Seize The Day

  • Gabbysaky
  • Capitulos 28
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 17 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 15

    Tensão

    Hentai, Linguagem Imprópria, Sexo

    Esse capítulo vai ser extremamente bombástico.

    Sasuke vai ter uma treta com alguém

    Boa Leitura

    Duas semanas havia se passado desde o nascimento de Akanne e o dia em que Mayu foi internada. Daisuke e Mayu brincavam com o joguinho do celular, enquanto Sasuke dirigia. Estava de folga naquela tarde, pois sua família iria fazer um almoço e exigiam a presença dele e do filho. Daisuke convenceu Sakura a ir com eles para a reunião familiar na casa dos avós, e como sempre, Sakura não pôde negar ao pedido, mesmo que quisesse muito. Ela estava nervosa, porque estaria mais uma vez na presença dos pais de Sasuke, sendo que era só a babá do filho dele, nervosa porque mesmo tentando se afastar de Sasuke, parecia que um imã a impedia de fazer isso todas as vezes, e em especial porque Itachi e Shisui estariam juntos naquela casa. Ela pedia mentalmente que os irmão e primo de Sasuke não fizessem piadas, deixando-a envergonhada. Sasuke tinha percebido seu nervosismo, mas não disse nada. Afinal estava tão nervoso quanto ela. Era a segunda vez que ela e Mayu iam almoçar na casa de seus pais, e por isso ele tinha certeza de que Itachi e Shisui fariam comentários indiscretos. Eles não tinham desistido de ver os dois juntos, assim como seus amigos. Estacionou o carro na porta da casa, e arqueou as sobrancelhas ao ver um carro diferente entre o carro de seu irmão e o do seu tio Izuna.  

    — De quem é esse carro? – Sakura o olhou ao ouvi-lo. 

    — Não conhece? 

    — Não. Eu nunca tinha visto esse carro antes. 

    — Então quer dizer que não serão apenas seus pais, Itachi e Shisui? – Sasuke percebeu o desconforto de Sakura. 

    — Parece que não. – Resmungou. – Odeio ser pego de surpresa. – Reclama, enquanto abre a posta do carro. Sakura faz o mesmo. 

    — Eu não devia ter vindo. – E apesar de ter sido um sussurro, Sasuke pôde escutá-la.  

    — Olha, não tem que se preocupar com nada. Daisuke te convidou. – Abriu a porta de trás, retirando primeiro a Mayu. 

    — Eu sei, mas isso é estranho. Eu sou a babá do Daisuke, e você está de folga, então... 

    — Não se preocupe com isso. Ninguém tem que se meter na minha vida, ou na sua. Daisuke pediu para você vir, e meus pais já estão acostumados com o carinho que ele sente por você. – Não só ele, o subconsciente do Sasuke diz. – Além de que somos amigos. – A última palavra incomodou um pouco tanto Sasuke quanto Sakura. Sasuke respirou fundo, tentando não pensar no que sentia pela rosada, pelo menos não naquele momento. – Fica tranquila. – Ela assentiu, mesmo que ainda estivesse incomodada, tanto por Sasuke chamar os dois de amigos, quanto por estar novamente na mansão Uchiha. 

    — Papai, e esse carro? – Pergunta quando Sasuke o coloca no chão. 

    — Não sei, filho. 

    — O tio Ita já chegô. – Diz com um sorriso, e correu para a porta. – Vem, Mayu.  

    — Ela está pálida. – Sasuke comenta quando se aproxima de Sakura. 

    — Eu percebi. Talvez eu devesse levá-la para casa. 

    — Você já está aqui. E se algo acontecer, temos Shisui e Itachi. – Ela o olhou quando pararam na porta. – Ela vai ficar bem. – Ela mordeu o lábio, antes de assentir. Sasuke desviou os olhos quando a porta se abriu. 

    — Vovó. – Ele abraça a mais velha, que sorri.  

    — Oi, meu amor. – Beijou os cabelos negros. – Oi, Mayu. 

    — Oi. – A garotinha sorri. Sasuke percebeu que ela não se sentia tão tímida na frente de sua mãe, talvez pelas vezes que a garotinha ficou ali, quando ele e Sakura precisaram. 

    — Você está tão linda. – Beijou a bochecha da pequena, que agradeceu. – Fico muito feliz que tenha aceitado o convite do meu neto. 

    — Foi meio que impossível, Mikoto. – A mãe de Sasuke riu.  

    — É. Sasuke já disse que ele tem poder sobre você. – Sakura o olhou e ele deu de ombros. – Mas eu entendo. Ele fazia o mesmo com Itachi. – Sakura sorriu. – Vamos para a sala, estão todos lá.  

    — Mãe, nós temos visitas? 

    — Temos sim, querido.  

    — E quem é? – Sasuke para no meio do caminho, quando vê o homem que estava sorrindo ao lado de sua tia Rin. Ele fechou as mãos em punhos. Se ele soubesse que aquele homem estava ali, ele não apareceria naquela casa tão cedo. A raiva só cresceu quando ele tocou na mãozinha de sua sobrinha. Ele não viu, mas seu irmão estava tenso. Sakura o olhou, percebendo seu estado. Ela sabia que alguma coisa o incomodava. O conhecia bem o bastante para saber disso.  

    — Filho, está me ouvindo? – Daisuke olhava para o pai, assim como Mayu, que estavam confusos. Ele não respondia à Mikoto.  

    — Papai. – Daisuke chama sua atenção. – A vovó tá falando. 

    — O que ele faz aqui? – Desvia os olhos para sua mãe.  

    — Ele veio nos visitar. 

    — Pois que tivessem me avisado. – Retruca. Mikoto percebe que o filho estava irritado. 

    — Sasuke, por favor, não faça cena. – Sussurra. 

    — Não faça... – Passou as mãos nos cabelos, tentando se controlar por causa das crianças. – Você sabe bem que eu não gosto desse homem. 

    — Faz anos que não se veem. Ele está mudado. 

    — O Diabo não muda, mãe. 

    — Sasuke. – Ela repreende. – Me desculpe por isso, Sakura. – Ela balança a cabeça. Se aquele homem era mesmo quem ela estava pensando, então ela compreendia o estado de Sasuke.  

