Seize The Day

  • Gabbysaky
  • Capitulos 28
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 17 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 16

    Incômodo

    Hentai, Linguagem Imprópria, Sexo

    Boa Leitura

    Sasuke e Itachi seguiram a mulher, enquanto os olhos de ambos passavam por cada canto do lugar. Eles viram algumas crianças em uma sala, parecendo ter aulas. Imaginavam que o homem lá dentro fosse um professor pago pelo bem-feitor da instituição. Sakura tinha dito que no orfanato onde os Hyuuga ajudava mensalmente, tinha dois professores particulares, dando várias aulas de diferentes matérias, por isso imaginavam que ali as crianças tinham os mesmos ensinos. Eles subiram a escada, sem falar nada um para o outro; nem mesmo a recepcionista lhes perguntou algo. Á frente deles, depois de alguns passos, quase no final do corredor, tinha uma porta de vidro com uma plaquinha escrito “Diretoria”. Eles entraram quando ela abriu a porta de correr, e então eles viram uma mulher de cabelos ruivos e olhos castanho claro, sentada na cadeira atrás de uma mesa grande de madeira escura. 

    — Obrigada, Korine. – A mulher anuiu e saiu em seguida, deixando-os sozinhos. – Bom dia, meu nome é Tayuya. 

    — Sasuke. 

    — Itachi. 

    — Sentem-se, por favor. – Eles o fizeram. – Então, me digam o que precisam falar comigo. 

    — Bom... – Sasuke olhou para o irmão, antes de se voltar para a mulher. – Nós estamos procurando uma pessoa. Nossa prima, para ser mais específico. Ela foi... – Se interrompeu, e antes de continuar, pigarreou. – Ela desapareceu. Tinha seis meses.  

    — E como podem ter certeza de que ela está em um orfanato? 

    — Nós temos uma suspeita apenas. – Itachi respondeu. – Nós fomos até um orfanato e nos deram uma lista com os nomes, as identificações, entre outras coisas, das crianças que foram transferidas de lá... E aqui foi um dos lugares que estava na lista. 

    — Nós encontramos uma garotinha... – Pegou a pasta, retirando um papel de dentro dela. – Ela tinha a mesma idade da nossa prima quando apareceu no orfanato, os meus olhos, a mesma marca de nascença... 

    — Então ela tem uma marca de nascença. – Eles assentem, enquanto ela pegava a folha. – Não tem nome... E aqui ela tem... Três anos. – Leu na ficha. – Realmente ela pode sim ter vindo para cá. 

    — Antes daqui ela passou por um segundo orfanato.  

    — E qual o nome? 

    — “Srta. Peregrina” 

    — Eu tive crianças que vieram de lá. Mas isso é estranho... – Eles franziram o cenho. – Com três anos as crianças já deveriam ter nomes. 

    — Nós também estranhamos. E ela não era a única na lista. 

    — Eu teria que perguntar sobre isso para a diretora. 

    — Mas você não é a diretora? 

    — Sou apenas a interina. – Os irmãos se olharam. – Vocês já procuraram por alguém que trabalhou no primeiro orfanato, e que possa lhes dar informações sobre essa criança?  

    — Não. Na verdade, eles quase não nos deram a ficha.  

    — Isso soou mais estranho ainda. Bom, eu conheço uma amiga que assim como essa criança, era desse primeiro orfanato. Ela também foi transferida e talvez..., mas só talvez, ela conheça a prima de vocês.  

    — Isso seria de grande ajuda.  

    — Só tem um problema. Ela está viajando e não sei quando ela volta. Teve um problema familiar, e desde então ela não voltou para trabalhar. 

    — Não importa. Falar com essa mulher já seria de grande ajuda, mesmo que demore.  

    — Me deixem seus números e o endereço de onde trabalham, eu vou passar para ela. 

    — Muitíssimo obrigado. – Eles fazem como ela pede.  

    — Faço o possível para ajudar as pessoas, principalmente crianças. Essa menina tem quantos anos agora? 

    — 27 anos.  

    — Tantos anos longe dos pais. – Eles assentem. – Não deve ter sido fácil para ela. Pelo menos ela passou por bons orfanatos. – Ela respirou fundo, pegando a caderneta com o número e o endereço de ambos os irmãos. – Bom, assim que eu conseguir falar com ela, eu repasso tudo o que me disseram, e a farei procurar por um de vocês. 

    — Mais uma vez, obrigado. – Sasuke é o primeiro a se levantar. 

    — Se souber de mais alguma coisa... Vou deixar essa ficha com você.  

    — Claro. Não se preocupem, qualquer novidade entro em contato. 

    — Só mais uma coisa... – Ela olha para Sasuke. – Se puder não comentar sobre nós para mais ninguém além de sua amiga... – Ela franze o cenho. – Nós estamos desconfiados de que alguém tenha sequestrado nossa prima, e não queremos que saibam que estamos procurando por ela. 

    — Oh, isso já é algo totalmente diferente. Eu com certeza deixarei em absoluto segredo. – Era difícil confiar de que ela faria quilo realmente, mas precisavam fazer aquele pedido. Agora era esperar que ela cumprisse com suas palavras.  

    **--** **--** 

    Sasuke abriu a porta, e percebeu a quietude do apartamento. Se perguntava se tinha mesmo alguém em casa. Ele teve sua resposta quando encontrou Sakura, Mayu e Daisuke deitados no tapete felpudo da sala, dormindo. Já passava das 14h, e o dia estava chuvoso, ele não se surpreendeu tanto ao vê-los dormindo. Ficou os observando por alguns minutos, encostado na parede, que separava a sala da cozinha. Não era a primeira vez que ele parava por um momento, para observar os três. Já tinha acontecido várias vezes e ele não se cansava de fazer aquilo. Sasuke já estava acostumado em ter Sakura e Mayu em casa, era corriqueiro, e ele gostava de chegar em casa e encontrar as duas; estranhava quando alguma coisa acontecia e Sakura não aparecia para trabalhar, ou quando era final de semana. Não era mais apenas seu filho que sentia falta de Sakura e Mayu no final de semana, ele sentia o mesmo. O barulho da campainha o despertou, e fez com que Sakura e as crianças se remexessem, mas apenas a rosada acordou. Ele percebeu que ela se assustou ao vê-lo. 

    — Sasuke. – Colocou a mão no peito. – Que susto.  

    — Me desculpe. – Ele achou graça apesar de não demonstrar. 

