Seize The Day

  • Gabbysaky
  • Capitulos 28
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 17 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 19

    Defendendo alguém que ama

    Hentai, Linguagem Imprópria, Sexo

    Boa Leitura

    Quase dois meses haviam se passado desde o Natal. Sakura continuava com seu trabalho de babá. Como havia prometido a Sasuke, ela falou com o filho dele, e com muita paciência, o fez aceitar ir à escola. Não tinha sido fácil, o garotinho bateu o pé, chorou, e até mesmo recorreu ao tio Itachi, porque não queria ficar sem Sakura. Depois de Sakura e Sasuke prometerem que ela continuaria cuidando dele, mesmo ele indo à escola, ele aceitou. Sasuke já sabia que seria complicado, afinal ele sabia o amor grandioso que o filho sentia por Sakura, mas nem por isso desistiu. Daisuke estava com quase seis anos, ele já tinha que estar na escola, e isso só não havia acontecido antes, porque os avós acharam que ele e Sasuke precisavam de alguns meses só para eles, e Sasuke não podia deixar de concordar.  

    Quase dois meses se passaram e Sakura continuava a evitar Sasuke. Ela conversava apenas o essencial para com o Uchiha, e tentava fazer tudo para que não ficassem sozinhos. Não queria que acontecesse um novo beijo, não queria que tivessem uma nova conversa sobre o que aconteceu. Todos perceberam o afastamento, o que os deixou um pouco revoltados. Eles se perguntavam o que tinha acontecido. Sasuke ainda não havia contado a ninguém, além de Itachi, que sabia muito pouco. Sakura também havia deixado aquilo em segredo. Eles não queriam falar sobre o que houve. Sasuke percebia como Sakura ficava nervosa perto dele, e por isso decidiu que deixaria seus sentimentos guardados para si. Ela não queria ouvir, não estava pronta, e ele muito menos. Tentou uma vez, e não conseguiu, então ele decidiu desistir pôr ora.  

    Além dos adultos, as crianças também perceberam o afastamento. Daisuke não estava conformado com o afastamento do pai com Sakura, e Mayu muito menos. Eles queriam os pais juntos. Duas crianças de quase cinco e seis anos, que gostariam de ter uma família completa. Quem poderia imaginar que algo assim passaria na cabeça de duas crianças? Sasuke achava que Daisuke tinha se esquecido da conversa que tiveram. Ele nunca mais tocou no assunto, mas continuava querendo a rosada por perto o tempo todo. Até mesmo nos finais de semana. Sasuke sabia que Sakura aceitava todos os pedidos de Daisuke, somente por ele, porque se fosse de outro modo, ela não o veria tantas vezes na semana. Sasuke se importava com o jeito que ela estava afastando, mas não dizia nada. Ele estava sendo um completo covarde, e isso o irritava profundamente. Nunca, em toda sua vida, havia feito algo parecido. E ele nunca teve medo dos próprios sentimentos. Bom, é como dizem, para tudo tem uma primeira vez. E mesmo que ele não quisesse, algo sempre lhe dizia que ele deveria enfrentar seus medos. Quem disse que isso é fácil? Tanto ele quanto Sakura sabiam que deveriam enfrentar ao invés de se esconder, mas não era tão complicado.  

    Naquela manhã chuvosa, Sasuke deixou Daisuke com a babá preferida dele, e saiu para trabalhar. Tinha uma reunião importante e não poderia faltar, mesmo que quisesse muito ficar em casa. Não estava muito bem naquela manhã, e ele se perguntava o porquê. Nem ele sabia por que estava com falta de paciência. Passou pela secretária, cumprimentando-a e seguiu para sua sala, onde se sentou rapidamente. Ele sentia o corpo pesar. Suspirou, antes de ligar o notebook. A porta não demorou a se abrir.  

    — Senhor Uchiha. – Ele a olhou. – Eu vim a visar que os clientes de amanhã de manhã pediram para remarcar. – Sasuke franziu o cenho.  

    — Por que? 

    — O pai da criança disse que terá uma reunião importante, e não poderá comparecer. 

    — Diga a ele que eu não tenho todo o tempo do mundo. – Bufou. – Já é a terceira vez que eu estou remarcando isso. Se ele não quer a guarda do filho, então diga de uma vez.  

    — Eu já remarquei. – Sasuke franziu o cenho, indignado.  

    — Como é?  

    — Eu remarquei. Achei que como ele tinha algo importante... 

    — Você não tinha o direito de fazer isso sem a minha autorização. — A cortou de forma rude. 

    — Não achei que fosse se importar, senhor Uchiha. 

    — Pois eu me importo. Quando alguém ligar para pedir para remarcar um encontro, você fala comigo antes. – Rosnou. – Não resolva fazer as coisas sem a minha autorização. 

    — Sim, senhor. — Responde, incomodada. 

    — Para que dia remarcou isso? 

    — Para hoje. — Sasuke passou a mão no rosto. — Às 13h. 

    — Você marcou no meu horário de almoço? — Só estava piorando. Sua cabeça começou a doer. — Sabendo que é a hora em que eu almoço com o meu filho? 

    — Eu só... 

    —Não diga mais nada. — Rosnou, interrompendo-a. — Nunca mais faça isso. — Ela assente. — Confirme essa mer... — Respirou fundo, tentando não xingar. — Confirme essa reunião.  

    — Com licença. 

    Sasuke se encostou na cadeira, tentando se acalmar. A cabeça só fazia doer mais, e a vontade de mandar aquela sua secretária para o olho da rua só crescia. Nunca em toda sua vida, imaginou que passaria tanta raiva com uma pessoa só. Parecia que ela fazia aquilo de propósito. Mesmo sabendo que almoçava com o filho, ela marcou a reunião para aquele horário. Aquele dia não estava sendo um bom dia para ele. Tudo o que queria era estar em casa, descansando. Precisava de um remédio para dor de cabeça também. Respirou fundo mais uma vez, balançou a cabeça, e pegou no telefone, chamando sua secretária, para seu desgosto. Ela não demorou a aparecer. 

