando envergonhada. 

    — Ah, Saky, até eu parei de ficar tão corada com esses comentários. – Sakura teve de concordar.  

    — Nós fizemos um bom trabalho. 

    — Um ótimo trabalho. – A Sabaku corrigiu a cunhada. 

    — Não está..., extravagante demais? Eu nem sei para onde vamos. 

    — Bom, a ideia é do Itachi, então com certeza vai ser um lugar elegante.  

    — Não acredito que estou mesmo aceitando isso. 

    — Você podia ter negado. – Sakura desviou os olhos para o enorme espelho que tinha em seu quarto. 

    — Mas você não quis, né? Afinal, é do Sasuke que estamos falando. O amor da sua vida. 

    — Para de dizer isso. 

    — Ora, dizendo ou não, é a verdade, certo? – A rosada não pôde retrucar Temari. 

    — Sakura, pelo amor de Deus, deixa de frescura. – Ela olha para Tenten com o cenho frescura. – Se você não resolver sua vida com o Sasuke, vou dar na sua cara. – As outras gargalharam. – Vão ser complicados assim, no inferno. 

    — Vocês são mesmo problemáticos. 

    — Aprendeu isso com seu marido? 

    — É contagioso. – Dessa vez até mesmo Sakura riu. – Mas, voltando ao assunto, você o ama, ele te ama... 

    — Ele ainda ama a Karin. – Retruca. 

    — Onde é que você viu isso? – Hinata e Ino gritam juntas, e então se olham.  

    — Estamos todas irritadas com essa sua lerdeza. – Tenten diz. – Somos suas melhores amigas, te amamos, mas você está literalmente irritante. 

    — Tente relaxar, e enxergar o que todas nós enxergamos. Durante a conversa, preste bastante atenção nos detalhes, Saky. Sasuke te ama. Ele te ama, de verdade. Só está inseguro. 

    — E isso é culpa sua. – Ino acusou. – Você fica nessa insistência com o que ele sente por Karin. – Bufou. – Deixe o homem falar, pelo amor de Deus. Não o corte, ou fuja.  

    — Não estamos dizendo que isso vai acontecer hoje, mas caso aconteça... – Hinata pega nas mãos da amiga. – O ouça, está bem? – Sakura respirou fundo. 

    — Tudo bem. Vou fazer como estão me instruindo. – Todas sorriram. – Estou nervosa. 

    — Ah, nós sabemos disso. – Ino diz sorrindo. – Você ficará bem. – Elas ouvem o toque do celular da rosada. 

    — Ele já chegou.  

    — Então essa é a nossa deixa. – Temari diz, se levantando da cama. 

    — Nós desceremos depois de você. – Hinata diz em seguida. 

    — Não se esqueça da sua bolsa. – Ino entregou a bolsa modelo Lady Dior em couro liso, nas cores azul marinho e azul claro. Ferragens em metal prateado, dois bolsos internos abertos, fechamento interno com botão de ímã, metais protetores da base, alça removível e ajustável. 

    — Coloquei seus documentos, celular, carteira e chaves aí dentro. 

    — Obrigada, Ten. 

    — De nada. — Sorriu. — Ah, nós pegamos a cópia. — Mostrou a chave.  

    — Nós fechamos o apartamento. — Hinata completou.  

    — Boa sorte. — Dizem todas as quatro juntas. 

    — Obrigada. — Caminhou para a porta de saída. — Vou precisar. — Sussurrou enquanto entrava no elevador. 

    Sasuke saiu do carro para poder esperá-la do lado de fora. Itachi tinha mandado uma mensagem pouco antes de chegar na Sakura, perguntando se já estavam chegando ao destino. Ao responder que estava quase chegando no seu antigo apartamento, seu irmão surtou. Sasuke tinha uma ideia de que lugar seria, só não sabia onde estaria esse lugar, já que havia muitos pela cidade. A mensagem de Itachi lhe dava a ideia de que estariam indo a algum restaurante. “Vocês têm reserva marcara, caramba”, essa foi a última mensagem que recebeu do irmão. Com as mãos no bolso, e encostado no SUV Peugeot 3008 GT, pintura “Coupe Franche” Perla Nera, ele pensava no que o irmão disse sobre “aproveite a oportunidade”. Como é que ele pedia para ele aproveitar aquela oportunidade, sendo que não estava pronto? Ele precisava de um momento, precisava pensar sobre como falar, não era tão fácil como seu irmão parecia pensar ser, não para ele pelo menos. Antes que pudesse pensar muito sobre aquilo, ele ouviu passos de salto e desviou os olhos do chão, e então ele a viu. O ser mais belo do mundo, andando até ele. Ela mordia o lábio, e isso foi a certeza para ele de que ela estava tão nervosa quanto ele.  

    Sakura o viu assim que saiu do prédio. Encostado no carro que ela não reconheceu, com as mãos nos bolsos, e totalmente alheio a sua presença; por pouco tempo. Seus olhos se encontraram e ela ficou mais nervosa do que já estava. Ele estava lindo, como sempre. Ele viu o olhar dele em seu corpo, e se lembrou do pedido das amigas “preste atenção aos detalhes”. Ela faria isso. Precisava enxergar o que todos enxergavam, menos ela. Começou a morder o lábio, mesmo que isso indicasse seu nervosismo; foi impossível não o fazer. Ela tinha certeza de que ele percebeu seu nervosismo, por causa do seu morder de lábios. Ela imaginava se ele estaria tão nervoso quanto ela; não parecia. Tão sério, tão seguro, ela não imaginava que Uchiha Sasuke estava igual ou pior que ela.  Segurou com mais força a bolsa, tentando acalmar seu corpo, em especial seu coração, que batia tão forte e rápido, que ela pensava se Sasuke não estaria ouvindo. Ela quase revirou os olhos com aquele pensamento.  

