Seize The Day

  • Gabbysaky
  • Capitulos 28
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 17 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Prólogo

    Hentai, Linguagem Imprópria, Sexo

    Alguns personagens foram criados por mim

    Plágio é crime, então por favor, não vamos arrumar encrenca.

    Estou aqui com uma nova história.

    Já tem um tempo que estou com essa ideia na cabeça, e por isso eu vim compartilhar com vocês.

    Não postarei sempre, porque estou estudando para o Enem e fazendo um curso online, mas pelo menos uma vez ao mês estarei postando um capítulo.

    Estou pensando seriamente em colocá-la como "original", mas enquanto isso não acontece...

    Eu não sei se vocês já ouviram a música "Seize The Day" do grupo "Avenged Sevenfold". Essa é uma fic baseada no Vídeo Oficial dessa música. (Eu Amo)

    Será uma Long Fic.

    Tmbém será postada no Nyah e no Spirit

    Aualização: Mensalmente

    Palavras com áspas e itálico são conversa por mensagem ou audio.

    Palavras em Negrito e Itálico estão erradas propositalmente

    As cenas em Itálico são flashback

    É minha segunda história SasuSaku - apesar de a primeira eu ainda não estar postando.

    Terá bastante drama.

    Antes de deixá-los ler, quero agradescer muito, á Ballon, pela capa maravilhosa, incrível, sensacional, que fez para essa minha história.

    Espero que todos vocês gostem

    Frase Da História: Aproveite a vida ou morra lamentando o tempo perdido

    Boa Leitura

    Alemanha. Uma cidade com muitas famílias importantes e conservadoras, que preservam especialmente, seu sobrenome. Uma delas, eram os Uchiha. Uma das famílias mais importantes, todos sabiam quem eram, afinal, eles eram donos de uma das empresas de advocacia mais renomada do país. Os repórteres estavam sempre atrás de alguém da família, querendo reportagens, seja como fosse, eles sempre tinham algo a dizer sobre qualquer um da família Uchiha.  

    Naquele dia, eles estavam novamente na cola daquela família e dessa vez, era ainda mais importante. Finalmente, depois de tanto tempo, eles veriam o filho mais novo de Uchiha Fugaku. Essa seria a reportagem de suas vidas. Uchiha Sasuke teve sua vida desgraçada quando por pura diversão, decidiu, junto de quatro amigos, assaltar e quebrar uma lojinha de conveniência. Ele foi o único dos cinco garotos de 18 anos, a ser preso, deixando sua família e sua noiva decepcionados. Sasuke tinha tudo. Uma família que o apoiava em suas decisões, apesar de não concordarem com algumas coisas, amigos que estavam ao seu lado, não importava o que fosse, uma noiva que o amava, e que daria a ele, um filho. Mas tudo desmoronou quando ele foi preso. A família, por mais que o amasse, decidiu que ele pagaria pelo que havia feito. Ideia de seu pai, Uchiha Fugaku. E mesmo que seu irmão e sua mãe tivessem ido contra a decisão do mais velho, ambos sabiam que talvez, aquilo fizesse o garoto amadurecer. Depois de cinco anos, ele iria, finalmente, para casa. Agora, ele não era mais um garoto. Era um homem. E seria o CEO da empresa da família, seu pai não o deixara negar, para o homem, isso deveria ter acontecido á muito tempo, mas não quis pressionar o garoto quando ele terminou o colegial, a pedido da esposa, Uchiha Mikoto. Deixou que o filho terminasse a faculdade, sem muita pressão. Sasuke sempre foi um prodígio, terminou o colegial aos 15 anos, e terminou a faculdade aos 19 anos, meses depois de se formar, ele se meteu em problemas. E o pai dele se arrependeu de não ter pressionado o filho a tomar seu lugar na empresa.  Apesar de Fugaku amar o filho mais novo, ele não compareceu no portão do presídio, ele se sentia mal por ter deixado que o filho passasse cinco anos naquele lugar, mesmo sabendo que tinha sido a forma que ele encontrou para fazer o filho amadurecer. A mãe e o irmão, Itachi, estavam esperando-o, assim como seus amigos, Uzumaki Naruto, Sabaku no Gaara, Nara Shikamaru e Hyuuga Nejí. 

    Sasuke saiu assim que o portão se abriu. O olhar, que estava para baixo, subiu e encontrou sua família. Itachi estava agachado, abraçando um garotinho de cabelos negros e olhos azuis escuro. O mais velho sorriu ao ver o irmão, e olhou para o garotinho que o olhava também, esperando pela permissão. Assim que Itachi assentiu, ele correu para os braços do pai, que se abaixou para corresponder o abraço. Sentiam saudades. Sasuke o apertou, ouvindo do filho, que sentia saudades. 

    — Eu também. – Sussurrou. Sasuke se levantou, quando a mãe se aproximou.  

    — É tão bom te abraçar, querido. – Um de seus braços rodeou a cintura da mãe, a outra mão estava apoiada na cabeça do filho. O menino não tinha se afastado mesmo depois da avó se aproximar. – Seu pai está nos esperando em casa. 

    — Humm. – Ele não queria falar do pai, naquele momento. Olhou para o irmão que já estava próximo, junto de seus amigos.  

    — É bom ver você, irmão. 

    — Digo o mesmo. – Itachi o abraçou. Sasuke olhou para seus amigos quando o irmão se afastou. Cumprimentou a todos, sem se distanciar do filho.  

    — Vamos para casa? – Sasuke pousou os olhos na mãe. 

    — Eu vou em outro lugar antes, mãe. – Ela arqueou as sobrancelhas.  

    — Mãe. – Itachi a chamou. – Deixe-o ir. – Suspirando, a mulher assentiu.  

    — Vamos, querido? – Tentou pegar na mão do neto, mas ele se afastou, passando a abraçar o pai ainda mais.  

    — Daisuke vai comigo. – O pegou nos braços. – Não se preocupe, estaremos em casa logo... 

    — Não demore, filho. – Ele apenas assentiu, e assim, viu sua mãe e seu irmão entrarem em um "Argo" azul. 

    https://fotos.jornaldocarro.estadao.com.br/uploads/2017/10/26144528/Fiat-Argo-SUV_F-1160x768.jpg 

    — Nós iremos com você, Sasuke. – Olhou para Naruto. Ele estava sério, algo raro de acontecer. Sasuke agradeceu. Afinal, não sabia onde “ela” estava. 

    **--** **--** 

    — Karin. – Sussurrou. Olhava para a lápide, onde dizia: “Filha, amiga e esposa amada”. Apesar de não terem se casado oficialmente, estavam morando juntos desde o último ano do colégio. Quando chegaram até ali, seus amigos decidiram deixa-lo ter aquele momento, sozinho. Sasuke agradeceu mentalmente. Daisuke, que estava ao lado do pai, apenas observava, ele não conheceu a mãe, mas ouvia muito sobre ela. Seus tios e avós, falavam muito dela. – Eu sinto muito. – Essa era uma palavra que ele disse muitas vezes, desde a morte da mulher que amava. 

    — Mamãe. – Ele ouviu o filho dizer. Os tios, Itachi e Naruto, já tinham levado o menino ali, uma vez, quando ele já tinha idade suficiente para entender as coisas.  

    — Vai ficar tudo bem agora. – O filho o olhou. – Vamos ficar juntos. 

    — Pra sempre, papai? 

    — Para sempre. – O abraçou de lado, e voltou seus olhos para a lápide. – Vou cuidá-lo, Karin. Eu prometo a você. – Disse com seriedade. Ouviu passos e soube que eram seus amigos. 

    — Ela te amava. – Olhou para Naruto, que parou ao seu lado. – Minha irmã estava feliz com você. 

    — Agora, eu não concordo com isso. – Os amigos balançaram a cabeça. – Karin estaria melhor sem mim 

    — Não diz isso, Sasuke. – Naruto pede.  

