Seize The Day

  • Gabbysaky
  • Capitulos 28
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 17 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 2

    Haruno Sakura e Uchiha Sasuke

    Hentai, Linguagem Imprópria, Sexo

    Nesse Sakura capítulo vocês saberão um pouco sobre a vida dela.

    E claro, conhecerão mais um pouco do passado do Sasuke.

    Antes de deixá-los ler, deixe eu deixar três avisos:

    Palavras em Negrito e Itálico estão erradas propositalmente

    As frases erradas das crianças são propositais

    As cenas em Itálico são flashback

    Boa Leitura

    Haruno Sakura chegou em casa cansada. Apesar de seu segundo emprego ser muito ruim de pagamento, ela tinha que agradecer por poder sair quando quisesse. Era só arrumar a casa e estava liberada. Era ruim, mas era o que tinha. Sua filha precisava de um tratamento intensivo, e só o primeiro trabalho não dava para pagar as contas.  Mayumi tinha três anos quando foi diagnosticada com Câncer. Quando a filha teve que cortar os cabelos, para que ela não ficasse estranhando, Sakura decidiu cortar também. Há uma semana os médicos disseram que ela precisaria de um transplante. Ela chorou tanto, que os médicos tiveram que sedá-la, fazendo com que dormisse por quase seis horas. Sakura saiu do banho, enrolada na toalha. Estava com pressa. Sua filha estava no hospital, sozinha, por isso precisava se vestir depressa e ir ficar com sua garotinha. Seu celular tocou assim que terminou de pestear os cabelos molhados. Atendeu no segundo toque, sem ver quem era. 

    — Alô. – Bocejou. – Oi, Hina.  

    — Sakura, você ainda está procurando por um segundo emprego? 

    — Consegui um, essa semana. – Fez uma careta. – Apesar de não pagar bem. 

    — Eu tenho um para você. – Ela parecia animada. – Paga muito bem. – Seus olhos brilharam esperançosos.  

    — Quanto? 

    — Mil e oitocentos. – Ela se surpreendeu. – Mas é das 7h30h às 17h, todos os dias, incluindo o final de semana. Ele vai explicar tudo.  

    — Eu vou ver se consigo mudar meu horário no hospital. – Hinata assentiu, apesar de saber que a amiga não veria. – O que eu preciso fazer? 

    — Cuidar de um menino.  

    — Quantos anos? 

    — Cinco. Lembra-se da Karin? – Ela se lembrava da ruiva. Não eram amigas, mas ela participava da equipe de líderes de torcida na qual eu era capitã. Era uma boa pessoa. Nos dávamos bem, Sakura pensou. — É o filho dela. – E então a rosada se lembra do noivo da ruiva.  

    — Ele saiu? – Tinha ficado sabendo pelas amigas tudo o houve. Sabia que os maridos delas, que na época eram apenas namorados, tinham se metido em um problema junto do Uchiha, mas que eles tinham se livrado da “pena”. No dia seguinte, soube o houve com Karin pelos jornais. Tinha ido até Kushina, Minato e Naruto prestar solidariedade. Sentiu-se penalizada pela família, que sofria demais. Mas descobriu, depois, pelas amigas, que a criança que Karin esperava estava viva. E que era um menino.  

    — Sim. Faz uma semana. Ele quer te ver na quinta. – Sakura agradeceu à amiga.  

    — Manda o número dele pelo WhatsApp?  

    — Claro. – Sakura pegou as chaves e saiu do quarto. – Como está a Mayu? 

    — Não muito bem. – Sua voz embargou. 

    — Sinto muito, Saky. – A rosada engoliu o choro. – Você sabe que o que precisar pode contar com seus amigos, não sabe? 

    — Eu sei. Obrigada, Hina. – Respirou fundo. – Eu tenho que ir. Vou entrar no carro agora.  

    — Qualquer coisa me liga. – Ela assentiu. 

    **--** 

    — Não, papai. – Pede enquanto se contorcia de tanto rir. Sasuke lhe fazia cócegas. 

    — E agora? – Sorriu ao ouvir a risada do filho. – Só vou parar se você prometer comer o que a vovó fez.  

    — Eca. – Gritou. Sasuke parou um pouco com as cócegas. 

    — Não é ruim. – Já era quase hora do almoço. Mikoto tinha feito abóbora de molho, e só o cheiro fez o menino fazer uma careta. Sua mãe tinha lhe dito, naquela manhã, que Daisuke era muito difícil de se alimentar. Não gostava de verdura, e era poucas as frutas que ele gostava. Além do tomate, claro, mas isso ele pegou dele. – Te levo onde você quiser se comer pelo menos um pouco. 

    — Onde eu quisé? – Sasuke sorriu. 

    — Onde você quiser. 

    — Eu quero no parque. – O pai arqueou as sobrancelhas.  

    — Parque?  

    — É. Aquele do shoppin, papai. – Sasuke não se cansava de ouvi-lo o chamar de pai.  

    — Depois do almoço. Mas você vai ter que comer a abóbora. – Ele fez uma careta que fez o pai rir.  

    **--** **--** 

    **Sasuke** 

    — Ah, mas eu não estou acreditando. – Minha mãe diz, surpresa por ver o neto comer a abóbora. Meu pai parecia estar tão surpreso quanto ela.  

    — Nós fizemos um acordo, não foi? – Olhei para meu filho, que assentiu. 

