Seize The Day

  • Gabbysaky
  • Capitulos 28
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 17 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 18

    Natal - parte 2

    Hentai, Linguagem Imprópria, Sexo

    Gente, quase que eu não posto hoje.

    Sério. Pensei que não conseguiria.

    Senti uma cólica infernal quase o dia todo.

    Cólica não é de Deus.

    Mas o importante é que aqui estou.

    Espero que gostem da parte 2 desse natal super...

    Revelador. Literalmente

    Boa Leitura

    Estavam todos arrumando a casa, para poderem finalmente ir dormir. Com a festa, a cozinha estava uma bagunça, assim como a sala de TV e a sala de estar, onde os presentes estavam, antes de serem entregues uns aos outros. Eles haviam se dividido para poderem acabr mais rápido, os mais velhos estavam deitados, com exceção de Mikoto e Suzuki, que haviam feito questão de ajudar os mais novos. Passava da 1h da manhã quando terminaram o que estavam fazendo, e mesmo que tenha dito mais cedo que ficaria, Sakura pensava em ir para casa, sem que Izumi ou Daisuke, que já dormia, vissem. Mikoto enxugou o ultimo prato que Sakura havia lavado, e o guardou no armário. Sakura enxugou as mãos no pano de prato, e se virou, percebendo que todos seus amigos estavam ali ainda, conversando. Percebeu que Tenten estava dormindo em pé, e riu sozinha. Ela já deveria estar na cama, mas não queria ir sem o marido. Sakura se perguntava o que eles ainda faziam acordados. Assim como Tenten, Ino também já piscava, tentando conter o sono. Sakura balança a cabeça, e então percebe que os olhos de Sasuke continuavam sobre si. Suzuki, que havia organizado a mesa, junto de Ino e Temari, se pronuncia, dizendo que já iria dormir, e essa foi a deixa de Sakura. 

    — Eu acho melhor eu ir. – A voz de Sakura se faz presente. 

    — Claro que não, querida. Está tarde, Mayu já dorme... É perigoso. – Mikoto diz, preocupada. – Fique hoje, e amanhã depois do café da manhã você vai. 

    — Não é tão longe... – Sakura não estava mesmo querendo ficar. – E eu ligo quando chegar. – Sasuke que tinha os olhos nela desde que ela havia e sua mãe haviam começado a lavar as louças, balança a cabeça, ele concordava com a mãe, seria perigoso ela ir para casa sozinha àquela hora da noite. 

    — Eu insisto, Sakura.  

    — Querida, vamos todos ficar essa noite... – Suzuki diz, apoiando Mikoto. – Não acho que seria prudente você ir para casa a essa hora. 

    — Você tinha prometido que ficaria. – Izumi aparece no cômodo, e Sakura suspira. – Pense no quão tarde está, e no quão perigoso seria você chegar à essa hora em casa, com uma criança de quatro anos.  

    — Fique de uma vez, Sakura. Até porque meu pai não vai deixar que vá embora a essa hora. – Nejí diz, e a prima teve de concordar. – Minha mãe é capaz de acordá-lo, acredite.  

    — Com certeza.  

    — Tudo bem. Eu fico. – Diz depois de um suspiro. 

    — Ótimo. – Mikoto e Suzuki sorriram, mais aliviadas.  

    — Seu quarto até já está pronto. Mayu está dormindo lá. – Ino explica. 

    — Você vai ficar no quarto de frente para o de Sasuke. – Gaara diz, sorrindo. Ele tinha tido àquela ideia depois de Itachi lhe dizer que precisava dar um empurrão no irmão e em Sakura. Todos os amigos já sabiam do plano. Sakura e Sasuke se olharam, mas logo desviaram os olhos, eles sabiam que os amigos tinham feito de propósito. 

    — Já que tudo está resolvido... Nós já iremos nos deitar.  

    — Boa noite a todos. – Dizem juntas. 

    — Boa noite. – Dizem juntos, e elas sobem juntas para o andar de cima.  

    — Eu vou ver meus filhos. – Ino diz, antes de olhar para o marido. – Vem comigo, amor? – Ele assentiu, e se despediu dos amigos, dando um beijo na bochecha da irmã, de Hinata, de Tenten e de Sakura.  

    — Boa noite, e até amanhã. – Ele diz, antes de se dirigir para as escadas junto da esposa. 

    — Eu também estou cansada. Vamos Naruto? 

    — Pra onde? – Ele olha para a esposa com o cenho franzido e os amigos riram.  

    — Dormir. 

    — Para quê, eu nem estou com sono. – Hinata beliscou seu braço, sem que ninguém visse, e ele gemeu de dor, antes de olhar para a esposa sem entender.  

    — Você tinha dito que estava... – Ele então entendeu o plano da esposa, quando ela olhou de soslaio para Sasuke e Sakura, que tinham arqueado as sobrancelhas, juntos. 

    — Sim, eu disse... – Murmurou. – Nós vamos dormir também. – Hinata sorriu, abraçando a prima. – Boa noite. 

    — Não vá embora muito cedo. – Sakura assente. Naruto pega na mão da esposa e sai do cômodo. 

    — Bom, já que todos já estão indo... – Temari fingiu um bocejo, apesar de estar mesmo com sono. – Nós vamos também. – Sakura bufou e revirou os olhos. – Vamos, amor? 