    — Oh, finalmente chegaram. – Sasuke olha para o homem que acaba de falar, e percebe que ele tinha sua sobrinha no colo, o que o incomodou mais do que já estava. Ele se perguntava como o irmão tinha coragem de deixar aquilo acontecer. — Faz muito tempo, Sasuke. 

    — Podia ter sido mais. – Itachi e Shisui se olham. Eles sabiam o quanto Sasuke odiava aquele homem, e Itachi dava razão ao irmão, assim como Shisui, que nunca gostou do avô. Além dele ter sequestrado a própria neta, ele provocava Sasuke sempre que se viam; mas sobre o sequestro só Itachi e Sasuke sabiam. — O que você faz aqui? 

    — Eu vim visitar todos. Eu soube que minha bisneta nasceu. 

    — E desde quando se importa? – Fugaku suspirou, e se aproximou do filho. 

    — Sasuke, por favor, não vamos fazer cena. – Olhou para Sakura. – Que bom que veio, Sakura. – Ela sorriu para o homem. 

    — E você é?  

    — Ela é a babá do Daisuke, e amiga do Sasuke, Hotaru. – Fugaku responde.  

    — E você, Daisuke, não vai me cumprimentar? – Daisuke, que quando tinha visto o homem, grudou na perna direita do pai, encolheu os ombros, e Sasuke não gostou daquela atitude. Seu filho conhecia aquele homem? Colocou a mão nos cabelos negros dele.  

    — Querido, diz oi. – Mikoto pede, carinhosamente, mesmo assim, o garotinho não diz nada.  

    — Tal pai, tal filho.  

    — O que quer dizer com isso? — Sasuke pergunta, não gostando de como o outro havia falado. 

    — Não vamos começar, não é, papai? – Rin se pronuncia. – Você sabe que Daisuke é um pouco tímido com algumas pessoas.  

    — Ele me conhece a dois anos. 

    — E por que eu não soube disso? – Sasuke pergunta irritado, olhando para o irmão, que balançou a cabeça, não sabendo como responder com tantas pessoas presente. Sakura se aproximou, pegando na mão da filha, colocando-a em sua frente.  

    — Ninguém se lembrou de comentar, sobrinho. — Izuna decide responder. 

    — E isso é algo que esqueça de dizer? 

    — Eu vim conhecer minha bisneta, não posso? 

    — Avô, por favor, não provoque. — Yumi olha para a filha, que começa a resmungar, incomodada com a falação alta em volta dela. 

    — O que eu fiz? Ele que começou dar o chilique dele. – Sasuke bufou.  

    — Você é muito maldito mesmo. — Sasuke olha para a sobrinha quando ela começa a resmungar, e por isso decidiu falar mais baixo. — Você acha mesmo que todo mundo vai cair nesse seu teatrinho de avô e bisavô amoroso? Você nunca se importou com Shisui, por que se importaria com a Yuuki?  

    — As pessoas mudam, Sasuke. — O outro revirou os olhos. — Mas isso pelo jeito não serve para você. 

    — Vai se ferrar. 

    — Parem. — Obito decide intervir. — Tem dois bebês no cômodo, além de Daisuke e Mayu.  

    — Não se meta. 

    — Ora, você não estava mudado? — Sasuke debochou.  

    — Não me provoque. — Deu dois passos em direção de Sasuke. 

    — Hotaru, você está com a minha filha nos braços. 

    — As crianças estão presentes, vamos nos acalmar? 

    — Eu fico surpreso com a falta de senso de algumas pessoas. – Sasuke se pronuncia, mesmo depois do pedido da mãe. – Eu não me importo com quem vocês convidam para vir aqui, a casa é de vocês, mas então que me avisassem para que eu não aparecesse. Definitivamente eu não gosto dele, e não vou cair nesse fingimento de que ele mudou. – Olhou para os tios. – Me desculpem, mas eu não vou fingir que eu gosto dele. – Obito o compreendia mais do que o sobrinho imaginava. Também não acreditava na mudança do sogro.  

    — Filho, nós não imaginamos que ficaria assim. — Hotaru passou Akanne de volta para Izumi, sem tirar os olhos de Sasuke. 

    — Pois é. Mas vocês sempre souberam de como eu odeio esse homem. E mesmo assim vocês deixaram ele perto do meu filho. 

    — Eles estavam fazendo algo que você deveria estar fazendo. Cuidando do garoto. – Rin, Yumi e Izumi olham para Hotaru, incrédulas que ele tenha mesmo falado aquilo. – Se não tivesse feito aquela besteira, não teria sido preso, e não teria sido a causa da morte da sua noiva. 

    — Olha, isso não é da minha conta... – Sakura resolve dizer, fazendo com que todos a olhem. – Mas não acha que está passando um pouquinho do limite? Tem duas crianças na sala, e se não percebeu, está falando da mãe do Daisuke. – Itachi deu um meio sorriso, gostando da atitude da rosada. 

    — Sakura está certa. E Sasuke não é o culpado pela morte da noiva... Meus Deus, foi uma fatalidade. – Yumi diz, indignada com o que tinha ouvido. 

    — E ele diz estar mudado. – Sasuke não tinha se importado com o que o outro disse, mas o que o incomodou foi ele ter dito aquilo na frente de seu filho. – Tudo mentira. Ele demonstrou isso agora mesmo, o quanto continua sendo um maldito. – Daisuke e Mayu não entendiam o que estava acontecendo, mas eles sabiam que Sasuke estava irritado. Sakura olhou para as crianças.  

    — Você estava reclamando do modo que seus pais cuidaram do seu filho. Isso não era responsabilidade deles, e sim sua.  

    — Isso não é da nossa conta. — Shisui diz ao avô, querendo que aquela discussão acabasse. 

    — É. Era sim minha responsabilidade. Eu errei, sei disso. Mas eu mudei de verdade, ao contrário de você. – Retrucou mesmo depois da fala do primo, se afastando do filho e se aproximando de Hotaru. Daisuke abraçou Sakura. – Você tramou, fez o que fez e mesmo assim não sente remorso. 

    — Do que está falando? 

    — Você sabe do que estou falando. Sabe, quando estiver falando no celular, verifique direito se não tem ninguém por perto. – Hotaru fechou as mãos em punhos. Ele pensava se estava mesmo entendendo bem. Aquele garoto tinha ouvido sua conversa naquele dia? Os outros não entendiam sobre o que Sasuke estava falando. Estavam todos confusos.  