    — Impressionante. – Ouvi meu pai dizer. – Sua mãe nunca tinha conseguido essa virtude.  

    — Cadê o Itachi? – Seus pais se olharam. 

    — Não sabemos. – Minha mãe respondeu, minutos depois. – Ele sai todos os dias, mais ou menos nesse mesmo horário, mas nunca diz para onde. É raro quando ele troca o dia, pela tarde. 

    — Que estranho. 

    — Já nem me lembro quantas vezes perguntei ao seu irmão onde ele ia. – Deu de ombros. – E ele sempre tem uma desculpa para dar. Na maioria das vezes é: eu vou dar uma volta com meus amigos.  

    — Mas não acreditam nisso, não é? – Eles negaram.  

    — Algumas vezes ele levava o Daisuke. – Meu pai comentou, e eu fiquei curioso. – Mas não é sempre, por isso acho ainda mais estranho. 

    — Ele sempre almoçava com o Daisuke e saía. Isso quando não o levava com ele.  

    — Eu sei onde tá o tio Ita. – Olhei para meu filho, assim como meus pais. – Mas é seguedo. – Arqueei as sobrancelhas.  

    — Segredo? – Ele assentiu á pergunta do avô. – E foi ele quem pediu para você guardar esse segredo? – Meu filho olhou para mim e para os avós, e então colocou a mão na boca.  

    — Tio Ita pidiu pro Suke não falá. – Sua voz foi abafada por causa da mão que tampava sua boca.  

    — Isso é tão estranho. Se ele pediu segredo, ele não está mesmo saindo com os amigos. 

    — Itachi não deve estar fazendo nada demais. – Dei de ombros. – Quando ele estiver pronto, vai contar para nós. – Meus pais assentiram, e eu vi meu filho voltar a comer. – Mudando um pouco de assunto... – Suspirei. Não seria fácil tocar naquele assunto, principalmente por causa de minha mãe. – Eu tenho uma notícia para dar.  

    — Aconteceu algo, querido? 

    — Não, mãe. – Daisuke deixou cair a colher, fazendo um barulho irritante ao cair no chão. A peguei e entreguei para Ayka, que entregou outra ao meu filho.  

    — Então? – Minha mãe esperava pela notícia.  

    — Bom... – Pigarreei. – Eu vou me mudar. – Daisuke me olhou. 

    — Como assim, papai? – Meus pais pareciam digerir a notícia.  

    — Não vamos mais morar com o vovô e a vovó.  

    — Mas por que, filho? – Minha mãe foi a primeira a se pronunciar. 

    — Porque está na hora de eu ter minha própria “casa”. – Meu pai me olhou compreensivo, diferente de minha mãe.  

    — Você voltou à pouco mais de uma semana e já quer ficar longe da sua família? 

    — Mikoto, ele não vai para o outro lado do mundo. – Eu sorri. – Ele só quer o canto dele.  

    — É claro que você concorda. – Cruzou os braços.  

    — Mãe. Não é porque eu vou morar em outro lugar que eu vou deixar de vir visita-la.  

    — E o Daisuke? 

    — Eu já tenho uma entrevista com uma babá. – Minha mãe fez um bico, e eu quis rir. – Ela estudou comigo...  

    — Fazer o que, né? – Meu pai sorriu junto de mim. – Mas se você sumir, garoto, juro que puxo suas orelhas. – Meu pai me olhou, segurando uma risada.  

    — Não se preocupe. Não precisará fazer isso, venho vê-la sempre que possível. Pelo menos uma vez na semana. – Daisuke limpou as mãos no pano que estava ao seu lado, em cima da mesa.  

    — Papai, eu cumpi acoido. – Tanto eu quanto meus pais rimos.  

    **Sasuke** 

    **--** **--** 

    — Sakura, eu sei que é difícil para você... – A rosada estava no hospital conversando com a médica que estava cuidando de sua filha. Era no mesmo, onde trabalhava, a diretora do hospital estava fazendo o possível e o impossível para curar sua filha, mas parecia que ela ficava cada dia mais doente, e isso a matava por dentro. Assim que chegou, Senju Tsunade a chamou para uma conversa, e ela sabia, não era uma boa notícia. – Mas ainda não encontramos um doador compatível.  

    — Isso está matando minha pequena. – Soluçou. – Se não conseguirmos um doador... – Soluçou outra vez. Tsunade sentia-se uma inútil por não poder ajudar a garota á sua frente. Ela já tinha visto Sakura lutar pela filha, por dois anos, a menina resistiu até agora, mas não sabia até quando ela aguentaria. – Ela vai... – Soluçou mais uma vez. – Ela vai morrer.  

    — Não temos mais o que fazer, Sakura. – Tsunade tinha se afeiçoado á Sakura, tinha pego um carinho pela filha dela, e queria muito ajudar. Estava fazendo tudo o que podia. Pagou metade do tratamento, mesmo que Sakura tenha aceitado com muita dificuldade, e a outra metade, seu tio Hiashi quem pagou. Tsunade não tinha mais como ajudar aquela garotinha. – Ela fez a quimio, e mesmo sendo tão forte para o corpinho dela, ela aguentou. Agora, o que ela precisa é do transplante. Ela vai ficar a cada dia, mais fraca.  

    — Não quero perder meu bebê. – Soluçou. – Eu não vou aguentar. Mayumi é tudo para mim. Tem que ter um jeito de encontrarmos essa medula. 