    — Finalmente. – Eles riram, até mesmo Sasuke e Sakura, por mais que estivessem desconfiados. – Eu só estava esperando você me dizer exatamente isso. 

    — Você continua um preguiçoso. – Sasuke diz. – Você dorme mais que sua mulher, e é ela quem está grávida. – Os outros voltam a rir.  

    — Eu vou fingir que não ouvi você, Sasuke. Até porque estou com tanto sono, que não consigo pensar em nada no momento. – A esposa sorriu. – Boa noite. – Beijou a bochecha de Sakura, de Tenten e se despediu de Izumi, que esperava pelo marido que conversava com Shisui do outro lado da sala.  

    Itachi e Shisui se esqueceram de você. – Sakura diz, olhando para Izumi. 

    Eu também acho.  

    Vai dormir, e deixa os dois paspalhos aí. – Sasuke diz, revirando os olhos. – Já são quase 2h da manhã, você deve estar cansada. – De repente eles ouvem um choro. 

    — Akanne. – Izumi diz. – Se eu não for rápido ela vai acabar acordando... – Ouviu outro choro. – A Yuuki. – Completa, suspirando. 

    — Isso acontece, Izumi. – Sasuke diz sorrindo.  

    — Elas devem ter acordado todo mundo. 

    — Todos sabemos como é ter um bebê em casa, não se preocupe. – Sakura a tranquiliza. 

    — Itachi. – Ele a olhou e assentiu. 

    — Nós já vamos subir, como puderam ver, as bebês da casa começaram a chorar. – Itachi olhou para a esposa. 

    — Eu já vou. Boa noite. 

    — Boa noite. – Dizem juntos. 

    — Eu também já vou. – Nejí se pronuncia, depois de Izumi subir as escadas. – Tenten está dormindo em pé. – Olhou para a esposa, que estava sentada ao seu lado, com a cabeça apoiada em seu ombro. 

    — Ela está grávida, queria o quê? – Sakura diz, percebendo o que todos estavam fazendo. Nejí pega a esposa no colo, sem acordá-la. 

    — Está agoniada, prima? – Sakura o fuzila. 

    — Nós já vamos também, podem ficar à vontade. – Shisui diz olhando para Sasuke e Sakura com segundas intenções. 

    — Vocês são tão discretos. – Sasuke diz revirando os olhos, e os três homens olham para ele. – Acham mesmo que não estamos entendendo o que estão fazendo? – Itachi, Shisui e Nejí olham para Sasuke e Sakura fingindo não saber do que o Uchiha falava. 

    — Eu não sei do que está falando, primo. 

    — Meu irmão está com sono, Shisui, não liga não. 

    — Vocês acham que eu sou trouxa? – Eles seguram uma risada, inclusive Nejí. 

    — Como assim? – Nejí fingi desentendimento. 

    — Vocês são péssimos nisso.  

    — Nisso o que? 

    — Larga de ser fingido, Shisui. – Ele riu do jeito que o primo disse. – Vocês todos, inclusive os falsos que acabaram de subir.  

    — Ei, eu não sou falso. – Naruto diz, das escadas, e todos riram, com exceção de Sasuke e Sakura, mesmo que a rosada segurasse uma risada.  

    — Pensei que já tinha ido dormir, encosto. 

    — Eu voltei para beber água. – Responde, de braços cruzados. – E você magoa meus sentimentos me chamando de fingido, falso e encosto. 

    —  pouco me lixando para os seus sentimentos. – Naruto colocou a mão no coração, fingindo que estava magoado. 

    — Ah, Naruto, tenha santa paciência. Você não consegue mentir. – Sakura diz. – E muito menos fingir.  

    — Isso que estão fazendo é ridículo. 

    — Além de ser uma palhaçada. – Sakura diz, concordando com Sasuke. 

    — Vocês não têm... 

    — Vergonha na cara?  

    — Ah, que fofo. Vocês até mesmo completam a frase um do outro. – Itachi diz, fazendo o "casal" se envergonhar. – Viu como são perfeitos um para o outro? 

    — É claro que viram, até mesmo já se beijaram. – Sakura corou. 

    — E ficam com essa troca de olhares, que acham que ninguém percebe. 

    — A Hina estava certa, quando disse que vocês são fofos juntos. – Comenta enquanto tomava água. 

    — Itachi, você deixou a Izumi sibir sozinha. – Apontou para as escadas. – Shisui, vai ajudar sua esposa com a Yuuki, que ela deve estar precisando, já que a bebê não para de chorar. Nejí, a Tenten não está pesada, não? E Naruto..., você não estava com sono? 

    — Ele estava mentindo. – Sakura diz, olhando-o. – Sono. – Bufou. – Hinata que estava o arrastando para o quarto. 

    — Mas que calúnia, Saky. – Sakura respirou fundo e se levantou. Naruto deu alguns passos para trás, e os amigos, seguram uma risada.  

    — Está com medo dela? 

    — Vocês nunca levaram um soco dela, okay? Não me julguem. – Sasuke, Nejí, Itachi e Shisui riram. – Eu vou dormir. 

    — É bom mesmo. – Sasuke e Sakura dizem juntos.  

    — Agora, é sério. Eu já vou, porque a Tenten está um pouco pesada. 

    — Boa noite. – Sasuke e Sakura murmuram para o Hyuuga, vendo-o subir. 