    — Chegou..., faz tempo? – Se senta, encostando as costas no sofá. 

    — Pouco. – A campainha toca mais uma vez. – Eu vou ver quem é. 

    — E eu vou acordar esses dois. – Ele assentiu e saiu da sala. Sasuke ouviu Sakura chamando as duas crianças, enquanto caminhava até a porta.  

    — E aí, teme.  

    — E aí. – O deixou entrar junto de sua família. – Oi, Hinata. 

    — Oi, Sasuke. – Cumprimenta com um sorriso. – Como você está? 

    — Estou bem.  

    — Tio Sasuke. – Apesar de pouca convivência, Boruto o adorava. – Tio, o papai disse que você tava duente. – Sasuke franziu o cenho. 

    — Não foi assim. A frase foi: Sasuke deve estar doente para faltar ao trabalho. — Sasuke bufou e cruzou os braços. 

    — Ah, era só o que me faltava. – Hinata riu. – Eu pelo menos trabalho, e você que fica vagabundando? 

    — Ei. – O amigo reclamou e Sasuke riu. – Você é um palhaço. 

    — Olha, mamãe, é a tia. – Sasuke olha para onde Minato apontava. Ele nem mesmo se lembrava daquela foto em cima da mesinha perto da porta. Ele se perguntava se tinha sido seu filho quem a colocou ali. 

    — É sim, amor. Você nem cumprimentou seu tio. 

    — Oi, tio Sasuke. – Os gêmeos cumprimentam juntos.  

    — Oi. – Diz rindo, ao perceber que eles olhavam para a foto e não para ele. 

    — Vocês dois, hein... 

    — Deixe, Hinata. Está tudo bem. Vamos para a sala. 

    — Sakura ainda está aqui? 

    — Sim. Eu cheguei agora a pouco, quase não me pegam aqui. 

    — Onde estava? 

    — Resolvendo o assunto da Kazumi. 

    — E? O que deu? 

    — Por enquanto nada. A pessoa que conviveu com a garotinha que eu te falei, está ausente do orfanato... – O casal assentiu. – Agora é esperar ela voltar. 

    — Espero que consigam encontrá-la. 

    — Tia Sakura. – Os gêmeos correm para ela, fazendo Daisuke se afastar. Sasuke percebeu, assim como Naruto e Hinata, os ciúmes no olhar do garotinho.  

    — Ei, pequenos. – Os abraçou de volta. – Vocês cresceram ou é impressão? 

    — Como você está, Mayu? – Hinata pergunta quando a garotinha a abraça. 

    — Estou bem, tia Hina. 

    — “Estou”. — Olhou para Sakura. – Não acredito que ouvi certo. – Sakura sorriu. 

    — É. Eu estou corrigindo–a. 

    — Faz bem.  

    — Sentem-se. Querem alguma coisa? 

    — Eu  com fome.  

    — Boruto. – Hinata o repreende. 

    — Você é mesmo filho do seu pai, não é? – Sasuke diz rindo. – Eu vou fazer uma pipoca, pode ser? — O menino balança a cabeça. 

    — Sasuke, não precisa.  

    — Ah, que isso, Hinata.  

    — Eu te ajudo. 

    — Não precisa. – Sakura revirou os olhos.  

    — Que vontade de te bater. – Hinata sussurrou para o filho mais velho. – Isso é culpa sua. – Naruto jogou as mãos para o alto, em sinal de rendição.  

    — Eu vou colocar um filme. 

    — “Rei Leão”. 

    — De novo? – Sakura reclama junto de Sasuke, que ainda não tinha ido para a cozinha. 

    — Vocês não cansam? Três dias seguidos assistindo só isso.  

    — O filme é bom, mas desse jeito enjoa. – Sakura completou, e o casal riu. 

    — Por favor, Sakura. / Por favor, mamãe. – Daisuke e Mayu pedem juntos. 

    — Tudo bem. – Murmura. 

    — Vão querer pipoca também? – Eles assentem, e Sasuke dá as costas, caminhando para a cozinha. 

    — Vou contigo, teme. 

    — Para quê? Você não sabe nem mesmo fritar um ovo. 

    — Que calúnia! – As mulheres riram.  

    — Esses dois não mudam mais nunca. – Sakura concordou. – Então, tudo certo para o natal, né? Você não desistiu de ir, não é? 

    — Não. Eu estarei lá, prometo. – Diz enquanto colocava o filme. 

    — E como está tudo? – Olhou para a cozinha rapidamente.  

    — Hinata.  

    — Vamos, eu sei que está ficando difícil resistir.  

    — Está parecendo a Ino. – A prima riu. – Você não sabe no que eu me meti... – Olhou rapidamente para onde Sasuke estava e se voltou para a prima. – Eu vou ficar aqui por uma semana. 

    — Por que? 

    — Itachi vai viajar, e Izumi não quer ficar sozinha com a Akanne. Ela não está pronta pra isso... – Suspirou. – Acredita que ela pediu para eu ficar com ela, aqui? – Hianta gargalhou, e as crianças fizeram “shiii”. Dessa vez Sakura riu junto da prima. – Vamos para a outra sala.  

    — Sakura, você não achou nenhum pouco estranho? 

    — O que? Ela me pedir para ficar com ela? 

    — Eu acho que ela e Itachi fizeram isso de propósito. – Diz rindo. – Não que ela tenha mentido sobre a viajem do noivo, ou sobre a insegurança em ficar sozinha com a filha..., mas sobre você ficar aqui com ela, Sasuke e Daisuke. – Sakura então entende o que a prima quis dizer e a encara incrédula. 

    — Que filhos da... – A prima volta a rir. – Isso é mais uma tentativa de fazer eu e Sasuke... 

    — Se acertarem de uma vez. – Completa, cortando-a. – Todos já sabem que vocês se gostam, mas vocês ficam nessa enrolação. 

    — Até você, Hina?  

    — Eu quero te ver feliz. E o Sasuke, e o Daisuke. Não viu os ciúmes do Suke quando meus gêmeos te abraçaram? – Pergunta sorrindo. – E eu vejo como Sasuke olha para você.  

    — Eu também já percebi, mas... Eu não sei se esse é o momento certo. Mayu está com esse problema, Sasuke está tentando encontrar a Kazumi... 

    — Vai deixar de ser feliz por causa disso? Mayu adora o Sasuke. O problema dela vai continuar, você estando com Sasuke ou não. Não fique arranjando desculpas. – Sakura suspirou alto. – Você o ama. – Sussurrou para que ninguém mais ouvisse. – E fica fingindo que não. 