    — Não encontramos nenhuma que seja compatível. – Repetiu.  

    — Não é justo. Minha filha é tão pequena. Só tem quatro aninhos.  

    — Sinto muito, querida.  

    — Não diga que sente muito. – Gritou. – Isso só faz a situação dela piorar aos meus olhos. – Se sentou no sofá, deixando o choro sair para fora de si. Desesperado.  

    — Eu vou ligar para uma de suas amigas. – Saiu, deixando-a sozinha na sala. 

    **--** **--** 

    — Sakura. – A loira chamou a amiga. – Sakura. – Chamou mais uma vez, dessa vez, balançando-a levemente.  

    — Ino? – A amiga se senta ao seu lado. – O que... – Ela não compreendia o que a amiga fazia ali.  

    — Tsunade. – Foi só o que Ino disse. 

    — Ela não vai conseguir. – Sussurrou. – Minha bebê... Ela vai morrer. – Sua voz quase não saiu por causa do choro. Ino a abraçou. 

    — Eu estou aqui amiga. – E abraçada a amiga, ela chorou mais um pouco, até cair em um sono profundo. Ino sentia-se impotente. Sua melhor amiga precisava de ajuda. Ela tinha dinheiro, era rica... E mesmo assim isso não podia salvar a vida de sua afilhada. Não podia tirar a tristeza de sua amiga. A porta se abriu algumas horas depois, e Ino olhou, vendo Hyuuga Hinata entrar. Suspirou.  

    — Como ela está? 

    — Cansada. Despedaçada... Desesperada. – A loira suspirou. – E o pior, me sinto inútil.  

    — Somos duas, então. – Se sentou do outro lado da rosada.  

    — Não basta ela passar aquilo tudo com aquele filho de uma... 

    — Ino. – Repreendeu, interrompendo-a. – Sabe que ela não gosta de falar sobre aquele idiota. Ela está dormindo, mas... 

    — Eu sei. – Bufou. – Só de lembrar o aquele infeliz fez, eu tremo de raiva. 

    — Eu sei como se sente. E o pior é que ele não se importa. – Akasuna no Sasori. Ele é o cara de quem Ino e Hinata falavam. Sakura e ele namoravam desde o final do primeiro ano do ensino médio. Sakura descobriu estar grávida na mesma época que Karin tinha morrido. Algumas semanas depois, o namorado a pediu em casamento, e ela toda feliz, aceitou. Ela o amava. Um mês antes do casório ela descobre sua traição. Sakura o pegou na cama, no quarto dele, com uma mulher cuja era professora da faculdade dele. E isso resultou nas lágrimas dela. Sakura terminou tudo naquele mesmo dia. E desde então ela criava a filha sozinha.  

    — O que vai acontecer se a Mayu morrer? 

    — Ela vai se sentir mal. Vai doer muito... Ela vai querer morrer..., mas não podemos e nem vamos, deixa-la sozinha. – Ino assentiu. – Onde está o Ichiro e as gêmeas?  

    — Gaara os levou ao parque do shopping. Sasuke ligou convidando.  

    — Ah, Naruto também foi com Boruto. 

    — Deve ter sido ideia do Daisuke. – Hinata sorriu. 

    — Não duvido. 

    **--** **--** 

    — E então? Você já arrumou um apartamento? – Sasuke estava com seus amigos no shopping. Como tinha prometido ao filho, ele e os filhos de seus amigos estavam naquele parque a mais de duas horas.  

    — Sim. Finalmente achei um que me agrade. 

    — Onde? – Shikamaru pergunta. 

    — Salt Out Plaza. Cobertura.  

    — Hum, que isso, hein? – Naruto começou. – Você já foi mais humilde.  

    — Cala a boca. – Seus amigos riram. – Meus pais aceitaram bem, quer dizer, meu pai... Já que minha mãe quase surtou. 

    — Natural, você voltou para casa a pouco tempo. – Sasuke concordou com Nejí. 

    — E como fica a situação do Daisuke? – Gaara pergunta, ao se lembrar que o “sobrinho” ainda não estudava. 

    — Ele fica com uma babá até as 17h.  

    — E já encontrou a babá? 

    — Naruto me indicou alguém. – Os amigos arquearam as sobrancelhas. – Vocês conhecem. Haruno Sakura.  

    — Boa, Naruto. – Shikamaru aprovou. – Têm certeza de que a ideia foi sua? – Os outros riram. E Sasuke não pode deixar de acompanha-los. Eles sempre zoavam o loiro. 

    — Hahaha. Claro que foi minha. – Bufou.  

    — Ela realmente precisa. – Gaara comentou. 

    — Naruto me disse. – Sasuke estava curioso, mesmo que não demonstrasse.  

    — Você sabe então que ela tem uma filha doente? – O Uchiha assentiu. – E sabe que ela passa a noite com a filha no hospital? 

    — Não. Disso eu não sabia. – Diz, surpreso. 

    — Mayu terá alta no final de semana. – Naruto quem disse. 

    — Então ela melhorou? – Todos negaram. 

    — Ela precisa de um transplante, Sasuke. – Ele olhou surpreso para Shikamaru. 

    — De medula. – Nejí completou. – E até agora não encontraram uma que seja compatível. 

    — Deve estar sendo difícil. – Por algum motivo, ele se lembrou de Karin. Ele não era o único que sofria.  