    — Naquela noite... – Apertou as mãos em punhos. – Ela foi terminar tudo. Ela estava... 

    — Eu tentei impedi-la de ir, Sasuke... 

    — Nós todos tentamos, mas ela não ouviu. – Shikamaru completa. 

    — Ela só estava decepcionada, cara. – Nejí se pronuncia. – Nós também decepcionamos as garotas, e elas tinham razão de ficarem chateadas... Karin só precisava de tempo, Sasuke.  

    Eu destruí a vida dela. 

    — Também não é assim, cara. – Gaara se pronunciou. 

    — É assim sim. – Se levantou. – Se eu tivesse ouvido seu pedido naquele dia... – Se lembrava como se fosse ontem 

    — Você acha que é um menino? — Sua voz estava serena, feliz.  

    — Não sei. Mas menino ou menina... Vou amar de qualquer jeito. — Ela gravava o noivo falando com o bebê deles. — Assim que ele ou ela nascer, vai saber quem sou eu quando ouvir minha voz. — Ela riu. 

    — Capaz de acontecer mesmo. — Ele sorriu. — Eu te amo.  

    — Também te amo. — O beijou e ele correspondeu, a câmera, dessa vez, grava os dois. A campainha tocou, e os dois se afastaram. Sasuke se levantou para atender. 

    — E aí, cara? — Seus amigos entraram assim que Sasuke abriu a porta. — A gente tá afim de fazer uma brincadeirinha. — Nejí sorriu, sacana. 

    — Eu tive uma ideia para nos vingar da ameba do Sai. — Gaara completa, sério.  

    — Tá com a gente? — Shikamaru pergunta. Sasuke olhou para a noiva e seus amigos fazem o mesmo. Viu quando ela riu de algo que o irmão dizia.  

    —  nessa. — Responde olhando para os amigos. Se afasta para onde a noiva e o melhor amigo estavam. Sasuke e Naruto se olham por breves minutos, quando o loiro volta seu olhar para a irmã. 

    — Eu já vou indo. — Beijou o rosto dela. — Estamos te esperando lá fora. — Karin arqueou as sobrancelhas, olhando para o irmão, e quando ele e os outros saíram pela porta, ela pousou os olhos no noivo, preocupada. 

    — Eu vou dar uma saída. — A ruiva se levantou do sofá. 

    — O que vai fazer dessa vez? 

    — Não é nada demais. — Colocou, delicadamente, sua mão esquerda no rosto da mulher, acariciando. 

    — Sasuke, por favor, não faça nada inconsequente. — Seus olhos lacrimejaram. — Será que não vê que isso vai acabar com a sua vida, mais cedo ou mais tarde? 

    — Não se preocupe, estarei em casa antes do jantar. — A beijou, e mesmo que ela tenha segurado sua mão, ele saiu. 

    — Se eu tivesse ficado em casa... – Se interrompeu propositalmente. 

    — Não adianta pensar no passado. Éramos inconsequentes. Não imaginávamos que algo aconteceria com algum de nós. – Os outros concordaram com Shikamaru. 

    — Talvez, se não tivéssemos deixado você levar toda a culpa sozinho... – Sasuke interrompeu Gaara. 

    — Não se culpem por isso. Eu decidi não entregar vocês. – A pena dele seria menor, se ele entregasse os amigos, mas ele não era um traidor.  

    — E nós agradecemos, mas... – Nejí se pronuncia.  

    — Nejí, isso foi algo que eu decidi. Somos amigos, não iria entregar vocês, só para ter uma pena menor naquele inferno. – Os outros se olharam. 

    — Papai. – Sasuke olhou para o garotinho que se parecia tanto com sua mulher. – Tô cansado. – Sasuke deu um meio sorriso e o pegou no colo. 

    — Está melhor? – O menino assentiu, enquanto deitava a cabeça no ombro esquerdo do pai. Os amigos observavam em como o menino, que passou, tão pouco tempo com o pai, estava feliz. Finalmente eles teriam a chance de serem pai e filho. 

    — Melhor irmos. Seus pais podem ficar preocupados. – Sasuke bufou. Não estava nenhum um pouco afim de ver o pai. Não que tivesse raiva dele por ter deixado ele passar todos aqueles anos na cadeia, porque entendia, agora, que ele só queria que ele mudasse. Que amadurecesse. Mas ainda assim, sua relação com o pai não era nada boa, mesmo antes de tudo o que houve. 

    — Eu te deixo em casa. – Sasuke agradeceu ao amigo loiro. 

    **--** **--** 

    — Como você está? – Sasuke o olhou. 

    — Estou bem. – Deu de ombros, olhando as casas e conveniências. 

    — Não acredito em você. – Sasuke não respondeu. – Estamos preocupados. Sabe, você está livre, mas... Está mais estranho do que quando estava naquele lugar.  

    — Eu só... Eu só preciso de tempo. – Naruto o olhou por breves momentos, antes de voltar os olhos para a estrada. – Você deve me entender. Você esqueceu da sua irmã? – Olhou para o amigo. 

    — Nunca vou me esquecer da minha irmã. Mas isso não quer dizer que eu vou parar minha vida, Sasuke. – E novamente o amigo não respondeu, voltando a olhar para fora da janela. – Você precisa pensar agora, que tudo que precisa é ser feliz por ela. Karin não iria querer que você... 

    — Eu sei. – O cortou. – Eu sei que ela não iria gostar de eu estar... – Se interrompeu propositalmente. Suspirou antes de voltar a se pronunciar. – Eu sei disso. Mas eu não consigo. Não é algo fácil, se você não sabe. 

    — Ah, eu sei que não é. Quando vou na casa dos meus pais, me lembro de tudo que eu e Karin aprontávamos. É impossível não me lembrar dela quando estou naquela casa. Por isso eu entendo que não seja fácil, mas faça um esforço, Teme.  

    — Não sei se eu quero "superar". 

    — Não fala assim. Você tem o Daisuke, Sasuke. Você é obrigado a superar. Ou então, seu filho vai sofrer também. – Ele assentiu. – Ele é um garoto esperto, e se você demonstrar essa tristeza, ele também vai ficar triste. Porque o pai dele não está feliz, e ele vai ficar imaginando o porquê.  

    — Ele não vai precisar ficar pensando nada... Porque ele nunca vai me ver triste. Eu sei como devo ser perto dele.  

    — Você deve ser a mesma "pessoa", perto e longe dele, Sasuke. Você precisa superar tudo isso que aconteceu, e ser feliz. É tudo que eu, nossos amigos, seus pais e seu irmão queremos. – Sasuke arqueou as sobrancelhas quando passaram em frente a uma loja que ele conhecia bem. 

    — Está totalmente renovada. 

    — Claro que está. Seu pai o indenizou pelo que fizemos. Quer dizer... Nossos pais. – Sasuke o olhou. – Nossos pais pagaram todos os estragos. – Sasuke sorriu. 

    — Eu não me lembro de ter quebrado paredes. – Naruto riu.  

    — Foi a maneira de fazer o pai do Sai ficar "calmo". – Fez aspas com a mão quando parou o carro em frente a mansão.  

    — Ele deve ter ficado bem "calmo" quando viu que a loja dele "cresceu". – Naruto assentiu, sorrindo. – Bom, isso é passado. 

    — Digo o mesmo sobre o que houve entre você e Karin.  

    — Não vamos falar sobre isso, Naruto.  

    — Tudo bem. – Murmurou. – Nos vemos depois. 

    — Beleza. Eu ainda quero conhecer seus filhos.  

    — Vamos marcar. – Sorriu. – Até mais. 

    — Até mais. – Sasuke saiu do carro, pegou o filho que estava na cadeirinha que Naruto colocava o filho mais velho, e caminhou para o portão da mansão. Naruto buzinou duas vezes e foi embora. Sasuke suspirou antes de abrir o portão. Estava em casa. 