    — Sakura. — Ouviu a voz dele, rouca. Não gagueje, não gagueje, não gagueje, ela pedia mentalmente. 

    —  Sasuke. — Ela não conseguiu sorrir, estava nervosa demais.  

    — Você está linda. — Ela corou. 

    — Obrigada. — Sua voz sai baixa e ela se repreende mentalmente. — Você não está nada mal..., também. — Aperta a mão na alça da bolsa mais uma vez. — Itachi te mandou a localização? 

    — Sim. Fica a 20min daqui. — Abriu a porta do carro para que ela entrasse, e ela o fez, deixando que ele a fechasse. Ela o olhou quando ele entrou. — Eu já imagino o que é. 

    — E o que é? 

    — Acredite, é melhor você não saber agora. – Ligou o carro. Ela queria retrucar, mas não queria ficar mais nervosa ou envergonhada do que já estava. 

    — Então..., carro novo? 

    — Ganhei do meu pai. 

    — Lindo. — Ele deu um sorriso de lado. — Não sabia que gostava desse tipo de carro. 

    — Prefiro carros mais velozes, mas esse me agrada sim. — Ela assentiu. — Falou com Mayu? 

    — E com Daisuke. Eu imagino que Itachi e Izumi não irão dormir tão cedo. 

    — Eu também. Daisuke estava ligado no 220 quando falei com ele pouco antes de me arrumar. — Ela sorriu, mais leve. — Mas foi Itachi quem pediu por isso. — E ela concordou.  

    — Começo a ficar com dó da Izumi. 

    — Bom, ela conhece o noivo que tem. — E Sakura não pôde deixar de rir. — Itachi é mais criança que nossos filhos, acredite, ele vai fazer tanta bagunça quando os dois.  

    — Eu acredito nisso. — E Sasuke quem riu dessa vez. — Ainda não acredito que eu aceitei a chantagem do seu irmão. 

    — Eu sei, ele é irritante. — E então ela se lembrou de que as amigas a chamaram daquele modo a pouco. — Itachi tende a ser insuportável quando se trata de mim. 

    — Percebe-se. Isso é..., legal e chato ao mesmo tempo, não? 

    — Nem me fale. — Ele conversava com Sakura, mas não deixava de ouvir o “GPS” lhe direcionando para onde ir. — Ele sempre foi muito protetor para comigo. 

    — Você é o irmão mais novo dele, é claro que ele seria protetor com você. Assim como Nejí é com Hinata, e olha que eles são gêmeos. — Eles riram. — Vocês já brigaram alguma vez? 

    — Na minha época “dark revoltado” eu discutia muito com ele, tentava fazer ele se afastar de mim, mas nada que eu fizesse... — Sakura o olhou, e percebeu que ele estava se lembrando de algo. — Eu já o mandei para o inferno uma vez. — A olhou por breves minutos. — Ele me abraçou e disse: vou sempre te apoiar, irmãozinho.  

    — Que fofo.  

    — Ele me irritava bastante, mas de forma diferente de agora, entende? Ele fazia isso para tentar me manter são.  

    — Sua vida não é tão diferente da minha. Meus pais nunca aceitaram meu namoro, sabe. E mesmo eu não tendo irmão, eu tinha Nejí e Hinata, que era como se fossem. Eles cuidavam de mim. Nejí tinha me alertado sobre Sasori várias vezes. Mas eu não escutei. 

    — É eu sei como é. Deveria ter escutado muitas pessoas. 

    — Ainda bem que temos a chance de mudar, né? De fazer diferente. — Ele concordou. 

    — Como você era com seus pais? — Ele a olhou novamente, por breves minutos, e voltou a se concentrar na estrada. 

    — Eu era mimada pra caramba por meu pai. Ele fazia tudo por mim. Era mais que um pai, na verdade. Minha mãe ela trabalhava fora, e agente quase não se via, mas..., ela sempre queria ouvir sobre meu dia na escola, quando tinha um tempinho. Meu pai trabalhava na parte da manhã, e tirava o resto do dia para mim..., isso quando eu não estava com Sasori. — Ela bufou. — Perda de tempo.  

    — O fato de seus pais estarem com você, mesmo não gostando do seu namoro com o Akasuna, já era um fator importante. 

    — Era sim. — Sorriu. — Meu pai o ameaçou uma vez. Ele era..., bastante possessivo quando o assunto era eu e a minha mãe. 

    — Imagino o porquê. — Diz sorrindo, e ela riu. — Sente muita falta? 

    — Eu sinto saudades, muitas, mas não é mais aquela dor destruidora, sabe? — E como ele sabia. Passou por isso com Karin. — Eu fiquei mal mesmo quando eles morreram, não conseguia nem mesmo falar neles, que eu começava a chorar. Hoje eu posso falar horas sobre eles, e me sinto bem. É como se... 

    — Eles estivessem com você. – Ela concordou. Ele entendia aquele sentimento, porque também o sentia. — Uma pena eu não ter os conhecido. 