    — Muito. Mas a Sakura ainda não desistiu. 

    — E como ela desistiria? – Ele olhou para onde o filho estava, vendo-o rir ao lado dos gêmeos do Shikamaru, Shikadai e Ayame.  

    **--** 

    **Sasuke** 

    Estou observando meu filho dormir. Há quanto tempo eu me imaginava fazendo isso? Quando soube do acidente de Karin, pensei que meu coração tivesse parado por um momento. Naruto tinha ido até o presídio, junto de Gaara, Shikamaru e Nejí, para contarem a mim pessoalmente. E não foi nada fácil ouvir o que eu ouvi. Mas eu consegui respirar melhor quando me disseram que meu filho tinha sobrevivido. A guarda dele tinha sido dada a minha mãe, os pais da Karin não entraram na justiça, porque, pelo que Naruto tinha me dito, eles achavam que era o que a filha iria querer. Me lembro da primeira vez que eu o vi. Ele já tinha cinco meses quando Itachi o levou até mim. Eu não pude pega-lo por causa do vidro que nos separava, mas olha-lo já era um alivio. Duas semanas depois, eu pude, enfim, pega-lo nos meus braços. Meu pai tinha conseguido isso para mim, e então, Itachi o levou. Tão lindo e tão parecido com a mãe, apesar da minha achar que ele se parecia mais comigo. Bom, realmente, agora, Daisuke se parece mais comigo do que com Karin. Depois desse primeiro contato, houve outros. Toda semana, três vezes na semana, eu o via. O sentia, o ouvia... Era como estar perto de uma parte da mulher que eu amo. Eu sempre pensava no que meu filho estaria fazendo, no que ele estaria comendo, em como ele estaria... Era impossível não pensar nele 24h por dia. E agora eu faço isso todos dias, de perto. O observar dormir me trazia tranquilidade. Me lembro de cada dia que Itachi ou minha mãe o levou para me ver, apesar de não gostar do meu filho estar naquele lugar, eu não podia ficar sem vê-lo. Ele que me fazia aguentar aqueles dias naquele inferno. 

    — Eu gostaria que fosse de outra forma. — Olhei para meu irmão. 

    — Eu também. — Sussurrei. Voltei meus olhos para meu filho, já com um ano, dormindo nos meus braços. — Se eu não tivesse sido tão irresponsável, Daisuke teria a mim e teria a Karin. Ele teria os pais por perto, todos os dias. E por minha culpa... 

    — Não fique se culpando. Você errou? Sim. Mas só por isso, não merece outra chance? Claro que não.  

    — Daisuke não vai me perdoar quando souber que por minha culpa ele não pôde conhecer a mãe. 

    — Sasuke, não diga isso. Daisuke vai demorar a crescer para entender tudo o que houve, e quando isso acontecer, ele não vai culpa-lo. Eu tenho certeza disso. 

    — Como você pode ter certeza? 

    — Porque ele é filho da Karin. — Apesar de meu pai nunca ter gostado da minha noiva, minha mãe e meu irmão não tinham nada contra. Eles sempre diziam que admiravam como ela conseguia me “controlar”. Só ela conseguia me acalmar. Meu filho se mexeu em meu colo, mas não acordou. — Seu filho vai compreender que você nunca quis machucar a mãe dele. Ele vai saber o quanto você a amou. Vai saber, que apesar de tudo o que aconteceu, a morte de Karin foi uma fatalidade..., mas você precisa se perdoar, irmão. Todos merecem uma segunda chance, Sasuke. 

    — Eu queria poder voltar no tempo. — Meu irmão suspirou. 

    Lembro que por causa de uma briga entre mim e um retardado na cadeia, fiquei seis meses sem ver meu filho. E então, quando a penitência acabou, ele já estava completando três anos. Dessa vez, meu irmão foi acompanhado do meu melhor amigo loiro, Naruto. 

    — Uchiha. — Estava deitado quando um guarda me chamou. — Visita. — Fiquei surpreso, afinal, eu estava de penitência. — Sua penitência acabou. Vê se aprende, hein? — Ele era um dos únicos que era gente boa naquele inferno.  

    Me sentei, esperando locomoverem minha visita até onde eu estava. Eu imaginava quem era, e estava ansioso. Fiquei seis meses longe dele. Estava com tantas saudades. Ouvi a porta se abrir e o vi correr para mim. Me levantei para logo me abaixar na altura do meu filho.  

    — Papai. — Seus braços passaram pelo meu pescoço, e me levantei com ele ainda em meus braços. Senti-lo novamente, ter meu filho em meus braços novamente, era como se todos os meus demônios fossem embora. — Saudade. 

    — Eu também. — Sussurrei só para ele ouvir. Vi meu irmão e Naruto se aproximarem. 

    — Parabéns, irmão. — Eles dizem juntos.  

    — Valeu. — Olhei para meu filho. — Como você está? 

    —  bem, papai. — Olhou em meus olhos. — Mais não gotei de não vê o papai. — Sua voz ficou baixa, e eu soube que ele queria chorar e isso não me agradou. Meu peito apertou. 

    — Isso não vai acontecer novamente.  

    — Tivemos um trabalhão com ele nesses seis meses. — Suspirei. Eu não posso mais me meter em problemas. — Mas você está bem? 

    — Estou. Agora eu estou... 

    — Que bom, cara. Ficamos preocupados.  