    **--** **--** 

    Sasuke abriu a porta, anunciando sua chegada. O filho tinha dormido no caminho para casa, por isso se dirigia para as escadas, afim de colocá-lo na cama, pela primeira vez. Isso fazia com que ele sentisse, finalmente, a liberdade. Finalmente, ele teria a chance de colocar o filho para dormir, a chance de vê-lo acordar, brincar... Poderia ser seu pai, completamente. Ouviu passos, ele sabia que não eram de sua mãe, eram passos pesados demais para ser a mulher. 

    — Sasuke. – Suspirou antes de se virar para o pai. – Seja bem-vindo de volta, filho. 

    — Obrigado. – Murmurou. 

    — Onde estava? – Claro que ele ouviria aquela pergunta. Mesmo que sua vontade era não responder, decidiu fazê-lo, para evitar dor de cabeça. 

    — Fui ver a Karin. – Ele se surpreendeu ao não ouvir nada de seu pai. Fugaku apenas assentiu a sua resposta. – Estou cansado, vou me deitar um pouco. 

    — Quero falar com você sobre a empresa. – Sasuke reprimiu um revirar de olhos. – Mas podemos falar sobre isso amanhã. – Assentindo, Sasuke subiu as escadas. 

    **--** **--** 

    — Papai. – Sussurrou pouco depois que foi colocado na cama. Sasuke, que estava perto da porta, se virou para olha-lo. – Deita aqui. – Bateu uma das mãozinhas na cama.  

    — O papai vai tomar um banho e volta para ficar com você. – Daisuke coçou os olhos, assentindo. – Já volto. – Avisou, saindo do quarto logo em seguida, caminhando para o próprio, que ficava em frente ao quarto do filho. Não tinham mudado nada. Continuava do mesmo jeito que deixara quando tinha ido morar com Karin. A lembrança que teve da ruiva, o entristeceu. Caminhou até o closet, afim de pegar uma muda de roupa. Precisava de um longo banho, mas como havia prometido ao filho que voltaria para ficar com ele, deixaria o banho longo para mais tarde. Assim que abriu uma das gavetas, encontrou uma lingerie, havia comprado para a noiva quando ela havia ido morar ali com ele. E quando se mudaram, ela deve ter esquecido. Pegando-a, sentiu as lembranças voltarem com força. 

    — Karin? — Entrou no quarto. Tinha acabado de chegar de um bar que tinha ido com os amigos. — O que está fazendo? — Sorriu ao vê-la vestida com a lingerie que havia comprado dias atrás. Estava em uma pose sexy, encostada no batente da porta do banheiro.  

    — Seus pais saíram. - - Seu sorriso se tornou malicioso. — Têm alguma ideia do que fazer para aproveitar? 

    — Muitas. — Se aproximou, puxando-a para seus braços, deixando os corpos quase unidos. — Se eu soubesse que eles sairiam eu teria ficado em casa. — Ela riu. 

    — Deveria ter ouvido seu pai lhe falar antes de sair. — Sasuke, não querendo ouvir nada sobre o pai, a beijou. Tendo a namorada correspondendo com o mesmo desejo, a levantou, fazendo com que a ruiva rodeasse as pernas em sua cintura, andando com ela até a cama, sem parar de beija-la. 

    Sasuke tinha lembranças boas com Karin. Mas que por tudo que aconteceu, o machucava de algum modo. E mesmo assim, ele não queria deixar de se lembrar. Era algo que fazia Karin ser "real", mesmo que só em sua mente. Ele não queria se esquecer disso. Do que ele sente por ela. Das lembranças dele com ela. Ele fechou os olhos, lembrando da primeira conversa que teve com Karin sobre o pai, ela nunca quis que ele brigasse com Fugaku. Sempre tentou fazê-lo entender o pai.   

    — Eu não entendo porque você e seu pai não se dão bem. — Sasuke parou de acariciar as costas nuas da namorada.  

    — Ele nunca vai me aceitar. Fugaku só tem um filho. Itachi. 

    — Não fala assim. — Ela apoiou o queixo no peito de Sasuke para olhá-lo. — Ele te ama, só não sabe demonstrar. — Sasuke não respondeu. — Você deveria se abrir com ele. 

    — Me abrir? Me expor? Para que? Não vai adiantar. Fugaku sempre vai achar que o que eu faço, é uma forma de rebeldia. Eu sempre sou o errado da história. 

    — Não seria se você não fizesse essas coisas erradas. — Ele a olhou. 

    — Karin, eu não quero brigar.  

    — Tudo bem. — Voltou a pousar a cabeça no peito do namorado. — Não vamos falar sobre isso. Vamos falar sobre a faculdade. — Sorriu. — Eu quero muito começar as aulas. 

    — Eu não estou tão ansioso.  

    — Ah, isso é porque você não está animado com o curso. 

    — Talvez seja isso mesmo. — Voltou a olhá-la. — No momento estou pensando em nós.  

    — Nós? — Ela voltou a pousar o queixo em seu peito. — E o que pensa sobre nós. 

    — Que deveríamos nos mudar.  

    — Nos mudar daqui? — Ele assentiu.  

    — Eu quero ter meu canto. Não suporto mais estar na presença do Fugaku. — Bufou. Respirou fundo. — E eu quero começar uma vida com você. — Sorriu pela primeira vez, desde que começaram a conversar. — Eu quero me casar com você. 

    — Casar? — Ela se sentou, puxando o lençol até os seios. — Você nunca falou em casar. 

    — Mas eu quero. — Ela sorriu. — Não agora, quero terminar a faculdade, mas... Já podemos procurar um lugar nosso. 

    — Eu ia adorar. — Ela se sentou no colo de Sasuke. — E eu posso esperar pelo pedido. — Sussurrou antes de beijá-lo. 

    A voz de sua mãe o fez voltar para o presente. Mesmo que ele quisesse ter aquelas lembranças para sempre, sabia que isso só iria fazê-lo mal. Sasuke, que estava no banheiro, e nem sabia como havia chegado até lá, olhou para a mãe pelo espelho. As lembranças tinham sido fortes o suficiente, para não perceber que havia tomado banho. 

    — Querido. – Ele desviou os olhos do espelho. – Estou te chamando a um tempo e você não me responde.  

    — Desculpe. – Não explicaria o porquê. 

    — Vim chamá-lo para comer. – Suspirando, ele negou. – Mas... 

    — Mãe. – A interrompeu, se virando para olha-la. – Estou bem. Só o que eu quero, agora, é dormir. – Ela sentiu-se triste. Seu filho não estava bem. 

    — Tudo bem. – Se aproximou. – Fico tão feliz por tê-lo em casa. 

    — Humm. – Não poderia discordar, mesmo que já tivesse decidido, quando estava olhando a lápide de Karin, que iria se mudar. – Eu vou ficar com o Daisuke. 

    — Tudo bem. – Diz mais uma vez, olhando-o sair do quarto. – O acordarei quando o jantar ficar pronto. – Sasuke só levantou a mão direita para responder um “okay”, enquanto caminhava para o quarto do filho. 

    **--** **--** 

    Mikoto não conseguia ver seu filho daquele jeito. Ela sentia seu peito apertar. Ela entrou na cozinha, pensando em o que fazer para ajudar o filho. Fugaku percebeu que a esposa estava preocupada com alguma coisa, quando seus olhos pousaram nela. E ele já tinha ideia do que a preocupava, não, de quem a preocupava.  

    — Preocupada? – Ela o olhou. 

    — Sasuke está ainda mais excluso que antes.  

    — Ele só precisa de um tempo. – Voltou seus olhos para os papeis em cima da mesa. 

    — Será que só um tempo vai ajudar? – Suspirou. 

