Seize The Day

  • Gabbysaky
  • Capitulos 28
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 17 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 11

    Audiência

    Hentai, Linguagem Imprópria, Sexo

    Eu estou bem ansiosa para saber o que vão achar desse capítulo de hoje.

    Esse é o capítulo que vocês saberão o motivo de Sasori estar atrás de Mayu.

    Bom, vou deixá-los ler.

    Boa Leitura

    Sakura e Sasuke estavam sentados, de frente para uma mesa de madeira clara. Do outro lado, estavam Sasori, e o advogado dele. Eles viram o juiz pegar alguns papéis. Ela sabia que estava ali apenas para que o juiz soubesse sobre a situação que envolvia sua filha, mas mesmo assim ela temia que lhe tirassem ela. Pedia aos Céus que Sasori não conseguisse a guarda dela, depois do exame de DNA. O juiz falou sobre o exame, que ela deveria levar a criança até o laboratório de confiança deles, e que dentro de uma semana, eles se veriam novamente, para ver o resultado, falar sobre a guarda, e marcar a última audiência caso nenhum dos dois aceitem o acordo um do outro. Sasori sorriu debochado para Sakura quando liberaram os quatro. Ele estava provocando, achando que ganharia aquela causa facilmente. Sasuke se levantou, e Sakura fez o mesmo logo em seguida, saindo da sala, caminhando para o elevador. 

    — Você sabe que não pode deixar de levar Mayu no laboratório amanhã, certo? 

    — Eu sei. Eu não vou faltar, sei que posso perder Mayu imediatamente caso não faça como o Juiz ordenou. 

    — É o melhor a se fazer, para seu bem e de Mayu. – Ela assentiu. – Como ouviu, na próxima vez que viermos, eu e o advogado dele faremos acordos, mas eu não acho que você vá aceitar algum, ou vice e versa. 

    — Não mesmo. Eu não quero dividir a guarda da minha filha, Sasuke. Ele nunca quis ela. Nunca se importou. 

    — Tsunade sempre esteve com você e Mayu, certo?  

    — Sim. Ela cuida de Mayu desde que descobrimos a doença. 

    — Então ela pode ser uma boa aliada. O Juiz vai chamá-la, já que ela é a médica da Mayu.  

    — Mesmo? – Ele assentiu.  

    — Ela já viu alguma conversa entre você e Sasori? 

    — Apenas uma. O dia que eu fui falar com ele sobre a doença da Mayu. Ela pediu para que ele comparecesse no hospital, já que eu não queria ir até a casa dele.  

    — Isso é bom, Sakura. Ela presenciou as coisas entre vocês.  

    — Espero que ajude mesmo.  

    — Não se preocupe, eu diria se eu não estivesse 100% confiante com seu caso. Não tem como o Juiz tirar a Mayu de você. 

    **--** **--** 

    Sasuke desceu do carro com Sakura, assim que estacionou o mesmo na porta da mansão Uchiha. Eles ainda tinham que buscar os filhos antes de irem para o apartamento. Sakura ficaria com Daisuke até que Sasuke terminasse de resolver uma papelada, de outro caso. Se aproximaram da porta, e Sasuke tocou a campainha. Passou três minutos, até que eles veem Mikoto ao abrir a porta, e lhes sorrir em seguida. 

    — Entrem. E então, como foi? – Pergunta quando fecha a porta.  

    — Hoje não teve nada muito importante, mãe. Sakura tem que levar Mayu para fazer o exame de DNA amanhã, e então a audiência de verdade começa. Sasori não vai querer dividir a guarda, assim como Sakura também não quer. 

    — Eu nunca dividiria minha filha com ele.  

    — Eu entendo você, querida. – Suspirou. – Sakura, foi até bom vocês não demorarem, porque a Mayu está se sentindo mal hoje. – Sakura se assustou. 

    — O que houve? 

    — Calma, ela está bem agora. Shisui cuidou dela. – Sasuke olhou para Sakura. – Ela estava bem, mas de repente ela começou a ficar quente, muito quente, me preocupei, e chamei Shisui. – Ela assentiu. – Ele deu o remédio, e agora ela já está melhor. Mas ainda está pálida. 

    — Tsunade disse que isso aconteceria com mais frequência. 

    — Os cabelos dela também estão caindo. 

    — Já? – Sasuke quem pergunta. 

    — Isso começou tem poucos dias, Sasuke. – Sakura suspira. Já não aguentava mais aquela situação. – Ela vai ficar cada dia mais debilitada. 

    — Sakura, se ela tiver que ser internada... 

    — Tsunade acha que isso vai acontecer logo. 

    — Então ela deveria estar de repouso. – Mikoto diz. 

    — Ela é tão pequena, e gosta tanto de brincar, que eu não consigo dizer não, entende? Eu não quero privar ela de nada. Enquanto ela estiver bem para poder fazer as coisas, assim será. – Eles entendiam a rosada. 

    — Papai. Sakura. – O garotinho abraça o pai primeiro e depois Sakura.  

    — Ei, você se divertiu aqui na vovó? 

    — A Mayu tava injuada, papai.  

    — Eu estou sabendo, filho. 

    — Tio Shisui cuidô dela, e agora ela tá dumindo

    — Nós vamos para casa, então. 

    — Agora? 

    — Sim, eu tenho que ler alguns documentos para uma reunião que terei amanhã. 

    — De novo? – Os adultos sorriram ao ouvir o garotinho reclamar. – Então não vai ficá em casa amanhã? 

    — Amanhã não. Mas eu volto para almoçar com você, como sempre. – O menino assentiu, ainda desgostoso. 

    — Não quer esperar pelo jantar? 

    — Mãe, eu até ficaria se não tivesse que ler esses documentos. – Ela assentiu, compreendendo. – Mas marcamos outro dia. 

    — E eu espero que venha também, Sakura. – A rosada fez de tudo para não demonstrar o quanto envergonhada ela tinha ficado. 

    — Ela vem sim, né Sakura? – E ela não pode negar aquele pedido fofo. 

    — Eu pego a Mayu pra você. – Ela agradeceu e ele sumiu das vistas deles.  

    — Sakura, você vai ficá comigo lá em casa, né? 

    — Até seu pai terminar de trabalhar.  

    — Você conta uma história antes de i pra casa? – Mikoto sorriu, antes de olhar para Sakura, esperando pela resposta dela. 

    — Claro, querido. O que você quiser. – Ele sorriu animado. 

    **--**  

    Sakura pensava mais uma vez nas coisas que tinha dito á Sasuke. Estava se arrependendo por ter dito aquelas coisas, mas ao mesmo tempo, ela sabia que tinha sido o certo a se fazer. O beijo, apesar de ter significado muito para ela, tinha sido um erro. Ele estava confuso, e ela... Ela ainda tinha muito medo de se envolver. Ela sabia que Sasuke era diferente de Sasori. Que ele não faria com ela, o mesmo que Sasori fez, mas mesmo assim, ela não conseguia afastar aqueles pensamentos, de que poderia sair machucada, caso tivesse alguma coisa com o Uchiha. Ela já tinha se conformado que estava apaixonada por ele, mas isso não queria dizer que iria aceitar. Tinha que esquecer aquele sentimento, ou se machucaria ainda mais. Era o certo a se fazer, ela continuava a dizer a si mesma, tentando se convencer. Sasuke ainda amava Karin, e estava confuso demais para pensar em um relacionamento agora. Além de que, ainda se sentia culpado pela morte da noiva.  

    Ela queria ajudá-lo a superar isso, mas não poderia fazê-lo. Se queria esquecer sua paixão por ele, o melhor era se afastar. Cuidaria do Daisuke, e só. Não o trataria mal, ou nada parecido, mas também não criaria "laços" com Sasuke. Ele estava ajudando-a com Sasori, e seria sempre grata a ele, mas precisava se afastar. Suspirou quando mais uma vez a cena do beijo veio a sua mente. Era como se ela sentisse tudo de novo e de novo. Todos os sentimentos que sentiu quando ele a beijou. As borboletas no estômago, o coração acelerado, as mãos soando... Agora ela que estava confusa. Queria e não queria se lembrar daquele beijo. Toda vez que ele se aproximava de mais, e sentia o cheiro do perfume dele, se lembrava do beijo. Ele sempre usava o mesmo perfume que usava naquele dia. E isso a deixava louca, porque ela queria esquecer, e estava cada dia mais complicado. A risada das crianças fez com que voltasse á realidade. Daisuke e Mayu estavam um do lado do outro, assistindo um filme que ela não prestou atenção em qual era. Sasuke ainda não havia chego do trabalho, mas sabia que ele viria para almoçar com o filho, e não voltaria para o trabalho mais tarde, o que provavelmente, queria dizer que ela iria para casa mais cedo. Ela olhou para Daisuke. Ele não iria gostar, com certeza. Todos os dias, quando ia embora, Daisuke emburrava, pois sempre queria que ela ficasse mais um pouco. Era impossível não se encantar por aquele garotinho, ele era muito fofo.  

