Seize The Day

  • Gabbysaky
  • Capitulos 28
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 17 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 4

    Pela felicidade do filho

    Hentai, Linguagem Imprópria, Sexo

    Eu sei, já o quarto capítulo de hoje, mas como eu postei 23 nas outras plataformas, não quero me enrolar aqui.

    Vou postar mais alguns e amanhã volto, postando mais alguns até chegar no capítulo em que parei nas outras plataformas.

    Depois disso, volto a postar uma ou duas vezes ao mês

    Bom, vou deixá-los aproveitar o capítulo

    Espero que gostem

    Sakura terminou de preparar o almoço e se sentou no sofá, vendo Daisuke ensinar sua filha a jogar videogame. Ela achava fofo a forma como ele agia com sua filha, todo carinhoso, cuidadoso e ás vezes até mesmo preocupado. Ela já tinha percebido que sua filha estava mais "solta" naquele apartamento, ela ficava ainda meio tímida quando Sasuke chegava, mas ela sabia que logo sua filha estaria acostumada. Ela não tinha costume de ter "homens" por perto, ela conhecia seus amigos e os filhos deles, mas era raro ela ter contato com eles. Primeiro, porque ela ficava muito tempo no hospital, e segundo, porque eles eram bastante ocupados. Sakura ouviu a campainha tocar. 

    — Eu vo. – Daisuke diz, enquanto já se levantava do chão. 

    — Daisuke. – Sakura se apressou a segui-lo, não tinham avisado que alguém subiria, e ela se preocupou. Sasuke tinha avisado que sempre avisariam.  

    — Vovó. – Sakura se surpreendeu por dois motivos, primeiro, porque o garotinho de apenas cinco anos, havia conseguido abrir a porta, e segundo, porque a mulher que abraçava sorrindo o neto, nem mesmo parecia que era avó, diria que era tia, mas Sakura sabia que Sasuke não tinha "irmã". – Você veiu.  

    — Claro que sim, querido. Eu estava com saudades. 

    — Eu também. O vovô não veiu

    — Ele tinha uma reunião importante, mas ele virá daqui a pouco para me buscar. – O menino sorriu. Mikoto, então percebeu a moça atrás de seu neto, alguns passos longe. – Boa tarde. 

    — Boa tarde. – Sakura sorriu de volta.  

    — Sou Uchiha Mikoto. Eu sei que você se chama Sakura.  

    — Sim. É um prazer, senhora Uchiha. 

    — Ah, por favor, sem o “senhora” e muito menos o Uchiha. – Se aproximou. – Me chame de Mikoto. Daisuke falou muito bem de você. – Sakura o olhou. – E eu me surpreendi, porque eu e Fugaku tentamos arrumar uma babá para ele, ano passado, e ele não se deu bem com a moça. 

    — Comigo ele é um amor. – Mikoto olhou para trás de Sakura, e sorriu. – Oh, essa é minha filha. Mayumi. – Sakura a chamou com a mão. – Mayu, essa é a avó do Daisuke.  

    — Oi. – Cumprimenta tímida. 

    — Oi. Você é muito linda. 

    — Como é que se diz, amor? – Sakura pergunta á filha. 

    — Bigada.  

    — Ela se parece muito com você. – Sakura sorriu, agradecendo mentalmente por sua filha se parecer totalmente com ela. – Daisuke me disse que você tinha uma filha, apesar de que meu filho não tenha comentado nada quando disse que tinha contratado uma babá. 

    — Vovó, vai ficá pra almuçá? A comida da Sakura é muito gostosa. 

    — Mais que a minha? – O menino colocou a mão no queixo. 

    — Eu tenho que iscolhê? – E as adultas riram.  

    — Estou brincando, querido.  

    — Eu fico feliz por ele gostar tanto da minha comida.  

    — A gente tá jogando videogame, vovó. Qué jogá

    — Ah, querido, isso não é pra vovó. Mas eu ficarei vendo. – Ele assentiu. 

    — Vem, Mayu. – A menina o seguiu.  

    — Eles se deram bem. – Mikoto comenta. – Daisuke é tão... Difícil com crianças novas. 

    — Eles se deram super bem. Minha filha é muito tímida, então eu fiquei bastante surpresa quando vi o entrosamento dos dois. – Elas seguiram para a sala. 

    — E o meu filho? Eu pensei que ele já estivesse em casa. 

    — Ele ligou dizendo que sairia de uma reunião ás 12h, então ele deve estar quase chegando. – Mikoto assentiu. 

    — Então, meu filho disse que você é médica.  

    — Sim. Estou fazendo estágio á noite.  

    — E quem fica com... Mayumi? – Sakura assentiu.  