    — Mikoto. – Ele soltou os papeis novamente, e pegou na mão da esposa. – Sasuke passou cinco anos na cadeia, e isso é parte, minha culpa. – Ela o olhou. – Nunca quis que... Só queria que ele aprendesse que para tudo têm consequências. 

    — Eu sei. Parte da culpa também é minha. Eu sempre passei a mão na cabeça dele. 

    — Apesar de eu nunca ter gostado daquele romance dele com Karin, eu sei que ele a amava. Ele me enfrentou, por ela. – Ela assentiu. – E, mesmo que eu tivesse ficado com muita raiva naquela época, eu o entendia. Eu fiz o mesmo quando me casei com você. – Mikoto se lembrou de como Fugaku enfrentou o pai para poderem se casar. Se não tivesse feito o que fez, eles nunca teriam ficado juntos, e nunca teriam a família que tinham hoje.  

    — Queria poder ajudar, de algum jeito. 

    — Não vai poder. Nada que fizermos vai ajudar. Mesmo que não demonstre, ele se sente culpado pelo que houve com a noiva.  

    — Mas foi uma fatalidade. 

    — Mikoto, ele fez uma burrada, e ela se decepcionou, como todos nós. Foi atrás dele chateada. Ele tem motivos para se achar culpado.  

    — Ela não iria querer que ele pensasse assim. 

    — Não. Ela não iria. Mas nós não podemos mudar o que ele sente. – Ouviram passos. 

    — Tudo bem aqui? – Eles olham para a entrada da cozinha. 

    — Sim. Está tudo bem.  

    — Querido, onde estava? 

    — Estava por aí. 

    — Por aí? – Fugaku arqueou as sobrancelhas. Itachi deu de ombros.  

    — Não se preocupe, não estava "aprontando".  

    — Me pergunto o que você tanto faz na rua.  

    — Me divertindo. 

    — Sinceramente, odeio essa palavra. – Itachi revirou os olhos.  

    — Não é nenhuma diversão errada, pai. – O homem assentiu. – E Sasuke? 

    — Com Daisuke. – O outro sorriu. 

    — Vai ser a primeira vez que ele vai colocar o Daisuke para dormir. 

    — Vai ser a primeira vez que ele vai ser o pai do Daisuke. – Fugaku corrigiu. – Talvez, se eu tivesse feito de outro jeito... 

    — Agora não adianta pensar nisso, Fugaku. Você não queria magoa-lo de forma alguma, queria que ele tivesse... Limites.  

    — Mesmo que eu não tivesse apoiado sua decisão, eu entendi o que quis fazer, pai. Sasuke também entende. – Fugaku o olhou. – Ele me disse uma vez, quando fui visita-lo. Mesmo assim, acho que deveriam conversar. Ele ainda tem muita magoa do senhor. 

    — Farei isso, filho.  

    **--**  

    **Sasuke** 

    Fui acordado por meu filho, que tinha dormido comigo, no meu quarto, antes das 9h da manhã. E mesmo estando cansado, eu não me importei. Era a primeira vez que eu tinha um tempo só meu com ele. Ele estava ansioso pela minha atenção, e eu não pude negar o pedido dele de brincar. Por isso, agora, estávamos no quarto de brinquedos.  

    — Tio Itachi disse que era do papai. – Me mostrou um dinossauro verde de brinquedo. Me lembrei de minha infância com Itachi. Eram meus momentos favoritos, as horas que Itachi ficava comigo, brincando.  

    — Sim. Sua avó me deu quando eu era um bebê. – O vi sorrir. – Você gosta muito dele? 

    — Sim. É meu peferido. – Ele pareceu se lembrar de algo, quando exclamou algo que eu não compreendi. – Vovô disse que o Suke não tem mais idade pra brincá com ele. – Era bem a cara de Uchiha Fugaku. Ele não faria com meu filho, o que fez comigo. Daisuke seria uma criança normal.  

    — Não se preocupe com o que seu avô diz. – Peguei um carro azul de controle remoto. Itachi me deu no meu aniversário de três anos.  

    — Papai? – As lembranças com meu irmão sumiram no momento em que ouvi meu filho me chamar. – Você e o vovô não se gosta? – Me surpreendi com a pergunta. – Eu ouvi o tio Itachi convesando com a vovó. – Eu não sabia o que responder. Pensei bem, antes de responder ao meu filho. 

    — Nós estamos... Tristes... – Arqueei as sobrancelhas ao falar a palavra. Não era bem essa palavra, mas tudo bem. – Um com o outro. Não se preocupe com isso. 

    — O papai e o vovô não vai brigá, né?  

    — Não. – Não na sua frente, pelo menos. 

    — Se o vovô dexô o papai triste, ele pode pidi discupa, né? – Eu quase sorri. – E aí, o papai e o vovô não vai ficá triste um com otro mais.  

    — Não têm que se preocupar com isso. – Ele assentiu. – Você gosta muito do vovô? 

    — Gosto. Tem hora que o vovô fica bravo, mais gosto muito dele. – Meu filho diz, olhando para o dinossauro. Eu deveria tomar cuidado quando estivesse na presença do meu pai, apesar de ainda não estar muito bem com o velho, meu filho o amava. E eu não iria mudar isso. Fugaku poderia ser melhor com meu filho do que foi comigo. – Papai? – Voltei a olhar para o meu filho quando ele apoiou em uma de minhas pernas, ficando mais próximo. Não me cansava em ouvi-lo me chamar de papai. – Posso pidi uma coisa? 

    — O que você quiser.  

    — Quero uma foto da mamãe. – Mais uma vez eu fiquei surpreso.  

    — Você não tem uma? – E então me lembrei que em seu quarto não tinha nenhuma foto de Karin. Mas eu sabia que em meu quarto tinha algumas, por isso não entendia porque meu filho não tinha fotos da mãe dele.  

    — Não. – Responde triste. – Não fica bravo... – Não entendi seu pedido. – Mais o vovô disse que não tinha. – Como assim ele disse que não tinha? Isso era mentira. Meu quarto tinha pelo menos três. Se não mais, escondidas no meu closet. – Mais eu vi uma no quarto do papai. 

    — Por que não a pegou? – Queria saber o que meu pai queria com aquilo. Ele nunca gostou de Karin, mas não deixar que meu filho tenha uma foto da mãe, era demais para eu aceitar.  

    — O vovô não dexô. – Arqueei as sobrancelhas mais uma vez. – Não fica triste com o vovô, não. Ele não dexava eu entrá no quarto do papai, purque ia sê triste. – Triste. Triste é meu filho não ter uma única foto da mãe dele. Meu pai não iria tirar esse direito do meu filho. O que ele quisesse, ele o teria.  

    — Ela é sua. – Ele sorriu, animado, e eu o puxei para meu colo, o abraçando.  

    **--** **--** 

    — Você disse que queria falar comigo. – Disse assim que entrei no escritório. Meu pai estava sentado à minha frente, com uma mesa entre nós.  

    — Sim. Sobre a empresa. – E novamente, eu reprimi uma ofensa. Me sentei. – Quero saber quando se colocará a frente da presidência. 

    — Você pode decidir. – Eu estava sério. – Só quero que me de um mês para ficar com Daisuke e resolver umas coisas.  

    — Que coisas? – Ele arqueou as sobrancelhas, desconfiado, e eu bufei.  

    — Quando eu resolver, contarei a todos.  

    — Não gosto quando esconde as coisas. Da última vez... – Me levantei, interrompendo-o. 

    — O que aconteceu não importa mais. 

    — Como assim, não importa mais? Você sujou o nome da nossa família, Sasuke.  

    — É com isso que se importa? Com o nome Uchiha? – Minha voz saiu mais alto do que gostaria. Precisava me acalmar, Daisuke estava na sala, e poderia ouvir. 

    — Você sabe que não. – Se levantou. 

    — Claro que não. – Debochou. – Você me deixou naquele lugar por cinco anos... Estava tão envergonhado, por seu filho estar preso, que nunca o visitou. Nunca. 