    — Eu não finjo, eu só não quero que esse sentimento se fortaleça. Eu temo me machucar. Machucar o Daisuke, a Mayu... 

    — Eles vão ficar bem. Os dois iriam gostar de ver seus pais juntos, posso apostar nisso.  

    — Eu sei disso. – Sussurra sem perceber. – Hina, eu não sei se Sasuke está pronto.  

    — E como vai saber se você não dá uma brecha? 

    — Talvez eu tenha medo de dar essa brecha. Talvez pelo fato de que ainda tem fotos de Karin por quase todo o apartamento..., eu sei que ele ainda não a esqueceu. 

    — Sasuke nunca vai se esquecer da Karin. Ele vai se lembrar dela todas as vezes que olhar para Daisuke, mas isso não quer dizer que ele ainda a ama. Ele te ama. Larga de ser boba. Isso está escrito na testa dele.  

    — O que estão conversando? 

    — Nossa, Naruto, como você é abelhudo. 

    — Vai se ferrar, teme.  

    — Sasuke, como está sua sobrinha? 

    — Crescendo. Ela está linda. Você ainda não a viu, né? – Ela negou.  

    — Sakura foi a primeira a conhecer a pequena.  

    — Então, como está a Tenten? – Sakura muda de assunto, sabendo onde aquele assunto levaria. – Eu não a vejo a quase três semanas. 

    — Ela está bem. Está tendo enjoos insuportáveis e por isso não está saindo de casa. Nejí até mesmo pegou uma folga do trabalho para não a deixar sozinha. 

    — Está tão ruim assim? 

    — Você não viu, teme, mas ela até mesmo estava perdendo peso. 

    — Isso não é bom. – Sakura se preocupa. 

    — A médica dela já está cuidando disso, Saky. – Hinata a tranquiliza. – Hoje ela não estava pálida quando fomos vê-la, e estava comendo melhor que nos outros dias. – Sakura suspira aliviada. – Ela vai ficar bem. 

    — E a Himawari? 

    — Está crescendo pra caramba. – Naruto responde.  

    — Estamos ansiosos pela vinda dela.  

    — Faltam o que? Três meses?  

    — Isso mesmo, mas a médica disse que a Himawari pode tanto adiantar quanto atrasar. 

    — Vai dar tudo certo. – Sakura diz, colocando a mão na barriga da prima, sentindo o chute da “sobrinha”. – Está tendo trabalho para dormir, Hina? 

    — Ainda não.  

    — Mas está sentindo um sono absurdo. – Naruto completa. – Tem dia que ela não consegue nem mesmo sair da cama.  

    — Aproveitem enquanto esse bebê está aí dentro, para dormir, porque depois que ela nascer, vocês não terão paz. 

    — Principalmente se ela vier igualzinha o Naruto. 

    — Poxa, teme, você gosta de falar mal de mim. 

    — Ah, Naruto, deixa de ser dramático. – Sasuke revirou os olhos.  

    **--** 

    Sasuke ajudava o irmão a montar o berço no quarto em que a cunhada dormiria. Como Izumi não sentia confiança em dormir na mesma cama que a filha, por ela ser tão pequena, Itachi tinha pego o berço que era do Sasuke, na casa dos pais, e o levou para o apartamento do irmão. Sua mãe tinha comprado o kit para colocar no berço, assim que soube que a neta usaria o berço do tio. Apesar de Sasuke nunca ter montado um berço antes, ele estava se saindo bem; mesmo que Itachi reclamasse em seu ouvido. Enquanto que eles faziam aquele trabalho, Izumi e Sakura faziam a refeição, e as crianças assistiam TV. Itachi sairia da casa do irmão direto para o aeroporto. Ele nem mesmo almoçaria ali, tinha que chegar antes o mais cedo possível, para que no dia seguinte ele não estivesse tão cansado da viagem. Para a surpresa do irmão, Shisui também faria aquela viagem. 

    — E a Yumi? Com quem ela vai ficar? — Pergunta, se lembrando que a mulher tinha perdido os pais quando era adolescente. 

    — Ela vai ficar em casa. — Sasuke franze o cenho e olha para o irmão. 

    — Sozinha? Com a Yuuki? 

    — É. Ela não se importou, mesmo que Shisui tenha ficado preocupado. — Sasuke revirou os olhos. — Ele pediu para você ficar de olho nela, durante a semana.  

    — Vocês têm retardo? – Itachi o olhou, franzindo o cenho, incomodado com o jeito que o irmão lhe falou. – Por que não falaram comigo antes? Ela podia ficar aqui. 

    — Você trabalha o dia todo, e Sakura estaria cuidando de duas crianças e um bebê.  

    — E daí? Eu posso ficar em casa durante alguns dias. Posso trabalhar apenas na parte da manhã. Melhor do que ela ficar naquela casa, sozinha. É perigoso, Itachi. 

    — Nós sabemos que é perigoso, mas Yumi quis assim. — Sasuke bufou, pegando o celular que estava no bolso. 

    — Vocês são dois jumentos. 

    — Olha o respeito, sou seu irmão mais velho. – Sasuke não respondeu. 

    — E aí, Sasuke. 

    — Sua anta, por que não me disse que também faria a viagem? 

    — Coloca no viva–voz. – Itachi pede alto. 

    — Anta? Garoto, você sabe com quem está falando? 

    — Ele acha que é o mais velho, Shisui.  

    — Foco aqui, porra. – Itachi o olhou, incrédulo. – Vai deixar sua mulher e sua filha sozinha nessa casa? Eu moro do outro lado da cidade, e se acontece alguma coisa? 

    — Não tinha pensado nisso. – Ele sussurra, não querendo que o primo ouvisse, mas foi em vão.  

    — Isso porque você tem retardo, igual meu irmão. 

    — Olha o respeito. — Os dois dizem juntos.  

    — Esse berço que está aqui deve caber as duas bebês por hoje. Traz o da Yuuki, que eu peço o Naruto para me ajudar a montar ele amanhã.  

    — Sasuke, eu fico realmente agradecido, mas você vai estar ocupado... – Sasuke revira os olhos ao perceber que ouviria a mesma ladainha que ouviu do irmão. – Sakura vai estar cuidando de duas crianças, um bebê... Sem contar de você. – Brincou no final. 

    — Verdade. — Itachi concordou. 