    — Sakura. – Ela ouviu Daisuke chamá-la. – a gente pode i na soveteria depois do almoço? – Era como se ele soubesse que quando o pai dele chegasse, ela iria para casa, por isso sabia qual era o motivo de ele fazer aquele pedido.  

    — Eu tamém quero, mamãe.  

    — Não pode ser amanhã? 

    — Mais o papai vai tá em casa, Sakura, pur isso tô pidindo. – Sakura fechou os olhos colocando as mãos no rosto. Quanto mais ela queria se afastar de Sasuke, mais Daisuke fazia com que eles se aproximassem. Era como se aquele garotinho fizesse de propósito. – Pur favor? 

    — Suke, eu sei que seria..., legal, mas eu preciso ir para casa. Tenho algumas coisas para fazer lá. – E ela estava mentindo para uma criança de cinco anos. Que coisa feia, Sakura. Seu subconsciente a recriminou.  

    — Mais não pode fazê isso otro dia? – Os olhos brilhantes dele ficaram opacos. Ele estava triste, Sakura sabia disso, pois o conhecia muito bem. – Vamo saí nois quatro. 

    — É, mamãe. Pur favor. A Mayu qué brincá mais com o Suke. Não tô injuadinha hoje... Não vamo pra casa ainda. – Sakura suspirou, quando percebeu que eles tinham ganhado. Não conseguiria negar ao pedido da filha e de Daisuke. Olhar naqueles olhinhos lindos, que estavam lhe implorando, não era nada fácil. Se deixar Daisuke triste, lhe partia o coração, com sua filha era ainda pior. 

    — Tudo bem, mas tem que falar com seu pai quando ele chegar, Suke. – Ambas as crianças sorriram, animadas, e abraçaram Sakura, dizendo juntos: Obrigado. Ela sorriu, abraçando-os de volta.  

    — Eu sei que o papai vai aceitá. – É claro que vai, Sakura pensou. Ele fazia de tudo pelo filho, só para vê-lo feliz. 

    — Depois do sovete, agente qué i no paquinho, mamãe. 

    — É. Aquele que tem no shopping. – Era hoje que ela iria para casa só depois das 18h, ela pensou. Não que ela se importava de chegar tarde em casa, adorava passar o dia com as crianças, principalmente quando via o quanto a filha se divertia, mas o que a incomodava era o fato de ficar algumas horas perto de Sasuke. – Mais é o novo.  

    — O novo? – Arqueou as sobrancelhas, tentando se lembrar. 

    — É. Passa na TV toda hora, Sakura.  

    — Não vou prometer isso, primeiro temos que falar com seu pai. – Ele assentiu. O barulho da porta fez Daisuke se levantar do sofá, onde estava sentado, abraçando Sakura. Pela primeira vez, ele não correu até o pai, ele esperou que o mesmo chegasse até a sala, para se aproximar. 

    — Ei, campeão. – Beijou os cabelos negros.  

    — Papai, agente vai tomá sovete.  

    — Daisuke, eu disse pedir, e não avisar. – Sakura diz, segurando uma risada.  

    — Mais o papai não se importa, né? – O olhou com os olhos brilhando. 

    — Eles praticamente fizeram um planejamento. 

    — Ah é? – Ele sorriu de lado. – E qual é esse planejamento? 

    — Agente qué i no paique, tio Sasuke. 

    — O novo que tá no shopping. – Daisuke completou.  

    — Bom, eu estou livre agora a tarde, então... – Daisuke sorriu, e começou a pular animado. 

    — Viu, Sakura? Eu disse que o papai ia aceitá. – Sakura sorriu, assim como Sasuke.  

    — Eu vou trocar de roupa.  

    — E eu vou esquentar o almoço. 

    — Você pediu comida? 

    — Sasuke, olha para mim e vê se eu tenho cara de quem pede comida. – Ele revirou os olhos. – Eu só faço isso quando estou ocupada demais, o que raramente acontece. 

    — Eu não me importo de comer comida de restaurante. 

    — Mas eu sim. – Cruzou os braços. Mayu e Daisuke que estavam lado a lado, olhavam de um para o outro. – E seu filho com certeza prefere a minha comida.  

    — Por que você tem que ser tão teimosa? 

    — Por que você tem que ser tão cabeça dura? – Sasuke bufou. – Eu prometi ao seu irmão que não deixaria você ficar pedindo comida. 

    — Pelo jeito isso não vai acontecer nunca, já que você é teimosa demais, e não me ouve. – Daisuke e Mayu começam a rir, chamando a atenção dos mais velhos. – Ótimo, agora nossos filhos acham que estamos loucos. 

    — Eu não estou louca. E foi você que começou a reclamar de eu estar fazendo o almoço. 

    — Pelo jeito não vai mesmo adiantar, não é? – Ela negou, balançando a cabeça. – E depois diz que não é teimosa. – Ela revirou os olhos. – Vou trocar de roupa e já desço. – Começou a subir as escadas. 

    — Foi bem engraçado. – Daisuke comenta quando o pai some das vistas dele. – O papai só faz isso com o tio Ita e o tio Naruto.  

    — Mais com seu tio Naruto com certeza, né? – Ele assente, rindo. 

    — Mamãe, você ficô bava.  

    — Eu não, querida. – Virou de costas para as crianças. – Vamos para a cozinha.  

    — Eu quero batata frita. 

    — Eu não fiz isso hoje, Suke. – El fez um bico. – Você precisa comer coisas sadias. E não reclame, garoto.  

    — Mais Sakura, eu não gosto de vedura.  

    — Nem eu, mamãe. É ruim. – Colocou a mão na boca, e Daisuke fez o mesmo. Sakura riu. – Não tem gaça. – Sua voz foi abafada por causa da mão que tampava a boca. 

    — Vocês dois fazem uma tempestade por causa de nada, né? – Eles franzem o cenho, confusos. – Quando é para comer baboseira, vocês estão prontinhos, mas quando é para comer coisas saudáveis, vocês correm. – Balançou a cabeça. Sakura estava de costas para a porta da cozinha, por isso não percebeu que Sasuke estava encostado no bateste, observando os três. – É o seguinte: Ou vocês comem da verdura, ou não tem sorvete e muito menos parque.  

    — Isso é chantagem, Sakura. – Sasuke segurou uma risada ao ouvir o filho. 

    — Mamãe, isso é injusto. 

    — Desde quando você sabe o que isso significa? – A garotinha deu de ombros. – Bom, é pegar ou largar.  

    — Se eu fosse você, pegava, Daisuke. – Sakura se vira, encontrando Sasuke, que se aproximava. – Ou então, ficaremos em casa. – Daisuke e Mayu se olharam, fizeram um bico e voltaram a olhar para os pais. 

    — Tá bom. Agente come. – Sakura sorriu. 

    — Ótimo. – Diz, caminhando até onde estavam os pratos, para começar a arrumar a mesa, com a ajuda de Sasuke. 

    **--** **--** 

    — Sasori voltou a te procurar depois daquele dia no shopping? 

    — Por mais assustador que isso seja, não. Ele não me procurou. – Sakura, que olhava para as crianças que brincavam no parque, desviou os olhos para Sasuke. – Ele está aprontando alguma. 

    — Ele não é burro, Sakura. Sabe da medida de proteção, com certeza não quer ser preso. 

    — Não. Eu não acho que seja só isso. Conheço o Sasori, e você ouviu ele aquele dia, Sasuke... Alguma coisa me diz que ele está só esperando um momento em que eu estiver sozinha.  

    — Bom, vamos esperar para ver o que ele vai fazer.  

    — Tenho até medo do que pode ser. 

    — Não precisa ter medo. – Ela sentiu ele pegar em sua mão. – Ele não vai fazer nada com você. Ou com a Mayu. – Ela umedeceu os lábios e assentiu. Acreditava nas palavras dele. Eles desviaram os olhos um do outro quando ouviram ser chamados. A verem quem era, Sasuke largou a mão de Sakura, e ela sentiu duas coisas ao mesmo tempo. Alívio, por causa dos amigos, e desconforto, por não ter mais a mão quente dele lhe dando conforto.  

    — Não imaginávamos ver vocês dois aqui. – Naruto comenta, se aproximando com a esposa, e os amigos ao lado. 

    — O que estão fazendo aqui? 

    — E sozinhos. – Ino se pronuncia, maliciosa.  

    — Não estamos sozinhos. Mayu e Daisuke estão no parque. 

    — Se tivéssemos combinado, não teria dado tão certo. – Tenten diz, rindo.  

    — Por que não disseram que vinham? Podíamos ter vindo juntos. – Nejí se pronuncia, se sentado do outro lado da mesa.  