    — Eles gostariam de você. 

    — Mesmo seu pai? Ele não iria querer me matar? — Ela riu. — Eu tenho um passado assombroso. 

    — Mas é isso, Sasuke, passado. Você mudou e muito, não é o mesmo. Assim como eu também não sou a mesma. — Diz sorrindo. — Ele não tentaria te matar porque ele veria que você é uma boa pessoa, apesar do passado que teve. — E ele não pôde deixar de sorrir. — Oh, meu Deus. — Ela exclama ao ver a entrada do restaurante “Mark Brandenburg am Gendarmenmarkt”.  

    — É a cara do Itachi. — Diz, nada surpreso. 

    — Um restaurante? Ele não podia ter escolhido algo menos... — Reprimiu o “romântico”. 

    — Eu já esperava por isso. — Ela o olhou. — Ele disse “vocês têm reserva, caramba”. — Repetiu o que o irmão lhe mandou, em áudio. 

    — Se eu por acaso, matar seu irmão, os seus pais e a Izumi vão me perdoar? — Ele riu. 

    — Eu te dou cobertura. — E ela não pôde deixar de rir. — Vou estacionar. — Ele diz e entra no estacionamento do restaurante.  

    Sakura nunca tinha entrado ali, não por não ter condição, ela tinha, quando os pais eram vivos, e as amigas sempre a chamaram para irem até aquele restaurante, mas ela nunca teve vontade de ver como é. Suas amigas diziam maravilhas sobre o cardápio daquele lugar. Sasuke desceu do carro, e mesmo querendo abrir a porta, ela esperou que ele o fizesse, ao ver ele dar a volta. Ele a ajudou a sair do carro, e caminhou ao lado dele. Sasuke disse o nome da reserva “Uchiha”, e eles foram encaminhados a uma mesa a dois, perto da janela. A mulher de curtos cabelos preto azulado, e olhos castanhos claros lhes entregou o cardápio e disse um “fiquem à vontade” antes de se afastar.  

    — Já veio aqui antes? 

    — Nunca. Mas as meninas sempre disseram que tudo aqui é delicioso. 

    — A última vez que vim, foi pouco antes de ir preso. — Comentou. — Mas eu vivia mesmo era nos bares da cidade. 

    — Ah, eu sei disso. Ino, Temari, Hinata e Tenten viviam reclamando dessas saídas de vocês. 

    — Nós fazíamos muita besteira. — Conta enquanto olhava o cardápio. — Você já matou aula para ir ao shopping, não? 

    — Como é que você sabe? 

    — O fato de todas as líderes de torcida terem ido com você... — Ela riu.  

    — É. Acho que levar doze garotas comigo não foi muito esperto. 

    — Não, não foi. — Balançou a cabeça, olhando-a. — Deram muita bandeira. 

    — Okay, especialista em fuga. — Ele riu, e ela o acompanhou.  

    — O pior é que eu era mesmo. Sabia os turnos dos inspetores.  

    — Meu Deus, até isso você decorou. — Diz rindo. — Agora eu entendo como vocês nunca eram pegos. 

    — Já fomos pegos, mas umas duas ou três vezes, no máximo. – Deu de ombros. – Já escolheu? 

    — Uhum. – Sasuke levantou a mão, chamando a garçonete de antes. Ele não demorou a se aproximar com um caderninho em mãos.  

    — Me traz um Currywurst, por favor. 

    — E eu vou querer um Schnitzel. — Eles a viram escrever. 

    — Bebe vinho? – Sakura assentiu. – Spätburgunder. – Responde ao olhar da mulher. 

    — Taças ou garrafa? 

    — Garrafa. — A mulher pediu licença e se retirou. 

    — Eu não sabia que gostava desse tipo de comida forte.  

    — Eu gosto. Na verdade, é bem raro eu comer salsicha, ainda mais á noite, mas como eu estou aqui... — Deu de ombros.  

    — Se Daisuke e Mayu estivessem aqui, eles pediriam Spätzle ou a Bratkartoffeln. 

    — Com certeza. — A mulher voltou com o vinho, a abriu e colocou um pouco nas taças frente a eles. — Obrigado. — A mulher se afastou, deixando a garrafa no meio da mesa.  

    — Não o vejo bebendo vinho em casa. — Diz, pegando a taça e levando aos lábios. 

    — Tomo em raras ocasiões. E em casa, eu evito por causa do Daisuke. — Ela assentiu, compreendendo.  

    — Então, Naruto comentou que você conheceu a Jamaia.  

    — Conheci Negril, que é no oeste da Jamaica. — Explicou. — Lá tem ilhas perfeitas. 

    — Já vi várias imagens. 

    — Nunca foi? 

    — Não. Mas eu sempre quis conhecer. — Diz sorrindo. — Dizem que as águas são cristalinas, e que é recortada por íngremes penhascos.  

    — São sim. De perto é mais lindo ainda. E dá aquela sensação de paz, sabe. Minha mãe teve vários surtos por eu me atirar em vários penhascos.  

    — Senhor. — Ele riu pelo modo que ela disse. — Você realmente vive nas alturas, né? 

    — Eu gosto de coisas perigosas, não nego. As areias são muito brancas, é até estranho de se ver, mas muito gostoso de se sentir. — A mesma garçonete de antes se aproximou com os pedidos, e os colocou em frente a eles. 

    — Obrigada / Obrigado. – Agradecem juntos, a mulher acena e se afasta. 