    — Chamou? —A vontade que ele tinha era de dar uma resposta grosseira, mas não o fez.  

    — Quero que ligue para Haruno Sakura e avise que vou demorar aqui hoje. 

    — Sim senhor. 

    — Explique o que você fez. E diga que assim que eu terminar essa reunião, eu estarei em casa. – Ela assente e se vira. – Outra coisa. – Ela se volta para ele. – Me traz um remédio para dor de cabeça e um café extremamente forte.  

    — Sim senhor. Vou fazer o que pediu e já volto. 

    Sasuke viu ela fechar a porta, e em seguida fecha os olhos. Só assim para que a cabeça melhorasse pelo menos um pouco. Para piorar seu humor, em alguns minutos ele teria uma reunião com um casal que queria a guarda da filha. Algo não muito complicado, mas que ele precisaria da história do casal para poder entender tudo. Hoje não era dia de ouvir história, mesmo que o pouco que ele sabia, o deixasse comovido. A porta se abriu. 

    — Senhor, eu liguei para a Sakura... — Ele percebeu o desgosto ao falar o nome, e por isso a interrompeu. 

    — Srta. Haruno. — A corrigiu. Ela mordeu o lábio, incomodada. — O que ela disse? 

    — Que tudo bem. — Ele assentiu, ao mesmo tempo em que ela colocava uma bandeja de alumínio em cima da mesa de madeira, com os itens que ele havia pedido. — Mais alguma coisa? 

    — Caso ela ligue, ou meu filho, passe imediatamente para mim, não importa onde eu esteja ou o que eu esteja fazendo.  

    — Sim senhor.  

    — Pode se retirar.  

    Sasuke desviou os olhos da secretária, pegando o comprimido e tomando com um pouco com água. Esperava que fizesse efeito imediato, porque os clientes não demorariam a chegar. Pegou o café quente, e tomou um gole. Pelo menos estava como ele gostava. Fechou os olhos, sentindo o gosto do café forte. Ele estava ajudando-o até mesmo o acalmar, mas sabia que isso não duraria por muito tempo. Ele não soube por quanto tempo ficou de olhos fechados, descansando, depois que tomou todo o café, mas teve seu descanso interrompido ao ouvir baterem na porta. Era a secretária mais uma vez, entrando para avisar que os clientes haviam chegado. Ele pediu que ela os deixasse entrar, e se dirigiu para uma mesa retangular com quatro cadeiras em volta dela. Duas de cada lado. Se sentou, colocando seu notebook ao lado, e então a porta se abriu.  

    — Bom dia. – Sasuke olhou para o casal. A mulher tinha olhos extremamente azuis e cabelos loiros; o lembrou seu amigo loiro. O homem tinha cabelos castanho escuro e seus olhos era em um tom acinzentado. 

    — Bom dia. – Se levantou, pegando na mão de cada um. – Sentem-se por favor. – Eles o fizeram. – Eu li o que me mandaram, mas eu gostaria que me explicassem melhor. Vocês têm uma filha de seis anos no orfanato, é isso? 

    — Isso mesmo, senhor Uchiha.  

    — Eu e minha esposa namoramos no colegial. Ela ficou grávida aos 16 anos, e nós decidimos que teríamos a criança, mesmo que nossos pais fossem contra. 

    — Meus pais ficaram furiosos, e me separou do meu marido. – Ela o olhou, e Sasuke percebeu que aquela troca de olhar, tinha bastante significado. – Eu tive minha filha, mas meu pai disse que ela nasceu morta. 

    — Eu não soube da menina. Eu nem mesmo sabia que Amaya tinha tido nossa filha.  

    — Seiji descobriu quando eu consegui ligar para ele e dizer que ela havia falecido. Ele quis me ver, mas eu estava fora do país, e não consegui lhe dizer onde eu estava. Meus pais me mandaram para longe, para que ninguém soubesse sobre a minha gravidez. 

    — E seus pais? — Pergunta, olhando nos olhos do homem à sua frente. 

    — Eles também nunca quiseram que eu fosse pai aos 16 anos. Eles conversaram com os pais da Amaya, e decidiram, sem pedir nossa opinião, que tudo ocorresse da forma como ocorreu. 

    — Então, eles foram coniventes? – O homem assentiu. Sasuke balançou a cabeça, não acreditando no que estava ouvindo.  

    — Á duas semanas..., eu estava no meu trabalho, quando uma garotinha apareceu. Ela me perguntou porque eu a deixei, e..., eu acabei por desmaiar ao desconfiar do que aquilo queria dizer. Quando acordei, ela já tinha sido levada de volta para o orfanato. 

    — Amaya questionou a irmã mais velha, e depois de pressioná-la, ela contou tudo. 

    — Meu pai mentiu para mim, senhor Uchiha. Minha filha sempre esteve viva.  

    — Você quer dizer..., que o seu pai a mandou...  

    — Para um orfanato. – O interrompe, respondendo à pergunta que ele faria. Sasuke estava um pouco surpreso. Não tinha passado pela sua cabeça que os pais da mulher á sua frente tinha feito algo tão monstruoso. Aquela história lembrava o de seus tios. Quando eles soubessem quem era o responsável por deixá-los longe da filha 27 anos, eles ficariam revoltados, indignados. — Eu procurei Seiji e contei tudo.  

    — E é por isso que o procuramos. Queremos a guarda da nossa filha. 