    — Vão os dois se ferrar. – Eles riram. – Agora é sério. Eu posso ficar na empresa só na parte da manhã. E Sakura não vai estar sozinha. Izumi vai estar aqui, assim como a Yumi, se você deixar de frescura e trazer ela logo. 

    — Frescura? Frescura? Garoto, você perdeu a noção do perigo? 

    — Sim, ele perdeu. Está muito abusado. Viu como ele está falando com agente? Até parece que somos crianças. – O primo concordou. 

    — Mas vocês parecem mesmo. — Retrucou. — Anda logo, Shisui, eu vou preparar o outro quarto. 

    — Não precisa. Yumi pode dormir no mesmo quarto que a Izumi, vai ser mais fácil para elas. 

    — Beleza então. Traz o berço da Yuuki. 

    —  chegando em alguns minutos. 

    — Aí, Shisui, então já traz sua mala, que a gente sai daqui mesmo. 

    — Beleza. Até daqui a pouco. — Ele desliga. 

    — Viu? Custava fazer uma perguntinha tão simples? 

    — Você está com um humor do cão, hein? Sabe o que é isso? – Sasuke o olhou, esperando pela resposta que o irmão daria. – Falta de sexo. 

    — Ah, Itachi, vai se ferrar. — Se voltou para o berço. — Você vai colocar esse lençol? 

    — Não, Sasuke. A mãe mandou, mas a gente não vai usar. – Sasuke o empurrou. – Que pergunta imbecil.  

    — O que vocês tanto discutem? — Eles olham para a porta, encontrando Sakura e Izumi lado a lado. — Estamos ouvindo lá debaixo, e olha que as crianças estão com a TV ligada. 

    — Foi culpa do Itachi. – O irmão o olha indignado. – Ah, a Yumi vai passar os dias aqui com a gente também. 

    — Shisui também vai viajar? — Sakura pergunta. 

    — Sim. O traste do meu irmão e do meu primo, iam deixar Yumi e Yuuki sozinhas. 

    — Itachi, isso é sério? – A esposa o olha, incrédula. 

    — A Yumi quis assim, não me culpe.  

    — Então é melhor arrumar o outro quarto. – Sasuke nega ao ouvir Sakura. 

    — Izumi, você não se incomoda da Yumi dormir aqui também, incomoda? Assim as bebês ficam juntas, eu acho mais fácil, e Shisui também achou. 

    — Claro que não. Mas e o berço? 

    — Shisui vai trazer, meu amor. Mas hoje elas dormem juntas. – Ela assente. – Sakura, me lembrei de algo... A Izumi não é de beber água, então se puder lembrá–la durante o dia... 

    — Claro.  

    — Eu realmente não me lembro. Acredita que Itachi me liga quando está no trabalho, para me lembrar? — Diz rindo. 

    — É a primeira pessoa, adulta, que conheço, que não se lembra de beber água.  

    — Pior que criança. 

    — Ah, olha quem fala. — Sasuke se pronuncia no lugar da cunhada. — O sujo, falando do mal lavado. — Riu. — O que você está falando da sua noiva? Você é pior que ela. — As mulheres riram, e Itachi bufou. 

    — Você anda muito abusado. 

    — Vocês dois parecem duas crianças quando estão discutindo. – Eles olham para Sakura. – Me lembrou de quando Sasuke e Naruto brigaram por causa das indecisões do Naruto.  

    — Você se lembra disso? 

    — Como não? A escola inteira parou para ver vocês dois discutirem. — Riu. — E no final, você enfiou a coxinha inteira na boca do Naruto, mandando-o calar a boca. 

    — Foi um momento histórico. – Sasuke diz com um sorriso no rosto. 

    — Você é maldoso. — Izumi diz, rindo. 

    — Ele ficou meia hora decidindo se pegava uma coxinha ou uma empada, e eu querendo comer logo para poder voltar a estudar... No final ele comprou as duas. — Itachi riu. — Fiquei com tanta raiva que fiz ele engolir a coxinha quase inteira.  

    — Teve gente que até mesmo gravou essa cena. Sasuke e Naruto viviam implicando um com o outro. 

    — Até parece alguém que eu conheço. – Os irmãos sorriram ao ouvir Izumi. – Então, terminaram aqui? – Pergunta olhando para o berço. 

    — Se quiser colocar a pequena aqui, já pode. – Sasuke responde. – Eu vou ligar para o Naruto, e pedir para ele vir amanhã cedo me ajudar a montar o outro berço. 

    — Se vai ligar agora, porque já não pede para ele vir hoje? 

    — Porque ele está em um almoço com os Hyuuga, e vai passar a tarde lá. – Sasuke responde, passando entre Sakura e Izumi.  

    — Nós viemos avisar que o almoço está pronto. 

    — Já? – Itachi olhou no relógio. – São 10h00min da manhã. 

    — Mas como você vai viajar, decidimos adiantá-lo. – Izumi explica. – Não acho que seja certo você viajar sem almoçar. – Itachi se aproximou, beijando-a. 

    — Você é tão fofa. – Sakura sorriu, achando fofa a cena à sua frente. 

    — Só quando eu quero. 

    — Concordo. – Ela o socou e ele riu. – Mas eu te amo de qualquer jeito. –Ela inclinou a cabeça, sorrindo, e recebeu um beijo. 

    — Por favor, eu peço que controlem essa melosidade. — Sasuke pede, e todos o olham.  

    — Isso se chama inveja. – Izumi lhe deu uma cotovelada. – Ai. – Ele a olhou, confuso. – O que eu disse? – Ela revirou os olhos. 

    — Como é que você o suporta, Izumi? 

    — Como é que vocês ainda não se assumiram? — Itachi retrucou. 

    — Eu vou ver as crianças. — Sakura diz, fugindo. 

    — Você está fugindo da minha pergunta. Eu sei disso, minha noiva sabe disso, todo mundo sabe disso. — Ela o ignorou.  

    — Você é um infeliz. — Sasuke diz. — Será que dá para parar com isso? Se você não percebeu, ela não gosta e eu menos ainda. 

    — Tá. Mas o que está esperando para fazer alguma coisa? 

    — Quando eu sentir que é para fazer alguma coisa, eu vou fazer, beleza? – Bufou, se virando de costas para o casal. – Vou comer. Eu não tomei café da manhã. – Izumi olhou para o noivo.  

    — Deixe os dois, alguma hora eles irão se entender.  

    — Acha que esse plano pode dar certo? – Deu de ombros.   