    — Eu queria que você pagasse pelo que havia feito, Sasuke. Isso se chama consequências de atos impróprios. Você destruiu sua vida por nada. Você acha que eu gostei do que fiz? Você acha que eu estava feliz por ver meu filho caçula atrás das grades? Você fez o que fez porque sua mãe nunca te disse um não, sempre passava a mão na sua cabeça, nunca o repreendeu quando necessário. 

    Você já disse o que achou dos meus atos “inconsequentes”, no dia em que eu fui preso. Eu realmente entendo que tenha se decepcionado comigo, eu vacilei. Entendo porque me deixou lá, queria que eu amadurecesse..., mas não tem o direito de dizer que minha mãe foi mole comigo.  

    — Só quero o seu melhor. Você é meu filho... – Suspirei. – O seu namoro com aquela garota... 

    — Não ouse. – Rosnei, interrompendo-o. – Karin não tem nada... Ouviu bem? Nada a ver com o que eu fiz. – Fugaku se assustou quando eu gritei. – Sim. Eu fui um imbecil ao fazer o que fiz. Deveria ter ouvido Karin quando ela me pediu, me implorou, para eu não ir... – Ficamos olhando um para o outro, em silêncio, por alguns minutos, e então voltei a me pronunciar. – Eu fiz tudo aquilo para chamar a sua atenção, sabia? 

    — O que? – Ele aprecia surpreso. 

    — Sua preocupação sempre foi com o Itachi. Seu filho preferido, o filho mais velho. Seu orgulho. Enquanto eu me esforçava para ganhar a sua atenção, Itachi a ganhava sem esforço algum. – Se era para eu mudar de verdade, se era para eu ser uma pessoa melhor, pelo meu filho, então iria colocar as cartas na mesa. Dizer tudo que eu senti com relação a ele quando era mais novo. – Mesmo com minhas notas sendo as melhores da minha turma, mesmo eu sendo o representante da minha turma... Eu não conseguia seu orgulho. 

    — Eu tinha. – Ele me interrompeu. – Tinha orgulho de você, só era mais difícil de demonstrar. Você era... Difícil, Sasuke. 

    — Eu era o filho caçula... E você não me enxergava. 

    — Sasuke, eu fui a todos os jogos. Fui a todas as reuniões da escola... 

    — Isso não era o bastante para mim. – O interrompi mais uma vez. – Você não tinha a mesma dedicação e atenção que tinha com Itachi. E quando você disse que eu iria substituí-lo na empresa, eu achei que finalmente você tinha me enxergado... – Fugaku arqueou as sobrancelhas. – Mas não. Você não teve escolha. Eu fui a segunda opção, porque Itachi não queria ser advogado. – Deu um riso anasalado. 

    — Eu já tinha escolhido você antes mesmo do Itachi me avisar que decidiu fazer faculdade de medicina. – Dessa vez, quem ficou surpreso fui eu. – Por isso eu chamei Itachi para conversar, no ano em que ele terminava o colegial. E for por isso que não me importei quando ele decidiu ser médico. Eu queria saber se ele se importaria, com a minha escolha.  

    — Então... – Me lembrei de quando meu avô, pai da minha mãe, tinha me contado sobre a decisão do meu pai. O velho nunca gostou do fato da minha mãe ter se casado com meu pai, ao contrário do meu avô paterno, que se arrependeu de ter feito o filho escolher entre a família e minha mãe. – Kaito quem me disse que o senhor não tinha escolha, ao me escolher. Ele quem me contou que Itachi faria faculdade de medicina. 

    — Ele estava errado. – Foi a primeira vez que que vi meu pai bufar. – Não, errado não é a palavra certa. Ele com certeza disse isso para você, para colocá-lo contra mim. Ele não perderia essa oportunidade. – Fechei minhas mãos em punhos. O velho sabia que eu tinha mágoa do meu pai e usou isso a favor dele, fazendo-me acreditar que meu pai... Aquele velho maldito. – Você deveria ter vindo até mim, antes de ouvir a conversa fiada do seu avô, e fazer besteiras.  

    — Ele não é meu avô. – Rosnei. Meu pai assentiu. – E como é que eu viria até o senhor? Você nunca tinha tempo para mim. E eu estava com raiva. 

    — E o que você ganhou com essa raiva, Sasuke? – Ele retrucou, me fazendo engolir em seco, me lembrando de Karin. – Nada. – Balançou a cabeça. – Nós éramos complicados... E eu posso ter errado, em deixar que pensasse que eu amava mais seu irmão que você..., Mas isso não justifica o que fez. 

    — Não. Eu sei que não. Agora, eu sei que eu não devia ter feito aquelas coisas, mas...  

    — Eu sei. – Meu pai diz. – Vamos esquecer essa história. – Suspirou pesadamente. – Isso é passado. Vamos deixar o passado no passado. – Eu assenti. –  Eu vou te dar o tempo que precisar. Você disse um mês?  

    — Sim. Eu quero ter um tempo com ele, antes de começar a trabalhar. 

    — Então assim será. – Me virei para sair da sala, mas me lembrei da conversa que tive com meu filho, por isso me virei. 

    — Por que proibiu Daisuke de ter uma foto de Karin? – Ele se surpreendeu com minha pergunta, eu vi em seus olhos. 

    — Achei que seria muito difícil para ele. 

    — Ela é a mãe dele. Ele não a conheceu, tem o direito de ter fotos dela. 

    — Eu sinto muito se passei dos limites.  

    — Eu não quero que você coloque pressão nele. Daisuke têm cinco anos, a infância que eu perdi, meu filho vai ter. – Eu sabia que por Daisuke ser meu herdeiro, meu pai o pressionaria para ser o melhor. 

    — Vou deixar você resolver do seu modo a educação do Daisuke. Ele é seu filho, afinal de contas. – Eu assenti e sai do escritório. 

    **--** **--** 

    Sasuke ajudou o filho a se vestir, e agora se arrumava para o almoço em família. Sua mãe tinha convidado a família do irmão de seu pai. Era seu primeiro almoço em família desde muito tempo. Colocou uma camisa polo preta com mangas curtas. A barra do bolso era vinho, assim como as barras da manga. Vestia uma bermuda branca, e calçava um tênis da adidas branco e cinza. Saiu do closet e encontrou o filho sentado em sua cama, com o seu celular em mãos.  

    — Vamos lá? – Daisuke assentiu, e seu pai o desceu da cama.  

    — Papai, posso fazê uma pegunta? – Sasuke o olhou. Sempre que seu filho fazia aquele tipo de pergunta, era porque alguém não quis responder, ou, porque ele percebeu que era algo que deixaria alguém triste.  

    — Claro. 

    — Pur que a tia Rin é triste? – A pergunta o pegou de surpresa. 

    — Como assim, filho? 

    — Ela sorri, mais os olhos dela não, sabe? – Sasuke sorriu, seu filho era esperto demais para uma criança de cinco anos. Mas ele já deveria saber, sua mãe sempre disse que crianças tinham uma sensibilidade maior que a dos adultos.  

    — Senta aqui. – Diz depois de se sentar na cama. – Você sabe que o tio Itachi e o tio Shisui nasceram quase juntos, né? – Ele assente. 

    — Ele disse que o tio Shisui nasceu... – Ele mostrou os dedinhos, e Sasuke achou fofo. – Quatro meses depois.  

    — Isso mesmo. Sete meses depois, a tia Rin ficou grávida. 

    — Ela teve ôtro bebê? 

    — Sim. Uma garotinha. 

    — Mais, papai... – Interrompeu o pai, confuso. – O tio Shisui não tem uma irmãzinha. 

    — Ela foi levada pra longe, filho, poucos meses depois que nasceu.  

    — Levada? 

    — É. Pessoas más a levaram. Por isso você não a conhece. 