    — Bom, como meu primo disse, minha filha precisa de mim. 

    — E a minha também, então boa noite para os dois. – Eles reviram os olhos. – Continuem aí, conversando... Faz bem. 

    — Não me decepcionem, hein. 

    — Eu vou dormir que é o melhor que eu faço. – Sakura diz, passando por todos, subindo as escadas.  

    — O que eu acabei de falar entrou por um ouvido e saiu por outro. – Itachi diz, inconformado. 

    — Você fica se metendo onde não deve. Todos vocês. – Sasuke se levanta. – Será que podem nos deixar em paz pelo menos por algumas horas? 

    — Você já se confessou para ela? 

    — Eu já dei na sua cara hoje? – Naruto gargalhou, não se importando com o modo que o amigo lhe falou. – Você não tinha vindo só beber água? – Bufou, dando as costas para o amigo e os “irmãos”.  

    — Espere. – Sasuke olhou para Naruto com descrença. – Eu não te entreguei meu presente de natal. E esse..., é o melhor presente que você poderia ter ganhado. 

    — Eu não quero. Com certeza é alguma palhaçada. 

    — Irmãozinho, a mamãe não te deu educação? – Sasuke o fuzilou. – Pegue o presente. – Sasuke suspirou e olhou para o embrulho médio nas mãos do amigo. 

    — Pegue logo, primo. Eu estou curioso. – Sasuke bufou e pegou o presente. 

    — Agradeça, moleque.  

    — Cala a boca, Itachi. 

    — Eu sei que você vai gostar. – Diz sorrindo. – Vai amar. – Sasuke não respondeu, apenas rasgou o papel de presente, não tendo muita paciência. Surpreso, ele encontrou um porta retrato muito bonito, com a mesma foto em que tinha no celular. A mesma que Naruto havia lhe enviado há algumas semanas, quando Sakura levou Daisuke e Mayu ao zoológico. 

    — Oh. Eu me lembro dessa foto. – Itachi sorriu. – Boa escolha, Naruto. 

    — Eu prometi que ia revelar.  

    — Muito bonita a foto. Faltou você. – Itachi e Naruto riram. 

    — Foi o que nós dois dissemos para ele. 

    — Eu vou fingir que não ouvi vocês. 

    — Não vai me agradecer? – Sasuke respirou fundo. 

    — Obrigado. – Murmurou baixo.  

    — Para mim já serve. – Diz feliz. – Escolha um lugar bem especial no seu quarto. 

    — De preferência ao lado da sua cama.  

    — Acha que eu deveria ter revelado maior a foto? – Olha para Itachi. 

    — Eu acho que seria muito cedo para isso. 

    — Vocês poderiam parar de falar como se eu não estivesse aqui? – Bufou. – Esquece. Eu vou dormir.  

    — Aproveite que seu quarto é de frente para o da rosadinha. – Itachi diz, seguindo o irmão com Naruto e Shisui ao seu lado. 

    — E não faça nada que eu não faria. – Sasuke fuzilou Shisui quando chegou ao topo das escadas. 

    — Vocês realmente precisam de mais trabalho. Não tem mais o que fazer do que ficarem trabalhando de cupido? – Bufou mais uma vez naquele dia e se dirigiu ao próprio quarto. 

    — Está sendo mais difícil do que imaginei, fazer meu irmãozinho se confessar. – Os outros dois concordaram, se despediram e caminharam para seus próprios quartos. 

    **--** **--** 

    Sakura não queria sair debaixo da coberta, por causa do frio, mas a garganta estava incomodando-a pela falta de água. Ela olhou para o lado, encontrando a filha e Daisuke dormindo tranquilamente. Apesar de o garotinho ter começado a dormir com o pai, no meio da noite ele entrou em seu quarto, pedindo para dormir com ela, e ela deixou, é claro. Se perguntava se Sasuke estava sabendo. Se levantou da cama, sentindo seu corpo arrepiar, e caminhou devagar para fora do quarto. Estava tudo escuro, e ela não tinha a intenção de acender a luz, por isso ligou a lanterna do celular que tinha pego quando se levantou da cama, descendo as escadas. No meio do caminho a lanterna se apagou, e ela xingou baixo, ao perceber que tinha acabado a bateria. Ela estava com medo de continuar descendo e se machucar. Quando olhou no relógio, ainda era 4h30min da manhã, o que queria dizer que fazia quase duas horas que Daisuke tinha procurado por ela. Suspirou e devagar, segurando no corrimão, ela começou a descer os degraus. Quando estava para descer o último, Sakura tropeçou em algo e caiu, ela achou que fosse dar de cara com o chão, mas sentiu algo macio abaixo dela. Sakura então soube quem era. Apesar de não ver nada, ela sentiu aquele perfume, o mesmo perfume de sempre. Era impossível não reconhecer aquele cheiro. A respiração dela ficou alta e ofegante, tanto pelo susto quanto por saber quem era abaixo dela. Seu corpo tremia, e ela não conseguia dizer uma palavra.  

    — Sakura.  