    — Eu sei. Isso não vai mais acontecer. — Era uma promessa. — Sentem-se. — Me sentei com meu filho no colo.  

    — A mamãe vinha, mas eu sabia que você não iria gostar que ela fizesse seus shows... 

    — Melhor deixar meu aniversário passar. — Olhei para Daisuke. — Me conta como foi sua festa. — E então ele começou a contar. Daisuke nasceu no mesmo dia que eu. Com diferença de horas. No dia em que fui preso, eu e Karin tínhamos combinado em passar meu aniversário com todos meus amigos e minha família, era algo que eu não fazia desde que me mudei com Karin para o nosso apartamento. Ela tinha me convencido a fazer diferente naquele ano. Mas com a minha prisão, não teve festa. 

    — E o tio Naruto se vitiu de palhaço... - Era tão bom ouvir sua voz. 

    — Ah, me diz que gravou isso. — Naruto revirou os olhos. Meu irmão sorriu. 

    — Claro. Como todos os aniversários dele. — Itachi contratava alguém para gravar as festas de aniversário do Daisuke, para eu poder ver quando eu saísse, e eu era muito agradecido. 

    — Precisa ver o que o Shikamaru deu para ele. — Naruto bufou. — Um tabuleiro de xadrez.  

    — Era de esperar daquele preguiçoso. — Naruto e meu irmão riram. 

    — Eu gotei. Tio Shika insino o Suke a jogá...  

    — E o pior é que seu filho é bom. 

    — Claro. Ele é inteligente como eu. 

    — A humildade passou longe, agora, hein? 

    — Isso é inveja sua. — Naruto bufou. 

    — Ele ganhou tantos presentes que eu me pergunto onde colocaram aquilo tudo. Não caberia no quarto dele... 

    — Menos, Naruto. — Meu irmão quem bufou dessa vez. Pensar em todos os aniversários que eu perdi, nos momentos... Eu perdi tantas coisas. — Sasuke? — O olhei, deixando aqueles pensamentos de lado. 

    — Desculpe. O que foi? 

    — Daisuke estava falando com você. — Olhei para meu filho, que me olhava preocupado. 

    — Desculpe, okay? — Não queria preocupa-lo. 

    —  bem, papai? 

    — Estou. Só estava... Pensando... — O menino assentiu, mas a preocupação não saiu de seus pequenos olhos. — O que você estava me dizendo? 

    — Da vovó Kushina. — Arqueei as sobrancelhas. — Ela tentô fazê meu bolo, mais não ficô bom, não. — A careta que ele fez, me fez rir. 

    — Isso aconteceu? 

    — Sim. — Meu amigo estremeceu. — Adivinha quem teve que ser a cobaia? 

    — Você? — Pergunta, segurando uma risada. 

    — Infelizmente. Fala sério. Já falei para minha mãe não entrar na cozinha.  

    — Você não reclamou, né, Daisuke?  

    — A vovó Miki disse que minti é feiu. — O jeito que ele disse, me fez segurar um riso, diferente de meu irmão, que gargalhou junto de Naruto.  

    — Ele disse a verdade. — Deu de ombros. — Também, foi impossível não dizer, depois da careta que ele e Naruto fizeram. 

    — E ela? — Pergunto, preocupado. Sabia que Kushina não maltrataria o neto. Ela deveria mima-lo até dizer chega, mas assim mesmo, me preocupava. 

    — Ficou deprimida o resto do dia. — Não pude deixar de rir. — Mas disse que encomendaria um do jeito que ele quisesse. 

    — E tava munto gotoso, papai. A vovó disse que vai tazê um pedaço pro papai. — Eu assenti, apesar de não gostar de doce.  

    — Ele ficou deprimido na festa. — Meu irmão sussurrou. Arqueei as sobrancelhas. — Porque não pode vir vê-lo. — Suspirei.  

    — Essa situação não faz bem a ele.  

    — Sasuke... — Eu sabia o que meu irmão diria, mas eu balancei a cabeça. 

    — Sabe, papai, O Suke ganhô um cachorrin.  

    — Ah, é? — Ele assentiu. — Quem deu? 

    — O tio Gaara. Eu pidi pra ele, e ele dexô o Suke iscolhê.  

    — Seus amigos amam mimá-lo. Minato acha incrível que mesmo com esses mimos, Daisuke não seja “mimado”, entende? — Eu sorri. — Ele entende quando dizemos não. Obedece quando é pedido...  

    — Daisuke tem suas manias, teme. — Revirou os olhos.  

    — E eu tenho certeza que o seu também, não é? — Ele bufou e eu sorri. 

    — Nós sentimos sua falta. — Eu assenti. Também sentia falta dos meus amigos, da minha família... Do meu filho. Da karin... 

    — Uchiha. — Olhei para o guarda e assenti.  

    — O tempo acabou. — Avisei. 

    — Não. — Sussurrou, me abraçando forte. — Não quelo i, papai.  

    — Nos veremos ainda essa semana. — O envolvi com meus braços. 

    — Não. — Sua voz ficou embargada. Não conseguiria vê-lo chorar. Isso acontecia sempre que nos despediamos, e isso acabava me matando por dentro. Sempre. O senti tremer nos meus braços. 

    — Suke, não faz isso, filho. — Pedi. Olhei para Itachi enquanto me levantava. Ele também se levantou, junto de Naruto. — Eu prometo que nos veremos ainda essa semana, filho. — E então eu ouvi seu choro. — Não chore... — Meu coração estava se despedaçando. 