    — Será que pode me explicar do que está falando? – Rin pergunta, tão confusa quanto os outros presentes, com exceção de Sakura e Itachi que já sabiam de tudo. 

    — Eu vou levar as crianças para o jardim. 

    — Não precisa, Sakura. – Sasuke desviou os olhos de Hotaru. – Nós já estamos indo.  

    — Mas Sasuke... – A mãe começa. 

    — Desculpe, mas eu não fico no mesmo ambiente que esse maldito. – Olhou para o irmão. – Me surpreende você deixar que ele pegue sua filha nos braços. – Itachi engoliu em seco. Sasuke deu as costas para todos. – Vamos. 

    — Mais e a Shasta? – Daisuke sussurra. 

    — Nós viremos vê-la outro dia. – Daisuke abaixou o olhar.  

    — Sasuke, você não precisa ir, filho. – Fugaku se pronuncia. – Fique para o almoço. 

    — Sinto muito, mas não dá. – Olhou para o filho. – Se despeça dos seus avós e tios, Daisuke.  

    — Eu sinto muito, Sakura. – Mikoto diz ao se aproximar.  

    — Está tudo bem. Não se preocupe. 

    — Sasuke sempre teve problemas com o pai da Rin, mas eu não imaginei que ele fosse fazer essa cena. 

    — Me desculpe, mas ele não foi o único. – E Mikoto não pôde discordar. Daisuke abraçou o tio Itachi, depois de fazer o mesmo com o avô, o tio Izuna, a tia Haruka, o tio Obito e a tia Rin, respectivamente.  

    — Agente se vê mais tarde. Prometo que passo lá. – Diz, sorrindo para o sobrinho que assentiu. Daisuke olhou para Hotaru, pensando em como se aproximar da tia Izumi. 

    — Tchau, tia Izumi. – Ele decide dizer de longe.  

    — Ora, não vai abraçá-la? – Ele olhou para a tia e depois para Hotaru. Ele não queria passar. Sasuke e Sakura tinham percebido o medo do menino, e ambos ficaram curiosos com aquilo. – Ou a sua priminha? 

    — Está tudo bem, não é Suke? – A voz de Izumi se faz presente. Ela tinha visto o medo nos olhos do sobrinho, e por isso decidiu ajudá-lo. – Você me dá um beijo mais tarde. – Piscou para ele.  

    — E qual é o problema de ele fazer isso agora? 

    — O problema é o fato de que ele não quer passar perto de você. – Sasuke responde, já irritado com aquilo tudo, principalmente em ver o medo do filho. – E a cada minuto que eu percebo o medo dele por você, eu fico mais curioso. – Se aproxima do filho, que no mesmo momento se sente mais aliviado. Fugaku percebe o alívio do neto quando o pai se aproxima, e acha estranho. Olhou para o filho. Talvez ele não estivesse errado. Talvez Hotaru tenha feito algo á Daisuke. Assim como os dois filhos, Fugaku ficou curioso. 

    — Do que está falando? — Se fez de desentendido. 

    — Eu estou falando do meu filho ter medo de você. – Respondeu, com a voz um pouco alta. – Estou falando do fato de ele não querer dar um beijo na tia que ele mais ama, porque você está perto. Estou falando dele se encolher só por ouvir a sua voz. – Ele estava se segurando para não rosnar.  

    — Eu não sei do que está falando. Não fiz nada ao garoto. 

    — É bom mesmo que não tenha feito. – Sasuke colocou a mão no peito do filho, para afastá-lo, e se aproximou mais um pouco de Hotaru. – Porque se eu ficar sabendo que fez algo com meu filho, vai se arrepender de ter nascido. – Rosnou.  

    — Daisuke. – Sakura o chama, e ele olha para trás. – Vem aqui. – Ele corre para ela no mesmo momento, e a abraça, tremendo.  

    — Está me ameaçando? – Franze o cenho.  

    — Estou te alertando. Não se aproxime do meu filho. – Deu as costas, se aproximando de Sakura e as crianças. – Vamos. – Pegou Daisuke no colo, e Sakura fez o mesmo com Mayu, e saíram em direção ao carro. Sasuke só queria ir embora daquela casa, antes que socasse o pai de sua tia na frente de todos. 

    **--** **--** 

    — Me desculpe pela cena. – Diz depois de dar um longo e alto suspiro. Eles ainda estavam no carro, mas já chegavam ao apartamento.  

    — Eu entendi completamente, não precisa me pedir desculpas. 

    — Não consegui me segurar. Ele pegar minha sobrinha nos braços, foi... – Apertou as mãos no volante. – Como Itachi pode deixar? 

    — Talvez ele não tenha tido escolha. – Sasuke balança a cabeça. – Ninguém sabe das suas suspeitas, Sasuke. 

    — E eu quase disse tudo ali. Estava com tanta raiva... 

    — Eu percebi. – Olhou para as crianças que estavam concentrados no joguinho do celular. – Daisuke estava assustado. 

    — Droga.  

    — Não. Não com você. – Diz, olhando-o. – Com o pai da Rin. Estava com medo dele.  

    — O que será que aquele maldito fez ao meu filho? 

    — Talvez você possa perguntar. – Ele assentiu, concordando. – Me desculpe por ter me intrometido na conversa àquela hora. – Sasuke a olho, quando parou no sinal. – É que... Quando ele falou da Karin, eu... Eu não consegui ficar calada. Daisuke estava ouvindo tudo.  

    — Não tem que se desculpar. Eu tenho que te agradecer por ter dito o que disse.  

    — Como ele teve coragem de dizer aquilo? 

    — Sakura, um homem que... Sequestra a própria neta, e a joga em um orfanato sem pensar duas vezes, vai se importar com o que dizer? – Se voltou para a estrada, quando o sinal abriu. – Eu vou atrás daquele orfanato. 

    — Você ainda não foi? Por que? 

    — Eu estava cuidando do seu caso. 

    — Sasuke, não precisava... 

    — Eu tinha prometido que te ajudaria. – A cortou, olhando-a nos olhos. – Eu te ajudei, e agora eu posso tentar descobrir mais coisas sobre a minha prima. E principalmente... 

    — Descobrir provas contra o avô dela. Não é? – Sasuke a olhou e assentiu. 