    — Ora, Nejí, que pergunta, eles queriam estar sozinhos. – Sakura corou, e por isso desviou os olhos. 

    — Dobe, não diga coisas idiotas.  

    — Vocês dois continuam com essa coisa problemática? – Sakura olhou para o amigo. 

    — Coisa problemática? – Ela arqueou as sobrancelhas, e Sasuke fez o mesmo, ao mesmo tempo que ela. – O que isso quer dizer exatamente? 

    — Isso de ficarem evitando o que sentem um pelo outro. 

    — Nossa, Shika, eu esperava isso do Naruto, não de você. 

    — Eu só disse a verdade. – Deu de ombros. 

    — Ele disse o que eu queria dizer, mas com mais delicadeza. – Os amigos riram.  

    — Cala a boca, Naruto. – Sasuke bufa. – Vocês todos devem estar de porre, porque eu e Sakura... 

    — Somos só amigos. – Naruto completou, interrompendo o amigo. – Aff, não aguento mais ouvir isso de vocês.  

    — Itachi disse que seus pais estão torcendo por vocês. – Gaara diz. 

    — Gente, deixem os dois em paz. 

    — Obrigada, Hina. – Sakura agradece, assim como Sasuke, que fazia o mesmo mentalmente.  

    — Hina, vai dizer que não concorda que os dois se gostam? 

    — Eles quem tem que decidir quando vão aceitar isso, não agente. – Naruto sorriu. 

    — Então você concorda com agente? 

    — Todos concordam, até mesmo a tia Mikoto. – Temari diz. – Mas eu acho que a Hina está certa. Deixem os dois se resolverem sozinhos. 

    — Os dois... – Sasuke começa. –  Estão bem aqui, na frente de vocês. 

    — Dá para parar de falar de nós como se não estivéssemos aqui? – Sakura pede. – E podemos mudar de assunto? – Eles dão de ombros. 

    — Vocês definitivamente estão irritantes hoje. O que fizeram ontem? 

    — Ontem nós estivemos na casa do Gaara. Se tivesse atendido a porra do celular, saberia. – Tenten deu uma cotovelada no marido. 

    — Você como sempre, é tão gentil, Nejí. – Ino ironiza. 

    — Eu só disse a verdade. – Sasuke bufou. 

    — Não atendi a porra do celular, porque eu estava ocupado, com um caso importante. 

    — O da Sakura?  

    — Não, Gaara, o da Sakura foi á quase uma semana. – Olhou para a rosada. – Por falar nisso, o resultado do exame de DNA sai amanhã. – Sakura assentiu.  

    — E nós sabemos o resultado. 

    — O problema não é o resultado, e sim o que vem depois. – Todos compreendiam o que Sasuke queria dizer. – Mudando de assunto, a Yumi teve a bebê. 

    — Ah, ela nasceu. – Ino e Hinata dizem juntas, sorrindo.  

    — Como ela é, Sasuke? 

    — Ela não tem cara de joelho, Temari. – Os amigos riram.  

    — Vocês acreditam que ele disse isso para a Yumi? 

    — Sasuke, você é um caso perdido. – Todas concordaram com Ino. 

    — Você tem uma foto dela? – Tenten pergunta. 

    — Ela tem os olhos da Yumi... – Abriu a tela do celular e colocou na única foto que tinha da prima, e entregou o aparelho para Tenten. 

    — Que linda. – Ino pegou o celular. 

    — Ela pegou tudo do Shisui, com exceção dos olhos. 

    — Yumi está revoltada com isso. – Sakura comentou. 

    — É claro que ela está. Nós carregamos os nossos filhos por nove meses na barriga, e com quem se parecem quando nascem? 

    — Lá vem. – Gaara diz. Não era a primeira vez que ouvia aquilo da esposa. 

    — Com os pais. – As outras completam, juntas.  

    — Isso é tão injusto. – Temari diz. – Eu espero que esse novo bebê se pareça mais comigo do que com o Shika.  

    — Eu também espero que o meu se pareça mais comigo, Temari.  

    — Vocês estão revoltadas com isso até hoje? – Nejí revira os olhos. 

    — É claro. – Ino responde. – E aí, Ten? Você já contou a no-vi-da-de? 

    — Que novidade? – Arqueou as sobrancelhas, confusa. 

    — É. Que novidade é essa? – Nejí olhou para a esposa, curioso, e ela o olhou de volta. 

    — Eu não tenho novidade nenhuma.  

    — Ah, tem sim. Tem que eu sei. 

    — Você agora é cartomante? Eu não tenho novidade. – Revirou os olhos. – Só falta me dizer que você lê pensamentos. 

    — Se você algum dia fizer isso, Ino, pode por favor, ler os pensamentos da secretária do Shikamaru e confirmar para ele que ela é uma vadia? 

    — Ah, mas de novo essa história? – Shikamaru revirou os olhos, e encostou as costas no encosto da cadeira, cruzando os braços logo em seguida. 

    — Sim. De novo essa história. – Retrucou. 

    — O que aconteceu? Perdi alguma coisa? 

    — Temari encontrou ela no meu escritório, Sasuke. – Eles arqueiam as sobrancelhas, não entendendo qual era o problema. 

    — O problema, gente, é que ela estava mexendo nas gavetas dele, e eu por algum acaso, a peguei cheirando o paletó que estava na cadeira.  

    — Ela é doente?  

    — Doente, Tenten? – Ino revirou os olhos. – Essa mulher vai acabar fazendo macumba para ter o Shika para ela. – Os garotos começaram a rir.  

    — Isso não é engraçado. Tem gente doida para tudo. 

    — Eu tenho que concordar o Sasuke. 

    — Até você, Saky?  

    — Shika, se ela estava mesmo cheirando seu paletó, é porque alguma coisa ela sente por você... E eu acho que isso é um problema. Mulher apaixonada é capaz de tudo.  

    — Viu? Obrigada, Saky. O Shika acha que é só ciúmes da minha parte. 

    — E não é? 

    — Cala a boca, Gaara. – Ele riu junto de Sasuke. – Aquela mulher é maluca. 

    — Mais maluca do que a Ino? 

    — Ei. Eu não sou maluca, Sasuke. 

    — Só um pouquinho. – Gesticulou. – Você lembra que bateu em mim, quando descobriu que Gaara tinha ficado com a Matsuri? 

    — Precisava lembrar ela disso? 

    — Sasuke, eu te bati, porque você, seu infeliz, sabia de tudo. – Ele deu de ombros. 

    — Não sou dedo duro. – E Sakura concordou mentalmente. Ele sempre soube das traições de Sasori, e mesmo assim nunca disse nada para ela, ou para qualquer outra pessoa. – E não gosto de me meter na vida alheia. – Ino bufou. 

    — Não vamos nos lembrar da ameba, vamos? 

    — Não, Tenten, você errou. Ameba era o Sai. A Matsuri era a nojenta. – Temari corrigiu a amiga. 

    — Nós pulamos a história da cheiradora de roupas, para falar sobre a nojenta?  

    — Eu acho que eu preferia falar sobre a nojenta. – Shikamaru diz, cruzando os braços. Ele já não aguentava ouvir falar sobre aquela mulher. 

    — Olha, apesar de achar tudo isso uma maluquice... – Nejí se pronuncia. – Eu já vi ela com olhares bem estranhos para os gêmeos. 

    — E nunca disse nada por que? – Shikamaru pergunta, olhando-o indignado. 

    — Porque eu achei que fosse coisa da minha cabeça, mas agora que Temari contou sobre essa sandice aí... 

    — Shika, eu acho melhor despedir ela. – Hinata diz, meiga. –  Faz uma carta de recomendação para não ter problemas com ela, e pronto. 

    — E você acha que ela merece, Hina? 

    — É só para que ela não reclame, Tema.  

    — Eu concordo com a Hina. – Sakura diz, fazendo todos olhar para ela. – É melhor fazer isso agora, e deixar ela longe de você e da sua família, do que deixar como está, e então, ela decida fazer alguma coisa para separar você e Temari, ou pior..., faça alguma coisa com os gêmeos. – Ela inclinou a cabeça. – Qual é a melhor opção? – Shikamaru teve que concordar com Sakura. Ele priorizaria sua família. 

    **--** **--** 

    Sasuke lia um documento sentado no sofá. Daisuke e Mayu brincavam no quarto de brinquedos que ficava no cômodo ao lado da sala. Algumas horas depois de chegarem em casa, pouco antes da Sakura pegar suas coisas para ir para casa, ela recebeu uma ligação de Tsunade para falar sobre o plantão dela, e como Sasuke ficaria em casa, e não sairia para lugar nenhum, ele se prontificou a cuidar de Mayu até sua volta. Ela tentou retrucar, mas ele não deixou, dizendo que as crianças estavam se divertindo, e com isso a convenceu deixar a filha com ele. Antes de sair, ela tinha avisado a ele que Tsunade estava trocando os plantões de alguns médicos, e por isso faria uma reunião para falar sobre, e que provavelmente demoraria um pouco. Sasuke disse que tudo bem, e ela saiu do apartamento, deixando-o sozinho com Daisuke e Mayu. 