    — Vem comigo, Suke. — Itachi tentou pega-lo, mas ele apertou os braços em volta do meu pescoço, ainda mais forte. 

    — Daisuke. — Vê-lo daquele jeito só me deixa mais culpado e mais triste. — Vá com seu tio. — Vi Naruto virar o rosto, ele também não conseguia vê-lo daquele jeito. — Vai, filho... — Retirei os braços dele, devagar. O choro dele se tornou mais sofrido e eu me segurava para não chorar também.  

    — Você volta logo, Suke. — Meu irmão diz. 

    — Itachi. — Meu irmão o pegou e eu senti meus olhos lacrimejarem, mas eu não choraria. — Não chore, filho. — Consegui dizer quando ele já estava nos braços de meu irmão. 

    — Não quelo i. — Ele segurou minha camisa. — Não quelo, papai. — Soluçou. Respirei fundo, e fiz com que ele largasse minha camisa.  

    — Nos veremos logo. — Beijei os cabelos tão parecidos com os meus.  

    — Venho te ver com os outros, amanhã. — Assenti e Naruto se afastou. Ele não conseguia ver Daisuke naquele estado, tanto quanto eu.  

    — Papai. — Disse entre soluços. 

    — Leve-o, Itachi.  — Consegui dizer, e meu irmão se afastou. O observei sair com meu filho que chorava em desespero. Ainda o ouvia gritar “papai” sem parar, mesmo depois de saírem daquela sala. 

    O toque do meu celular me despertou. O peguei rapidamente de cima da mesa de cabeceira quando vi meu filho se remexer parecendo que iria se despertar. 

    — Alô? – Eram 7h da manhã, e então percebi que não tinha dormido nem 3h direito. – Naruto, o que você quer a essa hora da manhã? 

    — Foi mal, teme. Mas preciso de um favor. – Ele parecia preocupado. 

    — Fala.  

    — A Hina não está passando bem, pode cuidar do Boruto para mim? 

    — Claro. – Me senti culpado por ter me aborrecido com ele. – Eu vou buscá-lo. 

    — Não precisa. Nejí vai deixa-lo aí para mim. Os gêmeos do Nejí estão febris, por isso ela não vai poder ficar com o Boruto. 

    — Tudo bem. E os gêmeos? 

    — Gaara se prontificou em ficar com eles.  

    — Certo. Estarei esperando o Nejí. – Nos despedimos e ele desligou. Me levantei, coloquei uma camisa, calcei um chinelo e caminhei calmamente, até o portão. Todos ainda dormiam. Logo ouvi o barulho do carro, e logo em seguida uma buzina, e abri o portão. Nejí saiu do carro, abriu a porta de trás e pegou o sobrinho no colo, caminhando até mim logo em seguida.  

    — Obrigado por isso. 

    — Que isso... – Ele me passou Boruto. – O que houve? 

    — Ela teve um sangramento. 

    — Tomara que não dê em nada. – Meu amigo concordou. – E os gêmeos? Naruto disse que Kenji e Hanna estão com febre... 

    — Ah, não é nada muito preocupante. Eles pegaram um resfriado. – Nessa época do ano o frio vem com força. – Por isso a Tenten não pôde ficar com o Boruto ou com Minato e Ayko.  

    — Tudo bem, eu entendo. 

    — Eu tenho que ir, mas qualquer coisa me liga. – Assenti. – Eu só não ficarei com ele, porque meu pai precisa de mim. Ele quis ir ver Hinata no hospital. 

    — Tudo bem. Eu vou ficar com o Daisuke o dia inteiro. Só vou entrevistar a Haruno mais tarde. 

    — Ah, então será hoje? – Assenti. – Bom, eu vou indo, então.  

    — Me liga quando souber de notícias. – Ele assentiu, entrando no carro. Entrei, fechei o portão, não teria como tranca-lo. Fechei a porta, quando entrei, trancando-a em seguida com minha mão livre e subi as escadas. O coloquei deitado na cama do Daisuke e voltei para meu quarto. Meu filho ainda dormia quando entrei, aproveitei para me deitar mais um pouco, mesmo que soubesse que não conseguiria dormir. 

    **Sasuke** 

    **--** **--**  

    — Boa tarde. – Sakura cumprimentou. 

    — Boa tarde. – Ela se aproximou. – Sente-se. 

    — Obrigada por mudar o horário da entrevista. – Ela havia ligado para o Uchiha no dia anterior e pedido que a entrevista fosse um pouco mais tarde, por causa da filha. 

    — Tudo bem. Eu compreendi que não poderia. 

    — Você se lembra de mim, certo? 

    — Claro. Estudou na minha sala e fomos representantes de turma juntos. 

    — Foi Naruto quem me indicou? 

    — E Hinata. Eles disseram que você precisava... 

    — Sim. Muito. – Suspirou. – Eles lhe contaram o porquê? 

    — Sim. Sua filha, certo? – Ela assentiu. – Ela está doente.  

    — Sim. Infelizmente. – Ele viu os olhos dela ficarem opacos. 

    — Você faz estágio, certo? 

    — Meio período. Das 6h da manhã até às 12h. Faço duas horas extras todos os dias, por causa de minha filha. – Ele assentiu. – Mas eu já falei com a minha chefe, vou trabalhar de madrugada.  