    — Eles estão sobre o mesmo teto á meses, Ita.   

    — Mas ela não dorme aqui, então pode ser que eles se acertem de uma vez.  

    — Ou talvez não. – Ele a olhou. – Sabe, o problema da Sakura é que ela ainda acha que Sasuke continua amando a Karin; o que não é verdade. E com as fotos dela pelo apartamento, é meio difícil convencê-la de que está errada. Mais difícil ainda fazê-la confessar o que sente pelo seu irmão. 

    — O pior é que é verdade, mas eu não posso pedir ao meu irmão que ele tire as fotos da Karin do apartamento. Com certeza isso foi ideia do Daisuke.   

    — Mas pode pelo menos tentar.  

    — Eu posso, mas não sei se vai adiantar. – O que eles não sabiam era que Daisuke e Mayu estavam escondidos na escada, ouvindo a conversa dos tios. Eles se olham, e começam a descer as escadas sem que ninguém ouvisse; só não esperavam ser pegos por Sasuke.  

    — O que vocês dois estão fazendo? – Questiona, achando estranho o silêncio de ambos.  

    — Nada, papai. / Nada, tio Sasuke. – Dizem juntos, fazendo o mais velho ficar mais desconfiado do que já estava.  

    — Mesmo? Então por que estavam sentados na escada? — Os dois se olharam. — Estavam ouvindo a conversa do Itachi e da Izumi? — Eles balançam a cabeça rapidamente. — Vou fingir que eu acredito. Vão comer agora? 

    — Eu quero suco. 

    — Depois de comer, eu te dou suco. – Daisuke cruzou os braços e fiz um bico. – E eu não vou voltar atrás com a minha palavra.  

    — Tudo bem, papai, mas a gente acabou de tomar leite. 

    — E querem tomar suco? Querem passar mal? 

    — Eu quero aquele biscoito, tio Sasuke. — Ele a olhou.  

    — Ela comeu pouco, papai, porque estava enjuada

    — “Enjoada”. — Sasuke o corrige. — Eu vou pegar o biscoito. — Se dirigiu para a cozinha.  

    — O que vai fazê, Suke? — Pergunta quando o pai sai.  

    — “Fazer”. – Corrige a amiga. – Eu gosto da tia Sakura, e você gosta do papai..., não é? – Ela balança a cabeça. – Então, você vai me ajudar a juntar os dois. 

    — Juntar? — Ele assente. — Mais como? — Ele sorriu. 

    — É só agente continuar fazendo os dois ficarem mais tempo perto um do outro, Mayu. – Ela inclina a cabeça, confusa. – Se a gente fazer isso, alguma hora meu pai e sua mãe vão ficar juntos. – Ela fez “ah”. – E aí..., a gente vai ser irmão. 

    **--**  

    Dois dias havia se passado desde que Itachi e Shisui haviam ido viajar. Como prometido, Sasuke chegou mais cedo do trabalho para ajudar as mulheres com as duas crianças e os dois bebês. Izumi ainda não podia fazer esforço; apesar de ela não ficar quieta. Na tarde anterior ela tinha passado mal, deixando todos os presentes, em especial, Sasuke, muito preocupados, e por isso Sakura tinha conseguido convencer a amiga a ficar de repouso. Para não preocupar o irmão, Sasuke não ligou para avisar do ocorrido; principalmente porque a cunhada já estava melhor. Abriu a porta e depois de entrar a trancou com chave. Quando deu três passos em direção à sala, Sasuke percebeu algo que estava faltando na mesa que ficava no seu lado direito, a fotografia de Karin. Arqueando as sobrancelhas, estranhando aquele fato, Sasuke voltou a caminhar até a sala, onde não encontrou as crianças; o que muito lhe estranhou. Olhou para a TV ligada, e passou os olhos por toda a sala, antes de caminhar para a cozinha, onde sabia que Sakura estava, pois tinha ouvido sua voz. Ao entrar sem fazer barulho, ela encontrou Yumi ao lado da rosada, ambas de costas para si. 

    — Boa tarde. — Ele viu quando ambas se assustaram. — Foi mal. 

    — Já estou acostumada. — Ele deu um sorriso de lado. Aquilo era a mais pura verdade.  

    — Ele faz isso sempre? 

    — Quase todos os dias.  

    — Então... — Elas olham para ele. — As crianças não estão na sala. — Elas se olharam, estranhando aquele fato. — A TV está ligada, mas eu não os vi lá. 

    — Estranho. Deixamos os dois assistindo TV. 

    — Por isso eles estão quietos demais.  

    — Eles devem estar brincando no quarto. Eu vou olhar. — Avisou, e elas assentiram. — E a Izumi, como está? 

    — Está melhor. Consegui convencê-la a ficar deitada. 

    — Ótimo.  

    — O almoço está quase pronto. — Yumi avisa. 

    — Okay, obrigado. Eu vou me trocar e aproveito para procurar Daisuke e Mayu. 

    — E eu vou ver meu bebê. Já volto, Sakura. — Ela sai, mas Sasuke continua onde estava. 

    — Sakura... — Ela o olha, quando Yumi sai do cômodo. — Você sabe da foto da Karin que estava na mesinha perto da porta? 

    — Estava lá até hoje de manhã. 

    — Que estranho. – Ela não disse nada, apenas se virou. Era normal ele perguntar pela fotografia, afinal, era de alguém importante para ele. Mas então por que aquilo apertava tanto seu coração? Ah, sim, porque ela estava apaixonada por ele. Balançou a cabeça, se impedindo de pensar naquilo. Apesar de seus olhos estarem na panela, seus pensamentos estavam ainda na pergunta que ele lhe fez; mesmo que não quisesse. – As da sala também sumiram. 

    — Talvez esteja com Daisuke. — Resolve responder.  

    — É. Pode ser. — Suspirou. Não estava preocupado com o sumiço das fotos, mas que o fez estranhar, isso não podia negar. Seu filho tinha colocado elas em cada canto do apartamento. A da porta, mesmo que só tivesse descoberto a pouco tempo, também tinha sido ele. Então, onde estariam elas? Se perguntava se tinha sido ele quem tirou elas do lugar, e o porquê. 

    — Posso procurar se quiser. — Ouviu a voz dela, o que o fez se esquecer do que pensava. Seus olhos voltaram para ela, e então se lembrou da conversa que teve com o irmão e o primo antes de deles viajarem. 