    — Eu prometi a mim mesmo que conseguiria provas contra aquele maldito. E eu vou.  

    **--** **--** 

    Sakura estava preparada para ir para casa, quando Daisuke fez mais uma chantagem emocional, pedindo para ela ficar para jantar; para completar, Mayu o ajudou nessa chantagem, e como ela não conseguia dizer não às duas crianças que ela tanto amava, ela aceitou. Enquanto Sasuke ajudava o filho a se vestir, Sakura preparava o jantar; mesmo que Sasuke tenha dito que ele mesmo faria, já que ela não queria deixá-lo pedir comida. Mayu estava com o Uchiha pai e Uchiha filho, já que não queria ficar sozinha na sala. Ela estava melhor, apesar de cansada, e por isso que apesar de estar arrumando o filho, Sasuke ficava de olho na menina, preocupado com a palidez dela. Mayu vestia uma blusinha lilás de mangas curtas escrito em branco com letras garrafais “docinho da Dinda”; Ino tinha dado a ela. Para completar, ela vestia uma jardineira jeans claro e uma sandália de dedo, também lilás. Daisuke vestia uma bermuda de moletom cinza claro e uma camiseta de mangas curtas no mesmo pano que o da bermuda, escrito em preto com letras garrafais “Príncipe do Rock”, e para completar, ele calçava uma sandália preta de dedo com tiras largas. 

    — Papai, o tio Ita ainda vai demorá muito? 

    — “Demorar”, Daisuke. — Ele assentiu, repetindo como o pai ordenou. — Ele mandou uma mensagem á pouco dizendo que já está chegando. 

    — Vai vi... — Sasuke o olhou, esperando ele dizer o certo. Daisuke já conhecia a cara do pai, quando falava uma palavra errada. — Vir... — Puxou o “r”. — Só ele, a tia e a Akanne, não é? —O pai assentiu. Mesmo muito curioso, Sasuke ainda não havia perguntado ao filho se Hotaru tinha lhe feito algo. 

    —  com sede, tio Sasuke. — A garotinha que estava sentada na cama de Daisuke, balançando as perninhas para frente e para trás, chamou a atenção dos outros dois. 

    — É “estou”, Mayu... — Olhou para o pai. — Não é, papai? 

    — É sim. — Se aproximou, pegando Mayu e colocando-a no chão. — Vou pegar água para você. Quer também, Daisuke? — Ele negou. — Você quase não tomou água hoje.  

    — Não estou com vontade, papai.  

    — Mesmo assim. Você vai tomar pelo menos um pouco. 

    — Mamãe disse que fica duente se não tomar água. 

    — Se diz “doente”, Mayu. E é verdade. Você quer ficar no hospital, filho? — Ele negou, balançando a cabeça várias vezes. — Vamos descer. 

    — Eu estou com fome. – Falou de vagar a palavra “Estou”. 

    — Eu também, papai. Vai demorar muito ainda?  

    — Seus tios devem estar chegando. — Eles entram na cozinha e Sakura se vira para os três, mas olhando nos olhos de Sasuke. 

    — Eu já terminei de montar.  

    — Você podia ter me esperado. 

    — Eu não precisei. – Diz colocando a segunda forma da lasanha no formo. – Agora é só esperar ficar pronto. 

    — Eu não sei quantas vezes eu já disse isso, mas você é... 

    — Tão teimosa. – Ela completa junto com ele, enquanto revirava os olhos. – Eu também não contei. – Sasuke deu a água para as crianças. – E sinceramente, se fosse você, eu parava de falar, não vai adiantar. 

    — Tenho que concordar. — Ele murmurou. — Eu vou ligar para trazerem o refrigerante.  

    — Já fiz isso. — Sasuke que pegava o celular de cima da bancada, a olhou. — Ele disse que chega em dez minutos.  

    — O que custava deixar eu fazer isso? 

    — Não me custava nada, mas você estava ocupado. – Deu ombros, se voltando para o forno. Sasuke bufou. Ele não entendia a agonia de Sakura. Mesmo que o trabalho dela fosse apenas cuidar de seu filho, ela continuava a fazer as refeições todos os dias, mesmo que ele dissesse que não precisava. Ele até mesmo havia parado de dizer, afinal não adiantava. Mesmo assim, ele continuava chamando-a de teimosa. Sasuke se perguntava como uma pessoa podia ser tão teimosa, nunca tinha visto alguém daquele jeito. Será que era assim que Karin se sentia quando ele fazia as coisas mesmo ela pedindo para não fazer?  

    — Vocês querem assistir TV? 

    — Sim. — Dizem juntos. 

    — “Rei Leão”, papai.  

    — Eu vou colocar, vão indo para a sala.  

    — Ah, seu irmão ligou dizendo que vai trazer o sorvete. — Ela se virou para ele. — Seu celular tocou e eu atendi. 

    — Não tem problema. Ele disse se vai demorar muito? – A campainha atrapalhou a resposta dela. – Eu vou atender.  

    — Tio Ita. — Eles ouvem Daisuke gritar. — Você demorou demais. 

    — Foi mal, campeão. 

    — Daisuke atendeu a porta de novo. — Sasuke reclamou. 

    — Desculpa, culpa minha. Eu o fiz fazer isso uma vez, e agora ele faz isso direto. 

    — Tudo bem. Não é culpa sua. Ele já fazia isso na casa dos meus pais, não foi você quem ensinou, acredite. — Saiu da cozinha, deixando, mas não sem antes avisar que já voltava. 

    — Ela tá dormindo?  

    — Está sim, Mayu. — Izumi estava abaixada com a filha nos braços. Mayu e Daisuke estava perto, olhado para a bebê. — E ela não vai acordar tão cedo. 

    — Ela já tá maior. 

    — “Está”. – Eles olham para Sasuke quando o ouvem corrigir a pequena. – Você deveria estar se abaixando, Izumi? 

    — Estou bem, não se preocupe. – Sorriu enquanto se levantava devagar com a ajuda do noivo. – E a Sakura? 

    — Ela está na cozinha.  

    — Ela está cozinhando de novo? Você não tem vergonha na cara? — Daisuke e Mayu riram de como Itachi falou. 

    — Cala a boca, Itachi. Eu tentei impedir, mas ela é teimosa. — Izumi riu. — Entregue a Akanne para esse traste, que ele vai colocá-la no meu quarto. 