    — O melhor lugar de lá, na sua opinião? 

    — Rick’s Café. Lá é o point para se ver um pôr-do-sol fantástico. Acredite, o lugar fica lotado todas as noites, por causa disso.  

    — Deve ser perfeito. 

    — Naruto disse que ele e os outros também foram? 

    — Sim. Eu não sabia até alguns dias atrás. Elas nunca comentaram comigo sobre isso. Na época eu estava com problemas com Sasori. — Ele assentiu. — Eles me disseram que têm dois lugares que são os mais queridos pelos visitantes. 

    — Sim. Blue Lagoon e Savana La Mar. 

    — Oh, Blue Lagoon. É do filme “a lagoa azul”. 

    — Isso mesmo. — Ele fez uma careta. Odiava aquele filme. 

    — Não gosto do filme. 

    — Então somos dois. Mas o lugar é lindo. É para casais românticos. — Ela assentiu. — Você iria gostar de lá. Da cidade. — Completa ao perceber o sentido que ficaria sem a última palavra. 

    — Quem sabe um dia eu não visito.  

    **--** **--** 

    A noite havia sido proveitosa, e divertida. Para ambos. Não falaram sobre nada, além de seus gostos, e viagens, coisas que eles nunca haviam comentado um com o outro, por incrível que pareça. Sasuke ficou impressionado com a quantidade de séries que Sakura tinha como coleção. Além de livros. E nisso eles tinham em comum. Ele amava livros. E essa era a razão de ter vários em prateleiras em seu escritório. Sakura contou que como o apartamento não cabia todos seus livros, ela tinha apenas dez com ela, o resto estava na casa de Ino. Sasuke e Sakura conversaram sobre várias outras coisas, em especial sobre os filhos, algo que eles adoravam falar sobre, mesmo que um conhecesse praticamente tudo sobre o filho do outro. Descobriram também que tinham gostos músicas em comum. Assim como ele, ela gostava de rock, e assim como ela, ele gostava de músicas internacionais, para a surpresa de Sakura. Antes de irem embora, Sakura pediu “Schwarzwälder Kirschtorte” como sobremesa, e até mesmo tentou fazer Sasuke experimentar, mas ele não aceitou. Ela sabia que ele não era fã de doces. 

    A “viagem” do restaurante até o apartamento, foi um pouco silencioso; poucas vezes conversavam ou comentavam de algo; mas não foi incômodo. A música que tocava quando eles saíram do restaurante era “The Civel Wars - Poison & Wine”, e ambos cantavam baixinho. Eles mal perceberam que havia tocado duas vezes, mesmo que cantassem junto da música. Sakura nunca tinha ouvido Sasuke cantar, ao contrário do moreno que já havia ouvido a rosada algumas vezes, quando colocava Daisuke e Mayu na cama. Ela tinha uma bela voz, mas nunca tinha dito isso a ela. Sakura estava surpresa pela voz de Sasuke. Ele conseguia chegar aos tons certos da música, e era raro encontrar alguém que fizesse aquilo com tanta perfeição. Outra música que tocou no caminho de casa foi "Ed Sheeran - Fire". Estava tão pensativa em relação aquilo, que quando elogiou sua voz, ela teve que piscar algumas vezes para só então poder agradecer. Quando ele parou na porta do apartamento a música “Avenged Sevenfold - Seize The Day” estava no fim.  

    — Está entregue. — Sasuke se faz ouvir e Sakura o olha. 

    — Obrigada pela companhia. 

    — Foi um prazer. — Sakura não sabia se ele tinha percebido seu rosto corar. — Fico feliz por não ter dado para trás. 

    — Eu também. Teria me arrependido se tivesse feito isso. — Ele se surpreendeu com a fala dela.  

    — Itachi pela primeira vez na vida fez algo que preste. — Ela não pode deixar de rir. 

    — Não diga isso a ele, por favor. 

    — Eu não pretendo fazer isso. Sei como ele ficaria convencido. 

    — Mais do que ele já é. — Sasuke sorriu. — Ah, sobre a Mayu e o Daisuke... 

    — Não se preocupe que Itachi vai deixar os dois lá em casa, já falei com ele.  

    — Tudo bem então. — Abriu a porta do carro, mas antes de sair, ela se virou na direção de Sasuke, e se aproximando devagar, ela beijou o rosto dele. — Boa noite, Sasuke. — Diz com a cabeça levemente inclinada. Os olhos deles se cruzaram, e Sasuke sorriu, antes de beijar o rosto dela, de forma mais lenta do que ela havia feito com ele. O cheiro dela continuava impregnado nela, mesmo depois de tanto tempo. 

    — Boa noite, Sakura. — Ele a viu sair sorrindo. — Até amanhã. 

    — Até amanhã. — Fechou a porta.  