    — Sasuke. — O irmão o chamou quando estavam só eles e Shisui. — Você falou com Sakura sobre o que sente? 

    — De novo isso? 

    — É sério agora. — Ele percebeu o quão sério o irmão estava. Shisui olhava de um para o outro. — Disse para ela que não ama mais a Karin? 

    — Não. Eu não disse. Por que a pergunta? 

    — Porque eu acho que deveria dizer.  

    — Itachi... 

    — Me escuta, irmãozinho... – O cortou. – Como ela vai te dar uma chance, se você não disser a ela que não ama mais a sua ex? Ela não disse algo assim quando você a beijou? 

    — Disse, mas... 

    — Então..., ela ainda acha que você ama a Karin, Sasuke. — O cortou mais uma vez. — E nunca vai deixar que algo aconteça entre vocês, com isso em mente. 

    — Eu... — Ele se interrompeu propositalmente. — Naquele momento eu realmente estava confuso, ela não estava errada. 

    — Mas agora tudo mudou. Você sabe disso. 

    — Mesmo que você não esteja pronto, Sasuke... – Shisui se pronunciou. – Pronto para dizer o que sente por ela, eu acho que deveria dizer que não ama mais a Karin. Deixar isso claro, entende? 

    — Izumi disse que ela disse... – Olhou para as escadas. As mulheres estavam junto das crianças no andar de cima. – Ela disse que você estava confuso demais e que por isso não dariam certo. Que ela não queria se machucar... – Franziu o cenho. – Algo assim.  

    — Deve dizer, Sasuke. Pelo menos para ela saber por você que o que você um dia sentiu pela Karin, não existe mais.  

    — Não precisa. — Responde. — Eu apenas achei estranho não estar mais lá. Daisuke deve ter pego, assim como você disse. — Ela apenas assentiu, e ele estranhou ela não responder. Ela sempre respondia. — Sakura. 

    — Hum? — Ela não o olhou e ele achou mais estranho ainda. Ela sempre o olhava. 

    — Está tudo bem? 

    — Uhum. 

    — Então porque não está olhando para mim? — Ela tinha sido pega de surpresa. Não esperava por aquela pergunta. Respirou fundo, antes de se virar para olhá-lo nos olhos. 

    — Estou terminando o almoço, só isso. — Sasuke passou a se aproximar e ela ficou nervosa. Ele percebeu o nervosismo dela, mas nem por isso deixou de continuar seu trajeto. 

    — Apesar de nos conhecermos á pouco tempo, eu a conheço melhor do que pode imaginar. — Ela engoliu em seco. Não só pela frase, mas principalmente por estarem tão perto um do outro. — Quer me dizer o que está acontecendo? 

    — Não está acontecendo nada. — Ela abaixou o olhar, incomodada com o olhar dele. — Por que acha que tem... 

    — Porque eu te conheço. — Responde, interrompendo-a. 

    — Você não ia se trocar? — Sussurrou, respirando ofegante, nervosa. 

    — Assim que me responder.  

    Ela fica calada. Não confiava em sua voz, estava nervosa demais. Não acreditava que tinha deixado ele perceber seu incômodo. Não deveria se incomodar tanto com aquilo, mas era impossível. Ela o amava. Isso era fato, e ela não iria mais ficar negando aquilo. Tentou e muito não fortalecer aqueles sentimentos, mas a cada dia que passava com Sasuke, aquilo crescia mais e mais em seu peito. Se perguntava como aquilo aconteceu. Nem mesmo tinha percebido quando começou a se apaixonar por ele. Queria muito não ter aqueles sentimentos, principalmente por saber que Sasuke continuava amando Karin. E ela compreendia ele. Ela foi o grande amor dele, e pelo jeito sempre seria. Sasuke fazia uma ideia do que estava incomodando-a. Principalmente depois da conversa que teve com o irmão e o primo no dia anterior. Ele a fez olhá-lo nos olhos, pegando em seu queixo com uma das mãos. Ele queria beijá-la, mas não o faria. Não queria assustá-la e nem a fazer se arrepender, como da primeira e última vez. Sakura não conseguiu desviar os olhos, não quando ele praticamente a obrigava a olhá-lo; apesar de que ele já tinha soltado seu rosto. Os olhos negros não deixaram os verdes nem por um segundo e vice e versa.  

    — Não me importo com as fotos da Karin. — Ela ficou surpresa ao ouvi-lo. — Estranhei, isso é fato. Mas não é como se eu sentisse falta.  

    — P-por que es-está me dizendo isso? — A frase quase não sai de sua boca, de tão surpresa que estava. Sasuke deu um sorriso de lado. 

    — Porque eu sei que é esse seu problema. 

    — Sasuke, eu encon..., trei as crianças. — Yumi termina a frase lentamente, ao perceber que havia interrompido o casal. Sakura estava entre Sasuke e a bancada, e Yumi tinha percebido o clima entre eles. Agora ela se recriminava por ter aparecido logo naquele momento. — Me desculpem.  

    — Tudo bem. — Sakura se afasta de Sasuke.  

    — Eu vou me trocar. — Sasuke avisa. Daisuke e Mayu se olham e cruzam os braços, antes de olhar para a tia. Eles tinham um bico fofo nos lábios. 

    — Droga. — Yumi exclama baixo. Não queria ter interrompido eles. 

    — Yumi, pode terminar para mim? — Pede, quando Sasuke sai do cômodo. 

    — Claro. 

    — Já volto. — As crianças observam ela se afastar. Sakura sentia que o coração ia sair pela boca. Se perguntava como Sasuke sabia que estava incomodada com ele perguntando sobre as fotos. Como? Estava tão na cara assim? 

    — Vamos assistir desenho, Mayu. — Daisuke chama. 

    — Uhum. — Diz, balançando a cabeça. 