    Ele sabia que era ela, também pelo cheiro do perfume. Sasuke não imaginou que fosse encontrar a rosada quando acordou para beber água. Quando sentiu a garganta seca, ele percebeu imediatamente que o filho não estava ao seu lado, mas não se preocupou, ele sabia exatamente onde ele se encontrava. Com Sakura dormindo ali, era certo que o filho estaria com ela. Caminhou para fora do quarto, e para ter certeza, abriu a porta do quarto em que Sakura e Mayu dormiam, vendo com a luz da lanterna do celular, que seu filho dormia ao lado de Mayu. Fechou a porta lentamente, sem fazer barulho e voltou a andar para seu destino. Abriu a geladeira, pegou a água e colocou no copo, foi quando ouviu um sussurro. Deixou o copo já sem água, em cima da bancada e caminhou de volta para as escadas. Então sentiu seu corpo ir ao chão com outro corpo em cima de si. E ao sentir aquele mesmo cheiro, ele soube que era ela. Sakura. Ele ouvia a respiração ofegante, só não podia identificar se era por causa do susto, ou se era por ser ele ali, porque ele sabia que ela sabia que era ele. Tinha certeza. Ela não mexeu um músculo, estava tremendo, talvez pelo frio. E por ficarem tanto tempo sem dizer uma palavra, ele decide quebrar o silêncio, chamando-a, e em seguida ouviu a voz dela. 

    — Sasuke. – Não havia surpresa na voz dela. Ela sabia que era ele, assim como ele imaginava. Sasuke se perguntava se era certo fazer o que estava para fazer. Uma das mãos dele estava na cintura fina, sua outra mão segurava o celular fortemente e ambas as mãos dela estavam em seu peito. Sasuke abaixou o olhar em direção a boca dela, apesar de não conseguir ver. Seu celular ligou a lanterna sozinha de repente, assustando a ambos, e Sakura ficou mais nervosa do que já estava. – Me desculpe. – Ela ia se levantar, mas ele a impediu, segurando mais forte sua cintura. 

    — Não diga nada.  

    Ele sussurra, antes de beijar os lábios que ele quis desde o primeiro momento em que a viu mais cedo. Sakura o correspondeu. Ela não pensava no arrependimento que teria assim que se afastassem. Não pensava no que aquilo poderia significar, ela só queria sentir o gosto dos lábios dele novamente. Sentia falta. Ela sentiu a outra mão dele em seu rosto, e apertou a mão na camisa frente ao peito dele. Eles queriam aquilo á muito tempo, mas nenhum dos dois davam o passo. O ar fez falta e Sasuke se afastou, o bastante para deixar que seu nariz roçasse no dela. Respirando ofegantes, eles não tiravam os olhos um do outro. Sakura então percebeu o que tinha feito. Novamente ela se deixou levar pelo beijo dele. E outra vez se arrependia. Isso não devia ter acontecido, era o que ela pensava. Sasuke percebeu o que ela pensava só por olhar nos olhos verdes.  

    — Sakura. 

    — Não diga nada. – Ela percebe que foi o que ele tinha dito antes de a beijar. Sakura se afastou do corpo dele, sentando-se no chão. – Isso não devia ter acontecido. 

    — Me explica, por que? 

    — Por que? Porque, Sasuke..., porque eu não consigo fazer isso. E tenho certeza de que você muito menos.  

    — Não diga por mim. Eu não estou nem um pouco confuso. 

    — Mas isso não quer dizer que... – Ela se interrompe ao perceber o que diria. Você me ama, ela completa em pensamentos.  

    — Por que você sempre foge? 

    — Porque isso é... 

    — Um erro? – Ele completa, interrompendo. – Por que seria um erro? – Ela se levanta, sem se importar com a falta de luz. Sasuke liga a lanterna novamente, quando percebe que tinha desligado. – Não é um erro. 

    — Eu vou acabar me machucando... – Sussurra, mas ele ouve. 

    — Eu não faria nada que te machucasse. 

    — Talvez não de propósito, mas... 

    — Sakura, eu realmente não entendo do que têm medo. 

    — Isso nunca vai dar certo. Nunca.  

    — Por que acha que nunca vai dar certo?  

    — Porque você ainda ama a Karin.  

    Ela corre, sem esperar por uma resposta, subindo as escadas rapidamente. Sasuke bagunça os cabelos. Onde ela via aquilo? Será que ela não via que ele a amava? Ou o problema era ela não corresponder seus sentimentos? Ele estava ficando maluco. Pensar em Sakura sempre o deixava confuso. Ela lhe deixava confuso. Estava sempre falando na Karin. Era ela quem sempre tocava no nome de sua ex. Não compreendia porquê. Talvez nunca compreenderia. E então a conversa que teve com Itachi no dia em que ele viajou e deixou Izumi em seu apartamento veio à sua mente.  

    "Ela ainda acha que você ama a Karin, Sasuke. – O cortou mais uma vez. – E nunca vai deixar que algo aconteça entre vocês, com isso em mente". 

    Como podia ser tão burro? Como não percebeu antes? Ela estava..., com ciúmes. Como é que ele só veio perceber isso agora? Mesmo depois da conversa que tiveram a alguns dias na cozinha de seu apartamento? Ela estava desconfortável, isso era fato, mas ele não imaginou que fosse ciúmes. Isso nunca passou pela sua cabeça. Ele só não compreendia porque ela sentia ciúmes, sendo que Karin não estava mais entre eles. Sendo que ele tinha a beijado duas vezes, sem contar o quase beijo que teve naquele dia. Sasuke sabia que Sakura estaria evitando-o no dia seguinte por causa desse beijo. Ele tinha certeza. Suspirou alto e passou a caminhar para o segundo andar. Deixaria para pensar nisso depois; apesar de ter certeza de que não conseguiria fazê-lo. Provavelmente não conseguiria nem mesmo dormir. 