    — Minhas amigas se dispõem em ficar com ela até eu chegar.  

    — Você é mãe solteira? – Sakura se sentiu constrangida. – Me desculpe pela pergunta... 

    — Não, tudo bem. Sim. Eu sou mãe solteira. – Apesar de Mikoto querer fazer mais perguntas, ela decidiu não fazê-lo, ao perceber o desconforto de Sakura.  

    — Não deve ser fácil, não é? 

    — Ah, eu já me acostumei. E também, eu tenho ótimos amigos. Sério, não sei nem mesmo o que faria se não fosse pela ajuda deles. – Mikoto assentiu.  

    — É o papai. – Elas ouvem o menino dizer, e correr para o hall da porta. – Papai. – Sasuke pela o filho no colo. – A vovó tá aqui. 

    — Está? – Daisuke assentiu. – E a Sakura? 

    — Tá na sala com ela. – Sasuke temeu que sua mãe fizesse perguntas, sabia como ela era. – Eu tava jogando com a Mayu.  

    — Mãe. – Cumprimentou, quando chegou a sala, colocando o filho no chão em seguida. Mikoto lhe sorriu, e o abraçou.  

    — Eu vim vê-los, já que não foi me ver essa semana.  

    — Eu não pude, mãe. Estava mesmo complicado. 

    — Tudo bem. – Ela murmurou. – Mas não se esqueça que me prometeu aparecer de vez em quando.  

    — Eu vou cumprir. – Sasuke olhou para Sakura. – Foi tudo bem aqui? 

    — Sim. Eu já fiz o almoço.  

    — Você é tão teimosa. 

    — Eu estava livre. – Retrucou. Mikoto olhou de um para o outro, curiosa. – E eu não sou teimosa. – Murmurou. – Já quer que eu coloque a mesa? 

    — Eu faço isso. – Caminhou para a cozinha.  

    — Eu ajudo você, filho.  

    — Vamos lavar as mãos? – Ela acompanhou as crianças até o banheiro. 

    **--** **--** 

    — Então... – Mikoto começou quando chegou a cozinha com o filho. – Ela é bonita. – Sasuke revirou os olhos. – E é solteira.  

    — Mãe. – A repreendeu em sussurro.  

    — Foi só um comentário, filho. – Sasuke se voltou para os pratos, balançando a cabeça. – Daisuke a adora. Ele me ligou ontem e só falou dela e da garotinha.  

    — É. Ele se apegou a Sakura. O que é bom, porque assim eu não me sinto tão mal de deixá-lo em casa para ir trabalhar. Apesar de eu estranhar, porque não faz nem uma semana que eles se conheceram. – Mikoto pegou os talheres.  

    — Ela é carinhosa com ele, pelo que vi. E olha que não vi muito. – Sorriu. – O jeito que ela olha para ele...  

    — É. Ela é muito boa para ele. E sou agradecido por ela cuidar dele tão bem. 

    — E é só isso? – Sasuke a olhou, confuso. – Só isso que ela é? A babá do seu filho? 

    — Eu não vou nem responder. 

    — Poxa, Sasuke, qual o problema, filho? 

    — O problema, mãe, é que eu não quero falar sobre isso. 

    — Por que não? Ela é solteira, você também é...  

    — Eu não quero me relacionar com ninguém. 

    — Não acha que está sendo egoísta tanto consigo mesmo, quanto com o seu filho? 

    — Egoísta? E por que eu estaria sendo egoísta? – Eles ouvem a risada de Daisuke e Mayumi, mas Mikoto não se cala.  

    — Porque você precisa de alguém, Sasuke. Você não pode viver sozinho e... 

    — Eu não estou sozinho. – A cortou. – Eu tenho o Daisuke. 

    — Então pense nele. Ele precisa de uma presença feminina. 

    — Por que estamos falando sobre isso? – Ele estava se irritando. – Eu não quero namorada, mulher nenhuma vai me fazer esquecer da Karin. – Rosnou. Mikoto balançou a cabeça, decepcionada. Ela estava triste também, porque seu filho queria viver na sombra da mulher que "amou", ao invés de seguir em frente. E isso doía tanto nela. Ela era a mãe dele, como não se sentir mal? – Olha, mãe... – Sasuke abaixou a voz, arrependido, percebendo que tinha se excedido. 

    — Não. – Ela o cortou. – Sasuke, eu sou sua mãe. Acha que eu quero que você viva desse jeito? Eu sei que você amou a Karin, filho, e eu compreendo que... Você ainda esteja machucado com a morte dela, mas... Você precisa seguir em frente, Sasuke. Você precisa, ou vai... – Ela se interrompeu de propósito. – Não faz isso com você, okay? Por favor, Sasuke. – O filho não respondeu, mas Mikoto não soube dizer se era pelo fato dos outros entrarem na cozinha, ou porque ele não iria mesmo respondê-la. 