    — Papai. – Sasuke se levantou rapidamente quando ouviu o grito desesperado do filho. Chegando ao quarto, encontrou Mayu vomitando tudo que havia comido á alguns minutos, e seu filho abaixado ao lado dela, preocupado. Sasuke se aproximou. – Papai, a Mayu... 

    — Eu sei, filho. – Pegou a menina no colo, percebendo que ela estava muito quente. Ela estava chorando, e tinha a mão na boca, mas não mais vomitava. Sasuke a colocou debaixo do chuveiro e ligou o mesmo na água morna. – Respira com calma, Mayu. – Ela tossia desesperadamente, e chorava ainda mais, soluçando. Sasuke não sabia o que fazer, ele nunca tinha ficado sozinho com a menina. – O que eu faço? – Se pergunta em sussurro. Ele retirou o vestido da garotinha, deixando-a só de calcinha. Tudo ficou pior quando ela voltou a vomitar. Daisuke que estava na porta do box, fez uma careta. – Daisuke, pega meu celular e liga para seu tio Shisui. – O menino correu para fora do banheiro. – Vai melhorar, Mayu. – Sussurra, enquanto passa a mão nas costas da garotinha. Ela chorava alto, e isso partia o coração de Sasuke. – Precisa se acalmar, Mayu. Respira de vagar, pequena. – Dizia tentando acalmá-la. Mayu o olhou, e mesmo soluçando, ela fez como o tio estava pedindo, começando a se acalmar alguns minutos depois.  

    — Papai. – O filho estende o celular.  

    — Coloca no viva voz, filho. – E o menino o fez. 

    — Sasuke.  

    — Shisui, você está ocupado? 

    — Não. O que houve? 

    — Estou com um problema. A Mayu está vomitando muito, e está extremamente quente. O que eu faço? 

    — Tente acalmá-la, antes de tudo. Vou pedir para entregar no seu apartamento um medicamento chamado "domperidona", vai aliviar o enjoo. Depois, faça ela beber água, não muita, mas toda hora. 

    — Ela precisa comer também. 

    — Sim, faça coisas leves. Dê por exemplo uma banana agora, enquanto ela bebe a água. Para jantar, eu indico um caldo. Dê um dipirona ou ibupofreno para ela, vai abaixar a febre. 

    — Tudo bem, eu farei isso. – Olhou para a garotinha que apesar de ainda chorar, não mais vomitava, deixando-o aliviado. Ela estava sentada no chão do banheiro, soluçando, mas respirando de vagar como foi instruída. Sasuke suspirou agradecendo á Deus por Mayu estar mais calma, enquanto continuava a passar a mão nas costas da pequena. – Qualquer coisa eu te ligo novamente. 

    — Tudo bem. Cadê a Sakura? 

    — Ela teve que sair, e eu fiquei com as crianças. 

    — Entendo. Bom, então qualquer coisa que precisar, é só me ligar e eu vou pra sua casa. Não importa o horário, não deixa de me ligar, caso precise. 

    — Obrigado, Shisui. 

    — De nada, primo.  

    Eles se despediram e desligaram. 

    — Está melhor, Mayu?  

    — A gaganta dói. – Ela diz com os olhos marejados, e ainda soluçando. 

    — Eu sei, querida. Deve estar mesmo muito ruim, mas vai melhorar. – Desligou o chuveiro. – Eu vou preparar um caldo pra você.  

    — Papai, ela não vai passá mal de novo? – Sasuke o olhou. 

    — Seu tio disse que tudo bem. – O menino assentiu. – Pega a mala dela no quarto para mim? – Como estava com pressa, querendo ajudar Mayu a melhorar, ele tinha entrado em seu próprio quarto. Daisuke correu para fora do cômodo, enquanto Sasuke enrolava Mayu na toalha. 

    — Tô cum frio. 

    — Eu vou colocar uma roupa bem quente em você, está bem? – Ela assentiu.  

    — Não quero cumê, tio Sasuke. 

    — Se você não comer, vai passar mal de novo, Mayu. – Ela abaixou os olhinhos. – Você vai comer bem pouquinho... Tudo bem? E mais tarde come mais um pouco, se sentir fome. – Ela assentiu. Sasuke a pegou no colo e a levou para o quarto; no mesmo momento em que o filho entrava, e a colocou sentada na cama em seguida. 

    — Não vai ligá pra Sakura, papai? 

    — Ela está ocupada, filho. – Pegou um conjunto de calça leggie e blusa de mangas longas, lilás, dentro da mochila. – E ela vai se preocupar demais. Por isso contamos o que aconteceu quando ela chegar. – Ele assentiu. – Eu vou fazer um caldo para a Mayu, você vai querer? 

    — Uhum. – Olhou para a amiga. 

    — Então enquanto eu preparo... – Colocou a pequena no chão, já vestida, depois de calçar a meia e a sandália que estava na mochila. – Vocês ficam na sala, assistindo TV.  

    — E o quatinhu

    — Eu vou limpar. – O filho assentiu. – Enquanto isso, você bebe um pouco de água, está bem, Mayu? – Ela se encolheu, com medo, e Sasuke se abaixou na altura da rosadinha. – Prometo que vai ficar bem, a água não vai te fazer mal. Ela vai estar bem gelada. – Ela assentiu.  

    — Só um poquinho, né? 

    — Isso, só um pouquinho. – Diz pegando na mão de ambas as crianças, levando-as para fora do quarto.  

    **--** **--** 

    Quando Sakura recebeu a ligação de que sua filha não estava se sentindo bem, ela correu para o carro, depois de avisar Tsunade sobre a situação. Shisui tinha ligado para perguntar sobre as alergias de Mayu, e então depois de ela insistir muito, ele contou que Mayu estava vomitando, e que Sasuke estava cuidando dela. Suspirou. Sasuke não tinha nenhum dever com aquilo, e o deixou sozinho com sua filha doente. Imaginava o desespero dele, se perguntando o que fazer. Deu graças a Deus por ele ter um primo e um irmão que são médicos. Entrou no apartamento com a chave que tinha ganhado de Sasuke, e andou apressada até a sala, se aliviando ao vê-la dormindo, tranquila, ao lado de Daisuke, em um colchão no chão, perto de Sasuke. 

    — Como ela está? 

    — Como soube? – Ele estava surpreso por ela estar sabendo sobre o que tinha acontecido. 

    — Shisui ligou para perguntar das alergias, e eu insisti para que ele me contasse o que estava acontecendo.  

    — Eu não queria te preocupar. – Olhou para a pequena. – Ela está bem. Eu dei um pouco de água gelada, fiz ela comer um caldo, e agora ela está dormindo, como pode ver. 

    — Me desculpa por deixar você passar por essa situação. 

    — Sakura, não precisa se desculpar. Eu realmente fiquei assustado, afinal você sempre esteve por perto quando algo assim acontecia, mas... Eu soube cuidar bem dela. 

    — Nem sei como agradecer.  

    — Também não precisa. – Sorriu. – Foi bom passar essas horas com eles. Na verdade, me livrou de uns documentos que estavam estourando meus miolos. – Ela deu uma risada rápida. – Assistimos dois filmes, antes de eles capotarem.  

    — Bom, então se estiver tudo bem, eu vou para casa. 

    — Resolveu as coisas no hospital? 

    — Sim, não foi nada demais.  

    — Eu te ajudo com a Mayu. – Pegou a pequena no colo, de vagar, para não a acordar, e caminhou até a porta com Sakura ao seu lado. 

    — E Daisuke? 

    — Ele não deve acordar agora, espero que não, pelo menos. – Passou pela porta, e Sakura a fechou. – Vou voltar bem rápido. – Ela assentiu, antes de entrarem no elevador.  