    — Bom, eu vou abrir a investigação, o juiz vai pegar o caso de vocês, e vai pedir por um exame de sangue, para ter certeza de que a menina é filha de vocês. — Eles assentiram. — E então ele vai decidir quando a menina vai ser entregue a vocês, caso dê positivo. 

    — E isso pode demorar? 

    — Eu..., preciso falar com o juiz antes de tudo, para te dar uma resposta precisa. – Eles voltam a assentir. Sasuke suspirou ao ver a feição de ansiedade de ambos. Ele faria de tudo para que a menina fosse entregue aos pais. – Mas vou tentar fazer com que consigam a menina o mais rápido possível. 

    — É tudo que queremos. Nós perdemos seis anos da vida dela. 

    — Temos o direito.  

    — Eu vou resolver isso, e dentro de duas semanas no máximo, entro em contato com vocês. – Eles assentem. – Vocês vão precisar de testemunhas, provavelmente. 

    — Minha irmã vai testemunhar. 

    — Ótimo. – Se levantou e o casal fez o mesmo em seguida. – Então daqui duas semanas, nos falaremos novamente. 

    — Obrigada.  

    — Antes de irmos, senhor Uchiha..., nós queremos pedir que consiga fazer com que nós a vejamos.  

    — Vou pedir que vejam a menina ainda essa semana. – O casal agradeceu e saiu da sala. Sasuke se jogou na cadeira. Seria complicado, aquele caso. Se fosse qualquer outro dia, ele não estaria reclamando, aquele caso não era o pior, ele só não se sentia bem naquele dia, e por isso qualquer coisa o estava o deixando exausto. 

    — Senhor? – Ele olhou para a porta. – O senhor Hyuuga está o esperando na sala de reuniões. 

    — Já estou indo. – Aquele seria um dia cheio, principalmente depois da incompetente de sua secretária marcar uma reunião no mesmo horário no qual ele almoçaria com o filho.  

    **--** **--** 

    Sakura nunca pensou, que ao sair com Daisuke e Mayu por algumas horas, resultaria em encontrar aquele ser desprezível. Se ela soubesse, teria ficado em casa. Depois de tanto pedirem para irem à uma sorveteria, Sakura acabou por aceitar. Apesar do tempo estar fresco, não estava chuvoso, então não teria problema sair com sua filha e o garotinho por quem tinha um carinho muito grande. Assim que ela saiu do elevador, e passou pelo hall da recepção, ela o encontrou. Ele estava de braços cruzados e encostado na parede ao lado da porta de entrada. Como ele tinha entrado, era o que ela se perguntava. Mesmo que ela estivesse ouvindo Daisuke lhe pedir para ligar para o pai, para que ele também pudesse ir com eles, ela não conseguia se concentrar no menino. Ela sentia um medo agoniante. Não deveria, mas sentia. A forma que o ruivo a olhava a deixava assustada.  

    — Sakura? A gente vai ligar ou não? — Ele desviou os olhos para onde Sakura olhava. — O que ele faz aqui?  

    — Daisuke, Mayu, quero que fiquem sentados lá. – Apontou para o sofá um pouco longe de onde eles estavam. 

    — Ele de novo, mamãe?  

    — Eu vou conversar com ele, e daqui a pouco saímos. 

    — Mas Sakura... – Ela o olhou. Ele estava preocupado. – Ele não vai te machucar? 

    — Não, querido. – Sorriu fraco. Mesmo que dissesse aquilo, não sabia se era totalmente verdade. – Não se preocupem e me esperem onde pedi. – Eles assentiram e então se afastaram. Ela os observou sentarem no sofá bege, antes de se virar. Sakura caminhou até o ruivo, tentando não se intimidar pela forma irritada que ele lhe olhava. 

    — Finalmente apareceu..., querida. — Debochou ao dizer a última palavra. — Já têm dias que estou tentando lhe falar..., mas não consigo. 

    — Você nem mesmo deveria estar aqui. Não se lembra do pedido que... – Ele lhe pegou no braço, fazendo-a se interromper. – Está me machucando, Sasori. 

    — Você vai tirar esse maldito pedido de restrição, e depois vai..., de algum modo, permitir que eu veja Mayu. – Ela riu. 

    — Está brincando? — Ele franziu o cenho. — Eu nunca..., ouviu bem? Nunca vou deixar que se aproxime dela. Tudo não passou de um golpe, certo? Você não se importa com a Mayu, só quer a porcaria da empresa do seu pai.  

    — Você não sabe com quem está lidando, Sakura. — Se aproximou mais um pouco, e Sakura tremeu. — Posso fazer da sua vida um inferno. 

    — Isso já está acontecendo..., de todo jeito. — Murmurou. 

    — Mayu é minha filha. 

    — E você pensou nela assim, agora, porque... — Bufou. — A quer como um trunfo. Quer usá-la. Isso não vai acontecer. 

    — Eu vou recorrer, Sakura, e então..., quando eu ganhar... 

    — Isso nunca vai acontecer. — Ela o cortou, irritada. Ele apertou ainda mais o braço e ela gemeu de dor.  

    — Você continua um ser irritante. — Disse entredente. — Eu não me importo com sua opinião sobre mim. Eu preciso da presidência..., e você vai me ajudar a conseguir. 

    — Só nos seus sonhos. – Puxou o braço, conseguindo fazer com que ele a soltasse. – Eu espero que você não consiga a presidência. Eu espero que você continue na lama. Que seu sobrenome vá para o lixo. Porque é isso que você é para mim. – Ele trincou os dentes, e mesmo temerosa, ela continuou. – Você é um bosta, Sasori. Não merece nada mais que desgraça na sua vida. Tudo que você plantou, tudo o que fez comigo..., você está colhendo agora. E eu espero que continue colhendo só o lixo que você plantou. – Sakura arfou quando sentiu a mão dele em seu rosto. Sentia o rosto esquentar e doer. Colocou a mão onde ele tinha lhe dado uma bofetada, e o olhou ofegante. 