    — Traste o caramba. 

    — Itachi. — A noiva o repreendeu. 

    — O que é caramba? 

    — Viu o que fez? — Sasuke praticamente rosnou. 

    — Não é uma palavra bonita, crianças. Não repitam. — Eles assentem. Izumi passa a filha para o marido. — Vou até onde Sakura está. 

    — Se você conseguir tirar ela de lá, eu agradeço. — Ela riu. — Vamos para a sala.  

    — E o filme, tio Sasuke? 

    — Eu vou colocar. 

    Sasuke fez como disse que faria, enquanto Itachi subiu para deixar a filha no quarto do irmão. Apesar de perceber que ele estava calmo, sabia que não sairia de lá sem conversarem sobre o que houve mais cedo; principalmente por saber que ele tinha ficado revoltado quando viu Hotaru pegar sua filha. Itachi olhou para Akanne que dormia no meio de vários travesseiros. Ele tinha ficado tenso quando Hotaru pediu para pegá-la, mas para não criar clima ruim, ele aceitou, mesmo que quisesse muito dizer não. Suspirou e desceu as escadas, encontrando Sasuke sentado no meio das duas crianças, que tinham as cabeças apoiadas em suas pernas. Itachi sorriu. Era como se aquela cena fosse corriqueira para seu irmão. Mayu o adorava, já tinha percebido o carinho da garotinha para com seu irmão. Ficou os observando por alguns minutos, até que Sasuke o percebeu. 

    — O que está fazendo aí? 

    — Observando. – Disse apenas. Sasuke franziu o cenho. – Parece uma cena de pai e filhos assistindo TV. – Sasuke então entendeu porque seu irmão estava tão quieto observando-os de longe. – E não diga que não. 

    — Daisuke, Mayu... – Eles olharam para Sasuke. – Eu e Itachi estaremos do outro lado da sala, está bem? – Eles assentiram, enquanto se sentavam. – Qualquer coisa é só chamar. – Ele caminhou para o outro lado, a bancada da cozinha separava a sala, e se sentou de frente para o irmão, quando ele o fez primeiro.  

    — Eu sei sobre o que quer conversar. 

    — Eu preferia conversar depois, mas não estou conseguindo. O que aquele maldito faz na cidade? Ele não estava viajando? 

    — Voltou quando soube que Yuuki nasceu. Ele queria ter voltado antes, mas teve algumas coisas para resolver. Pelo menos foi isso que ele disse. – Sasuke bufou. – Eu sei que não gosta dele, e tem suas razões..., mas Sasuke, você precisa se controlar. 

    — Me controlar? Ele sequestrou a própria neta. E tenho certeza de que ele fez algo ao meu filho. Por que não disse que Daisuke conheceu aquele desgraçado? 

    — Eu nem mesmo me lembrava, Sasuke. — Suspirou. — Ele veio visitar a filha, por algum acaso eu estava com Daisuke nos nossos tios naquele mesmo dia. Hotaru ficou um mês, dois, no máximo. 

    — Foi o bastante para colocar medo no meu filho.  

    — Eu não percebi nada, Sasuke. Sabe muito bem como eu sou protetor com Daisuke. 

    — Eu sei. — Suspirou, sabendo que estava sendo injusto com o irmão. — Você cuidou bem do Daisuke na minha ausência..., mas saber que ele teve contato com Hotaru...  

    — Eu compreendo. E me desculpe por não ter contado antes. 

    — Tudo bem. — Eles ficaram em silêncio por alguns minutos. 

    — No que está pensando? — Itachi resolve se pronunciar.  

    — Em como aquele maldito é cara de pau. Eu ainda não acredito que o deixou pegar a Akanne. 

    — Acredite, eu não estava feliz com aquilo, só não quis criar confusão. 

    — Pois eu crio a confusão que for. Estou pouco me lixando. Eu já o odeio só pelas coisas que ele fez... Então meu sangue ferveu mais ainda quando eu o vi com Akanne nos braços. — Itachi balançou a cabeça, compreendendo. Sasuke já era super protetor com o filho, imagina com Akanne, que é sua sobrinha. — Ela é sua filha, eu não tenho nada a ver com o modo como você... 

    — Você é meu irmão, tio dela. — O cortou. — Entendo completamente sua proteção para com ela. Eu sou do mesmo jeito com Daisuke. E agora com a minha filha. Eu entendi quando você falou aquilo para mim, mais cedo. E o papai também entendeu a cena que fez. — Sasuke se surpreendeu. — Ele percebeu o medo de Daisuke, e pensou o mesmo que você. 

    — Bom, pelo menos não terei um problema com nosso pai. 

    — Ele está do nosso lado. E disse que Hotaru não é mais bem-vinda na mansão.  

    — Está... Falando sério? — Ficou surpreso mais uma vez. Não esperava que o pai fosse aceitar a cena que fez mais cedo; provavelmente ele iria reclamar na próxima vez que se vissem. Pelo menos era isso que Sasuke pensava. — Mas e a tia Rin? O tio Obito? O Shisui? 

    — Tio Obito e tio Shisui compreenderam completamente seu surto, e apoiaram a decisão do nosso pai. Eles também não confiam no velho. Shisui nem mesmo queria avisá-lo sobre Yuuki, mas a tia Rin o fez. 

    — Ele é pai dela, apesar de tudo... – Murmurou. – Eu entendo, mas... Quando ela souber que ele foi o culpado pelo sumiço da Kazumi...  

    — É. Ela não vai ficar bem quando souber. E não vai demorar muito. 

    — Não mesmo. O tio Obito então... Ele vai ficar possesso. 

    — O maldito que se cuide. Nosso tio não vai deixar barato. — Sasuke concordou. 

     — Eu quero ir ao orfanato amanhã. 

    — Amanhã de manhã? — Sasuke assentiu. — Mas e o trabalho? 

    — Não tenho nada de importante para fazer.  

    — Então estou contigo. — Diz enquanto observava junto do irmão, Daisuke e Mayu deitados no tapete claro, um do lado do outro, enquanto assistiam TV. 

    **--** **--** 

    — Izumi. — Cumprimentou quando a viu entrar no cômodo.  

    — Oi, Sakura. — A abraçou. — Sasuke disse que você estava fazendo o jantar. 