    — Tá tudo bem, papai? – Sasuke olhou para o filho. 

    — Sim. – Sorriu fraco, mas só as duas mulheres perceberam. – Vamos comer? – Ele ajudou o filho a se sentar na cadeira, e Sakura fez o mesmo com Mayu, que graças a Deus, não reclamou de falta de fome naquele dia.  

    **--** **--** 

    — Sakura, esse é o meu pai. – Sasuke cumprimentou quando entraram na sala. – Pai, essa é a Sakura. Ela quem cuida do Daisuke. – Sasuke viu o filho correr de volta para perto de Mayumi. 

    — É um prazer. – Ela lhe sorriu. 

    — O prazer é meu. – Olhou para a garotinha ao lado dela. – Sua filha? 

    — Sim. – Sorriu. – Mayumi. – A menina e seu neto montavam um quebra-cabeça. 

    — Se parece muito com você.  

    — Não é, querido? Até mesmo a cor dos cabelos, que quando Daisuke disse que eram rosas, juro que pensei que você pintava. 

    — Não. Não pinto, nunca pintei.  

    — Diferente. – A esposa concordou.  

    — É. Eu sei. – Diz sorrindo. 

    — Vocês estudaram juntos, certo? 

    — Sim. E fomos representantes de turma juntos, também. 

    — Eu nunca tinha te visto na escola. Não que eu me lembre... 

    — Ela era a capitã das líderes de torcida.  

    — Oh. – Mikoto sorriu.  

    — É praticamente uma tradição... Minha mãe e minha tia, a mãe da Hinata e do Nejí, eram líderes de torcida. – Sasuke se lembrou de Hinata e Nejí lhe contarem algo parecido na época da escola. 

    — Você é sobrinha do Hiashi? 

    — Bem, ele é casado com minha tia, então sim. Minha mãe e as mães da Hinata eram primas de primeiro grau. – Eles assentem.  

    — Entendo.  

    — Bom, vamos, querida? Ou quer ficar mais um pouco? 

    — Não querem ficar para jantar? 

    — Seu irmão deve estar chegando em casa.  

    — Ele não vai para casa hoje. – Mikoto arqueou as sobrancelhas e Sasuke soube que ela estava curiosa. – Ele me mandou uma mensagem pedindo para avisar a vocês.  

    — E onde ele vai dormir? 

    — Isso é estranho. Itachi não é de dormir fora.  

    — Ele disse que ia... Sair com alguns amigos.  

    — Bom, espero que ele não vá farrear. – Sasuke revirou os olhos.  

    — Nós vamos mesmo assim, querido. – Sorriu. – Seu pai deve estar cansado.  

    — Tudo bem. – Mikoto se aproximou de Sakura. 

    — Foi um prazer, querida. – Sakura se surpreendeu com o abraço que recebeu.  

    — O prazer foi meu. – Fugaku acenou com a cabeça. 

    — Daisuke, seus avós já estão indo. Vem se despedir. – O menino correu até a avó primeiro, abraçando-a. 

    — Já vai? Mas o vovô acabô de chegá.  

    — Eu estou cansado, garoto, mas a gente se vê no final de semana. 

    — Ainda vai comparecer, certo, querido? – Sasuke assentiu. – Nos vemos lá então. – Beijou o rosto do neto.  

    — Tchau, vovô. – Fugaku abraçou Daisuke, enquanto Mikoto beijava o rosto do filho.  

    — Se você não aparecer, juro que venho te buscar pelas orelhas. – Sakura segurou uma risada. Sasuke revirou os olhos. – Não revire os olhos para a sua mãe, Uchiha Sasuke. 

    — Ixi, ela falô o nome todo. – Daisuke sussurra, fazendo o avô rir.  

    — Eu já disse que vou comparecer, mãe. – E então a mulher sorriu, se afastando logo em seguida, indo até a pequena menina de cabelos rosados.  

    — Você sabe que ela vai cumprir com a promessa, não é? 

    — Até o senhor? – Sakura sorriu. – Eu já disse. Eu vou estar lá, até porque... – Se interrompeu. 

    — Até por que? – Fugaku pede para ele continuar. 

    — Até porque eu não gosto de faltar com a minha palavra. – Não era bem uma mentira. Sasuke desviou os olhos ao mesmo tempo que Sakura, para onde Mikoto estava, vendo ela beijar o rosto da pequena e se afastar. – Eu os acompanho até a porta. 