    **--**  

    Sakura piscou algumas vezes, respirando fundo. Se virou e percebeu que as crianças não mais estavam ao seu lado. Voltou a ficar de costas para o colchão e fitou o teto. A lembrança do beijo veio rapidamente e ela fechou os olhos, se arrependendo por ter deixado aquilo acontecer. Pior. Por ter dito com todas as letras que estava com ciúmes da falecida. Colocou uma das mãos na testa, ainda de olhos fechados. Ela se perguntava por que aquilo tinha que acontecer? Por que sempre deixava que ele a beijasse? Sempre que aquilo acontecia, ela se arrependia, e ficava pensando horas naquele momento. Ela não entendia por que ele a beijava, sendo que continuava a amar a falecida noiva. Estava machucando-a. Será que ele não via? Não compreendia? Ele não fazia de propósito, tinha certeza de que não queria machucá-la, mas então por que? Por que a beijava? Suspirou, abrindo os olhos e se sentando na cama. Ela tinha que se esquecer daquele beijo. Tinha que fingir que nada aconteceu, como da outra vez. A porta se abriu e ela viu as duas crianças mais fofas do mundo e isso a fez sorrir e se esquecer, momentaneamente, do beijo. 

    — Sakura, você não vai descer? – Pergunta, subindo na cama, junto de Mayu. 

    — É. Tá todo mundo lá embaixo, mamãe.  

    — A gente tá com fome, mas não quer comer sem você. – E Sakura os puxou para um abraço. 

    — Vocês são tão fofos. – Beijou a bochecha de ambos.  

    — Sakura, vamos logo. 

    — Essa pressa toda é a fome? – E as duas crianças gritam um “é”. Ela ri.  

    — Mamãe, quero da sua panqueca. 

    — Eu também. Com calda de chocolate. – Mayu concorda com o amigo. 

    — Eu vou tomar um banho antes, e então eu faço a panqueca. – Se levantou e ouviu um resmungo. – Não vou demorar, prometo.  

    — A tia Ino disse pra mamãe vestir. – A filha diz, apontando para o short jeans e a blusinha roxa de alça.  

    — Ino salvou minha vida. – Diz pegando as peças de roupa. – Eu já volto. – Entrou no banho, mas não viu Daisuke saindo do quarto.  

    **--** **--** 

    Sasuke vestiu uma bermuda preta e uma blusa branca sem mangas, e saiu do banho, ainda pensando no que havia acontecido entre ele e Sakura naquela madrugada. A última frase que ela havia lhe dito, continuava passando em sua mente. Ela estava com ciúmes. E mesmo que ele gostasse de saber disso, pois isso queria dizer que ela gostasse dele, também o deixava incomodado. Ela dizia que ele amava Karin, mas, onde ela enxergava aquilo, era o que ele ainda se perguntava. Ele não amava mais Karin. Ele sentia falta dela, quando olhava nos olhos do filho, é claro, mas era diferente. O que ele sentia pela Karin, não mais existia, e ele queria dizer isso para Sakura, mas não acreditava que ela fosse acreditar em suas palavras. Ele a beijou duas vezes, e ela continuava a pensar que ele amava sua falecida noiva. Será que ela pensava que ele fosse tão cafajeste a ponto de fazer algo assim? Não a magoaria, nunca. Bufou. Não adiantaria dizer. Apesar de querer muito, estava inseguro. Muito inseguro. Nunca se sentiu assim antes. Era a primeira vez, e isso o deixava muito incomodado. A porta se abriu e ele a olhou, vendo seu filho entrar. 

    — Bom dia, papai. 

    — Bom dia. – Beijou os cabelos negros. – Então, vai me explicar por que não estava na cama comigo quando acordei? – Ele sorriu ao ver o filho colocar as duas mãos atrás das costas, ficando envergonhado. 

    — Eu estava com a Sakura. – Diz baixo. 

    — Hum..., eu estou começando a ficar com ciúmes. – Daisuke o olhou com os olhos arregalados, e Sasuke segurou um sorriso. Queria saber o que o filho lhe diria. – Até parece que gosta mais dela do que de mim. 

    — Não é verdade, papai. – Ele o abraçou. – Eu amo os dois. – Sasuke não se surpreendeu com a fala. – Não fica triste comigo não. – Sasuke se abaixou, dando um sorriso. 

    — Eu estava brincando, filho. – Ele fez um bico.  

    — Não acha que eu não gosto do papai, né? 

    — Claro que não. Eu sei que ama, do mesmo jeito que eu amo você. – Beijou novamente os cabelos negros.  

    — Papai..., posso pedir uma coisa? 

    — O que quer? – O olhou nos olhos, quando o menino o afastou. Daisuke inclinou a cabeça, parecendo pensar, e Sasuke estranhou. – Daisuke? 

    — Sabe o que é? – Achou mais estranho quando ele pausou a fala.  

    — Fale. – Insiste. – Sabe que pode falar tudo para mim.  