    Ele esperou que ela estivesse dentro do prédio para poder ir para casa. Pela primeira vez na vida, ele não reclamaria com o irmão. Ele tinha pedido para que Itachi não mais se envolvesse entre ele e Sakura, já deveria saber que ele não o ouviria. Dessa vez ele até mesmo agradeceria, mentalmente, claro. Se disse que ele tinha acertado, e que tinha dado certo o plano dele, pelo menos em deixar ele e Sakura mais próximos novamente, ele se acharia pelo resto do ano. Ele sabia que ela tinha percebido seus olhares. Ele tinha certeza. Mas como não olhar para aquelas pernas grossas de fora? As costas delicadas, onde ele pela primeira vez, viu uma flor de cerejeira no cóccix. Ela estava linda. Não. Perfeita. Estava deslumbrante. Ele já tinha visto Sakura de muitas formas, mas aquela, sensual, tinha sido primeira vez. Jamais pensou que ela se vestiria daquela forma naquela noite. Imaginava se ela não teria tido ajuda, com certeza tinha dedo de Sabaku no Ino naquela escolha. Sakura estava nervosa demais, para ter sido ela. Deveria agradecer à loira em algum momento. Ele não conseguia parar de pensar nela, durante todo o caminho para casa. Os olhos verdes brilhantes, os sorrisos, as risadas, a forma envergonhada que ela demonstrava ficar vez ou outra, e em especial, as cruzadas de pernas, que tinha sido impossível não observar toda vez que ela o fazia, deixando parte da coxa a mostra, mesmo com a mesa entre eles. 

    Assim como Sasuke, Sakura também era agradecida a Itachi. Ela pôde perceber finalmente o erro de ficar falando de Karin. Sasuke a olhava de um jeito que ela não era olhada a muito tempo. Ela viu os olhos dele em cada parte de seu corpo assim que se encontraram na porta do apartamento, viu como ele ficava mais aberto, e ria mais, e não tirava os olhos dela nem por um momento. Mesmo que estivesse dirigindo, ele estava a cada segundo, olhando-a de soslaio. Ela não sabia o que ele sentia por ela, mas tinha certeza de que não era só amizade. Ele a olhava com desejo. Por que nunca tinha percebido isso antes? Ela não tinha certeza de que ele a amava assim como ela o amava, mas tinha certeza absoluta de que ele sentia algo por ela. Os detalhes, assim como as suas amigas disseram, cada um deles, lhe indicava isso. Estava tão focada no medo que sentia de se machucar, de se entregar, de ficar pensando no amor de Sasuke por Karin, que ela não viu o óbvio. Ele gostava dela. Só não sabia o quanto, mas para ela não importava. Seu coração batia desenfreado quando se aproximou para beijar-lhe o rosto. Era só um beijo no rosto e seu coração já estava naquela situação, imaginava como ele estaria caso ouvisse da boca dele que ele a amava. Estava mesmo pensando naquela hipótese. Não podia mais fugir daquilo. Era errado, idiota, inútil, e definitivamente a machucava mais do que qualquer outra coisa. Os momentos que teve com ele tinham sido importantes para o que ela pensava sobre o que estava fazendo em relação a ambos. Ela o amava, e pararia de negar isso a si mesma e aos outros. Definitivamente aquela noite ficaria marcada na memória de ambos. 

    **--** 

    Sasuke tinha saído de casa mais tarde naquele dia. Depois de mais de uma semana tentando encontrar uma secretária com as características que ele desejava, finalmente tinha encontrado. Pelo menos ele esperava que sim. Ela era casada, tinha um filho de dez anos e não mais estudava, diferente da outra. Esperava que não tivesse problemas com ela. Quando chegou, ela já se encontrava em seu posto. A chamou até sua sala, se apresentou, fez algumas perguntas, explicou como seria seu trabalho, as regras, e então a dispensou. A mulher de longos cabelos pretos azulados, que lhe lembrava os de Hinata, e olhos caramelo, era educada, formal, inteligente, e esperava que continuasse com esses quesitos. Além de descobrir onde o marido dela trabalha, afinal não queria ser pego em alguma mentira, Sasuke pediu para que averiguassem tudo sobre a mulher. Em uma semana, no máximo duas, ele sabia cada detalhe da vida de sua secretária. Não gostava de fazer aquele tipo de coisa, mas como a outra lhe deu problemas, ele não queria ser pego de surpresa em nada em relação a Arata Kohana. 

    Em algumas horas ele teria uma audiência com um casal que estava se separando. Pelo que pôde entender, eles estavam disputando a casa em que um deles estava morando. Leu novamente o documento em que estava em sua mesa. Ele não esperava ler o que leu Ficou abismado. Como é que existia gente tão sem noção? Ele se perguntava se gente como aquela deveria te filhos. No relatório, dizia que o casal tinha um filho de três anos e uma filha de sete, e que nenhum dos dois queria a guarda. As crianças até aquele momento estavam com a assistente social, até que o Juiz decidisse como ficaria a situação delas. Sasuke trincou os dentes ao imaginar as crianças em um orfanato, sendo que têm pai e mãe. Ele pensou muito se deveria pegar aquela causa. Eles estavam brigando por uma casa, enquanto que os filhos estavam em um orfanato qualquer, precisando de carinho, afeto, amor, atenção. Ligou para Naruto que estava sendo o advogado do marido da mulher que havia lhe procurado, e pediu para que ele viesse até sua sala.  

    — Pediu para chamar, teme. 

    — Pedi. E é sério. – Naruto se sentou na cadeira frente a mesa. – É sobre o caso do casal em que está disputando a casa. 

    — Ah, não fala não, teme? – Suspirou. – Eu acabei de ver o relatório.  

    — Eu também. Eles têm dois filhos, e estão disputando uma casa? – Diz, revoltado.  

    — Eu pedi que procurassem por parentes próximos. 

    — Ótimo. Era essa a minha ideia. Mas não foi só por isso que te chamei. Minha vonta é de desistir desse caso. 