    — Repita, mais uma vez, sua vadia. — De repente Sasori sente ser puxado pela camisa, e em seguida vai ao chão, quando alguém, que ele não havia conseguido ver quem era, lhe soca.  

    — Quem você pensa que é para tocar nela, seu desgraçado? – A voz irritada e rouca, saiu como um rosnado. Ele tinha a feição totalmente séria, e suas mãos estavam fechadas em punhos. Sua respiração estava ofegante, por causa da raiva que sentia. 

    — Sasuke. — Sakura estava novamente surpresa. Ele tinha socado Sasori.  

    — Uchiha maldito. 

    — Eu vou destruir sua vida. — Alguém segurou Sasuke, quando ele foi para cima de Sasori, que se levantava com a boca sangrando. — Vai se arrepender de ter nascido por ter tocado nela. 

    — E desde quando isso é da sua conta? – Grita irritado por ter lhe socado. Alguém também o segura no mesmo momento.  

    — Passou a ser quando você a tocou. — Rosnou. — Você tem sorte de estarem me segurando, seu maldito. 

    — Você quem deveria estar agradecendo por estarem me segurando. Você não sabe com quem se meteu. Você não faz ideia do que eu sou capaz de fazer com você, então não se meta no que não é da sua conta.  

    — Eu realmente não tenho medo de você. Mas você deveria ter medo de mim. — Sakura realmente sentiu um tom sombrio ao ouvir Sasuke falar.  

    — Se não pararem agora, eu chamarei a polícia. — Sakura ouve a voz do dono do condomínio. Sasuke ri debochado. 

    — Isso você não vai querer, não é, Akasuna? Está correndo da polícia, não é mesmo? 

    — Cala a boca. — Rosna.  

    — Senhorita Haruno, está bem? — Ela o olha e assente, mesmo que não fosse verdade. Sasuke enfim a olhou, quando ouviu o senhor falar seu nome.  

    — Pode me soltar. — Pede ao segurança, que o faz quando percebe que ele estava mais calmo. 

    — Você se acha não é mesmo, Uchiha? — Sasuke o olha. — Sabe o que vai conseguir da minha ex? — Riu debochado. — Ela vai te colocar uma coleirinha e depois..., depois ela vai mostrar que não passa de uma vadia. — Sakura se colocou na frente de Sasuke quando ele deu dois passos em direção de Sasori. 

    — Não faz isso. – Ele olhou nos olhos verdes. – Esquece isso, por favor. – Ela balança a cabeça. – Eu não me importo com o que ele diz, Sasuke.  

    — Tire esse infeliz daqui. – Ele ordena pouco depois. 

    — Façam como o senhor Uchiha pediu. – Os homens retiraram Sasori, que esbravejava e dizia que “aquilo não ficaria assim”. Sasuke voltou os olhos para Sakura. Ela estava com os olhos verdes marejados. — Tem certeza de que não querem que eu chame a polícia? 

    — Não. Esqueça isso, por favor. — Sakura pede. Ela não queria chamar mais atenção do que já chamou. O homem assente e se afasta. Sakura volta seus olhos para Sasuke. Era a primeira vez, em dois meses, que estava tão perto dele. Olhando nos olhos negros dele. Sasuke levou a mão direita ao hematoma que começava a arroxear.  

    — Está doendo? 

    — Ardendo um pouco. — Sussurra, sentindo o dedo polegar acariciar a parte arroxeada.  

    — Maldito.  

    — Eu estou bem. Obrigada por ter me defendido.  

    — Eu sempre vou te defender, Sakura. 

    — Papai. — Eles desviam o olhar um do outro, se virando e encontrando Daisuke e Mayu, que vinham correndo até eles. — A Sakura te ligou?  

    — Me ligou? — Ele olhou para a rosada. Estavam impressionados pelas crianças não terem presenciado nada. 

    — Eu estava os levando a sorveteria quando Sasori apareceu. 

    — Ele já foi embora? — Mayu inclinou a cabeça. 

    — Mamãe, machucou? — Sakura colocou a mão no hematoma, franzindo o cenho ao sentir dor.  

    — O que foi isso, Sakura? 

    — Não se preocupem. — Ela sorriu, não querendo preocupar as crianças.  

    — Ela está bem. — Sasuke resolve ajudar. — Então, ainda querem ir à sorveteria? — Ambos sorriram, balançando a cabeça. 

    **--** **--** 

    Sasuke observava Sakura terminar o jantar. Mesmo que ele dissesse que não precisava, que ela poderia ir para casa, ela não desistiu. Daisuke queria a comida dela, e como sempre, ela não conseguiu negar ao menino. Eles estavam sentados à mesa, esperando-a colocar a vasilha de vidro em cima da pedra que se encontrava em cima da mesa. Aproveitando que tinha carne moída praticamente pronta, ela decidiu fazer lasanha. Colocou no prato das crianças, no dela e no de Sasuke, apesar de ele retrucar. Sakura não sentia mais dor, mas mesmo assim a imagem de Sasori lhe batendo não saía de sua cabeça.  

    — Você está bem? — Ela o olhou depois de se sentar. Como Daisuke e Mayu estava lado a lado, ela se sentou ao lado de Sasuke.  

    — Estou, não se preocupe.  

    — Vai ficar mais roxo do que isso. — Ele sentia a raiva voltar.  

    — Não está mais doendo. E sobre o arroxeado..., o que eu posso fazer? 

    — Deveria ter socado mais aquele filho da... — Não terminou ao se lembrar das crianças no cômodo.  