    — É que..., eu queria que a Sakura fosse minha mãe. – Sasuke se surpreendeu. Por muito pouco ele não caiu para trás. – A vovó Miki disse que posso ter duas mamães. É só o papai namorar a Sakura. 

    — Daisuke... – Não conseguiu continuar de tão surpreso. Ele se perguntava de onde o filho tinha tirado aquilo. Sua mãe não falaria sobre aquilo com seu filho. Não mesmo. Ela não faria o neto ter esperanças, que poderiam ser tiradas dele. Ela não faria isso. — Daisuke, de onde você tirou isso? – Ele deu de ombros.  

    — Está irritado? – Seu filho tinha encolhido o corpo, e pensou se ele não queria pedir isso a um tempo. 

    — Sabe..., eu e Sakura somos só amigos, filho. Você pode vê-la como mãe, se é isso que você quer, não tem problema.  

    — Mas..., queria vocês juntos. – Abaixou os olhos. Sasuke suspirou, não sabendo o que dizer para fazer com que o filho esquecesse aquele assunto.  

    — Lembra quando eu disse que seríamos só eu e você? – O menino balançou a cabeça sem olhá-lo. – Bom, isso vai ser assim por enquanto. Mas isso não quer dizer que não possa amar a Sakura, ou Mayu..., tenho certeza de que elas amam você também. – Sasuke o fez olhar em seus olhos. – Se eu pudesse, eu traria sua mãe para você. 

    — Mas a vovó Miki disse que a mamãe tá no céu, e que eu posso ter outra. – Sasuke teria que conversar com sua mãe. Ela não deveria ter dito aquilo ao seu filho. 

    — Sua mãe está no céu, é verdade. Mas para você ter outra mãe, eu preciso estar com uma pessoa, e no momento... – A imagem de Sakura vem à sua mente. – No momento isso não é possível. – Ele assentiu, mesmo que se sentindo triste. – Não fique assim, okay? – Sasuke se sentiu mal ao ver o filho triste. – Vamos comer? – Decidiu mudar de assunto. – Você deve estar com muita fome. – Daisuke então o olhou. 

    — A Sakura disse que ia fazer panqueca. 

    — Então vamos descer. – Sasuke se levantou. 

    — Não papai, a Mayu. – Pegou na mão do pai e o puxou. Sasuke se perguntava se o filho se esqueceria daquela história. Viu o filho, com um pouco de dificuldade, abrir a porta onde Sakura e Mayu dormiam.  

    — Tio Sasuke, bom dia. – Ele sorriu para a garotinha, que tinha um sorriso meigo no rosto.  

    — Bom dia, Mayu.  

    — Mayu, pega a minha... – Sakura para de falar ao ver Sasuke em seu quarto. Ela e Sasuke tinham os olhos um no outro e por isso não veem o sorriso que tanto Daisuke quanto Mayu deram. – Sasuke. – Diz depois de engolir em seco. Não estava pronta para vê-lo. 

    — Sakura. Bom dia.  

    — Bom dia. – Sussurra. – Mayu, pega a sapatilha da mamãe. – A menina corre para o outro lado da cama, e pega o calçado branco, entregando para a mãe.  

    — A gente já pode ir? – Daisuke chama a atenção dos mais velhos. – Eu e a Mayu estamos com fome. 

    — É. A gente quer panqueca. Você também quer, tio Sasuke? – Sasuke não respondeu, e Sakura percebeu que ele nem mesmo tinha ouvido a pergunta de sua filha. – Tio Sasuke? – Ele pisca algumas vezes, e olha para a menina.  

    — O que foi, Mayu? 

    — Quer panqueca? 

    — Claro. – Responde, voltando os olhos para Sakura. 

    — Então vamos. – Ele sabia que ela estava fugindo dela. Daisuke fez um bico ao perceber que Sakura passou depressa, sem nem mesmo olhar direito para seu pai.  

    — Vamos, Daisuke. – O menino assentiu, e junto de Mayu, ele seguiu o pai e Sakura, um pouco inconformado. 

    **--** **--** 

    — Bom dia, para vocês dois. – Eles ouvem Ino assim que entram no cômodo. 

    — Dormiram bem? – Sasuke e Sakura se lembram do beijo assim que ouvem a pergunta.  

    — Sim. – Respondem juntos.  

    — A Sakura vai fazer panqueca. – Daisuke diz, fazendo com que a rosada se lembre do pedido das crianças. 

    — Eu também quero, tia Sakura. – Os gêmeos de Shikamaru e Temari dizem juntos.  

    — Tudo bem. 

    — Quer ajuda? – Temari se oferece. 

    — Não precisa, Tema.  

    — Vocês acreditam que ela queria ir embora ontem? – Tenten se pronuncia. 

    — Fofoqueira. – Os outros riram. 

    — Não acredito, Sakura. – Hiashi se pronuncia. 

    — Eu estou aqui, não estou? – Se voltou para o fogão para fazer as panquecas. 

    — Nejí a convenceu a ficar, assim que disse que eu iria acordá-lo.  

    — Chantagista. – Sussurra. 

    — Eu ouvi. – Ele diz, se aproximando dela. – E você deveria me agradecer. 

    — Ela já tinha concordado mais cedo, e queria voltar atrás. 

    — Como vocês são complicados. 

    — E você é teimosa.  

    — Impressionante que você e Temari não sejam irmãs. – Os outros riram, enquanto que Temari fuzilava o marido. 