    — Deixa-me adivinhar..., ele me chamou de teimosa?! – A amiga riu. – Essa está sendo a palavra preferida dele. 

    — E o que está fazendo? 

    — Lasanha.  

    — Ah, eu amo. — Sakura sorriu.  

    — Cadê o Itachi? 

    — Ele está com Sasuke. Com certeza estão conversando sobre o que aconteceu mais cedo.  

    — Espero que não discutem. 

    — Não acho que isso vai acontecer. Itachi me contou que Sasuke sempre teve cisma de Hotaru, eu nem mesmo sabia disso. — Sakura não comentou nada. — E pelo jeito ficou bem irritado quando o deixamos pegar Akanne. 

    — Sasuke é muito super protetor. Como não gosta do pai da Rin, e acha que ele fez algo com Daisuke, não gostou quando o viu com Akanne nos braços.  

    — Itachi me disse que também não confia no homem, e depois que saímos de lá, me disse que não ficou confortável com Hotaru pegando a nossa filha. Mas o que podíamos fazer? 

    — Itachi com certeza não negou para não criar confusão, Izumi. E eu disse isso ao Sasuke.  

    — A forma como ele falou com Sasuke... — Franziu o cenho. — Ele estava calmo, até Sasuke chegar. As coisas que ele disse na frente das crianças foi inacreditável. — Diz enquanto se sentava. Sakura fez o mesmo de frente para ela. — Você acha que ele fez mesmo algo ao Daisuke? 

    — Não viu como ele estava assustado? 

    — Por que acha que eu disse que ele não precisava me dar um beijo? Vi o medo nos olhos dele. O que será que ele fez? – Sakura deu de ombros. – Eu no lugar do Sasuke, também ficaria irritada. 

    — Não vamos falar de Hotaru, não vale a pena. 

    — Tudo bem. Então... O Itachi não está aqui, mas já que estamos mudando de assunto... — Sorriu. — Eu e Itachi estávamos pensando nos padrinhos da Akanne, não que a gente vá oficializar isso, porque não achamos certo, mas... Queremos dar padrinhos à nossa filha... — Sakura franziu o cenho, não entendendo onde a amiga estava querendo chegar.  

    — Acho isso muito legal. Minhas amigas, as que você conheceu... — Ela assentiu. — Fez o mesmo. Sou madrinha dos filhos de todas elas. Agora é mesmo de todas, já que Tenten está grávida e já avisou que serei a madrinha.  

    — Bom... Eu não tenho muitas amigas; na verdade é só você e a Yumi. E o Itachi já escolheu o Sasuke como padrinho, já até mesmo o avisou antes da Akanne nascer. 

    — E o Shisui? 

    — Ele já sabia que seria o Sasuke, mas disse que se no próximo não for ele, o meu bebê vai nascer sem pai. — Elas riram. — A Akanne nem mesmo tinha nascido e ele já veio falar do segundo? — Sakura riu sozinha dessa vez. — Então... Continuando... — Respirou fundo. — Quero convidar você a ser a madrinha da Akanne. 

    — O que? — Sakura realmente ficou surpresa com o convite. Ela imaginou que seria  Yumi, já que ela era da família Uchiha, e elas eram amigas.  

    — Você é a primeira amiga de verdade que eu tenho; também tenho a Yumi, mas..., você foi a primeira. Eu te conheci primeiro do que a Yumi. Por isso que quando Itachi falou sobre os padrinhos, imediatamente pensei em você. – Sorriu. – Você é tão carinhosa com Daisuke e Mayu, e tem sido uma ótima amiga. 

    — Izumi... Eu nem sei o que dizer, na verdade... 

    — Ora, apenas aceite.  

    — Não vão estranhar? Eu sou apenas a babá do Daisuke. 

    — Claro que não. Você é minha amiga, amiga do Sasuke; apesar de eu achar que sejam mais que isso. 

    — Não vamos voltar a esse assunto. — A outra riu. 

    — A família do Sasuke vê você como parte da família já. 

    — Isso me deixa mais nervosa. — E novamente Izumi riu.  

    — Isso porque você gosta do Sasuke e se sente envergonhada da família dele gostar tanto de você. – Sakura não retrucou. – A Akanne já tem o padrinho, e agora ela precisa de uma madrinha. Por que não você? – Sakura olhou nos olhos claros de Izumi. Estava realmente emocionada com o convite dela, não esperava por ele. Em pouco tempo ela tinha pego uma afeição por Izumi. Elas tinham se tornado amigas, por mais que não se viam tanto, e sabia que Izumi sentia o mesmo.  

    — Tudo bem. Eu aceito a ser madrinha da Akanne. 

    — Ótimo. — Diz com um sorriso, se levantando e se sentando ao lado da rosada. — Obrigada por aceitar. 

    — Eu quem agradeço pelo convite. Eu não esperava, mas estou lisonjeada. 

    — Agora que você aceitou, tenho um pedido para fazer. Eu vou estar sozinha no final de semana com a Akanne. Itachi vai ter que ir viajar, infelizmente, e eu não estou pronta para ficar sozinha com minha filha, então... Poderia ficar comigo até ele voltar? 

    — Mas e a Mikoto?  

    — Ela vai viajar com Fugaku. Passar o final de semana sozinhos na casa de inverno da família da Mikoto, por isso eu não vou ter com quem ficar. Rin e Obito também irão viajar, antes do natal. 

    — Eles realmente precisam disso, principalmente agora que estão sem trabalhar. Tem mesmo é que aproveitar.  

    — Itachi disse o mesmo. Acho até que ele vai falar com o irmão sobre isso. — Sakura assentiu. — Então, seria um problema para você ficar comigo? 

    — Eu tenho que cuidar do Daisuke. 

    — Eu sei, mas você pode levá-lo para minha casa. 

    — Ou você pode ficar aqui. — Elas olham para a porta da cozinha, encontrando Sasuke e Itachi. — Nós ouvimos o final da conversa. Itachi me contou da viajem, e eu disse a ele que você poderia ficar aqui até ele voltar. Sakura vai estar aqui, então ela pode te ajudar. 

    — Melhor ainda... Sakura pode ficar aqui até eu voltar. 

    — Como é? — Sakura olha para Itachi. — Eu... Ficar aqui? Dormir aqui, você quer dizer? 