    — Acredite, eu pensei o mesmo. 

    — Consegue fazer o seu cliente desistir da casa? 

    — De jeito nenhum. Ele está irredutível. Ele quer a casa, e tudo dentro dela. Além disso, ele exige que a sua cliente não se aproxime dele. 

    — Ela exige o mesmo. – Bufou. – Esse caso vai ser um inferno.  

    — Talvez, se conseguíssemos fazer com que bloqueassem a conta financeira deles... – Sasuke deu um sorriso de lado. – O que? 

    — Eu tenho alguns contatos, Naruto. Qual é a sua ideia? 

    — Fazer com que eles coloquem a casa no nome das crianças, e deem a guarda delas a um parente. 

    — E se esse parente não existir, ou não quiser eles? 

    — O Juiz pode conseguir uma família para eles. – Sasuke balança a cabeça. – Eles estarão melhores com uma família que vai dar o apoio, e o amor que eles precisam. Melhor do que estar com esses dois malucos. 

    — Fale com o Juiz. Eu vou segurar essa audiência até que encontrem um parente ou uma família para os dois. – Naruto se levantou. – Naruto, não quero que separe os dois.  

    — Pode deixar. – Ele saiu e Sasuke se encostou na cadeira, pegando o celular da empresa e ligando para seu amigo. Sorriu ao discar o número. Ele vai adorar ver a cara do casal. – Aí, Suigetsu, sou eu. Preciso de um favor.  

    **--** **--** 

    Sasuke ficou surpreso quando descobriu que o Juiz aprovou sua ideia rapidamente, naquele mesmo dia. Algumas horas depois. Chegaria atrasado para almoçar com o filho, mas valeria a pena. Naruto estava tão animado quanto ele. O casal iria ficar possesso, ele podia ver isso acontecer, mas não se importava. Para ele o importante eram aquelas duas crianças. Suigetsu disse que até o dia às três da tarde a conta de ambos os clientes estaria bloqueada. Ele e Suigetsu estudaram juntos. Hoozuki Suigetsu, era esse seu nome completo. Eles nunca foram melhores amigos, mas eram conhecidos, e se respeitavam. Ele também fazia parte do time de basquete. Algo que o surpreendeu, quando foi preso, foi a visita dele. Nunca pensou que o veria ali, fazia muito tempo que não o via. Sasuke sempre soube da paixão do outro por Karin, e sempre o admirou por nunca tentar se aproximar, cantar, ou fazer qualquer outra coisa com sua ex. Sempre foi muito respeitoso, e mantinha uma certa distância. Quando o viu do outro lado do vidro, pensou que ouviria o pior, afinal ele amava Karin, e ela estava morta. Mas foi o contrário. Ele foi dar apoio, disse que Sasuke não era culpado, e que mesmo que ela tivesse ficado com raiva, ela nunca deixaria de amá-lo, independente das escolhas que fez. A admiração por Suigetsu só cresceu depois disso. Ficou mais surpreso e admirado ainda quando ele lhe ofereceu ajuda, e disse que poderia contar com ele quando saísse da cadeia.  

    Suigetsu realmente nunca odiou Sasuke pelo que aconteceu a Karin. Ele tinha feito escolhas estúpidas, isso é verdade, mas sua intenção nunca foi machucar a ruiva. Ele via o quanto Sasuke a amava, de verdade, mesmo sendo tão novo. E foi por isso, e por Karin amá-lo tanto, que Suigetsu nunca se declarou ou se aproximou da ruiva. Ele respeitava os sentimentos de ambos, e amava Karin o bastante para vê-la feliz com o outro, mesmo que doesse em sua alma. Quando soube de sua morte, ele ficou transtornado, mas não culpou Sasuke. Sabia que a culpa era apenas de uma pessoa, do bêbado maldito que dirigia em alta velocidade naquela noite. Karin estava no lugar errado, na hora errada, e isso a levou à morte. Ele estava sofrendo e muito, mas podia imaginar como Sasuke também estaria sentindo o mesmo. Se culpando até. Conhecia Sasuke bem para ter certeza disso. E foi por isso que ele foi ver o Uchiha alguns dias depois do velório. E foi por isso que ofereceu ajuda, apoio, e o que for, quando ele saísse daquele lugar. E é por Karin que ele sempre ajudaria o Uchiha, independente do que fosse. Ela faria o mesmo se estivesse no lugar dele, assim como o irmão dela, e os amigos dele fariam. Quando Sasuke ligou, realmente se surpreendeu. Fazia quase um ano que Sasuke estava fora da cadeia, e eles não se viam a três anos; ele o visitou algumas na cadeia durante dois anos em que o Uchiha havia ficado naquele lugar. E foi pela promessa de ajudá-lo no que fosse, que ele prometeu que daria um jeito no que ele pediu. Sasuke com certeza estava em dívida com o Hoozuki, mesmo que ele não estivesse cobrando nada.  

    — Aí, Teme. – Entrou na sala sem bater. 

    — Por que existe porta, Naruto?  

    — O que? 

    — Esquece. – Murmura. – Você nunca vai aprender a bater mesmo. 

    — Para de ser reclamão, teme. Eu vim aqui para dar uma notícia, e muito importante. 

    — Diz. É sobre o caso? 

    — Sobre a procura do parente, Sasuke. Não há nenhum.  

    — Tem certeza? Passou poucas horas desde que você... 