    Sakura se encostou na porta, tentando controlar sua respiração, controlar seu coração. Ele estava batendo rápido demais. Ela não compreendia como tinha deixado ele perceber. Ela nem mesmo o olhava nos olhos, e mesmo assim ele soube lê-la tão bem. Ele sabia seu desconforto para com as fotos de Karin; mesmo que a ruiva não fosse seu problema, e sim o que Sasuke sentia por ela. Ele dizer que não sentia falta das fotografias, não tinha apenas a deixado surpresa, mas também sentiu algo bom, só por ouvir aquela afirmação. Ela não deveria sentir, mas sentiu. Quem ela queria enganar? Não podia mais resistir ao que sentia por Uchiha Sasuke. Ela podia tentar, podia fugir dele, fugir da aproximação dele, e mesmo assim ela continuaria amando-o. Ela se sentia bem ao lado dele, mesmo que o nervosismo batesse quando ele estava próximo demais. Como aconteceu a pouco. Enquanto Sakura surtava dentro do quarto que dividia com Mayu, Sasuke estava tranquilo no dele. Apesar de ter ficado surpreso com ele mesmo, por ter dito o que disse, ele não se arrependia, e nem mesmo se sentia confuso. Não mais. Ele já tinha se conformado com o que sentia por Sakura. Mesmo que ao mesmo tempo, ainda não se sentisse seguro para dizer o que sentia para ela. Ele nunca pensou que um dia ficaria inseguro em relação a alguma mulher. E agora ali estava ele, inseguro para falar do que sentia com a mulher que preenchia seus pensamentos. Seu irmão estava certo quando disse que Sakura ainda achava que ele amava Karin, viu isso ao perceber o quão desconfortável ela ficou ao perguntar sobre as fotos. Ele só não imaginava que aquela frase sairia de sua boca, mas não se arrependia. Assim como o irmão disse, era o certo a se fazer. Terminou de se vestir e desceu, mas Sakura ainda não se encontrava à mesa, apenas Yumi, Izumi e as crianças. Ele se perguntava se ela estava envergonhada pelo que aconteceu. Com certeza não esperava que ele percebesse seu desconforto, muito menos a frase que ele disse. Bom, esperava que ela tivesse acreditado em suas palavras. 

    **--** **--** 

    — Eu interrompi os dois. – Yumi sussurrava para Izumi. Elas estavam no quarto, mas mesmo assim, não queriam que ninguém ouvisse. Todos tinham ido dormir, mas elas estavam dando de mamá, então Yumi aproveitou para contar sobre mais cedo. – Eles estavam quase se beijando. 

    — Será que dessa vez se acertam? 

    — Eu duvido. — Yumi diz, inconformada. — Eu percebi quando Sakura fugiu dele.  

    — Ela ainda acredita que Sasuke ama Karin.  

    — Será que ela não enxerga que ele está completamente apaixonado por ela? 

    — Talvez o medo de Sakura esteja cegando-a. Ela o ama, isso é fato. Mas tem medo de se entregar a esse sentimento. Dizer o que sente para ele.  

    — E o mesmo acontece com ele. Sasuke também está inseguro, não acha que seja o momento de dizer o que sente. – Izumi concordou. – Por que eles têm que ser tão complicados? 

    — Itachi e eu tivemos a ideia de eles ficarem sobre o mesmo teto, para ver se eles... — Ela gesticulou. — Se entregassem um ao outro, mas pelo jeito, não vai adiantar. 

    — Pelo jeito Daisuke quer o mesmo. 

    — Como assim? — Izumi ficou confusa. 

    — Eu o vi tirando as fotos com a ajuda da Mayu. E eu o ouvi dizendo para a Mayu que eles tinham que juntar o pai dele e a mãe dela. — Izumi riu.  

    — E ele só tem cinco anos. 

    — Mas tem Uchiha Itachi como tio. — Elas riram. — Eu achei fofo. Mas me pergunto de onde ele tirou isso. 

    — Vai saber. — Deu de ombros. — Só sei que esse nosso plano não deu certo, e nem vai dar. Eu até mesmo tentei falar com Sakura sobre o que Sasuke sente por ela, mas ela não acredita.  

    — E Sasuke não vai dizer enquanto não ver que ela está pronta para ouvir. — Bufou. — Assim fica complicado. Se eles tivessem se beijado... Será que algo mudaria? 

    — Iriam ficar mais complicados ainda, na minha opinião. Sakura iria se afastar, conheço ela pouco, mas a conheço o bastante para saber disso. — Ficou pensativa por alguns minutos. — Queria poder fazer alguma coisa. 

    — Só o que podemos fazer agora é dar conselhos. Para ela, pelo menos. Deixe que Itachi continue perturbando o irmão, até que ele crie coragem e se declare para Sakura. 

    — A família inteira está esperando por isso. 

    — Alguma hora eles não vão suportar segurar dentro deles mesmos o que sentem, tenho certeza. Deu para perceber hoje, quando os interrompi. Sasuke disse algo que deixou Sakura surpresa, eu percebi, e ela ficou estranha o dia inteiro.  

    — Eu percebi também. Ela ficou evitando o Sasuke. 

    — Bom, será que ela vai continuar a evitá-lo pelo resto da semana? 

    — Quero ver como vai ser no Natal. Não vai estar só Itachi e Shisui, mas os amigos dela também. E eles também torcem por Sasuke e Sakura. 

    — Talvez nesse natal aconteça algo entre eles. — E Izumi esperava que acontecesse mesmo. 

    **--** 

    Sasuke pensava na conversa que teve com o filho na tarde anterior. Enquanto Sakura dava banho em Mayu, e ele fazia o mesmo com Daisuke, Sasuke decidiu que era hora de perguntar pelas fotos desaparecidas. Queria saber se tinha sido mesmo o seu filho, e o porquê de ele fazer isso. Sasuke imaginou muitas coisas, mas ele nunca pensou que ouviria de seu filho que ele tinha guardado as fotografias porque queria que o papai fosse feliz de novo. Ele pensou ter ouvido errado, mas não, seu filho tinha mesmo lhe dito que queria que ele se casasse novamente. Seu filho, de cinco anos, lhe disse isso. Ele ficou, em primeiro momento surpreso, depois perguntou de onde ele tinha tirado aquilo. Daisuke tinha lhe respondido que tinha ouvido o tio dizer que o pai gostava da Sakura, e novamente Sasuke ficou surpreso, não soube nem mesmo o que responder. E ele tinha agradecido aos céus quando Mayu apareceu chamando pelo amigo para ir brincar. Agora, Sasuke estava sentado na cama de seu quarto, ainda pensando naquilo. Até mesmo seu filho queria que ele se casasse novamente. Ele ainda não estava pronto para aquilo, e definitivamente não estava pronto para dizer o que sentia por Sakura, mas isso não queria dizer que ele não pensava em lhe dizer. Por que ele estava tão inseguro? Claro que ele sabia a resposta para aquela pergunta. Sakura. Ela era a resposta. Ela começou a fugir da presença dele depois do quase beijo, depois da conversa sincera que tiveram na cozinha. Ela tinha medo, isso era fato, mas será que ela não tinha acreditado no que ele tinha dito? Ele tinha sido verdadeiro. Não disse que não mais amava Karin, mas disse que não sentia falta das fotos, o que tinha que valer de alguma coisa. Por que aquilo tinha que ser tão complicado? Com Karin tinha sido tão fácil. Ele tinha dito a ela que gostava dela, ela correspondeu e então começaram a namorar, depois noivar e quase se casaram. Agora ele tinha a maior dificuldade de dizer o que sentia por Sakura, imagina pedi-la em namoro. Sasuke sabia que isso acontecia pelo fato de ela ter fugido dele duas vezes; mesmo que soubesse que ela tinha feito aquilo por medo. 