    — Tchau, vovô, tchau, vovó. – Balançou uma das mãos, antes de se virar para Sakura. – Vem, Sakura.  

    — Oi? Para onde? 

    — Você prometeu ajudá a montá o quebra-cabeça. – A puxou para onde estava Mayumi. Mikoto, que viu a forma que seu neto puxou a mulher de cabelos rosas, sorriu. 

    **--** 

    — O que você faz aqui? Você não trabalha mais não?  

    — Ih, Itachi, te chamou de desocupado. – Naruto debochou, rindo. – Eu não deixava barato.  

    — Cala a boca, Naruto. – Os irmãos dizem juntos. O loiro riu. 

    — E por que está me perguntando isso, irmãozinho? Não posso vir te visitar? 

    — Não disse isso. – Retrucou. – Mas você não deveria estar trabalhando? 

    — Eu não tenho pacientes hoje. 

    — Que vida boa, hein? – Itachi fuzilou Naruto. 

    — Então, já que está aqui... Está tudo certo para amanhã, certo? 

    — O que tem amanhã? 

    — Não é da sua conta. 

    — Se não fosse, não estaria perguntando. – Itachi revirou os olhos. 

    — Calma, crianças, não precisam brigar. – Foi a vez de Naruto e Sasuke revirarem os olhos. – Eu vou jantar na casa do Sasuke amanhã. 

    — Ah, tá. – Olhou para o amigo. – Viu como é, ser educado? – Itachi riu.  

    — Vocês dois não crescem? – Não responderam. – Então... A mamãe falou da babá do Daisuke... Sakura, não é? – Sasuke suspirou. Ele já devia ter imaginado que sua mãe comentaria sobre Sakura com seu irmão. 

    — É. Sakura.  

    — E ela disse que a moça é muito bonita. E solteira. 

    — Não começa. – Naruto olhou de um para outro, sem entender. – Eu já disse para a mamãe, e vou dizer para você também. Parem.  

    — Qual é, irmãozinho.  

    — Do que estão falando? 

    — Nada. – Itachi colocou a mão no ombro do Naruto. 

    — Minha mãe gostou muito da Sakura e acha que ela e Sasuke se dariam muito bem. 

    — Oh... Muito bem, tipo... – Itachi sorriu e assentiu. – Sasuke e Sakura? Bom, os dois nunca foram "amigos" na escola, mas se davam bem. Na verdade, antes do Sasuke começar a namorar... – Se interrompeu. – Enfim, eu ia apresentar os dois.  

    — Poderiam não falar da minha vida? 

    — Que vida? – Itachi retruca. – Você tem um filho, eu entendo, mas isso não quer dizer que você tenha que "desistir" da sua vida, Sasuke.  

    — Não estou desistindo. 

    — Não? Você vai viver amando Karin para sempre?  

    — Cara, você não pode fazer isso com a sua vida. – Naruto diz, concordando com Itachi. – Você é meu melhor amigo, e eu quero, assim como seu irmão e seus pais, que seja feliz.  

    — Eu sou feliz. – Bufou, passando as mãos nos cabelos. – Não preciso de mulher alguma para ser feliz.  

    — Não disse isso. Disse que você viver pensando que só amou Karin e vai amar Karin pelo resto da sua vida... Isso não é seguir em frente. – Sasuke se levantou, ficando de costas para o irmão e o amigo.  

    — Você não acha que Daisuke merece ter uma... 

    — Não termine essa frase, Itachi. – Se virou irritado. – Que inferno. Eu não quero namorar. Eu não quero me apaixonar. E Daisuke definitivamente não precisa de uma mãe. Ele tem uma mãe.  

    — Não seja idiota e egoísta. – Itachi retruca. – Tá, você não quer se apaixonar. Mas não diga que Daisuke não precisa de uma mãe. Ele precisa sim. Karin sempre vai ser a mãe dele, mas ela não está entre nós, Sasuke. – Sasuke passou as mãos no rosto. – Você é meu irmão. Meu irmãozinho, e ver você fazer essa merda com sua vida, só porque tem medo... 

    — Eu não tenho medo. – O cortou. 

    — Tem medo sim, Sasuke. – Naruto preferiu deixar que Itachi colocasse juízo no irmão. – Você tem medo de se apaixonar de novo. Você tem medo de se esquecer da Karin, mas irmão... Você sempre vai ver Karin no Daisuke. Sempre. Mas você precisa seguir em frente.  

    — E ele vai. – Naruto diz alguns minutos depois em silêncio. – E isso vai acontecer ele querendo ou não. – Sasuke o olhou. – Vai por mim, você nem mesmo vai perceber quando começar a se apaixonar de novo. 