    — Eu mandei que verificassem com o casal, afinal eles não querem ficar com as crianças. 

    — Bem pensado.  

    — São só eles. Os pais faleceram, e eles são filhos únicos. 

    — Droga. – Se encostou na cadeira, dando um suspiro alto. – Então a nossa salvação é a família. 

    — Tem muitos casais querendo adotar, vamos torcer para que encontrem alguém que adote os dois, e que sejam de boa índole.  

    — Bom, então eu vou para casa. – Se levantou. – Não tem mais nada que possamos fazer. 

    — Está ansioso, não está? –Sasuke o olhou com o cenho franzido. – Eu estou sabendo do encontro que teve com a Sakura. Como foi? 

    — Foi bom. 

    — Foi bom? – Reclamou. – Fala sério, teme. 

    — Foi ótimo, foi maravilhoso, satisfeito? – Sabia que o amigo não o deixaria em paz se não dissesse. 

    — Deu para o gasto. – Sasuke revirou os olhos. – Aí, você já viu as revistas de hoje? 

    — Não. Eu não sou de ficar lendo mixirico.  

    — Você é um porre. — Bufou antes de jogar a revista que estava em sua mão direita, em cima da mesa. — Você e Sakura apareceram na capa. — Sasuke franze o cenho. 

    — Que mer... — Se interrompeu propositalmente, lendo o que estava escrito. 

    — Fala sobre o suposto namoro de vocês.  

    — Inconvenientes. — Murmurou. — Será que Sakura já viu? 

    — Ela não gosta de ler isso tanto quanto você, então, eu acho que não. — Sorriu. — Vocês parecem mesmo um casalzinho apaixonado.  

    — Vai trabalhar, Naruto. 

    — Eu vou para casa, estou com fome. 

    — Novidade! – Naruto foi reclamando da sala do amigo até onde os carros de ambos estavam. 

    **--** **--** 

    Sasuke estava exausto, mais mentalmente do que fisicamente. Aquele problema com aquele casal tinha gastado todas as suas energias. A raiva que sentiu quando soube da falta de senso daqueles dois, não havia passado. Cada vez que pensava naquele caso, mais, ele queria dar um esporro no casal; mas não o faria. A primeira coisa que fez assim que chegou em casa foi se jogar na cama, de bruços. Daisuke e Mayu brincavam na sala, e mesmo que soubesse que deveria tomar um banho, pois logo o almoço estaria pronto, ele estava esgotado demais para fazer isso. Não sabia por quanto tempo ficou ali, deitado, de olhos fechado, mas ouviu passos no quarto e por isso decidiu que era hora de se levantar e ir para o chuveiro. 

    Quando Ino ligou para dizer que ela estava na capa de revista, ela quase surtou. Até mesmo comprou uma quando foi ao mercado com as crianças, para saber sobre o que falavam. “Será que Uchiha Sasuke e a sobrinha de Hyuuga Hiashi estão namorando?” Ela leu não conseguiu ler apenas isso, acabou indo até a página onde falavam tudo sobre ela e Sasuke. Gente mais inconveniente, foi o que ela pensou. A rosada já sabia que aquilo aconteceria, mas não imaginou que a repercussão seria tão grande. Ela percebeu que algumas pessoas olhavam para ela, enquanto estava no mercado, e quando estava voltando para o apartamento, mais especificamente assim que entrou no condomínio, ela percebeu os olhares, e as pessoas sussurrando. Ela não se importou, não devia nada para ninguém. Sua melhor amiga tinha dito que Naruto já estava sabendo, e que consequentemente Sasuke também; não tinham certeza, mas sabiam como o amigo loiro era fofoqueiro, e por esse motivo não comentou sobre com Sasuke, quando ele chegou. Estava tão pensativa que até mesmo se esqueceu de ir olhar as crianças. Sakura sabia que não deveria ter deixado Daisuke e Mayu sozinhos na sala por tanto tempo. Ela estava fazendo o almoço, e quando o terminou foi procurar pelos dois, mas quem disse que os encontrou? Ela procurou por todo o apartamento, exceto naquele quarto. Ela não queria entrar ali, não queria mesmo. Sasuke tinha chego a algumas horas atrás, deveria estar descansando um pouco, afinal ele estava exausto. Sakura pensou várias vezes antes de ir até aquele quarto. Ela não gostava de entrar ali, era muito evasivo, em sua opinião. O que ela poderia fazer? Daisuke e Mayu estavam escondidos sei lá onde, e ela tinha medo de que fizessem algo que pudessem se machucar. Suspirando duas vezes, ela tocou na maçaneta e com os olhos fechados ela abriu a porta. Respirou fundo e abriu os olhos, chamando pelas suas duas crianças.  

    — Daisuke. Mayu. – Nem mesmo Sasuke estava no quarto. Então onde ele estaria? Sakura, que tinha entrado no ambiente um pouco escuro, viu uma fotografia. Ela se aproximou da mesa de cabeceira. – Mas eu reconheço isso. – Ela pegou o objeto que estava ela, Mayu e Daisuke. Como Sasuke tinha aquilo, era o que ela se perguntava. 

    — Sakura. – Ela deu um pulinho de susto. 

    — Que susto, Sasuke. – Se virou para ele com uma das mãos no peito. 

    — Desculpa. 

    — Não, eu que não..., deveria ter entrado. – Ele olhou para a fotografia nas mãos dela. – Hummm..., onde foi que... – Ela não precisou terminar, ele sabia o restante da pergunta. 