    — Daisuke, não fica em cima da Sakura. – Sasuke pede, quando vê o menino ao lado dela. 

    — Sente-se aqui, querido. Enquanto a panqueca não fica pronta, eu te dou suco. 

    — Eu quero falar com a senhora depois. – Sasuke diz baixo, quando ela se aproxima. 

    — O que foi? – Ele balança a cabeça, e ela percebe que ele não vai falar na frente dos outros.  

    — Daisuke. – Sasuke o chama mais uma vez, fazendo-o se virar. – Venha se sentar. 

    — Tudo bem. – Murmura, voltando para onde estava antes, perto do pai. Mikoto o ajudou a se sentar.  

    — Que agonia é essa, garoto? – Itachi diz rindo. 

    Apesar de Sasuke estar pensativo, os olhos dele continuavam em Sakura e todos já haviam percebido que ele e a rosada estavam estranhos um com o outro. Cada um deles se perguntavam o que tinha acontecido. Será que o plano tinha dado errado? Apesar de se fazerem essa pergunta, eles sabiam que alguma coisa havia dado errado. A forma como Sakura tentava não olhar para Sasuke, ou a forma que tentava ficar longe dele, fazia todos pensarem que Sasuke tinha feito alguma “merda”. Sasuke suspirou ao perceber que os olhos dos amigos estavam nele. Ele sabia que estavam curiosos e que tinham percebido como ele e Sakura estavam estranhos um com o outro. O fato é que Sakura estava fugindo não só dos olhares dele, e isso chamava a atenção dos outros. Sakura colocou as panquecas prontas em cima da mesa, e se afastou dizendo que estava sem fome. Ela não conseguia ficar no mesmo cômodo com Sasuke sem se lembrar do que havia acontecido de madrugada. Todos viram ela sair do cômodo, e então, quase que em seguida, eles se virão para Sasuke. Daisuke desceu da cadeira, assim como Mayu, e seguiram a rosada. 

    — Daisuke. – Sasuke o chamou, mas o menino correu para a rosada, o que o fez suspirar. — O que é? – Pergunta um pouco grosso, cansado dos olhares. 

    — O que você fez? 

    — Ino. – O marido a repreendeu. 

    — Eu não fiz nada. Por que eu tenho que ter feito alguma coisa? 

    — Porque ela está estranha. Ela nem comeu, e Sakura nunca deixa de tomar café da manhã.  

    — Além de que..., ela estava praticamente fugindo de você. — Temari completou. 

    — Eu não fiz nada. – Repete, começando a se irritar.  

    — O que foi que aconteceu, irmãozinho? – Sasuke, não querendo falar sobre o que houve, se virou para a mãe, que o olhava assim como todos os outros. 

    — O que foi que a senhora falou para o Daisuke? 

    — Como assim, querido? 

    — Ele está mudando de assunto, mãe. 

    — Itachi. – Izumi o manda calar a boca com os olhos, vendo que o cunhado não estava bem. 

    — Daisuke veio falar sobre eu dar uma mãe para ele. – Todos olham para Mikoto com os olhos arregalados. – E ele disse que foi a senhora quem disse isso. 

    — Eu só disse que ele poderia sim ter uma segunda mãe. 

    — Por que, foi falar isso para ele? – Pergunta, lentamente, tentando conter sua irritação. Estava sentindo dor de cabeça, e a culpa era daquela conversa que teve com Daisuke, e por causa do que houve de madrugada. 

    — Ele perguntou se ele podia ter outra mãe. – Sasuke bagunçou os cabelos. – Qual o problema? É só uma pergunta. 

    — Não. Não é só uma pergunta, mãe. Daisuke pode ser muito esperto, ele pode não parecer ter a idade que tem, mas ele continua tendo cinco anos. Cinco anos. – Todos perceberam, o que Izumi tinha percebido antes, a irritação do moreno. – Ele quer isso. E eu não sei se eu posso dar isso a ele, e a senhora ainda dá esperanças para ele. 

    — Sasuke, fica calmo. Não fale assim com a sua mãe. 

    — Eu só quero que parem. – Se levantem. – Vocês estão se metendo demais na minha vida. Parem. – Altera a voz. – Não metam Daisuke nisso, porque eu não quero ver meu filho sofrer. E definitivamente, não quero que ele se decepcione. – Andou até o final do cômodo, mas parou. – Eu sei que estão tentando fazer isso pelo meu bem... – Diz com a voz baixa. – Mas eu não quero que se metam na minha vida. – E então ele sai da cozinha a passos pesados.  

    **--** **--** 

    Itachi tinha decido ir atrás do irmão, depois de alguns minutos. Todos estavam surpresos pela explosão de Sasuke, e Itachi tinha certeza absoluta que o que houve, não era completamente pelo que a mãe fez. Tinha algo a mais além daquela história com a mãe deles, e ele sabia como fazer o irmão desabafar. Alguma coisa muito séria tinha acontecido entre Sasuke e Sakura, e por mais que Itachi estivesse curioso, ele estava muito mais preocupado. Sakura estava o evitando, talvez por algo que o irmão fez. Talvez, porque ela insistia em pensar que o seu irmão ainda amava a ex. E aquela história de Daisuke, o fez ficar mais agoniado do que já estava. Talvez, assim como imaginou, Sasuke já não estivesse aguentando guardar para si o que sentia, e por isso estourava com os outros, como aconteceu a poucos minutos. Ao chegar no corredor do segundo andar, encontrou a porta do quarto de Sakura aberta, com Daisuke e Mayu de frente para a rosada, que parecia estar arrumando suas coisas. Entrou no quarto do irmão sem bater, e fechou a porta; tinha certeza de que ele sabia quem era. 