    — Pur isso a vovó disse pra não falá com istranhos

    — Isso mesmo. É perigoso. – Ele assentiu. – Por isso você não conheceu sua priminha. Nem eu a conheci.  

    — Que triste. 

    — É sim. Por isso ela às vezes fica triste. Ela sente falta da bebê dela...  

    — Igual eu sinti do papai? 

    — Muito mais. Você podia me ver, filho... Ela nunca mais viu a filhinha dela.  

    — Coitadinha.  

    — Mas não fale sobre isso com ninguém, okay? 

    — Se não a tia fica mais triste, né? 

    — Isso mesmo. – Daisuke assentiu. – Vamos descer, os outros já devem ter chegado. – Sasuke se levantou e desceu o filho da cama, pegando em sua mão.  

    — Papai? – Eles se olharam. – Ela tinha nome? 

    — Kazumi. 

    **--** **--** 

    — Sasuke, querido, que bom vê-lo. – Ela o abraçou, depois de apertar Daisuke em seus braços. – Você está tão diferente. Como está, agora que finalmente está em casa? 

    — Livre? – Ela sorriu. – E o Shisui, ele não vem? 

    — Vem sim. – Quem respondeu foi Obito. – Ele foi buscar a esposa que estava visitando os pais. – Sasuke assentiu. – Fico feliz por você estar fora daquele lugar, finalmente. Vê se não vai aprontar de novo. 

    — Obito. – Rin o repreendeu, e ele a olhou, dando de ombros. Sasuke não se importou com o comentário do outro. – Nós sabemos que não faria nada que possa prejudicá-lo, novamente, querido. – Ela lhe sorriu. – Afinal, você tem o Daisuke. – O menino sorriu para ela.  

    — Me desculpe se falei algo que não gostou, sobrinho. 

    — Está tudo bem. 

    — Você já viu seus amigos, depois que saiu daquele lugar? 

    — Vi sim. Todos eles.  

    — E já viu os filhos deles? – Rin sorriu novamente. – Eu sou completamente apaixonada nas gêmeas Sabaku. Elas são muito fofas.  

    — Sim, elas são. Mas eu só as vi por fotos. Eu ainda vou conhecê-las essa semana. – Sasuke podia imaginar o porquê de Rin ser apegada às meninas de Gaara. E podia imaginar que ela tivesse a mesma paixão pelas filhas de Temari e Tenten. 

    — Ah, eu não sei se Itachi disse... – Obito diz com um sorriso enorme no rosto. – Mas Yumi está grávida. 

    — O Itachi não me disse, não. Eu fico feliz por Shisui e Yumi. – Se lembrou da esposa do primo. Uma mulher de longos cabelos castanho avermelhado, com olhos de cor lavanda.  

    — Ela já está quase dando à luz. 

    — Rin está mais ansiosa que os pais da criança, filho. – Sasuke olhou para a mãe. – Sasuke, mudando de assunto... Cadê seu irmão? 

    — Eu não sei.  

    — Papai, posso i vê a Shasta? 

    — Agora, não. Vamos almoçar primeiro. – Ele fez um bico, mas assentiu. Sasuke podia entendê-lo. Ficar no meio dos adultos deveria estar uma chatice. Ele mesmo já pensou assim, quando tina a idade de seu filho. – Enquanto os outros não chegam, pode ir jogar videogame. – Sasuke não precisou dizer duas vezes. Daisuke correu para a sala. 

    — Seu irmão tinha mesmo que sair? 

    — Ele deve ter ido resolver alguma coisa, mãe. 

    — Ainda não descobriu para onde ele anda indo? – Sasuke arqueou as sobrancelhas. Até sua tia estava curiosa a esse respeito? Ele pensou. 

    — Não. – Fez um bico.  

    — Mas ela ainda não desistiu. – Fugaku completou. 

    — Até eu estou ficando curiosa.  

    — Deixe o rapaz. Ele deve estar se divertindo. – Sasuke concordava, apesar de que tivesse sua suspeita. – Logo ele deve estar de volta.  

    — Vamos nos sentar na sala de estar, então.  

    — Eu vou ligar para ele, mãe.  

    — Por favor, filho. – Sasuke pegou o celular e mandou uma mensagem, que foi respondida em seguida. Sasuke revirou os olhos.  

    "O que você anda aprontando?" 

    "Nada. Por que?" 

    "Mamãe está suspeitando dessas suas saídas" 

    "Estou chegando em casa"  

    Sasuke percebeu que o irmão mudou de assunto propositalmente.  

    "Então ande logo, os tios já chegaram" 

    "Em dez minutos eu chego aí".  

    Sasuke desligou a tela do celular e caminhou para onde estavam os outros. 

    — Ele disse que chega em dez minutos.  

    — Está tudo bem. Shisui ainda não chegou.  

    **--** **--** 

    — O que você pretende, agora que está em casa? – Sasuke ouviu de seu tio.  

    — Eu vou ficar no lugar do Itachi.  

    — Você deve estar soltando fogos de artifício, né? – Shisui diz, rindo. – Você vivia reclamando de lá. 

    — Ah, aquele lugar não é de Deus. Quase todo dia tem um problema estourando na minha cabeça. É por isso que o pai ficava todo estressado.  

    — Também não é pra tanto, Itachi.  

    — Não? Que isso? – Debochou, e os mais novos riram. – Eu não nasci para ser advogado. Não. Não é pra mim.  

    — Você não estava lá como advogado, estava como intermediário.  

    — Mesmo assim. Semana passada um casal brigava para ver quem levava o cachorro. – Bufou. – Um cachorro, dá pra acreditar?  

    — Não se preocupe, em algumas semanas você estará livre. Eu só pedi alguns dias para ficar com o Daisuke... – Ele assentiu. 

    — Eu consegui suportar até agora...  

    — E você Yumi? Está ansiosa pela bebê? 

    — Acho que minha sogra está mais que eu e Shisui. – Diz com um sorriso. – Mas sim, eu estou. Falta tão pouco para eu ver a carinha dela.  

    — Será a primeira garotinha da família. – Rin abaixou o olhar, ao ouvir Mikoto, que quando percebeu o que disse, se arrependeu. – Me desculpe, Rin. 

    — Não. Está tudo bem. – Olhou para a amiga. – É verdade. Seria a segunda se minha filha... – Se interrompeu. – Mas eu não desisti.  

    — Mesmo depois de tantos anos? Agora ela teria o que?  

    — 28 anos completos em dois meses. – Ela responde rapidamente, se lembrando do dia em que sua pequena nasceu. Um mês depois do aniversário do seu filho mais velho. – Eu sei que ela está viva. Eu sinto isso.  

    — Não sabemos quem a levou ou por que até hoje, mas ela insiste em continuar com as buscas. 

    — É a filha dela, Obito. Como ela poderia desistir? 

    — Não digo para desistir. Eu só não tenho mais esperanças.  

    — Já olhou em todos os orfanatos? – Sasuke pergunta. – Podem ter pistas sobre a garotinha. Vocês sabem o dia e o mês em que a levaram. Sabem a idade dela. O que ela estava usando...  

    — Nós não procuramos em todos os orfanatos. Mas teve um em questão, que todos os registros foram destruídos. 

    — Como? – Sasuke questiona, com as sobrancelhas arqueadas.  

    — Teve um incêndio. Muitas crianças foram mandadas para outros orfanatos. Os registros foram queimados... Eles não sabem de nada. 

    — Não sabem, ou não quiseram falar? 

    — Como assim, Sasuke? 

    — Registros como os de orfanatos não são feitos só em documentos escritos. – Todos o olham, curiosos. – São feitos também pelo computador, como cópias, caso algo aconteça. Quando as crianças são... Transportadas para outros orfanatos, a outra instituição precisa dos "documentos" delas.  

    — O Sasuke está certo. Eles têm que ter as cópias desses documentos.  