    — Naruto me deu..., de natal. 

    — Mas como...? – Como ele tinha aquela foto, era o que ela ia perguntar, mas Sasuke a interrompeu. 

    — No dia em que levou as crianças ao zoológico..., ele a encontrou no Mcdonald's, lembra? – Ela pareceu se lembrar do momento em que encontrou o amigo. Ela conversava com Daisuke e Mayu, abaixada na altura dele, como estava mostrando naquela foto. 

    — Agora eu entendi. Por isso ele estava mexendo tanto no celular. – Ele assentiu. 

    — Estava me enviando a foto, e me enchendo o saco como sempre. 

    — Oh. – Ela não soube mais o que dizer. Estava um pouco envergonhada. – Entendo. – Colocou a fotografia no lugar de antes, sem tirar os olhos brilhantes do objeto, ao contrário de Sasuke, que não tirava os olhos de Sakura. 

    — Então... – Pigarreou ao perceber o rosto corado. – Daisuke e Mayu? 

    — Foi isso que eu vim fazer aqui. Eles não estavam na sala quando fui chamá-los para almoçar, e não os encontrei em lugar algum. 

    — Devem estar brincando com você, com certeza. 

    — Ah, eu não duvido. Por isso entrei..., aqui. – Sasuke deu um sorriso de lado que fez o coraçãozinho de Sakura bater mais rápido. Ela o viu ir até seu closet. Desviou os olhos para a foto mais uma vez. Tinha ficado fofa, e havia gostado. Mais ainda, gostou de ver ela ali, ao lado da cama dele. 

    — Ah, tio Sasuke. – Ouviu a reclamação e olhou para o cômodo grande que ele havia aberto.  

    — Papai, você estragou a brincadeira. 

    — Está na hora de almoçar. – Sakura se aproximou e se assustou quando viu onde se encontravam; na parte de cima, onde colocava os casacos e as caixas. 

    — Como é que vocês subiram aí?  

    — Eu ia fazer essa mesma pergunta. – Eles se olharam, e os pais compreenderam que nem eles sabiam. – Okay, entendi. – Balançou a cabeça. – Vocês não deviam ter feito isso, é muito perigoso. 

    — Vocês podiam ter se machucado. 

    — Desculpa. – Pedem juntos. 

    — Só não façam mais isso. – Eles assentem, olhando nos olhos de Sakura. 

    — Pula, Daisuke. – Sasuke ordena, mas não de forma grosseira. O menino o fez e ele o coloca no chão. –  Sua vez, Mayu. 

    — Que susto que nos deram. – Diz quando a filha já estava no chão. 

    — Agora, vamos comer, seus pestinhas. – As duas crianças correram para fora do quarto. 

    — Não corram nas escadas. – Gritam juntos. 

    Sasuke e Sakura seguiram as duas crianças, mas nenhum dos dois paravam de pensar um no outro, mais especificamente sobre a fotografia. Sakura sentia o coração dar um solavanco só por ver aquela fotografia na mesa de cabeceira no quarto do Sasuke. Ela já tinha visto a foto de Karin naquele mesmo lugar, e já tinha algumas semanas que ele havia tirado dali, mas não imaginou o que viu. Nunca, em sua vida, imaginou ver a fotografia dela com Daisuke e Mayu, ao lado da cama de Sasuke. Aquela era mais um dos “detalhes” que suas amigas haviam falado. Por que mais uma foto “dela” estaria ali? Havia ficado feliz, e com certeza iria querer uma cópia daquela foto. Ela percebeu, como nunca havia percebido antes, como ele a olhava no momento em que a viu com a fotografia nas mãos. Pensar que ele estava olhando-a daquele modo á muito tempo atrás, e nunca havia percebido, a fazia pensar como era problemática, como suas amigas mesmo a chamaram. Teimosa, irritante, complicada. Céus, como poderia ser? Elas estavam certas. Estava tão focada nos sentimentos que achava que Sasuke ainda sentia pela ex, que não viu o óbvio. E isso realmente era irritante.  

    Diferente da rosada, o Uchiha pensava no que ela estava achando de ver aquela fotografia ao lado de sua cama. Gostaria de ter perguntado, mas sabia que a deixaria envergonhada, ou até mesmo fazia com que ela mudasse de assunto de forma brusca, e não era isso que ele queria. Ele viu como ela ficou ao ver aquela fotografia. Esperava que isso fosse pelo menos um indício para ela de que ela era importante para ele. Muito importante para ele. Sasuke não sabia como expressar o que sentia. Ele nunca precisou dizer muito para Karin. Quando descobriu que gostava dela, ele apenas chegou e falou “gosto de você”, e ela correspondeu. Com Sakura era tão mais complicado. Mas ele sabia que era assim mesmo. Sabia que as coisas nem sempre acontecem de forma igual. E agora ele sentia isso na pele. Pelo menos eles estavam voltando a ser o que eram antes de ela o afastar bruscamente, e isso já era meio caminho andado.  

    Currywurst – Salsicha de Porco cortada e temperada com Ketchup ao Curry 

    Schnitzel – Carne Empanada 

    Spätburgunder – Uva Pinot Noir 

    Spätzle – Macarrão  

    Bratkartoffeln – Batata Frita 

    Schwarzwälder Kirschtorte – Bolo Floresta Negra 


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