    — Sim. Algum problema? — Sakura quase teve um troço. Ela queria esquecer o que sentia por Sasuke, mas daquele jeito ficava cada vez mais difícil. Quanto mais ela queria se distanciar, mais o destino brincava com ela, jogando-a para mais perto do Uchiha. — Sasuke não vai conseguir ajudar Izumi com Akanne. 

    — Também não é pra tanto. — Sasuke murmurou. 

    — Viu? Ele consegue. Não precisa de eu dormir aqui. Eu vou estar o dia inteiro com elas, e depois eu vou para casa e Sasuke cuida delas.  

    — Não é uma boa ideia. 

    — Por que não? — Os dois perguntam, fazendo o casal se olhar. Sasuke sabia que aquilo era mais uma das armações do irmão, e dessa vez até mesmo sua cunhada estava no meio. Ele balança a cabeça.  

    — Porque eu acho que Akanne merece ter os padrinhos dela com ela, quando eu não estiver. 

    — Padrinhos? — Sasuke o interrompe. — Padrinhos..., no plural? 

    — Eu convidei Sakura. – Izumi responde. – E como você diz assim? Nem mesmo sabia que eu já tinha convidado ela. 

    — Eu pressenti. – Ela revirou os olhos e ele sorriu. – E eu sabia que ela iria aceitar. – Sasuke e Sakura se olharam. – E então, Sakura? 

    — Por favor, Sakura. Eu ainda não estou acostumada a ficar com Akanne sozinha, sem ajuda, e Sasuke é ocupado. 

    — Nem tanto. — Ela murmura.  

    — Você anda ocupado, não anda? — Itachi o olhou. — Não anda, irmãozinho? — O beliscou sem que Sakura visse, já que ela olhava para Izumi. Sua esposa riu ao ver a cena. 

    — Ai, filho de uma... — Sakura o olhou. 

    — O que foi? 

    — Nada. — Itachi respondeu pelo irmão, sorrindo. — E então? Vai aceitar? 

    — Tenho escolha, depois da Izumi fazer chantagem emocional? — Depois dessa frase, até mesmo Sasuke riu. — Por que todos fazem isso comigo? 

    — Porque você deixa? — Ela bufou. — Ino tem você na palma da mão dela, Hinata usa aquela carinha fofa, e você não consegue resistir, a Temari usa o direito de ser a mais velha das amigas, e Tenten agora usa o fato de estar grávida. 

    — Como assim a Hyuuga está grávida? 

    — Ah, eu não te contei, irmão? Nejí vai ser pai outra vez.  

    — Eu disse que era uma virose. — As mulheres riram. — Tome cuidado, Sakura. 

    — Credo, Itachi. — Ela bate três vezes na mesa — Eu nem mesmo estou namorando. 

    — Nunca se sabe... — Izumi sorriu. — Está combinado, não é? A Sakura vai passar uma semana aqui com você e Izumi, irmãozinho. 

    — Uma semana? Não era o final de semana? — Sakura se pronuncia um pouco assustada. 

    — Acho que você confundiu. Os meus sogros vão passar o final de semana fora, meu noivo ficará uma semana em Londres. Ele volta um dia antes do Natal. 

    A palavra que saiu na mente de Sakura em seguida foi “seja o que Deus quiser”. Ela estava um pouco desesperada, não era uma boa ideia passar uma semana debaixo do mesmo teto que o homem que ela amava. Por que aquilo estava acontecendo com ela? Ela realmente queria saber. Parecia que o destino estava no controle, e não ela. A cada dia, Daisuke queria ela mais e mais perto deles. A convidava para os almoços da família Uchiha, queria que ela ficasse mais um pouco para assistir filmes, fazia ela ficar para jantar, e para completar tudo, Mayu estava cada vez mais apegada a Sasuke. Suas amigas tinham dito que isso era pelo fato de que sua filha nunca teve uma presença paterna. Aquelas coisas em comum, eram interessantes e ao mesmo tempo assustadoras. Mayu e Daisuke não tinham conhecido o pai e a mãe, respectivamente; a primeira porque ele não prestava, o segundo, por ela estar morta. Eles queriam ter uma presença paterna e materna, tinham o sonho de ter um irmãozinho, queriam ter ela e Sasuke por perto o tempo todo, um por vê-la como uma mãe, e a outra por ver Sasuke como um pai. Isso ela tinha certeza. Izumi mesmo já havia lhe dito aquilo, assim como Ino, Hinata, Temari e Tenten. Sasuke pensava no mesmo que a rosada. Ele estava apaixonado por Sakura, já tinha admitido isso para si mesmo, mas ainda era difícil pensar sobre um relacionamento; mesmo que sempre que referia Sakura como amiga, isso o incomodasse muito. Ele imaginava em como seria ficar sete dias sobre o mesmo teto da mulher por quem amava. Era essa a palavra que ele ainda não tinha dito em voz alta. Paixão e amor era diferente, ele sabia dessa diferença e já tinha percebido o real sentimento que sentia por ela; só não sabia se era o momento de dizer em voz alta, não depois do beijo que trocaram, e ouviu de Sakura que tinha sido um erro. Naquele momento, realmente o foi, porque ele estava mesmo confuso, mas ele não mais se sentia assim. Sasuke não sabia se deveria dizer a ela. Se deveria expressar seus sentimentos primeiro; porque por mais que todos os seus amigos dissessem que ela sentia o mesmo, ele não tinha certeza, mesmo que ela tenha dito que o beijo deles tinha significado algo. Agora era ver como seria a convivência entre eles durante uma semana. 

    **--** **--** 

    Sakura colocou a filha na cama, abrindo o edredom em cima dela, sentando-se na beirada da cama, em seguida. A filha abraçou o coelho de pelúcia que ganhou no aniversário de um ano, da madrinha, Ino. Sakura respirou fundo, passando as mãos nos cabelos da filha. A pequena estava muito fraca, e isso a preocupava. Fechou os olhos por alguns minutos, pedindo forças para aguentar aquele momento difícil. Não estava sendo fácil ver sua filha tão mal, a cada dia, piorando, e não poder fazer nada. Tsunade tinha lhe dito que Mayu ficaria fraca alguns dias, em outros ela estaria bem, e isso estava acontecendo consequentemente. Naquele dia por exemplo, ela ficou o dia todo enjoada, e sem a menor vontade de brincar, o que quase nunca acontecia, principalmente quando ela estava com Daisuke.  