    — Disseram que foi tudo destruído, e por isso eu e seu pai não questionamos.  

    — Quem sabe ela não passou por lá, tia? – Itachi diz, fazendo a outra olhá-lo. – E de lá, vocês podem chegar até a instituição para qual ela foi transferida. – O casal se olhou. 

    — Eu quero ir até lá novamente.  

    — Se é o que você quer... 

    — Tia, eu só acho que deve entender que agora ela já tem um nome novo, e é alguém que pensa que foi abandonada. – Rin olhou para Sasuke.  

    — Sasuke... 

    — Ela tem que saber, mãe. – Voltou seus olhos para a tia. – Ela não é mais o bebê que foi levado, já é uma mulher. Tem que pensar que se caso a encontre... Vocês terão que construir um vínculo. 

    — Eu sei. – Sussurrou. – Mas eu quero ter minha filha de volta. 

    — É o direito da senhora, tia. Caso a encontre, vocês terão muito tempo para conversar, se conhecer... Dar explicações, que ela com certeza vai querer. – Itachi completa, fazendo ambos os tios concordarem.  

    — No momento vamos nos concentrar em encontrá-la, mãe. – Shisui pegou na mão da mulher. – Depois nós pensamos nas outras coisas.  

    **--** **--** 

    — Seus filhos são a sua cara. – Disse para Naruto. – Tenho dó da Hinata. 

    — Ei. – Reclama, indignado, e eu sorri. Daisuke brincava com o garotinho um ano mais novo. Uzumaki Boruto. Os outros dois garotinhos loiros, de olhos igualmente azuis, Minato e Ayko, eram dois anos mais novo que o irmão mais velho. Eles dormiam dentro do cercadinho. – Você não veio mais cedo por que? 

    — Eu estava em um almoço em família. Meus tios apareceram também... 

    — Entendo. Soube que a tia Rin ainda não desistiu de encontrar a filha. 

    — É. Falamos sobre isso hoje. 

    — Eu fico com pena. Eu não sei o que faria caso acontecesse isso comigo. Eu e Hinata ficaríamos sem chão.  

    — É algo que ninguém deveria passar. Sabe o que é mais estranho? Ela sumiu dentro da casa dos meus tios. Em um momento ela estava brincando na sala, e no momento seguinte... Não estava mais. Eu nunca falei para ninguém, mas... – Se interrompeu, e Naruto ficou curioso. 

    — Mas?  

    — O pai da tia Rin nunca gostou do casamento dela com o tio Obito. Ele sempre gostou do status da minha família, mas não era com meu tio que ele queria casar a filha. 

    — Com quem? – Arqueou as sobrancelhas. 

    — Com o irmão mais novo do meu pai.  

    — Izuna. – Sasuke assentiu. – E qual é o problema dele com o tio Obito? 

    — Ele sempre achou que o tio Obito fosse um "problema". A tia Rin sempre amou o Obito, e por isso se casou com ele, mesmo que seu pai fosse contra.  

    — E você acha que ele... – Se interrompeu, abismado. – Que ele quem sumiu com a própria neta?  

    — Foi a primeira pessoa que me passou na cabeça quando Itachi me contou a história.  

    — Se ele foi mesmo capaz disso... – Balançou a cabeça. – Ele foi um monstro.  

    — Eu nunca disse minhas suspeitas a ninguém, porque eu não tinha provas. Se bem que eu joguei isso na cara dele uma vez.  

    — Quando? 

    — Pouco antes de eu descobrir sobre o Daisuke.  

    — Então você finalmente deixou de ser orgulhoso, não é? — Sasuke olhou para o homem, que entrava na sala. — Está com a família novamente, mesmo depois de fazer aquela cena ridícula com seu pai. Um garoto mimado, que faz o que quer, e se acha no direito de maltratar os pais. Eu ainda não entendo como Fugaku ainda suporta suas malcriações. Eu já teria dado um basta na sua arrogância e prepotência. 

    — E desde quando isso passou a ser da sua conta? O que se passa comigo e minha família não é da sua conta. — Nunca gostou do velho. O pai de sua tia, Hotaru, nunca gostou do fato da filha ter se casado com o irmão do meio de seu pai. Sasuke bufou, revirando os olhos, e caminhou para sair do cômodo. 

    — Você e Obito tem o mesmo gênio ruim. — Sasuke se virou ao ouvi-lo. Estava na casa do tio para um almoço em família. Ele não queria estar ali, mas Karin o convenceu. Agora ele se arrependia de ter ouvido sua noiva.  

    — Eu não me importo com o que você acha de mim.  

    — Se eu fosse seu pai, já tinha lhe dado uma surra bem merecida. 

    — Eu agradeço todos os dias por não ter você como pai. — Retrucou. — Você acha que ninguém da minha família sabe que você é um invejoso? Você sempre quis ter o que nós temos, mas nunca conseguiu. Sempre foi um ninguém.  

    — Olha como fala comigo, seu fedelho. 

    — Eu falo como eu quiser. Você não estava falando de mim agora a pouco? Agora aguenta. — Se aproximou. — Eu nem sei por que você está aqui, na casa do meu tio... Você nunca gostou dele. Sempre quis que a tia Rin se casasse com meu tio Izuna. — Riu. — Idiota. Ele já sabia do romance do irmão com a tia Rin. Ele foi o primeiro a saber... Você achou que ele iria trair o próprio irmão?  

    — Izuna seria o garoto perfeito para a minha filha. 

    — Sim. Isso é o que você pensa. Mas o tio Izuna nunca ficaria com a sua filha por duas razões: A primeira foi o que eu disse: ele não trairia o irmão, e a segunda, é que ele já estava namorando a tia Haruka.  

    — Você não sabe do que está falando. Ele quase aceitou minha proposta... 

    — Ele deixou que você pensasse que sim, até que o tio e a tia se cassassem escondidos. — Jogou na cara dele, com um sorriso. — Eles já estavam casados quando você descobriu a gravidez, seu imbecil. 

    — Você não sabe do que está falando, seu moleque. — Repetiu, pegando-o pelo colarinho da camisa. — Minha filha se casou só por causa da gravidez... 

    — Você realmente pensa assim? — Riu. — Não pensei que fosse tão idiota. — O homem o jogou para longe, mas Sasuke não se importou, continuou olhando-o.  

    — Você é só um moleque inútil, não sei porque estou lhe dando ouvidos. Seu pai só teve um filho que presta. Itachi. Você foi com certeza um erro. — E mesmo que aquelas palavras tivessem machucado Sasuke, ele não demonstrou. — Um garoto que só se importa com festas, e faz todo tipo de coisas erradas. A vergonha da família Uchiha. Um mimado, que não serve para nada. Um condenado, que vai acabar atrás das grades.  

    — Você é quem vai acabar atrás das grades. — Praticamente grita, chamando a atenção dos outros. — Eu posso apostar que foi você quem sequestrou a Kazumi. Você nunca quis que a tia Rin tivesse uma "filha", não é mesmo? Você nunca quis que a Kazumi tivesse nascido. Que seria melhor a sua filha perder a criança. Não foi isso que você disse quando a tia Rin quase perdeu a bebê? — Riu. — Ninguém acredita que você tem culpa, nem mesmo passa pela cabeça deles que foi você quem fez isso..., Mas eu sei. E acredite, eu vou até o inferno só para descobrir se tem dedo seu nessa história. — Os outros chegam na sala, confusos, vendo os dois se olharem, raivosos. — Maldito. Desgraçado.  

    — Sasuke. — Fugaku o repreende. Ninguém tinha ouvido o resto da conversa. — Peça desculpas. 

    — Eu não. Quem começou foi ele.  

    — Eu? — Se fez de vítima, e Sasuke se irritou ainda mais. — Você começou a dizer coisas sem sentido. 

    — Você é mesmo um filho da puta.  