    — Isso não vai acontecer. – Sasuke diz, debochando. – Eu não acredito em... "Destino", muito menos em "amor à primeira vista". 

    — O segundo nem eu acredito. – Naruto deu de ombros.  

    — Não acredito que estou tendo essa conversa chata de novo. – Resmungou. 

    — Eu não vou desistir de ver você, completo de novo, Sasuke. – Itachi diz, andando até a porta. – Você querendo ou não, eu não vou ficar parado vendo você desistir de ser feliz. 

    — Meu Deus, Itachi. Eu sou feliz. – Itachi se virou. 

    — Mesmo? Você já percebeu que só é feliz quando está com Daisuke? Quando ele não está, você fica totalmente pensativo e estranho. E aposto que são lembranças que te fazem ser assim, e eu não digo que essas lembranças são ruins, mas elas não estão te fazendo bem, no momento. – Itachi abriu a porta. – Nos vemos amanhã. 

    — Saco. Agora pronto. Itachi e minha mãe vão me infernizar... 

    — Eles só querem seu bem, Teme. Assim como eu e os outros caras. Vai por mim, ficar se escondendo dos "sentimentos", não é o melhor. – O amigo não respondeu, então Naruto suspirou. – Nos vemos depois. – Depois que a porta foi fechada, Sasuke se jogou na cadeira.  

    **--** **--** 

    — Meu Deus. – Sakura gritou. – Que susto. – Colocou a mão direita no peito.  

    — Desculpe, Sakura. – Ela assentiu. – Eu cheguei mais cedo do trabalho. 

    — Normalmente você avisa quando chega, por isso eu me assustei. – Ele assentiu. – Eu acho que perdi minha alma, agora, sério. – Ele sorriu, achando graça de como ela falou. 

    — Desculpa mesmo. Cadê o Daisuke e a Mayu?  

    — Ah, eles estão dormindo. 

    — Dormindo? – Estranhou. – Daisuke não dorme até tarde. 

    — Eles acordaram, tomaram café da manhã, assistiram TV e dormiram aqui mesmo. Eu estranhei, mas eles não tinham febre nem nada. Era sono. Coloquei ambos na cama. – Ele assentiu.  

    — Eu vou pedir comida hoje. 

    — Por que? 

    — Estou com preguiça. – Se jogou no sofá. – E cansado. E estressado. – Colocou o braço direito em frente aos olhos. 

    — Eu faço.  

    — Sério, Sakura... Você fez as refeições a semana quase inteira. Vou pedir comida. – Sakura revirou os olhos, sussurrando um "teimoso". – Você está reclamando? 

    — Não. Eu não. – Se virou. Sasuke não acreditou, mas não retrucou. – Eu vou acordar aqueles dois. – Sasuke não respondeu. Ele pensava em tudo que ouviu do irmão, da mãe e até mesmo do amigo. Ele entendia o que eles queriam dizer, compreendia que eles queriam seu bem, mas, por que eles não respeitavam sua vontade? Por que precisava ter alguém? Estava bem com Daisuke. Suspirou. Estava bem com as lembranças da Karin.  

    "Você tem medo de se esquecer da Karin." 

    Sasuke tirou o braço dos olhos assustado. Era como se seu irmão dissesse aquela frase mais uma vez, em seu ouvido. Bufou, fechando os olhos novamente, voltando a tampá-los com o braço.  

    "Você sempre vai ver Karin no Daisuke." 

    Ele sabia que sempre veria Karin no filho dos dois, mas... Mas não a ter por perto, esquecer do que sente por ela, isso ele não estava disposto. E ele sabia que era por pensar assim que fazia sua família e seus amigos se preocuparem.  

    — Karin... – Sussurrou. – Karin... – Sussurrou mais uma vez, fechando ambas as mãos em punhos.  

    "Não acha que está sendo egoísta tanto consigo mesmo, quanto com o seu filho?" 

    Sasuke bufou mais uma vez, ao ouvir aquela frase no pé do seu ouvido. Ouvir aquilo mais uma vez, o fazia se lembrar de um dos momentos com Karin. Um dos quais ele não gostava de se lembrar, porque... Porque foi pouco antes de tudo acontecer.  

    — Você está sendo egoísta.  

    — Por que eu estou sendo egoísta, Karin? Por que eu não desisti da minha diversão por você? – Retrucou. – Eu saí de casa, Karin. 

    — Porque você não aguentava mais ficar debaixo do mesmo teto que seu pai. – Retrucou. – Ele sabe das coisas que faz, e mesmo que ele não aprove, ele não fala mais sobre isso com você, porque você não ouve. Por isso dessa vez, quem está pedindo sou eu. 