    — Mamãe, a gente não vai orá ao papai do céu hoje? – Sakura sorriu. 

    — Se diz “orar”, querida. — Corrigiu. — E é claro que vamos, meu amor, a mamãe só estava pensativa. – Se arrumou na cama, ajudando a filha a ficar sentadinha, e pegou nas mãos dela. – Você ora, querida? 

    — Uhum... – Balança a cabeça. – Papai do céu, muito obrigada pela vida que o Senhô me deu! Muito obrigada pela mamãe e pur toda as pessoa, que o Senhô colocô bem petinhu de mim. Papai do céu, agadeço pur mais um dia com o senhôGotaria de pedi pra o dia de amanhã sê abençuado. E confiu no senhô pra cuidá de mim, da mamãe, dos tios, dos primos... Do tio Sasuke e do Suke. Uma boa noite de sono a todo os seu filhos. Amém! – Sakura e Mayu disseram "amém" juntas.  

    — Agora está na hora de dormir, gatinha. 

    — O papai do céu vai cuidá da Mayu, e a mamãe, não vai mais ficá tristi. – Sakura sentiu uma vontade enorme de chorar, e por isso nem mesmo corrigiu as palavras erradas que a filha disse.  

    — Desculpe, querida. Não queria que me visse triste. 

    — Mamãe, eu te amo. – Os olhos de Sakura encheram de água. – Sabe, eu sonhei com o papai do céu, de tarde. 

    — Mesmo, amor? E o que aconteceu? – Sua voz quase não saiu, por estar segurando o choro. 

    — Ele falô pra eu dizê pra mamãe, que vai ficar tudo bem. Que "Ele" ouvi a oração da mamãe, e que vai cuidá de mim. – Diz sorrindo. – O papai do céu tá cuidano de mim, mamãe, intão não chora, tá? 

    — Obrigada por me dizer isso, querida. – Passou a mão direita nos cabelos rosados da filha. – Agora eu vou dormir mais tranquila. – E era verdade. Sakura deixaria sua filha nas mãos de Deus. Ele cuidaria dela, como disse que cuidaria, e por isso confiava "Nele".  

    — Boa noite, mamãe. 

    — Boa noite, gatinha. – Beijou a bochecha da filha, fechando os olhos, e então se afastou sorrindo.  

    Sakura estava assustada a poucos minutos. Com medo do que poderia acontecer com a filha, durante à noite, por estar tão fraca e febril, mas agora se sentia mais leve, menos temerosa. Deus falou com Mayu para poder tranquilizá-la. Sakura agora estava mais tranquila, e dormiria melhor, só pela mensagem de Deus a ela. Ele ouviu sua oração, e por isso, agora ela deixaria tudo nas mãos "Dele". Continuaria falando com "Ele", mas já agradecendo pelo que "Ele" já está fazendo na vida delas. Lhe deu ótimos amigos, tios, sobrinhos, uma filha maravilhosa, e agradecia principalmente por "Ele" colocar Daisuke em sua vida. O pequeno tem feito um grande feito, trazendo-a tranquilidade e ajudando-a a distrair do que estava acontecendo com a filha. E claro, ela agradecia por Deus ter colocado Sasuke em sua vida. Mesmo que ela não queira sentir o que está sentindo, ele tem ajudado ela em todos os aspectos. A ajudou com Sasori, a ajudou quando Mayu foi parar no hospital, não se incomoda quando precisa faltar ao trabalho; mesmo que o filho dele precise muito dela. Sasuke tem sido um anjo na vida de Sakura, e por tudo que ele fez, ela seria agradecida por toda a vida.   

    **--** 

    Sasuke e Itachi pararam em frente ao orfanato. Do lado de dentro do carro eles puderam ver a placa média e rosa com letras brancas e garrafais, escrito “Campo das maçãs”. Eles estavam impressionados com o local; tinha uma área verde enorme, e a “casa”, tinha pelo menos três andares. Eles saíram do carro, andando até a porta de vidro, entrando em seguida. Não tinha ninguém na recepção, por isso eles apenas se encostaram na parede ali perto, e esperaram por alguém, enquanto que observavam o lugar minuciosamente. Os irmãos esperavam saber sobre a garotinha, prima deles. Esperavam que ela ainda estivesse viva, e que os responsáveis pelo orfanato soubessem onde a, agora, mulher, estava.  

    — Esse lugar é muito bonito.  

    — Quem será que é o bem-feitor desse orfanato? 

    — Vai saber, irmãozinho. — Olhou em volta. — Será que não vai aparecer ninguém? 

    — Eu espero que eles saibam sobre ela. 

    — E se não souberem? Não vamos mais ter como descobrir sobre a Kazumi. E não vamos descobrir que Hotaru está envolvido no sequestro dela. 

    — Vamos ter que ter paciência. — Eles ouviram passos. — Finalmente. — Eles observaram uma mulher que aparentava ter uns 40 anos se aproximar. Ela tinha curtos cabelos negros e olhos extremamente azuis. 

    — Bom dia. – Ela sorriu, cumprimentando-os. – Posso ajudá-los? 

    — Bom dia. Somos Uchiha Sasuke e Uchiha Itachi... — Apontou para o irmão. — Gostaríamos de falar com o responsável do orfanato. 

    — Oh, algo importante? 

    — Sim, muito. — Ela assentiu. 

    — Eu vou ligar e ver se ela pode vê-los agora. — Eles agradeceram, enquanto viam a mulher pegar o telefone em cima da mesa de madeira escura.  

    — Estava pensando em contar para o Shisui nossas suspeitas. 

    — O que? — Sasuke o olha. — Ficou maluco? Você sabe como o Shisui é, Itachi, ele não vai conseguir ficar sem fazer nada.  

    — Você é pior que ele. É muito mais esquentado. — O irmão bufou. — Ele merece saber, irmãozinho. É a irmã dele. 

    — Não vamos contar sobre o Hotaru. Só sobre a possibilidade da garotinha ser a Kazumi. 

    — Beleza. Vou falar com ele depois do natal. 

    —Acho melhor falarmos juntos. — Itachi concordou. 

    — Ela vai atender vocês. – Diz sorrindo, chamando a atenção dos irmãos. – Me acompanhem por favor.  


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