    **--** 

    Sasuke e Sakura estavam sentados, olhando para o Juiz. Já tinha se passado uma semana e meia desde que o resultado tinha saído, e que o Juiz decidiu que ouviria as testemunhas, já que nem Sakura, nem Sasori aceitaram a guarda compartilhada. O Juiz já estava sabendo do estado de Mayumi, e decidiu que a garotinha não passaria por nenhum estresse, por isso, até segunda ordem, Sasori não chegaria perto da menina. Sakura se aliviou ao ouvir isso, mas Sasori ficou possesso. Ela temeu quando ele a olhou, perigosamente. Ela nunca pensou que depois de tantos anos, teria medo dele novamente. Mas aquele olhar que ele deu á ela, depois do Juiz o proibir de chegar perto de Mayu, realmente a apavorou. Ela sabia que ele não deixaria aquilo barato. Mesmo depois da ordem do Juiz, ele não a procurou, e isso a deixou mais apavorada do que já estava; afinal ela sabia que ele provavelmente estaria aprontando alguma coisa. Ela temia que ele fizesse algo á Mayu. O Juiz ouviu cada uma das testemunhas, tanto da parte de Sakura quanto da parte de Sasori. Sakura estava com as mãos suadas, as testemunhas do ex mentiram sobre o término deles, sobre como eles eram desde a escola, e ela se perguntava se eles realmente achavam que sairiam daquilo impune. Sasuke não tinha nada que comprovasse como eram na época escolar, por isso não pôde fazê-los cair em contradição, infelizmente. O Juiz mandou que entrasse a próxima testemunha. Sakura balançou a cabeça quando viu Matsuri entrar na sala, para dar seu depoimento. Aquela era outra cobra. Sempre a envejou, e principalmente a odiava, porque tinha sido ela quem fizera Gaara “terminar” tudo com Matsuri. Quando Gaara começou a namorar Ino, ele teve um caso com a morena de olhos castanhos escuros. Mesmo que soubesse que estava traindo a loira, naquela época Gaara não se importava com as coisas que fazia. E se não fosse Sakura, colocando juízo na cabeça do amigo, ele teria continuado com Ino e Matsuri ao mesmo tempo. Ela fez ele entender que não era destruindo o que tinha com Ino que ele se sentiria melhor, de tudo que estava acontecendo na vida dele. Que ele perderia Ino para sempre se não parasse o que estava fazendo e se tornasse a pessoa que todos sabiam que ele poderia ser. Sakura sempre foi sábia. Ela sabia como convencer os outros a fazer a coisa certa, e por isso ela tinha se prontificado a falar com o amigo ruivo no lugar de Temari, que estava preocupada com o irmão e com a cunhada. Ino descobriu pela boca de Matsuri que por vingança, por Gaara ter terminado com ela, contou tudo á namorada do ruivo. Mas para o desgosto da outra, Ino perdoou Gaara. E Sakura tinha certeza que o motivo que levava Matsuri ali, não era só por sua amizade com Sasori, mas também porque queria se vingar dela, já que naquela época a morena não tinha feito nada á ela, para a surpresa da rosada. 

    — Senhorita, você promete dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade? 

    — Prometo. – Diz, depois de levantar a mão direita. O advogado de Sasori se levantou, se aproximando. 

    — Não acredito que essa vadia teve a cara de pau de vir até aqui para difamar a Sakura. – Gaara, preocupado com o que a esposa poderia fazer, colocou sua mão direita na coxa dela. 

    — Se acalme, e não faça nenhuma besteira. – Os amigos desviaram os olhos de volta para o advogado de Sasori. 

    — Senhorita Sari, poderia me dizer como era o relacionamento do meu cliente com Haruno Sakura? 

    — Eles namoravam desde o colegial. Tinham decidido ir para a mesma faculdade, eles tinham o futuro planejado.  

    — E por que eles terminaram? 

    — Porque Sasori disse que não queria mais se casar, e Sakura decidiu criar a filha sozinha. – Sakura olha para Sasuke, indignada. Ele pediu para que ela não dissesse nada.  

    — Maldita. 

    — Mentirosa. – Hinata diz, após Temari. – Ela acha mesmo que alguém vai acreditar nisso? 

    — E o que aconteceu depois? 

    — Ela fugiu. E não contou sobre a gravidez para ele.  

    — E quando ele descobriu? 

    — Quando ele viu Sakura e a menina á alguns meses, no shopping. – Sakura balançou a cabeça. Ela estava mentindo descaradamente. – E então decidiu que iria conhecer a filha, mas Sakura não quis deixar.  

    — Ele alguma vez fez algum contato com Haruno Sakura para falar da menina? 

    — Várias, desde que descobriu sobre a filha. Mas ela insistia em dizer que a menina era só dela, e que o queria longe. 

    — O que você pode dizer sobre Haruno Sakura?  

    — Ela é uma mulher totalmente desequilibrada que queria se casar com Sasori com um único propósito: Seu dinheiro.  

    — Mas que vadia. – Ino rosna.  

    — Calma. – Aperta a coxa da esposa. 

    — Como me pede calma, Gaara? Ela está difamando a Sakura. 

    — Ela perdeu os pais depois da formatura, ficou sem ninguém, e viu que poderia conseguir algo melhor, se casando com Sasori. Ela é só uma vadia interesseira, que não serve para ser mãe. Mayu merece ter uma vida diferente e longe do exemplo horrível e sem pudor de Haruno Sakura. 

    — Senhor poderia orientar a testemunha a respeitar a minha cliente? – Sasuke pede, irritado. 

    — Eu ia fazer isso agora mesmo. – O Juíz diz, desviando os olhos para Matsuri. – Não aceitarei mais nenhuma ofensa. Takashi, espero que a sua testemunha se contenha. – Ele concordou. 

    — Como pode descrever Akasuna no Sasori? 

    — Um desgraçado, filho da puta que só se importa com o próprio umbigo. – Temari diz, em sussurro, fazendo os amigos concordarem. 

    — Ele é uma ótima pessoa. A melhor que já conheci na vida. – Sakura revirou os olhos. – É um ótimo amigo, e eu tenho certeza de que seria um excelente pai. Ele daria tudo e muito mais àquela menina. E tenho certeza de que Mayu teria um tratamento melhor, se Sasori tivesse sua guarda.  

    — Akasuna no Sasori se disponibilizou para pagar o tratamento da filha? 

    — Sim. Mas Sakura não aceitou. Estava com orgulho ferido. – Olhou para Sakura, desafiando-a, com um sorriso no rosto. Sakura fechou as mãos em punhos. – Ele disse que pagaria o melhor dos melhores para a menina, e ela disse que cuidaria disso sozinha. 

    — Mentirosa. – Sakura sussurra. 

    — Deixe ela dizer o que quer, Sakura. Eu sei como fazê-la cair em contradição. – Ela assentiu, desviando os olhos de Sasuke. 

    — Essa mulher é muito baixa. 

    — E Sasori mais ainda. – Tenten concorda com a cunhada. 

    — Eu não me surpreendo. Matsuri sempre foi essa vadia maldita, que faz qualquer coisa pelo bem próprio. Sasori deve estar pagando ela de alguma forma.  

    — E pensar que meu irmão ficou com essa dissimulada. 

    — Passado, Temari. Por favor, não vamos voltar ao passado. – Ele diz, suspirando. Naruto riu. 

    — Para Ino não é um passado tão longo. – Gaara o fuzilou. – Tá. Não está aqui mais quem falou. 

    — É bom mesmo. – Se voltou para Matsuri. 

    — Então Haruno Sakura, mesmo vendo o estado em que a filha se encontrava, não aceitou ajuda do pai da filha dela? 

    — Isso mesmo. Ele disse que poderia levá-la para outro país, mas... – Ela balança a cabeça, fingindo estar decepcionada. – Ela não aceitou. Infelizmente, Sakura não se importa tanto assim com a filha. Está com tanta mágoa de Sasori não ter se casado com ela, que faz essas coisas sem sentido.  

    — Sem mais perguntas, meritíssimo. – Voltou para seu lugar, e Sasuke se levantou. 

    — Agora ela está ferrada. – Naruto diz, sorrindo. – Sasuke veio preparado para essas perguntas. – Assim como os outros, ele estava ansioso para ver Sasuke fazer Matsuri pagar pelo que disse. 

    — Senhorita Sari, você disse agora a pouco, que Sasori e Sakura se separaram porque ele “disse” a ela que queria se separar. Você viu isso acontecer? 

    — Não. Mas ele me conta tudo. Somos amigos.  

    — Então vocês são muito amigos. – Ela assentiu. – Então me diz, por que não contou sobre a gravidez de Sakura para ele? – Ela arregalou os olhos. As amigas de Sakura sorriram. 

    — Eu disse que ele pegaria ela na mentira. 

    — Ele tem as fotos? 

    — É claro. – Ino responde á Nejí. – Entreguei todas elas para ele. 

    — Eu vou repetir a pergunta: Por que não contou ao seu amigo, que Sakura estava grávida? 

    — Eu... Eu não sabia.  

    — Não? – Sasuke pegou algumas fotos em cima de sua mesa. – Então o que é isso? É você e Sakura em uma festa, certo? 

    — É-é sim. – Responde, nervosa ao ver o conteúdo da foto. 

    — E aqui ela já estava grávida. – A mulher engoliu em seco. – Então você sabia sim, sobre a gravidez. Por que disse que não? 

    — Eu... Eu... – Ela gaguejou. 

    — Ela ficou sem palavras. Isso não é bom para ela. – Temari comenta. 