    — Ele não vai esquecer o que você fez. — Ele franziu o cenho.  

    — Espero mesmo que não esqueça. 

    — Sasuke, ele vai se vingar. – Afirma, preocupada. 

    — Vou estar esperando. — Deu de ombros. Ele percebeu que ela se sentia mal. — Isso não é culpa sua. Eu o soquei. E socaria mais, já disse.  

    — Não quero que ele faça nada com você... — Ela pigarreou, se sentindo envergonhada. — Vocês. — Olhou para Daisuke que comia ao lado de Mayu, sem prestar atenção na conversa dos adultos.  

    — Não se preocupe com nenhum de nós dois. — Ela assentiu, mesmo que continuasse preocupada. Sakura se recriminava por estar tão perto dele mais uma vez. Vê-lo defendê-la daquele modo, a deixou mais apaixonada ainda por ele. Como era possível? Ficou quase dois meses o evitando, e foi só ele fazer uma ação, e tudo caiu. Tudo o que fez naquelas semanas, para ficar longe dele, foi para o ralo. — Quer que eu te deixe em casa? — Voltou seus olhos para Sasuke. Por algum motivo, ela não estava surpresa com a pergunta. 

    — Não precisa. 

    — Tem certeza? Ele sabe onde você mora, Sakura. Pode estar te seguindo. — Ela abriu a boca para retrucar, mas desistiu. Ele estava certo. Pensar no ruivo seguindo-a, lhe fazia estremecer.  

    — Não vai te atrapalhar? — Ele ficou surpreso ao ouvi-la aceitar. Ela estava mesmo aceitando. Não esperava. Pensava que teria que convencê-la de algum modo.  

    — Não. — Balançou a cabeça, ainda surpreso. — Te sigo com o meu carro, assim eu fico menos preocupado. — Ouvir ele dizer que estava preocupado a deixou feliz. Ela mordeu o lábio, segurando um sorriso.  

    — Então tudo bem.  

    **--**  

    Sasuke estava sentado em sua cama. O dia amanheceu chuvoso, e o céu estava completamente escuro. Cansado, ele se levantou e caminhou até seu closet, pegando uma guitarra fender, completamente preta, e voltou a sua cama. A ligou no notebook que estava ao seu lado esquerdo, e começou a passar os dedos nela. Fazia um tempo que não tocava nela. Ganhou de seu avô Madara na época em que namorava Karin. A justificativa de nunca mais ter pego nela, não era o fato de ter lembranças com sua ex, e sim pelo fato de que não teve tempo. Primeiro se concentrou no filho, depois na empresa, depois nos sentimentos, confusos, por Sakura. Ele sorriu ao se lembrar do rock pesado que ouvia naquela época. Quando percebeu ele já tocava “Seize The Day – Avanged Sevenfold”. Era umas de suas músicas preferidas. Sua parte favorita dessa música era o solo de guitarra. Enquanto ele tocava, ele cantava em sussurro a letra da música. Ela definitivamente falava com ele. Era como se ele visse sua própria história ao se lembrar do vídeo oficial. Quem poderia imaginar que algo como um vídeo qualquer de um grupo de roqueiros, poderia acontecer na vida real? Balançou a cabeça, não querendo pensar sobre aquilo, e de repente, percebe que está tocando “Sweet Child O’ Mine – Guns N’ Roses”; música que aprendeu a tocar aos cinco anos de idade. Aquela era sua segunda música preferida. A melhor do grupo de roqueiros, em sua opinião; não que as outras não fossem boas. Estava tão concentrado que nem mesmo ouviu a porta se abrir, só se deu conta que alguém estava no quarto quando ouviu a voz baixa, e em seguida, viu os olhos azuis tão idênticos aos de sua falecida noiva.  

    — Papai. Papai, não vai trabalhar hoje? — Sasuke franziu o cenho, largando a guitarra na cama, ao seu lado. 

    — Que horas são? 

    — 10h. — Sasuke se surpreendeu. — A Sakura já fez o café da manhã, já brincou comigo e com a Mayu..., e você nem desceu.  

    — Eu..., perdi a hora. — Murmurou se levantando. — De qualquer forma, eu não teria nada importante na empresa hoje.  

    — Então a gente pode comer hamburguer? — Olhou para o filho que tinha um sorriso animado no rosto, e não pôde deixar de sorrir também. 

    — Você quer comer hamburguer? No almoço? – Ele balança a cabeça várias vezes, sem deixar o sorriso apagar. – Então vamos falar com a Sakura. — O garoto pulou várias vezes, e Sasuke riu, seguindo-o para fora do quarto. 

    — Sakura, a gente vai comer hamburguer. – Praticamente gritava, enquanto pulava os degraus de dois em dois. 

    — Daisuke, você vai se machucar. – Mas o menino já descia os últimos, então não adiantou muito repreendê-lo. Sakura parou frente a eles com as sobrancelhas arqueadas. 

    — Nós vamos onde? 

    — Comer hamburguer. — Correu até a sala, para avisar Mayu. 

    — Hamburguer? — Ele sabia que ela não estava muito feliz. — Em pleno dia de semana?  

    — Não vai matar ninguém. 

    — Talvez só entupa nossas veias de gordura. – Murmurou e ele segurou uma risada ao ouvir. – Nada contra o hamburguer, mas não acha que estão comendo muito? Foram três finais de semana seguidos. 

    — Não fique tão preocupada.  

    — Eu sou quase uma médica completa, então sim, eu ficarei preocupada. – Ele tinha se esquecido daquele detalhe. – Mas já que você prometeu... – Deu de ombros. – Outra pergunta muito importante... 

    — Diga. 