    — Sasuke. — Mikoto quem o repreendeu dessa vez. 

    — Vai morrer sozinho e no quinto dos infernos. — Continuou, não se importando com os outros. — E quer saber? Ninguém vai se importar, porque nem mesmo sua família te suporta. — Sasuke se virou, passando pelos presentes. — Vamos embora, Karin.  

    — Você disse tudo isso? 

    — Eu queria ter dito mais. Aquele velho maldito... – Rosnou. – Ele deve ter pacto com o capeta, assim como o pai da minha mãe. – Naruto, ao ouvir o amigo falar de Kaito, resolveu fazer a pergunta óbvia. 

    — Até hoje você tem cisma com o velho? 

    — Ele quem começou a me colocar contra meu pai. Além de que, eu e ele nunca nos demos bem. Ele nunca quis que a minha mãe se casasse com meu pai... – Suspirou. – Eu posso ter mudado um pouco, mas não sou cego, ou burro. Não dou as costas para pessoas malditas como eles. O velho não mudou, e eu duvido que o pai da tia Rin tenha mudado.  

    — Você vai mesmo descobrir se ele sequestrou a Kazumi? 

    — Eu primeiro vou dar atenção ao meu filho. Depois... Eu vou sim fazer isso. E eu já tenho por onde começar. 

    — Pode contar comigo, se precisar. 

    — Valeu, Dobe.  

    — Agora... Vamos esquecer dessa história. Eu estou curioso, você disse que mudou. – Sorriu. –  O que decidiu com seu pai? 

    — Serei o CEO. – Ele assentiu. – Mas eu não quero continuar morando com meus pais. 

    — Então, você vai se mudar? 

    — Falei com um corretor hoje, e vou me encontrar com ele amanhã. 

    — Não quer ver aqui no condomínio? – Neguei. – Por que? 

    — Porque eu tenho um filho de cinco anos, vou passar o dia quase inteiro na empresa, e preciso de segurança... Prefiro morar em um apartamento. 

    — Entendo. Até porque ele ainda não está na escola. – Ainda tinha isso. Eu teria que arrumar uma babá. 

    — Ainda bem que me lembrou disso. – Ele me olhou confuso. – Preciso de uma babá. 

    — Ah! Eu tenho a pessoa certa para você. – Arqueei as sobrancelhas. Desde quando Naruto entende de babás? Ou ao menos, as conhece? Seus filhos passavam o dia com a mãe ou com os avós. – É sério. Ela acabou de terminar a faculdade de medicina, conseguiu um estágio de seis horas semanais, mas precisa de um segundo emprego para pagar o tratamento da filha que está doente. 

    — Humm. – Para saber tanto da vida da mulher, deve conhece-la. – A conhece de onde? 

    — Ela estudou com a gente. – Hinata quem me respondeu. Nem tinha percebido ela entrar no cômodo. – Você deve se lembrar dela. Haruno Sakura. – Sim. Eu me lembro bem, ela era a única garota da nossa sala que ficava no mesmo patamar de notas que eu. Ela era representante de turma junto comigo, mas não nos falávamos muito. Só sobre o que fosse importante para a sala. Ela também era a capitã das líderes de torcida, da qual minha noiva fazia parte. Karin sempre falou muito bem da garota. 

    — Claro. Eu me lembro. 

    — E então? – Ela parecia ansiosa. 

    — Fala para ela me procurar na quinta que vem, às dez horas da manhã. – Meus amigos assentiram.  

    — Sasuke, você fica para o jantar? – Eu olhava para meu filho quando ela me perguntou. 

    — Claro, Hinata. Obrigado. – Ela sorriu e voltou para a cozinha. Naruto tinha me contado que ela estava grávida de quase três meses, e que tinham certeza que dessa vez viria uma garotinha. E como se fosse um mecanismo para minhas lembranças, eu começo a me lembrar de quando eu e Karin falamos sobre filhos, poucas semanas antes de ela me contar sobre a gravidez.  

    — Sasuke? — Ele a olhou. — Você pensa em ter filhos? 

    — Filhos? — Ele arqueou as sobrancelhas, confuso por ela começar aquele assunto. — Claro que penso, mas por que a pergunta? 

    — Para saber se você quer ter filhos. — Deu de ombros. — Eu quero. Muito. Sempre quis ter gêmeos. 

    — Gêmeos? — Ela assentiu. — Não tem muitos gêmeos na minha família. É bem raro, na verdade.  

    — Eu penso em ter uma menina e um menino. Mas em especial, uma garotinha.  

    — Eu imagino uma garotinha assim como você. — Ela sorriu, se aproximando, sentando-se no colo dele. — Ruiva de olhos azuis. Igualzinha a você. 

    — Então você quer uma filha?  

    — Eu não me importo se vier menino. — Deu de ombros. — Mas sim, eu quero ter uma filha. — Karin mordeu o lábio, ele sabia que ela estava pensativa. — Quer me dizer alguma coisa? 

    — Não. — Sasuke não acreditou. — Eu só estou imaginando um garotinho igualzinho a você.  

    — Hummm... Você está estranha. 

    — Por que acha isso? 

    — Porque você anda estranha a alguns dias. Tem chorado por nada... Eu nunca sei o que esperar quando chego em casa. E você anda evitando que eu te toque... — Ela arqueou as sobrancelhas. 

    — Sasuke, eu não estava afim... 

    — Eu sei. Não estou reclamando disso. O problema é que você está estranha, Karin. 

    — Só porque eu toquei no assunto de filhos? Você tem medo? 

    — Acabei de dizer que quero ser pai, por que eu teria medo? 

    — E se... E se acontecesse? 

    — Karin, por que essa conversa agora? — Retrucou, estranhando a conversa. — Ainda estamos fazendo faculdade, então... 

    — Eu só queria saber mesmo... — Suspirou. — E se acontecesse de eu ficar grávida, antes de terminarmos a faculdade? O que você faria? 

    — Em primeiro lugar, eu surtaria. — Revirou os olhos. — Não estamos prontos para ser pais agora, Karin.  

    — Eu sei. Eu só quero saber... 

    — Karin, você está grávida? — Ele a cortou. 

    — Não. — Mentiu. — Não. Eu não estou.  

    — Então por que pensar nisso agora?  

    — Porque pode acontecer com qualquer um, ora. — Bufou, cruzando os braços. — E eu queria saber como você reagiria se isso acontecesse. 

    — Eu não iria abandonar você, se é isso o que está se perguntando. — Ela olhou nos olhos negros. — Eu ficaria... Surpreso, e assustado, mas não abandonaria você... Vocês. — Ela assentiu. — Podemos esquecer esse assunto? Eu tenho uma prova amanhã, e acredite, ela vai estar cabulosa.  

    — Okay. — Sorriu fraco.  

    Eu só descobri a verdade, de que ela realmente estava grávida, três semanas depois, quando eu já tinha terminado todas as minhas provas. Ela chorou por horas, antes de enfim me contar que estava grávida. Eu tive que controlar meu desespero para ajudá-la. Para apoia-la, porque eu sabia, ela estava escondendo aquele tempo todo para eu poder me concentrar nas provas. Karin sempre pensou mais em mim, do que nela mesma. Nós conversamos, muito, até decidirmos que era melhor contarmos aos nossos pais, afinal, iriamos precisar de ajuda.  

    — Está tudo bem, cara? – Olhei para meu amigo, voltando das "lembranças". 

    — Sim. Foi mal. 

    — Lembranças? – Ele me conhecia bem. – Quando precisar desabafar... 

    — Eu sei. – O interrompi. – Valeu. 

    — Que tal umas partidas? – Apontou para o videogame. 

    — Você quer se lembrar de como era ser um perdedor? – Ele bufou e eu sorri. 

    — Cala a boca. – Revirou os olhos enquanto se levantava para ligar o jogo. Voltou para o sofá com dois controles, me entregando um deles.


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