    — Você está mesmo me pedindo para eu parar de fazer o que eu gosto? 

    — Não pode fazer isso por mim? 

    — Karin, você se diverte com as suas amigas... – Ela bufou. 

    — A minha diversão é diferente da sua. E você não percebe a merda que está fazendo? 

    — Eu estou me divertindo, e não vou parar só porque você quer.  

    — Nem mesmo por seu filho, seu egoísta? – Gritou. – Ele vai nascer logo, Sasuke. Em poucos meses, e você vai continuar sendo esse garoto irracional? Que não pensa antes de fazer as coisas? 

    — Não coloque nosso filho nisso. – Rosnou.  

    — Eu estou tentando colocar juízo na sua cabeça. – Sasuke balançou a cabeça e caminhou para a porta, Karin entrou na frente dele. – É sério, Sasuke. Por favor, eu estou te implorando, não faça... 

    — Eu não vou fazer nada. – Gritou, cortando-a. Ele passou as mãos nos cabelos. – Eu só preciso de um espaço, pode ser?  

    — Você é um idiota. Egoísta. Você vai ser assim quando nosso filho nascer? 

    — Karin... 

    — Não. Agora você vai me ouvir. Você vai continuar fazendo essas merdas mesmo depois do nosso filho nascer? – Cruzou os braços. – Você por acaso vai pensar na felicidade dele, antes da sua? Porque é isso que é ser pai.  

    — Você está querendo dizer que eu não vou ser um bom pai?  

    — Não. Eu estou perguntando, se você vai ser um bom pai. – Sasuke balança a cabeça. 

    — Eu vou tomar um ar. 

    — Enquanto estiver tomando um ar, pensa nas merdas que tem feito. E de preferência sóbrio. – Diz, saindo da sala.  

    Tinha sido uma briga feia. Ele saiu batendo a porta, e só voltou depois das 22h. Ela estava dormindo e ele não pôde pedir desculpas por gritar com ela. Ele estava irritado por ela pedir para ele desistir da "diversão". Sasuke riu sem ânimo. Ele deveria ter ouvido ela. Se tivesse ouvido ela desde o começo, nada daquela merda aconteceria, a começar pelas brigas, e a terminar... Pela morte dela. Ele conseguiu se desculpar no dia seguinte, mas não foi fácil. 

    — Podemos conversa? – Karin colocou um vestido soltinho até os joelhos. – Karin? 

    — Se for para se desculpar, não perca seu tempo.  

    — Karin, é sério... 

    — Eu também falo sério. – Se virou para ele. – Sasuke, eu quero que você pare de se desculpar por coisas que você faz, sendo que você não vai parar de fazê-las.  

    — Eu quero me desculpar pela forma que falei com você ontem. – Ela riu.  

    — É claro que quer. – Balançou a cabeça se virando de costas.  

    — Eu não devia ter gritado com você... 

    — Você acha que eu estou chateada por isso? – Se virou para ele lentamente. – Não. Não é por isso, Sasuke. – Se aproximou. – O que mais me chateia são as coisas que tem feito. E tudo para chamar a atenção do seu pai. 

    — Eu não faço isso para... 

    — Faz sim. – Cortou. – Não minta para mim. Você faz isso para poder ter a atenção do seu pai. – Deu uma risada anasalada. – Mas quer saber? Não vai dar certo, porque isso só o decepciona. 

    — Obrigado por jogar isso na minha cara. – Ela revirou os olhos. 

    — Você acha que eu quero te machucar? Eu quero abrir seus olhos. – Sua voz se exaltou quando disse a última frase. – Poxa, Sasuke... Você vai ser pai. E mesmo sabendo disso... – Balançou a cabeça. – Eu não compreendo o que você e aqueles idiotas que inclui meu irmão tem na cabeça.  

    — É só uma brincadeira, Karin.  

    — Brincadeiras que são perigosas. Vocês podem se dar mal. 

    — Nunca aconteceu. – Karin mordeu o lábio com força.  

    — Não. Mas sabe por que? Porque eu peço a Deus por vocês todos os dias. – Ele se surpreendeu com a afirmação dela. – É isso que está salvando suas peles. E eu sei que uma hora ou outra, algo ruim pode acontecer com você, Sasuke. Ou com meu irmão, ou com qualquer um dos outros garotos. E eu não vou poder fazer nada.  

    — Você está falando como se eu fosse me dar mal, Karin... 

    — Você não enxerga o que está fazendo? 

    — Você vai mesmo me pedir que eu pare com a minha diversão? 

    — Não tem outro tipo de diversão para vocês fazerem? Não tem outra forma de "brincar" e ser "feliz"? Você vai mesmo ensinar essas coisas para seu filho?  