    — Isso é péssimo. – Shikamaru diz, balançando a cabeça. 

    — Pela cara do Juíz, ele não gostou nenhum pouco. – Gaara se pronuncia, desviando os olhos para Sakura. Á poucos minutos ela estava nervosa, agora ela parecia mais aliviada. – As perguntas de Sasuke vai fazer Matsuri cair em contradição. – Os amigos assentiram. 

    — Deixa eu te fazer outra pergunta: Você disse que Sasori nunca soube da filha. – Começou, depois de pegar duas fotos que estavam na mesa, perto de Sakura. – Você se lembra de quem era esse noivado? 

    — Não. Eu fui a tantos. – Ela deu de ombros. 

    — Então deixa eu refrescar a sua memória... – Mostrou as duas fotos para a morena. – Reconhece esse casal da foto? – Ela olha para Sasori, que balança a cabeça, bufando, desgostoso com a situação. – Meritíssimo, poderia determinar que a testemunha responda a minha pergunta? 

    — A testemunha deve responder á pergunta formulada pela defesa.  

    — Sim. Eu reconheço. – Diz depois de engolir em seco.  

    — E quem é? – Ela soltou um suspiro alto, não tinha para onde fugir. 

    — Akasuna no Sasori e Haruno Sakura.  

    — Muito bem. Eram eles. E como pode ver, nessa foto, a barriga de Sakura já estava aparecendo. E o mais estranho, ela está com a mesma roupa que na primeira foto que lhe mostrei. – Mostrou para Matsuri, antes de entregar para o Juiz. – Como explica o que acabou de dizer, sobre você e seu amigo nunca saberem de Mayumi?  

    — Responde, mosca morta. – Ino sussurra, irritada.  

    — Ela tem que dar uma desculpa muito boa, para sair bem dessa. – Nejí comenta em seguida. 

    — Eu... – Ela passou as mãos nos cabelos, nervosa. – Eu não..., me lembro disso. – O advogado de Sasori passou a mão no rosto, balançando a cabeça, enquanto que Sasori sussurrava “burra”. Ele sabia que ninguém acreditaria naquela resposta dela. Os amigos de Sakura sorriram.  

    — Ela deveria ter ficado calada, seria melhor para ela. 

    — Calada ou não, dá no mesmo. – Shikamaru diz, depois de ouvir Tenten. 

    — A senhorita entende que pode ser indiciada por mentira e difamação? 

    — Protesto. – O advogado de Sasori se levanta. – O advogado de defesa está tentando intimidar a testemunha.  

    — Protesto negado. O advogado está apenas avisando sua testemunha sobre o risco que ela corre se cometer perjúrio. – O homem se sentou, revoltado. Sasori passou as mãos no rosto. – Responda à pergunta do advogado de defesa.  

    — Eu menti. – Sasori a olha, irritado. – Ele sempre soube da gravidez de Sakura.  

    — E por que eles se separaram? 

    — Sasori a traiu, com a professora da faculdade. Ela descobriu e pediu para ele ficar longe dela.  

    — E ele ficou? – Ela suspirou.  

    — Sim, ele ficou. Na verdade, ele disse que não se importava, nem com ela e nem com a criança.  

    — Ah, ela está com medo de ser indiciada. 

    — Ela será de qualquer forma. Ela mentiu, Temari. – A esposa assente. 

    — Agora ela vai aprender que para tudo tem consequências. – Hinata comenta. 

    — E isso você ficou sabendo ou ouviu? – Sasuke perguntou. 

    — Eu estava morando na casa dele, naquela época, e ouvi tudo.  

    — Ele alguma vez, procurou a filha, depois de tudo que aconteceu?  

    — Nunca.  

    — Nenhuma vez? –  Ela negou.  

    — Como eu disse: ele disse que não se importava. Nem com Sakura, nem com a criança. – Os amigos de Sakura olharam para Sasori. 

    — Ele vai querer matá-la. 

    — Ele está assustador com aquela cara. – Hinata comenta depois de Tenten. 

    — Ele está possesso. Se eu fosse a Matsuri iria para alguma ilha, bem longe da aqui. – Naruto comenta, desviando os olhos para Sasuke. 

    — Você disse, Senhorita Sari, que Sakura era uma aproveitadora... E como você está mudando seu depoimento, posso dizer que mentiu sobre isso também? – Ela olhou para Sasori, engolindo em seco. Ela teria que dizer a verdade, ou seria presa.  

    — Sakura amava Sasori. Ela estava feliz com o noivado, ela nunca se importou com o dinheiro dele, tanto que quando noivaram, ela aceitou se casar sem comunhão de bens. O problema é que Sasori só estava se casando porque o pai estava obrigando-o. – Sasuke assentiu. 

    — Última pergunta: Sasori alguma vez, procurou Sakura para falar sobre a doença da Mayu? 

    — Não. Ele já foi procurado por Sakura, mas... – Ela deu de ombros. – Ele não quis saber sobre o que estava acontecendo. – Sasuke ficou de costas, mas então ficou curioso sobre algo. 

    — Antes... – Se voltou para ela. – Por que mentiu? – Sasori olha para Matsuri, balançando a cabeça. Se ela resolvesse der a língua nos dentes, estaria encrencado. – Foi o advogado de acusação quem a orientou? 

    — Protesto. – O advogado se levanta, temeroso. – O advogado de defesa está intimidando a testemunha.  

    — Eu vou permitir. Quero saber porque essa jovem mentiu dessa forma. – O Juiz olha para a moça sentada em um banco ao seu lado. – Responda, senhorita Sari, foi o advogado de acusação quem a orientou? 

    — Sim. Ele disse que eu deveria desmoralizar Haruno Sakura.  

    — Ela não falou em Sasori. 

    — Claro. Deve estar com medo. – Temari diz para a cunhada.  

    — Não adianta nada, o Jiz sabe que tem dedo do Sasori nisso. 

    — Sem mais perguntas, meritíssimo. – Sasuke se sentou ao lado de Sakura que tinha um sorriso no rosto. Sasori foi desmoralizado.  

    — A testemunha pode se retirar.  

    — Que entre a última testemunha. Senju Tsunade. – A loira entrou depois de abrirem a porta. Ela e Sakura se olharam, antes dela se sentar no seu lugar. – Você promete dizer a verdade, somente a verdade, e nada mais que a verdade? 

    — Prometo. – Diz, depois de levantar a mão direita. Sasuke se levantou quando o Juiz permitiu, se aproximando de Tsunade.  

    — Senhora Senju, a senhora é a médica de Mayumi, certo? – Ela assentiu. – Desde sempre? 

    — Desde que eu estava desconfiada dos sintomas da Mayu.  

    — E foi a senhora quem descobriu sobre a doença? 

    — Fui eu sim.  

    — Você pode me dizer os tratamentos que a Mayumi fez durantes esses anos? – Tsunade abriu a boca, mas o advogado de acusação se levantou. 

    — Protesto. Nós viemos falar sobre a guarda da menina, e não sobre a doença dela. 

    — Meritíssimo, minha pergunta terá fundamento. 

    — Protesto negado. – O homem volta a se sentar, irritado. Sasori cochicha no ouvido do advogado que assentiu. – Pode responder, senhora Senju. 

    — A Mayumi foi diagnosticada por um câncer cerebral aos três anos. Nós fizemos a cirurgia e deu tudo certo. Ela fez a químio, e estava indo bem, o câncer estava regredindo. Mas então, á poucos meses atrás, o câncer voltou, e dessa vez ela precisava de um transplante de medula, ela terminou o tratamento, e agora está em casa. 

    — E conseguiu o transplante? 

    — Não. Ainda não encontraram um que seja compatível. 

    — E como ela está? 

    — Ela está começando a ficar debilitada, os cabelos voltaram a cair, anda enjoada, está tendo febres extremamente altas com frequência, então eu acho que em poucos meses, ela será internada novamente.  

    — Durante o período que Sakura descobriu sobre a doença da filha, ela procurou por Sasori? – O ruivo olhou para Sakura, que fingiu não ver. 

    — Sim.  

    — Quando? 

    — Quando a menina começou a fazer o tratamento, e ela não podia arcar com todas as despesas. Ela pediu para eu chamá-lo até o hospital, porque não queria ficar sozinha com ele.  

    — E o que ele disse quando ela pediu ajuda? 

    — Se vira. – O Juiz a olhou, incrédulo. 

    — Como é? – O Juíz se pronuncia, indignado. – Ele disse para ela se virar? 

    — Isso mesmo. Foram as palavras dele. 

    — Mas que calúnia. – Ele grita, se levantando. 

    — Silêncio. – O Juiz ordena. – Não atrapalhe o relato da testemunha. – Se voltou para Tsunade. – Pode continuar o relato.  