    — Eu vou precisar de você das 7h30h às 17h. Às vezes precisarei de você no final de semana também... 

    — Mas não em todos? – Sasuke negou. 

    — Só em caso de ter alguma reunião importante na empresa ou se precisarem que eu compareça em alguma festa. – Ela assentiu. – Mas o final de semana que tiver que cuidar do meu filho, será contado como horas extras. 

    — Tudo bem.  

    — Você mora onde? – Ela não compreendia aquela pergunta. 

    — Na rua do Hospital Geral. Rua da estação. 

    — Sei onde é. Precisarei que você se mude para mais perto de onde irei morar. – Ela arqueou as sobrancelhas. – Será mais fácil para você e para mim. 

    — O problema é que... – Sasuke a interrompeu. 

    — Tenho um apartamento na mesma rua em que vou morar. É pequeno, mas tem dois quartos com suíte, uma pequena sala, uma cozinha e um escritório. Mas daria para você e sua filha, não? 

    — Você... – Ela não sabia o que dizer. – Desculpe, mas não sei se é uma boa ideia. 

    — Sakura, você precisa do emprego e eu preciso de você. Vou começar a trabalhar em três semanas. 

    — E como fica esse negócio de eu morar em seu antigo apartamento? 

    — Não se preocupe, não vai precisar pagar nada. E sobre a limpeza, já vai alguém fazer isso duas vezes na semana.  

    — Não sei não.  

    — Você não vai precisar pagar nada do apartamento. – Sakura ficou alguns minutos em silêncio, pensando. E então, ela voltou seu olhar para o Uchiha. 

    — Tudo bem, eu aceito. 

    — Ótimo. Pedirei para que alguém busque suas coisas esse final de semana. 

    — Então eu começo a cuidar de seu filho daqui três semanas. – Ele assentiu. – Obrigada pela oportunidade. 

    — Eu que agradeço por aceitar a cuidar do meu filho. – Eles se despediram, e Sakura saiu do cômodo. 

    **--** **--** 

    **Sasuke** 

    Estava observando meu filho brincar com Boruto, no jardim. Apesar de estar cansado, por causa das noites mal dormidas, não poderia deixá-los sem supervisão. Crianças são complicadas. Passos chamaram minha atenção, e então vi minha mãe se sentando no banco de madeira ao meu lado. 

    — Você parece cansado. – Era de se esperar que percebessem, não consigo dormir desde que voltei para casa. 

    — Estou bem. – Menti. 

    — Você não está conseguindo dormir? – Eu tinha voltado meus olhos para as crianças, quando ela perguntou. – Querido, não acha que deve ir atrás de ajuda? 

    — O que? – A olhei surpreso. 

    — Uma psicóloga te ajudaria com a insônia.  

    — Eu estou bem. – Voltei a dizer.  

    — Eu sou sua mãe. Sei que não está bem... Por favor, procure... – A interrompi. 

    — Ninguém pode me ajudar. – Disse com seriedade, um pouco de grosseria, que eu gostaria que não tivesse saído, mas eu só queria que me deixassem resolver meus problemas do meu modo. 

    — Tudo bem. – Ela me olhou, triste. Decepcionada, e principalmente, preocupada. Não queria ter causada nada disso nela. – Vou deixar que cuide disso ao seu modo. – Me deu um beijo na testa, se levantou e saiu. 

    Eu estava tendo flashbacks. Não entendia o porquê, mas tinha começado a ficar rotineiro no dia em que saí da prisão. Não entendo o que está acontecendo comigo, as lembranças com Karin estavam cada vez mais fortes. Deve ser remorso, afinal, eu sou o culpado pela morte da Karin. Tirei uma filha dos pais, uma irmã de um irmão, e o pior... Deixei meu filho sem a mãe, e eu me perguntava se meu filho me perdoaria se soubesse. A risada de Daisuke chamou minha atenção. Boruto estava sentado na grama com um dos joelhos ralado e meu filho ria de alguma coisa que o loiro reclamava. Suspirei, não estava preocupado, Boruto não chorava, então não era nada sério. Me levantei e caminhei até onde estavam. 

    — O que houve? – Me abaixei na altura do meu afilhado e observei o machucado. Naruto tinha me feito o convite, e quando o menino nasceu, eu não pude negar. Naruto é meu melhor amigo, no final das contas. Voltei minha atenção para o machucado, apesar de estar sangrando, não era nada sério, como havia pensado. 

    — Ele tropeçô nos própius pés, papai. – Ele riu. 

    — Não tem gaça, Suke. – Fez um bico. 

    — Vamos limpar antes que infeccione. – O ajudei a se levantar. – Você é tão atrapalhado quanto seu pai. 

    — Não sô, não. – Retrucou, fazendo um bico. Daisuke nos seguiu quando peguei o garoto nos braços. – Tio,  dueno...  

    — Myia. – Chamei a governanta que passava por nós. – Poderia pegar a caixa de primeiros socorros? – O coloquei sentado no sofá. 

    — Claro, senhor. – Saiu do cômodo. 

    — Ai, Daisuke. – Gritou. 

    — Só quiria ver se tava doendo de verdade. – Quase ri. Eu teria feito o mesmo com Naruto na idade deles.  

    —  dueno, sim, ? – Reclamou. – Olha isso, tio... – Apontou para o machucado. – Eu vo ficá sem sangue... – Gritou desesperado. 