    — Não coloque nosso filho no meio, por favor. 

    — Seu filho vai aprender com você a fazer coisa errada? – Ela continuou. – Vai ensinar á ele em como ser egoísta? 

    — Eu pedi por favor, Karin.  

    — É. Eu ouvi. Mas você não tem me ouvido, então... – Deu de ombros. Sasuke suspirou. – Eu só quero que você pense na sua felicidade. Na nossa felicidade. Na felicidade de nós três, Sasuke. Será que é pedir muito? 

    — Eu já disse que vou tomar cuidado. – Ela balançou a cabeça. – Eu prometo. Confia em mim. – Com ambas as mãos, ele pegou no rosto dela. – Confia em mim. – Pediu novamente.  

    — Eu não quero que você se arrependa do que está fazendo. Que você se machuque ao perceber que... Que não devia ter feito todas essas coisas. – Ela tinha os olhos lacrimejados. – Eu não quero ver você se dando mal, Sasuke. 

    — E eu não vou. – Ela beijou a ponta do nariz dela e sorriu. – Eu não vou. – Ele a beijou, e mesmo que ela estivesse chateada, ela o correspondeu. 

    Sasuke deveria ter ouvido o pedido dela. É. Ela estava certa, ele se arrependeu de todas as merdas que fez. E de todas elas, a que mais ele se arrependia, era a última. Se tivesse ficado em casa, Karin ainda estaria viva. Ela não teria saído de casa para visitá-lo na cadeia, eles não teriam brigado, terminado tudo, e ela não teria ido para casa sozinha, magoada, decepcionada... E definitivamente ela não estaria na estrada á noite, não receberia o impacto do caminhão, e não teria morrido.  

    — Papai. – Sasuke se assustou quando ouviu o filho o chamando. – Tudo bem? – Sasuke olhou para as três pessoas que estavam em volta dele.  

    — Estou. – Se sentou. – Eu estava pensando. 

    — A gente já banhô. Sakura disse que tá frio, e por isso era melhó banhá mais cedo.  

    — Obrigado. – Ela assentiu. Percebeu que ele estava estranho, e imaginou que ele estivesse se lembrando de Karin. – Vamos almoçar? 

    — Eu não quelo. – Mayumi diz. Sakura suspirou. Aquele seria mais um dia complicado.  

    — Só um pouco, Mayu.  

    — Eu esqueci de pedir comida. – Sasuke se levanta para pegar o telefone. – Mas não vai demorar a chegar. 

    — Tudo bem. A gente assiste um filme enquanto não chega, não é? – As crianças se jogaram no sofá. – O que querem assistir? – Mayu e Daisuke se olharam. 

    — Não sei. – Mayu deu de ombros.  

    — Eu gosto de "carros". 

    — A Mayu também gosta. Pode ser, filha? – Ela assentiu. Sasuke, mesmo falando com o moço pelo telefone, não perdeu a cena que acontecia entre Sakura e as crianças. Ela via como Sakura tratava Daisuke, o carinho e a dedicação. E era agradecido por isso.  

    **--** **--** 

    Sakura olhou no relógio de pulso, já passava das 18h, e ela ainda não tinha ido embora para casa. Daisuke tinha insistido que ela ficasse para terminar de assistir o segundo filme do dia. "A Origem dos Guardiões". As crianças tinham lanchado, e enquanto ela lavava o que tinha sujado, Daisuke pediu para assistirem um filme, ela sabia que não daria tempo de assistir tudo, mas não negou ao pedido dele. Não poderia.  

    — Bom, agora eu tenho que ir. – Diz, enquanto pegava a bolsa.  

    — Não quer que eu te leve?  

    — Não. Eu vim de carro, e o apartamento é aqui perto. – Ele assentiu.  

    — Brigado pur ficá aqui té o filme acabá, Sakura. – Ela sorriu para o garotinho. 

    — De nada, querido. – Beijou os cabelos negros do menino e se afastou, desviando os olhos para a filha. – Vamos, filha? – Ela assentiu, passando as mãos nos olhos. Ela dormiria no caminho de casa.  

    — Obrigado mesmo por hoje. – Sasuke a acompanhou junto do filho, até a porta.  

    — Não precisa agradecer. – Daisuke abraça Sakura, e os adultos se surpreendem. Sasuke então se lembra do que sua mãe tinha lhe dito: que á um ano Daisuke tinha tido uma babá, e que ela não durou nem mesmo cinco dias. Daisuke não a aceitou de jeito nenhum, e recorreu ao tio, pedindo que "demitisse" a moça. E por isso havia ficado tão surpreso por ver a afeição que seu filho tinha por Sakura. 