    — Ele disse que não ajudaria, que não se importava com o que acontecia á Mayumi e então foi embora. Nunca mais apareceu, até algumas semanas atrás... Quando começou a perseguir a Sakura, por todos os lugares. 

    — Você presenciou alguma dessas perseguições? 

    — Só uma. 

    — Onde?  

    — No meu hospital. 

    — E como foi? 

    — Ele chegou perguntando por ela, e eu disse que ela estava ocupada. Ele começou a gritar, então achei melhor chamar os seguranças, mas Sakura apareceu antes de eu conseguir fazer isso. Ele disse que ela não tinha o direito de esconder a filha dele. Sakura disse que como ele não se importou antes, ele deveria continuar fazendo isso. – Olhou para o Juiz. – Sinceramente, senhor Juiz, eu pensei que ele a agrediria. Ele chegou a pegar no braço dela, mas os seguranças chegaram antes que ele pudesse fazer mais alguma coisa. 

    — Depois disso, ele foi retirado do hospital? – Sasuke questionou, olhando para Sakura. Ele não tinha ficado sabendo sobre aquela história. Ela não tinha contado á ele. 

    — Sim, mas não sem antes ele dizer que não a deixaria em paz até conseguir a guarda da Mayumi. – Sasuke assentiu.  

    — Obrigado. Sem mais perguntas, meritíssimo. 

    — O advogado de acusação tem a palavra. – Suspirando, enquanto balançava a cabeça, ele se levantou. 

    — Não tenho perguntas, Meritíssimo. 

    — Então eu peço um recesso. Voltamos em duas horas. – Ele bateu martelo e se levantou, saindo da sala. Sasuke e Sakura se olham. 

    — Ele perdeu essa. Não vai poder chegar perto da Mayu.  

    — Isso não vai ficar assim, Sakura. – Eles ouvem, e olham para trás, encontrando Sasori e o advogado lado a lado. – Minha filha vai ser minha.  

    — O que você quer com isso? Nunca se importou antes.  

    — Eu nunca me importei com você. 

    — Isso não me atingi. E eu duvido que se importe com a Mayu.  

    — Venha, você não pode fazer um show aqui. – O advogado o levou. 

    — Ele quer a Mayu para algum objetivo, só queria saber qual. 

    — Eu tenho uma ideia de como descobrir. – Diz sorrindo, pensando na ideia que teve.  

    **--** **--** 

    — Podem se sentar. – O Juiz diz, assim que se senta em sua cadeira. – Bom, pelo que pude ouvir das testemunhas, a senhorita Haruno cuidou da filha, sozinha, durante os quatro anos da menina, e não teve como apoio, o pai, Akasuna no Sasori. Antes de eu dar meu veredito... Senhor Akasuna, me responda com sinceridade: Se você, que sempre soube que tinha uma filha, nunca a procurou, por que agora? 

    — Eu percebi meu erro, senhor. 

    — Sério? Então por que pediu para as suas testemunhas, mentirem pelo senhor? – Sakura sorriu, e olhou para o ex.  

    — Eu... Estava com medo de perder minha filha para sempre. Eu tenho o direito de ser o pai que ela nunca teve. 

    — Nunca teve, porque o senhor não quis. – O Juiz desviou os olhos para os papéis a frente dele. – Então, me diz, por favor, o que o senhor está querendo com isso? 

    — Mayumi está crescendo, e merece ter um pai. Eu perdi o meu, então... 

    — Ah, ele vai se fazer de vítima, agora. – Ino dá uma risada anasalada, balançando a cabeça. 

    — É muito filho da puta. – Gaara diz, fazendo os outros concordarem. 

    — Será que ele acha mesmo que o Juiz vai cair nessa falsidade? – Temari diz, indignada. 

    — Entendo. Então quando perdeu seu pai, você percebeu que cometeu um erro quando deixou sua filha, doente, só com a mãe? 

    — Isso mesmo, senhor. 

    — Isso é tudo mentira. – Todos olham para uma mulher ruiva, que entrava a passos pesados. Ela estava irritada, além de indignada. Suas mãos estavam fechadas em punhos, e sua cabeça estava erguida, demonstrando o quão séria estava. – Eu não acredito nisso, Sasori. Você vai usar sua própria filha? – Bufou. Era claro que ele faria isso, seu irmão sempre foi um egoísta. – E eu ainda me surpreendo com o que faz. Você não se importa com ninguém, só com seu próprio umbigo. 

    — Quem é essa? – Ino pergunta com o senho franzido. 

    — Se parece com o Sasori. – Hinata diz. 

    — Que maluca. – Naruto diz, rindo baixo. – Como ela entra assim, em um tribunal? 

    — Tem doido pra tudo hoje em dia. – Nejí diz. 

    — A senhorita seria quem? – O Juiz pergunta. 

    — Eu sou a irmã desse imbecil, meritíssimo. – Os amigos de Sakura olham para a garota com os olhos arregalados, surpresos demais com o que ouviram. 

    — Irmã? – Eles perguntam juntos. 

    — Desde quando ele tem irmã? – Naruto pergunta. 

    — Nem ela o suporta. – Tenten comenta, apesar de estar surpresa. 

    — Será que ela veio mesmo para ajudar a Sakura? 

    — Olha o escândalo, Ino. Não têm outra explicação. – A cunhada concordou.  

    — Eu soube a pouco sobre esse julgamento, e vim até aqui para não deixar que ele consiga a guarda da garotinha.  

    — O que faz aqui, Korine? – Ele rosna.  

    — Eu vim aqui para te desmascarar, seu maldito. 

    — Isso aqui é um tribunal, Korine, e não a ala psiquiátrica. – Os amigos de Sakura olham para Sasori, incrédulos com o que acabaram de ouvir. 

    — Faça graça, eu não me importo nenhum um pouco. 

    — E o Juiz muito menos. Vai embora. – Rosnou a última frase.  

    — Eu estou interessado. – Sasori olha para o Juiz, de olhos arregalados. – Por favor, sente-se, eu quero saber sobre a mentira do seu irmão. 

    — Senhor Juiz a minha irmã não tem condição alguma de testemunhar. Ela é totalmente desequilibrada.  

    — Eu que sou a desequilibrada? – Sasuke sorriu, e Sakura o olhou. 

    — Foi você? – O olhar de Sasuke foi a resposta para ela.  

    — Eu vou ouvir a sua irmã. – Ela se sentou e olhou para o irmão, séria. 

    — Nunca pensei que iria gostar de ver barraco. – Hinata sussurra, e os amigos e marido riram. Eles nunca pensaram ouvir o que ouviram saindo da boca de Hinata. Ela era toda certinha.  

    — Essa mulher tem muito que falar. – Nejí diz, depois de se recuperar. 

    — Talvez possamos descobrir porque Sasori quer tanto a guarda da Mayu. – Todos concordam com Gaara. 

    — Pode me dizer por que acha que seu irmão não deve ter a guarda de Haruno Mayumi? 

    — Porque ele não se importa com a menina. Á poucos meses, nós perdemos nosso pai em um acidente de carro. Ele tinha nos deixado um testamento, e nele, dizia que o meu irmãozinho casula só seria o presidente da empresa caso tivesse um herdeiro. Um herdeiro que tivesse seu sobrenome na certidão de nascimento. Filho de seu próprio sangue. – Sorriu maldosa para o irmão. – Mas ele não quer se casar, ele nunca teve essa intenção, então se lembrou da filha que abandonou sem pensar duas vezes.  

    — Que filho da puta. – Os garotos dizem juntos. 

    — Essa era a razão dele. – Ino balança a cabeça. 

    — Ele queria a herança? – Tenten pergunta indignada. – Era tudo por causa de uma porcaria de uma herança?  

    — Não me surpreende nenhum pouco. – Temari diz. – Ele sempre se importou com isso, gente. Dinheiro. E a empresa do pai. 

    — É verdade. Ele sempre esteve ansioso para ser o sucessor do pai. – Naruto concorda com a amiga.  

    — O pai dele foi bem esperto. – Shikamaru concordou com Nejí. 

    — Então é por isso? – Sakura se levanta e os amigos a olham. – Você quer a guarda da Mayu por causa da presidência da empresa da sua família, seu cretino? 

    — Sente-se senhorita Haruno.  

    — Eu estou indignada, senhor Juiz, me desculpe. Mas isso é um ultraje. Ele fica anos sem se importar com a filha, e então de repente pede um exame de DNA e a guarda da minha filha para conquistar seu capricho?! 

    — Cala a boca. – Rosnou. – Você não sabe nada.  

    — Sua irmã acabou de falar para todos ouvirem. – Sasuke pediu que ela se sentasse.  

    — Quem é que vai dar ouvidos á essa doida? Ela está magoada, porque o papai não deixou a empresa para ela. 