    — Não é para tanto, Boruto. – Bufei. Sabia que ele só tinha quatro anos, mas estava exagerando. Como a Hinata aguenta?  

    — Ah, você é muito exagerado, Bolt... – Meu filho diz também bufando. Sorri. Ele se pareceu tanto comigo fazendo isso.  

    — Não , não. – Cruzou os braços, emburrado. 

    — Obrigado. – Agradeço a Myia quando ela me entrega a caixa. – Eu vou limpar antes.  

    — Isso vai duê. – Gritou novamente. 

    — Fica quieto, Boruto. – Segurei a perna do menino, para que ele não a mexesse. 

    — Ai, tio. – Gritou mais uma vez, e eu o olhei descrente. Ele era escandaloso que nem o pai. Revirei os olhos. 

    — Larga de sê mintiroso. O papai jogô o remédio que não arde, né, papai? – Me olhou e eu fiz o mesmo. 

    — Sim. – Voltei meus olhos para Boruto. Por que tinha que ser tão parecido com meu amigo idiota? Até nos exageros o garoto era igual. – Tenho dó da Hinata. – Sussurrei. 

    — O que houve? – Ouvi minha mãe perguntar. Nem tinha percebido ela se aproximando. 

    — O Bolt como sempre é um disastrado, vovó. – Meu filho riu. Isso era algo que ele tinha pego de Karin.  

    — Querido, não ria de seu amigo. – Mamãe “brigou” com meu filho. 

    — Viu? – Deu a língua, e eu revirei meus olhos mais uma vez.  

    — Ele já está bem. – Terminei de tampar o ferimento. 

    — Têm que tomar mais cuidado.  

    — Foi o que eu disse, vovó. – Daisuke cruzou os braços, e então, eu me vi ali. Na expressão de meu filho.  

    — Por que não vão jogar videogame? – Daisuke assentiu. 

    — Vamo logo, Bolt. – O puxou do sofá. 

    — Não puxa, Suke. Ainda dói. 

    — Froxo. – Arqueei as sobrancelhas. Onde ele tinha aprendido a falar daquele jeito? 

    — Não , não.  dueno de vedade. – Mesmo dizendo isso, ele seguia o amigo.  

    — Você vem, papai? – Ele se virou quando estava no terceiro degrau da escada. 

    — Estarei no meu quarto. – Ele assentiu e voltou a subir as escadas, com o mini Uzumaki o seguindo. 

    — Tem horas que ele se parece tanto com você. – Minha mãe comentou. – Você já contratou a babá? – Perguntou quando eu não disse nada ao seu comentário. 

    — Sim. Ela vai falar com a diretora do hospital onde trabalha, mas... Está tudo certo.  

    — Que bom. – Sorriu. – E quando se muda? 

    — Semana que vem. – Ela ficou triste. – Não se preocupe. Virei vê-la sempre que eu puder. Eu prometo. 

    — Eu sei, querido. E eu entendo porque está indo... – Eu assenti. – Sempre estarei aqui para você e Daisuke. 

    — Eu sei, mãe. – Ela me abraçou e eu não pude deixar de abraça-la de volta. – Obrigado. Por tudo.  

    **--** 

    **Sakura** 

    — Mamãe? – Me voltei para minha filha. Ela estava em casa comigo. Estávamos no apartamento novo á quase três semanas. Começo a trabalhar para o Uchiha amanhã. Pelo menos passarei mais tempo com minha pequena. – A Mayu não cosegue cume. – Ela andava tão injoadinha. E isso já fazia dias, e isso me preocupava ainda mais. 

    — Tente mais um pouco, querida. – Ela olhou para a comida. – Mais um pouquinho... – Eu peguei a colher, colocando um pouco de comida, levando a boca dela, e ela comeu. Eu fiquei ali, por quase meia hora, tentando fazê-la comer. Ela precisava se fortalecer. Precisava comer, para não enfraquecer, mais do que já estava. Consegui fazê-la comer, não tudo, mas pelo menos sobrou pouco.  

    — Amanhã a gente acoda cedo, mamãe? 

    — Sim, meu amor. A mamãe vai começar em um trabalho novo... Lembra que eu expliquei a você? 

    — E a mamãe vai cudá da Mayu e do garotinho? 

    — Sim. Dos dois. – Sorri. – Você vai ter um amiguinho para brincar. – Ela sorriu. 

    —  cum sono. – Coçou os olhinhos.  

    — Vamos dormir, então? – Apesar de ela ter acordado a quatro horas atrás, ela ainda estava cansada. Será que isso não ia acabar nunca? Ela precisa de ajuda. Segurei o choro, e a peguei no colo. – Vou cantar para você, está bem? 

    — Sim, mamã. A Mayu gosta de ovi a mamãe cantá. – A deitei na cama, e me juntei a ela. Cobri nós duas, e comecei a cantar, baixinho. Minha filha dormiu rapidamente, mas continuei zelando seu sono. Sempre tive medo de ela nunca mais acordar. Que Deus não deixasse que isso acontecer. Continuei ali, observando-a dormir, e então senti lágrimas descendo por meu rosto. Droga. Não queria chorar, mas não conseguia segurar, não mais. Eu tentava ser forte por ela, mas... Estava cada vez mais difícil. Eu estava quebrada. Minha filha não podia morrer. Peguei em sua mãozinha.  

    — Por favor, Deus. Não deixe minha filha morrer. Eu te imploro.  

    **Sakura**


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