    — Se você está aqui, e pode cuidar do Suke... – Ele sabia o resto da frase, mas a deixou terminar. – Por que eu estou aqui? 

    — A resposta é simples, e constituída com apenas uma palavra: Daisuke.  

    — Eu já deveria saber. — Ele assentiu, concordando com aquela frase. — Vou pegar uma blusa de frio para os dois. — Subiu as escadas, passando por Sasuke, que tinha o mesmo perfume de sempre.  

    — Eu vou tomar um banho, bem rápido. – Ele avisa, seguindo-a. – Pode me fazer um favor? – Ela se virou quando chegaram no topo das escadas. – Liga para a minha secretária... – Ele para de falar. Sabia que sua secretária era um pouco complicada; pensar nela o fazia se lembrar de que precisava de outra. – Liga para a secretária do Naruto e avisa que qualquer coisa, eu estarei no celular? Explica que perdi o horário, e que por isso não fui trabalhar.  

    — Tudo bem.  

    — Obrigado. — Ele volta para o próprio quarto, e Sakura o observava a entrar no mesmo antes de entrar no que sua filha dormia. 

    **--** **--** 

    Sasuke olhou para o celular pela quinta vez. As crianças ainda comiam, diferente de ele e Sakura que haviam acabado primeiro. Depois de Naruto mandar a primeira mensagem, perguntando por que ele não tinha ido trabalhar, outras quatro vieram. Ele sabia que o amigo ficaria animado ao descobrir que estava com Sakura, Daisuke e Mayu, e mesmo assim não pôde mentir quando ele lhe fez a pergunta. E isso foi o estopim para que o amigo o enchesse o saco. Com certeza aquele grupo retardado que ele e Itachi criaram já estaria sabendo sobre aquilo. Revirou os olhos ao ver a mensagem. 

    “Aproveite” 

    — O que foi? — Olhou para Sakura, que estava ao seu lado. — Algum problema? 

    — Naruto me enchendo o saco. 

    — Eu não estou surpresa por essa resposta. — Ele sorriu.  

    — Ele disse um “graças a Deus você não está enfurnado na empresa”. – Ela riu. – Além de outras coisas. – Que ele não diria para não a deixar envergonhada. 

    — Como se você nunca tivesse tirado folgas antes. 

    — Diga isso para ele, por favor. — Ela volta a rir. Ele gostava de ouvir aquele som. Daisuke e Mayu enfim percebem que os pais estavam novamente se dando bem, e se voltam para o sanduíche sorrindo. — Ele disse que a última folga que tirei foi o ano passado. 

    — Bom..., na verdade foi. 

    — Esse fato não é importante. — E ela volta a rir. — Naruto podia cuidar da própria vida. 

    — Ah, isso ele não consegue. Sabe o que ele consegue? — Sasuke prestou mais atenção do que antes, curioso. — Cuidar da vida alheia. De muitas vidas alheias. — Sasuke riu junto dela. 

    — Essa é a mais pura verdade. — Seu celular vibrou. — É o insuportável, quer apostar? — Ela balançou a cabeça e ele desbloqueou o celular.  

    “Estou sentindo minha orelha esquentar, está falando de mim?” 

    Sakura ouviu Sasuke rir, de uma forma que nunca tinha ouvido antes, mesmo com ela. Sasuke balançou a cabeça, e disse um “Naruto é comédia”, antes de virar a tela para ela ler. E então ela entendeu o porquê de ele rir, pois ela gargalhou ao ler. 

    — Naruto sendo Naruto. 

    — Vou responder que sim, só para ele ficar curioso. – Diz enquanto digitava. 

    — Você é maldoso. — Diz ainda rindo. Ele sorriu e bloqueou o celular depois de enviar. 

    — Quer apostar que em menos de um minuto eu vou receber uma mensagem? E que nela vai vir um: “Ah, agora eu quero saber”? – Ela riu quando Sasuke mudou de voz. 

    — Não mesmo. — Ela responde e no mesmo instante o celular vibra.  

    — Quem é? — Daisuke pergunta, curioso. 

    — Seu tio Naruto. 

    — Ele vai vir pra cá? 

    — Ah, como ele deve estar querendo isso, filho. — Riu. — Mas não. Ele está trabalhando, e ao mesmo tempo, sendo do jeito que ele é sempre: Irritante e curioso.  

    — O tio Naruto ia reclamar muito se ouvisse o papai falar isso. 

    — Outro adjetivo para dar ao seu tio: Reclamão. – Sakura sorriu. – Terminaram? 

    — Eu quero sorvete. — Dizem juntos. 

    — E vocês vão conseguir? Depois desse sanduíche enorme e esse refrigerante de 300ml? 

    — Se eles disserem que sim, eu não vou ficar surpresa.  

    — Eu consigo. 

    — Eu também.  

    — Vou pedir então. — Levantou a mão, chamando um garçom. — Vou pedir um milk-shake, tudo bem? — Eles assentem. — Naruto não vai me deixar em paz. — Diz quando o celular vibra duas vezes seguidas.  

    — Ele não tem mais o que fazer? — Pergunta ao ouvir o celular vibrar mais três vezes.  

    — Provavelmente tem, mas quem disse que ele se importa? – O garçom se aproximou e Sasuke o olhou. – Traga dois milk-shake de Ovomaltine, por favor. 

    — Pode acrescentar calda? — Sasuke achou melhor olhar para Sakura. 

    — Não. Já tem doce demais. Pode trazer três. — O homem assente. 

    — Três de 500ml. — Sasuke completa. 

    — Mais alguma coisa? 

    — Não, obrigado. — O homem pediu licença e se despediu.  

    — Acho que deveria ter pedido do menor para eles. 

    — Daisuke toma um de 500ml sozinho.  