    Sakura queria matar suas amigas. Ela tinha sido a escolhida para chamar Sasuke para almoçar. Ele tinha ficado a manhã inteira no quarto, e todas, inclusive ela mesma, se perguntavam porquê. Ela estava naquele corredor á quase quinze minutos. Sim, ela tinha contado no relógio de pulso. Não queria mesmo ter que bater na porta dele. Não queria mesmo ficar sozinha com ele. Por que tinha que ser tão difícil? Por que ela tinha que amar logo alguém que tinha outra em seu coração? Izumi e Yumi disseram que não era verdade, que ele não amava mais a Karin, mas ela não acreditava naquilo; mesmo que ele tenha dito que não sentia falta das fotografias. Ela fechou os olhos, respirando fundo, colocou a mão na maçaneta, mas voltou soltá-la. Ela pediu para que Izumi fosse em seu lugar, mas a amiga disse em um tom debochado: Está com medo de não resistir a ele novamente? Como é que ela pôde dizer aquilo? Ficou tão vermelha que deu as costas e caminhou para as escadas. E agora estava ali, em frente a porta dele. Ela sabia que aquilo tinha sido mais um plano de Izumi, e pelo que percebeu, Yumi também estava mancomunada com a amiga. Por que todo mundo tinha que ter um plano para juntá-la ao Uchiha? Por que ela teve que se apaixonar logo por ele? Com tantos homens no mundo, tinha que ser logo Uchiha Sasuke? O homem no qual perdeu a mulher que amava, e que continuava a amá-la assim mesmo? Ficar perto dele estava sendo difícil demais. Era impossível não se lembrar do beijo quando ele se aproximava com o mesmo cheiro do perfume que usava naquele dia. Impossível não querer sentir os lábios dele nos dela, sempre que ele dava aquele sorriso de canto que ela achava tão sexy. Impossível não querer sentir os braços dele em volta dela, sempre que ele toca seu rosto, ou quando ele está reconfortando-a. Ela se lembrava das vezes que chorou e ele a abraçou. Não foram muitas, mas foram as mais importantes para ela. Ele esteve apoiando-a, e isso fazia com que ela se apaixonasse mais e mais por ele. Por que ele tinha que ser tão galanteador, mesmo não sendo de propósito? Tão cavalheiro? Tão carinhoso quando ela estava mal? Esses eram alguns dos motivos de ela não conseguir não o amar. Ele era especial, e essas qualidades hoje em dia estava em falta nos homens. Sakura fechou os olhos, decidida, e depois de respirar fundo, ela voltou a se aproximar da porta, e antes que desistisse mais uma vez, ela bateu na porta, esperando que ele lhe desse a autorização para abrir a mesma. 

    — Entre. — Sakura abriu devagar, nervosa, sentindo suas mãos suar. Ela o viu sentado na cama, com as costas apoiadas na cabeceira. — Sakura? 

    — O almoço está pronto. 

    — Almoço? — Ele desviou os olhos para o relógio que se encontrava na mesa de cabeceira. Sakura olhou junto dele, e então percebeu algo que estava ali na primeira e última vez que entrou naquele quarto com Daisuke, a fotografia de Karin não se encontrava mais ali. — Já são 12h? — Ele realmente estava surpreso. — Eu realmente não imaginei que fosse tão tarde... 

    — O dia está chuvoso, talvez seja por isso. — Ele concordou. — Vou descer. 

    — Espera, Sakura. — Ela fechou os olhos, antes de abri-los e se virar para ele. 

    — Hum? 

    — Sobre o que aconteceu na cozinha, não queria te deixar envergonhada. 

    — Não deixou. 

    — Tem certeza? Por que não foi o que pareceu. 

    — Eu..., eu não esperava ouvir aquilo de você, mas não fiquei envergonhada. — Mentiu descaradamente, enquanto dava três passos para dentro do quarto. 

    — O que eu disse não era mentira, Sakura. 

    — Sasuke, eu não me importo. 

    — E você está mentindo. — Ela desviou os olhos. — Eu sei que se incomoda. Apesar de só ter percebido isso ontem enquanto nos falávamos.  

    — Não precisamos falar sobre isso. 

    — Por isso estava fugindo? — Ela o olhou. — Você ficou afastada de mim o resto do dia. — Ele não queria ter dito daquele jeito, parecendo que estava desesperado, mas tinha saído, então que se dane. — Até mesmo Izumi e Yumi perceberam. 

    — Eu só..., precisava pensar sobre o que aconteceu. Nós dois estamos... – Ela balança a cabeça. – Eu não quero pensar no que isso quer dizer. Talvez porque você ainda ame Karin, e isso que está acontecendo está ficando cada vez mais confuso. Como daquela vez... – Sasuke então teve a confirmação que seu irmão tinha lhe dito. Sakura pensava que ele ainda amava Karin. E ele não tinha dito nada, mesmo que quisesse, pois ela o interrompeu. – Quando me beijou. Quando nos beijamos. – Se corrigiu e respirou fundo. – Tudo ficou confuso, nós ficamos estranhos um com o outro e... 

    — Você disse que tinha sido um erro. 

    — E foi. Sasuke, estávamos... Não. Nós estamos confusos. Não diga que não está. 

    — Eu estava naquele dia. Realmente fiquei muito confuso, mas... 

    — Então é melhor que isso continue do jeito que está. — Ela o interrompeu, e nem mesmo percebeu que ele tinha falado no passado. — É melhor para nós dois. E para os nossos filhos também, porque não se esqueça que eles também ficam envolvidos. 

    — Se é assim que você quer. — Sakura sentiu um nó na garganta, e sentiu seus olhos arderem, mas não se permitiu chorar.  

    — É o melhor para nós dois, Sasuke. — Ela deu as costas e saiu do quarto. 


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