    — Como se eu quisesse aquela porcaria. – Retrucou. – Eu sou muito feliz na Itália, com meu marido e meus filhos. Não tenho vontade alguma de me tornar a presidente daquela empresa. – Se virou para o Juiz. – Ele sempre quis a empresa do nosso pai, senhor Juiz. Ele sonhava com isso á anos, até mesmo durante o namoro e noivado com Sakura. Ele não tinha outra ambição se não essa. 

    — E a verdade acabou aparecendo, Senhor Akasuna. – Sasori o olhar. – O senhor achava mesmo que não descobriríamos sobre isso? Quando o senhor conseguisse a guarda da menina, iria uma assistente social acompanhar a evolução de você e sua filha pelo menos duas vezes ao mês. E ela não avisaria, ela chegaria de surpresa. Acha que ela não desconfiaria de nada? 

    — Eu sei que pode ser difícil acreditar em mim, mas eu quero mesmo fazer parte da vida da minha filha. – Sakura revirou os olhos.  

    — Sasori não serve para ser pai. – Korine voltou a se pronunciar, fazendo com que todos a olhassem. –  Em menos de uma semana a menina iria para um colégio interno, eu posso atestar isso para o senhor. – O Juiz respirou fundo. Estava indignado com tudo que ouviu. – Além de que, é capaz de ela morrer antes do tempo, porque ele não vai se importar com a doença dela. Ela não vai ter o carinho e a atenção que ela tem tido com a mãe. 

    — Senhor, eu peço que anule o relato da testemunha. Ela não tem provas... 

    — Você quer o testamento? – Ela cortou o advogado. – Eu o tenho no meu carro. É uma cópia, mas deve servir, não? 

    — Estou gostando cada vez mais dessa ruiva. – As amigas riram. 

    — Só você, Ino. – Tenten balança a cabeça, rindo. 

    — Ela está colocando o irmão dela no lugar dele. 

    — Ele merecia passar o resto da vida miserável dele na cadeia.  

    — Concordo, Tema. Ele merece o pior depois de tudo que fez.  

    — Como ele pôde querer usar a própria filha? – Gaara começa. – Ele ia usar a menina para benefício próprio, esse maldito.  

    — Vontade de socar esse desgraçado. 

    — Se controle, Naruto. Eu também tenho vontade, afinal Sakura é minha prima, mas se fizermos isso, Sakura pode se prejudicar. 

    — Eu sei, Nejí. Mas isso me irrita. – Rosnou a última frase. 

    — Não é só á você que isso irrita. Além de que isso me deixa cada vez mais enojado. – Eles concordam com Shikamaru. 

    — Senhor Juiz, se eu puder ter alguns dias com minha filha, poderei mostrar... 

    — Eu não tenho mais o que ouvir. – Se virou para a Akasuna, cortando o que Sasori ia terminar de dizer. – Está dispensada. – Ela desceu de onde estava, sentando-se onde estavam os amigos de Sakura. O Juiz respirou fundo e olhou para os presentes, decidido. – Eu mantenho a guarda com Haruno Sakura. – Sakura sorriu, e agradeceu a Sasuke baixinho. 

    — O que? – Sasori grita, irritado. 

    — E estipulo que até que a menina tenha idade suficiente para decidir se quer ou não ver o pai, que Akasuna no Sasori se mantenha distante.  

    — Você não pode fazer isso. – Diz, indignado.  

    — Eu posso, e fiz. Caso encerrado. – Se retirou, deixando-os sozinhos na sala.  

    — Faça alguma coisa. – Sasori diz irritado para o advogado. 

    — Depois do que sua irmã disse, não adianta nem recorrer, perderíamos novamente.  

    — Inacreditável. – Ele grita. Korine se aproxima de Sakura e Sasuke. 

    — Obrigada, nem sei como agradecer. 

    — Foi um prazer. Vocês tiveram sorte que eu estava na cidade. – Sorriu. – Fico muito feliz por deixar aquele imbecil longe da sua filha. Ela está mais feliz longe dele. 

    — Concordo. Mais uma vez eu quero agradecer, Korine.  

    — Eu não me perdoaria se deixasse que Sasori seguisse com esse plano insano. Além do mais, ela é minha sobrinha, e quero o melhor para ela. – Elas sorriram uma para a outra. – Continua mandando notícias sobre ela? 

    — É claro.  

    — Bom, eu tenho um avião para pegar... Boa sorte, Sakura. – A mulher sorriu novamente e se despediu, saindo da sala em seguida.  

    — Eu nem sei como te agradecer. 

    — Não precisa.  

    — Preciso sim. Você me ajudou a tirar Sasori da minha vida e da vida da minha filha. – Ela diz sorrindo. – Obrigada. – Ela o abraça, e ele passa um dos braços em volta da cintura dela, sentindo o cheiro do perfume de cerejeira. Sakura se afastou ao perceber o que tinha feito. Eles se olharam, e ficaram assim por alguns minutos, como se tivessem só eles dois ali. Sasuke ainda tinha as mãos na cintura dela. Sakura mordeu o lábio, nervosa com o contato que sentia das mãos dele na pele dela. Sasuke desviou os olhos dos olhos verdes, para os lábios dela, mas antes que pudesse dizer alguma coisa, foi interrompido.  

    — Você acha mesmo que eu vou te deixar em paz? – Eles olham para Sasori, que estava revoltado. 

    — A não ser que queira ser preso, sim, você vai. – Quem respondeu foi Sasuke. 

    — Você não deveria se meter, Uchiha. Minha conversa é com Sakura. – Ele deu dois passos para perto dela, e Sasuke a trouxe para mais perto dele ao perceber que ela estremeceu. – Pode esperar, Sakura, eu vou ter Mayu comigo. 

    — Você não pode se aproximar dela, não ouviu o Juiz? 

    — Você sabe que pode se prejudicar, caso se aproxime de Mayu. E com certeza não quer ter seu nome na lama, não é? – Sasori fecha as mãos em punhos. – Não seja imbecil, Akasuna. Você perdeu. 

    — Isso é o que nós vamos ver. E você também não perde por esperar. Vai se arrepender por ter se metido onde não deveria. 

    — Está me ameaçando? – Sasuke não tinha medo, Sakura percebeu ao ver o sorriso provocador no rosto dele.  

    — Não se esqueça que você tem um filho. – Sakura o olha, horrorizada. Ele estava mesmo ameaçando uma criança? 

    — Faço você se arrepender de ter nascido caso se aproxime do meu filho. – Sakura olha. Ele estava calmo. Nem se deixou abalar, mesmo depois do outro ameaçar seu filho, ela pensou. – E você sabe muito bem que eu cumpro com a minha palavra, ou não? Nunca contei para a Sakura sobre as suas canalhices... 

    — Maldito. – Rosnou. – Eu não tenho medo de você, Uchiha. 

    — Pois deveria ter. 

    — Vamos. É melhor sairmos, ou vai acabar sendo preso aqui mesmo. – O advogado o levou, mas não sem ouvir as reclamações do ruivo. Os amigos se aproximaram em seguida. 

    — Você está livre do Sasori. – Ino a abraçou.   

    — Estou, graças a Deus. E ao Sasuke. – Ela o olhou. Os outros se olharam quando viram a troca de olhar de Sasuke e Sakura. 

    — Ele estava bastante irritado. – Shikamaru comenta. 

    — Irritado é pouco, ele estava possesso. – Nejí diz.  

    — Até agora estamos surpresos por Sasori ter uma irmã – Hinata pergunta, curiosa. 

    — E por ela depor contra ele. – Tenten completa. 

    — Ninguém sabia que ele tem uma irmã mais velha? – Eles negaram. – Ela mora na Itália, quase não aparece aqui. 

    — E como ela soube sobre esse julgamento?  

    — Sasuke a conhecia... 

    — Meu irmão estudou com ela. Liguei para ela e pedi ajuda nesse caso. Ela estava bastante indignada. Ela me contou sobre o testamento, e disse que tinha certeza que era por isso que ele queria a guarda da filha. Por isso ela correu para cá.  

    — Ainda bem que ela chegou a tempo. – Sakura concordou com Temari. 

    — Vamos comemorar. – Diz animada, com um sorriso enorme no rosto. 

    — Ino.  

    — Ah, Saky, nós precisamos comemorar. Você não perdeu a Mayu e o Sasori vai ter que ficar longe de vocês ou pode ser preso. 

    — Eu gostaria de vê-lo na cadeia. – Naruto diz. – Depois de tudo que ele fez a Sakura passar, merece.  

    — Sinceramente? – Sasuke se pronuncia. – Ele ficaria pior se fosse para lá. Vai por mim, é o pior lugar na face da terra. – E todos compreenderam o que ele queria dizer. 

    — Vamos comemorar então. – Temari diz, sorrindo. – Vamos aproveitar que as crianças estão com os avós. – Ela puxa Sakura para fora do fórum. 


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