    — A gente pode ir brincar agora? — Mayu pede, descendo da cadeira. 

    — Tomem cuidado. — Daisuke sorri e puxa a amiga. 

    — Naruto de novo? — Pergunta ao ouvir o celular vibrar ao seu lado. 

    — Itachi. — Revirou os olhos. — Esse é outro que nem mesmo parece que é médico. — Bufou. Sakura segurou uma risada. — Áudio. — Sasuke aperta para ouvir. 

    “Finalmente você ouviu meus concelhos? Já estava na hora de você e a rosadinha...” 

    Sasuke parou o áudio no mesmo momento. Ele sabia o término e Sakura também.  

    — Vou bloquear o Itachi. 

    — A melhor coisa que você faz. — Ela comenta, envergonhada, sem olhá-lo. — Eu também tenho um ser inconveniente como esse na minha vida. 

    — Quem? 

    — Sabaku no Ino. — Sasuke concordou. Ela realmente era inconveniente. — Às vezes eu tenho pena do Gaara. — Ele riu. — Ele com certeza deve sofrer nas mãos da loira. 

    — Eu ainda me pergunto como pode um casal se dar tão bem, sendo tão diferentes um do outro. Enquanto que Ino é escandalosa, o Gaara é totalmente ao contrário. 

    — Ele gostou dela assim. – Deu de ombros. – Pensa comigo..., se Gaara se cassasse com alguém tão calado quanto ele, seria estranho. Não daria certo. Seria um casamento mudo. – Ele riu e ela acabou por acompanhá-lo. – Não concorda? 

    — Concordo. Podemos dizer que o mesmo seria com Naruto e Hinata. Ela é toda tímida, e o Naruto todo escandaloso.  

    — Naruto e Ino deveriam ser irmãos. 

    — Eu já disse isso para eles. Perguntei uma vez, para a tia Kushina, se ela não tinha uma filha perdida no mundo. 

    — Você não fez isso. 

    — Foi há muito tempo atrás. — Ela riu. — Ao contrário da tia Kushina, o tio Minato riu pra caramba. 

    — Você era terrível. — O barulho novamente fez presente e ao mesmo tempo o garçom se aproxima com os copos de Ovomaltine. — Eu vou buscar as crianças. — Ela saiu e ele agradeceu ao garçom que se afastou em seguida. Sasuke desbloqueou o celular e viu mais três mensagens do irmão. Mesmo temendo, ele apertou para ouvir. 

    “Você por acaso está fingindo que eu não estou lhe mandando áudio? Eu vou começar a escrever e você sabe que eu não paro”. 

    “Irmãozinho, não seja tolo. Eu sei que você viu que eu mandei a mensagem”. 

    “Sasuke, eu só vou te perdoar por não me responder, se estiver beijando a rosadinha”. 

    Balançando a cabeça, Sasuke bufou. Era impressionante que sempre que seu irmão lhe manda áudio, ele tem que comentar algo sobre Sakura ou beijo. Mesmo com uma filha pequena em casa, seu irmão sabia cuidar da vida dos outros também, em especial a sua. Era irritante. Ele ainda se perguntava se um dia seu irmão iria mudar. Não gostando de mandar áudio, Sasuke escreveu. 

    “Estava almoçando, será que poderia ser menos insuportável?” 

    “Não respondi, porque estava conversando com a Sakura” 

    “E você poderia mudar de disco? Sempre que me manda mensagem é sobre esse mesmo assunto. Sakura” 

    Revirou os olhos enquanto mandava as mensagens. Não demorou muito para a resposta vir, dessa vez sem ser áudio. 

    “Eu paro de falar sobre a rosadinha, quando você tomar vergonha na cara” 

    Sasuke volta a bufar.  

    “As coisas entre vocês melhoraram?” 

    Sasuke pensou muito antes de responder, mas o fez. 

    “Posso dizer que sim. Aconteceu uma coisa que acarretou a isso”. 

    Sasuke viu Sakura se aproximando com Daisuke e Mayu. Seu celular vibrou em sua mão e ele olhou para a tela. 

    “E eu posso saber o que foi que aconteceu? 

    Ele não contaria sobre o que houve por celular. Também não queria falar sobre aquilo no momento, principalmente por Sakura estar se aproximando, por isso mandou uma resposta direta para que o irmão não insistisse. 

    “Não pode ser por telefone” 

    “Beleza. Nos falamos no almoço na mamãe” 

    A resposta veio rápida. Sakura se sentou junto das crianças. 

    — Papai, depois que a gente terminar, podemos brincar mais um pouco antes de ir pra casa? 

    — Claro. Mas não podemos demorar muito. Pelo tempo escuro, vai cair chuva e eu não quero dirigir na chuva.  

    — Eu também odeio. — Ela estremeceu. — Quase bati o carro uma vez. — Sasuke a olhou. 

    — Sério? — Ele ouviu seu celular vibrar, mas deixou para ver depois. 

    — Estava saindo da casa da Ino com a Mayu ainda bebê. Estava uma chuva muito forte, quando eu vi, tinha um caminhão bem na minha frente. – Sasuke poderia imaginar o susto que ela havia levado. – Consegui girar o volante para o lado. A minha sorte é que não vinha carro do outro lado. 

    — Muita sorte. Poderia ter acontecido o pior. 

    — Por isso não gosto de dirigir na chuva.  

    — Eu não gosto porque acho perigoso. O que aconteceu contigo é uma prova. Nunca aconteceu nada comigo. 

    — E peça para que nunca aconteça. É um sentimento horrível. 

    — A gente pode ir agora? 

    — Mas nem terminaram de tomar. — Sakura diz, olhando-os. 

    — A gente não vai derrubar, Sakura. 