    — Podemos conversar com calma? 

    — Itachi, não estou com cabeça para conversa. – Ele estava deitado na cama, fitando o teto. 

    — O que foi que aconteceu, irmãozinho? – Se sentou. –  E não diga que não foi nada, porque eu sei que foi algo.  

    — Não ouviu o que eu disse lá na cozinha? 

    — Eu sei que não foi só aquilo. – Sasuke suspirou. O irmão o conhecia bem demais. – Diga. Vai ficar só entre nós, prometo. – Sasuke o olhou de soslaio. – E eu não vou fazer nenhuma brincadeira. – Sasuke voltou a fitar o teto, pensando se deveria dizer. Suspirou alto mais uma vez, pensando que se não se abrisse, ele acabaria explodindo mais uma vez. 

    — Daisuke disse que queria que eu namorasse Sakura. – Itachi arregalou os olhos. – Não foi com essas palavras, mas foi isso que ele quis dizer.  

    — E o que disse a ele? 

    — Que eu e Sakura somos amigos. 

    — E isso te incomoda pra caramba. – Sasuke o olhou. – Não diga que não. Sasuke, por que não diz de uma vez para ela o que sente? 

    — Não acho que seja uma boa ideia. 

    — Por que? 

    — Porque..., ela não acreditaria em mim. 

    — O que? – Itachi balança a cabeça. – Por que não? 

    — Ela me disse que nunca daria certo porque eu ainda amo a Karin. 

    — Okay..., não estou entendendo. Conta essa história direito. 

    — Vou resumir para você. – Se sentou. – Acordei de madrugada e por coincidência, me encontrei com Sakura. Ela caiu em cima de mim. 

    — E o que você fez? 

    — Eu a beijei. 

    — Isso não deveria ser uma coisa boa? 

    — Deveria..., se ela não tivesse dito com todas as palavras que nunca daria certo entre nós..., porque eu ainda amo a Karin. 

    — E você não retrucou? 

    — Ela correu. Não me deixou dizer nada. 

    — Por que tão complicada, senhor? – Pergunta olhando para o teto.  

    — E hoje, como eu imaginei, ela está me evitando por causa do beijo. 

    — Como aconteceu da outra vez. – Balançou a cabeça. – Sasuke, mesmo assim, você deveria interromper a fala dela e dizer que gosta dela. Dizer tudo o que sente. Para quê ficar guardando isso? 

    — Acho que não é para ser. – Diz depois de um suspiro alto. – Eu não consigo dizer, e ela não consegue ouvir, então... 

    — Vocês dois são..., inacreditáveis. – Sasuke o olhou. – E você vai fazer o que? Vai explodir toda vez que estiver cansado de guardar para si mesmo esses sentimentos? 

    — Eu não explodi por causa dos meus sentimentos. Explodi porque não aguento mais que fiquem se metendo na minha vida, Itachi. Chega. Cansei. Eu e Sakura somos amigos. É isso que é para sermos.  

    — Não vai nem tentar falar com ela? 

    — Não vai adiantar. 

    — Você está é com medo. 

    — Medo? – Sasuke bufou, apesar de saber que o irmão estava certo. 

    — Está sim com medo. Está inseguro. É por isso que não quer dizer o que sente por ela. – Sasuke não respondeu. – Mas tudo bem. Uma hora você vai acabar falando. 

    — Como pode ter certeza? 

    — Ela vai estar na sua casa todos os dias, cuidando do seu filho. Vocês vão estar mais perto um do outro do que nunca..., Daisuke vai fazer isso acontecer. Pelo que eu entendi do que você me disse, seu filho vai tentar juntar vocês dois. 

    — Ele tem cinco anos. 

    — E é mais esperto que qualquer garoto da idade dele. Ele ama a Sakura e ama você. Você mesmo disse que ele quer vocês juntos..., acha mesmo que ele vai desistir, só porque você disse que isso não vai acontecer? – Sasuke arqueou as sobrancelhas. – Ele é seu filho. Vai fazer de tudo para que vocês fiquem mais e mais perto um do outro. E ele vai usar aquela carinha fofa para isso. – Sorriu. – Sakura não vai resistir.  

    — Ele vai acabar se machucando. 

    — Sasuke, larga de ser frouxo. – Ele se surpreende pela forma que o irmão diz. – Você ama aquela mulher, e por medo, vai ficar guardando o que sente? Quem é você e o que fez com meu irmão? – Sasuke bufou ao perceber que o outro estava certo. – Está inseguro. – Diz novamente. – E tudo bem, isso às vezes acontece com as pessoas. Mas não deixe que essa inseguridade te impeça de dizer o que sente para ela. Crie coragem, em algum momento, e diga de uma vez. Porque, irmãozinho..., isso aí, que está sentindo por ela..., não vai passar tão cedo. E você vai se arrepender se não disser. – Itachi bateu duas vezes, de leve, no ombro direito do irmão e saiu do quarto. 


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