    — Queria falar comigo? 

    — Sim, querido. Você disse que vai contratar uma babá... Eu queria falar com você sobre isso. 

    — Algum problema?  

    — Bom, eu tentei isso a um ano. E não deu certo. 

    — O que? Como assim? 

    — Bom, seu pai estava ajudando Itachi na empresa. E eu estava fazendo um curso. Então precisei contratar alguém para ficar com ele. Daisuke não gostou da moça. Pediu para que o tio a demitisse.  

    — Que estranho. 

    — Ela não durou nem mesmo três dias. Itachi falou comigo, e decidimos demiti-la.  

    — E por que ele não aceitou a moça, mãe? 

    — Eu não sei. Disse que não gostou dela.  

    — Tem que ter um motivo, mãe. Ela fez alguma coisa com ele? – Se preocupou. 

    — Ele nunca disse nada sobre isso. Ele só disse que ela não gostava de brincar. 

    — Não é possível que seja só isso. 

    — Pergunte a ele, querido. Talvez ele te conte algo que não tenha contado a mim e ao seu irmão. – Sasuke assentiu. – Mas eu não acho que ela tenha feito algo a ele. Itachi nunca viu mancha nenhuma no corpo dele. 

    — Pode ser que tenha sido só o que ele contou mesmo.  

    — Até amanhã, Sakura. – Passado a surpresa, ela o abraçou de volta.  

    — Até, querido. – Ele se afastou. – Boa noite, Sasuke. 

    — Boa noite, Sakura. – Ele fechou a porta quando ela caminhou para o elevador. – Então, o que você quer jantar? 

    — Não tô com fome, papai. 

    — Não posso culpa-lo, você comeu quase um balde de pipoca sozinho.  

    — Tava gostoso. Sakura colocô mantega. Fica muito mais gostoso assim. – Sasuke começou a perceber que agora era tudo "Sakura". E mesmo que ele fosse agradecido pelo carinho que ela dava a ele, Sasuke se preocupava com esse "apego" de seu filho.  

    — Realmente estava muito bom. – O menino assentiu sorrindo. – Então, o que você quer fazer enquanto não te dá fome? 

    — Videogame. – Pegou na mão do pai, puxando-o de volta para a sala.  

    — Não vamos jogar muito tempo, está bem? Você não pode dormir tarde. 

    — Mas eu nem tô com sono. E eu ainda não jantei. 

    — E pelo jeito nem vai. – O menino riu. – Vamos jogar quatro partidas, e depois cama. 

    — Ah, papai. Ainda é cedo. 

    — Já são quase 19h. E amanhã eu trabalho. – Daisuke que entregava o controle para o pai, ficou parado, olhando-o. – O que foi? 

    — Não pode ficá aqui amanhã, papai? 

    — Eu tenho uma reunião com um cliente, filho. Mas você vai ficar com a Sakura. 

    — Mas eu queria ficá com os dois e a Mayu. Igual hoje. – Sasuke ficou surpreso com o que o filho disse. E de repente ele se lembra do que sua mãe disse. 

    "Então pense nele. Ele precisa de uma presença feminina." 

    Ela estava certa. Daisuke estava demonstrando querer uma presença feminina em casa. Na casa dos seus pais ele tinha a avó, que brincava e dava toda a atenção para ele. E agora, ele tinha Sakura, que apesar de ter uma filha, conseguia conciliar bem as coisas, dando atenção aos dois. Daisuke gostava do carinho que Sakura demonstrava para ele. E Sasuke se sentiu mal por deixar que Daisuke se apegasse tanto a Sakura, porque ele sabia, Sakura não ficaria com eles para sempre. Sua mãe e seu irmão estavam certos, ele não estava pensando na felicidade do Daisuke quando decidiu não ter mais ninguém, mas como pensaria nisso, sendo que ainda amava Karin? E ele não queria parar de amá-la. Mas sabia, teria que se esforçar por seu filho. E pensar nisso faz com que ele volte a pensar na mulher que ama, na conversa que tiveram, a que ela o chamou de egoísta. Ele não poderia ser egoísta, por seu filho, ele teria que mudar. 

    — Vamos marcar de fazer isso outro dia. – O menino sorriu, animado, e Sasuke percebeu que fizera o certo, afinal ele prometeu fazer seu filho feliz. – Agora vamos jogar, daqui a pouco você tem que ir para a cama.  

    — Cinco partida, papai, e aí a gente pode durmi. – Sasuke riu.  

    — Tudo bem. Cinco partidas. – Daisuke pulou no sofá, sentando-se ao lado do pai. 


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