    — Por favor, mamãe. — E ela não soube dizer não, quando viu, eles já corriam para longe deles. 

    — Ela está melhor do que os outros dias.  

    — Queria poder dizer que isso é um bom sinal. 

    — Não é? 

    — Quando ela fica muitos dias sem enjoo, é porque vai vir um forte em poucos dias. Queria que não fosse assim, mas é o que têm acontecido.  

    — Então..., sobre a escola. — Quis mudar de assunto. Sakura o olhou. — Eu já fiz a matricula do Daisuke e falei para a diretora segurar uma vaga para a Mayu. — Ele viu a surpresa no olhar dela. — Sei que isso quem decide é você, mas acho que seria muito bom para ela. Caso você não queira, é só ligar na escola. 

    — Na verdade, Ino e Temari tem insistido muito nesse assunto. Eu fico preocupada com a Mayu. 

    — É só meio período. E ela estará com Daisuke e os filhos dos nossos amigos. Caso algo aconteça a diretora irá te chamar imediatamente. 

    — Ela sabe da condição da minha filha? 

    — Sim. Mas não fui eu quem contou. — Ela balançou a cabeça. 

    — Tudo bem, não se preocupe. Eu acho que vou fazer um teste.  

    — Vai fazer muito bem para ela, estar envolvida com outras crianças. — Sakura olha para o celular ao seu lado, quando mais uma vez ele vibra.  

    — Pode ver, eu não me importo.  

    Sakura desbloqueia o celular pela enésima vez naquele dia, e lê as duas mensagens que o irmão mandou para ele a alguns minutos.  

    “Não deixe de levar a rosadinha”. 

    “E esse foi um pedido feito pela nossa mãe”. 

    — Naruto novamente? 

    — Não. Itachi. — A olhou nos olhos. — Minha mãe insiste que vá ao almoço que vai ter sábado. 

    Oh. — Ele percebe que ela não sabe o que dizer. 

    É bem capaz de ela passar no apartamento para te buscar. — Ele conhecia bem a mãe para saber que ela faria mesmo aquilo. 

    Tudo bem. — Responde depois de um suspiro. — Eu vou, pode avisar a ela.  

    Itachi avisa. — Manda a mensagem para o irmão.  

    Eu acho melhor chamar as crianças. — Ele olha para Sakura, que olhava para o vidro.  Começou a chover.  

    Eu pago, e você chama. 

    Sasuke, meu cartão... — Ele revira os olhos, e sai andando. — Teimoso. — Murmura enquanto vai atrás das crianças.  

    **--** **--** 

    Sasuke conversava no celular a mais de uma hora. Daisuke, apesar de ter ficado emburrado no começo, porque estavam assistindo filme, melhorou o humor assim que Sakura conversou com ele. O menino estava a cada dia mais parecido com o pai. Sakura observava isso diariamente. Era até fofo, na opinião dela. Ele parecia brigar com alguém pelo celular, pela forma que andava de um lado para o outro, e o rosto sério. Se perguntava o que tinha acontecido. As crianças agora dormiam, e Sakura só esperava aquela conversa acabar, para poder ir para casa. Com Daisuke dormindo, ela não precisava ficar para jantar. Mesmo que as coisas estivessem melhores entre ela e Sasuke, não queria que tivesse brecha para uma conversa sobre o que houve no natal. Não mesmo. Ouviu o Uchiha praguejar e desligar o celular imediatamente. 

    Por que eu demorei tanto para despedir alguém? — Ela ouve.  

    Algum problema? 

    Só uma incompetente. —Bufou se jogando no sofá. — Acredita que a minha secretária marcou uma reunião em pleno sábado? — Sakura franziu o cenho. 

    Sua secretária não devia falar com você antes? 

    Devia. E eu disse isso para ela a cinco dias, quando ela remarcou uma reunião para o mesmo horário que eu almoço com o Daisuke.  

    Ela está fazendo isso de propósito. 

    É claro que está. — Suspirou alto. — Mas também já falei com o RH. Ela está demitida. Não dá mais. Preciso de alguém que me ajude e não que me atrapalhe. — Sakura assente. — Eu só não entendo porque ela está fazendo isso. —Sakura mordeu o lábio. 

    Ela te olha de um jeito diferente?  

    Como assim? — Franziu o cenho. 

    De um jeito que te deixe desconfortável.  

    Nunca prestei atenção.  

    Ino disse que ela é apaixonada por você. — Sasuke deu uma risada anasalada. 

    Está brincando.  

    Não. Eu falei sobre como sua secretária é..., grossa quando eu ligo pra lá... — Sasuke franze o cenho e a interrompe. 

    Ela é grossa com você? — Sakura percebe que falou demais. — Por que não me disse? 

    Eu não queria trazer problemas para ela. 

    Você é boa demais, sabia disso. — Diz depois de bufar. — E por isso Ino fez esse comentário? — Sakura assentiu. — Era só o que me faltava. 

    Eu achei que Ino estava vendo coisas, mas então..., Hinata me disse o mesmo.  

    Não deu para contestar, certo? — Ela concordou. — Bom, o que importa é que estou livre dela. Finalmente. Vou fazer entrevistas na próxima semana. 

    Bom, eu já vou indo. 

    Não precisa ir agora. 

    Não, eu prefiro chegar em casa mais cedo. 

    Então eu te levo até lá. 

    Sasuke... 

    Eu não confio em deixar você sozinha com o Sasori à espreita. — Ele a interrompe, e ela não pôde retrucar.  

    Tudo bem. Obrigada. – Não pôde deixar de lhe sorrir. Sasuke era um cavalheiro, e um amor de pessoa. Ele estava sempre protegendo-a. Como poderia negar que ele a acompanhasse até em casa? Isso só a fazia amá-lo mais.


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