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Esse conto se passa no enredo das edições "Lealdade em Ravnica"
Lavinia entrou no casebre imundo que lhe servia de lar nas ultimas duas semanas com nada mais do que uma cesta de pães na mão e nem sequer um pingo de orgulho no rosto. Ela estava péssima, suas roupas sujas e rasgadas, uma situação deplorável para uma ex-membro do senado Azorius. Mas seu estado físico nem era o pior e sim o fato de ter que roubar aqueles pães de um soldado da cidade. Por toda sua vida pregara a obediência as leis e agora as estava quebrando. Se alguém a chamasse de hipócrita ela teria simplesmente que abaixar a cabeça e aceitar o fato. Sim, era decadente e ela sentia-se péssima por isso.
Logo ao entrar avistou Jace, o telepata vestia seu longo manto azul, o capuz abaixado revelava seu rosto magro e sério. Jace era um de seus poucos aliados e, certamente, seu único amigo que ainda estava vivo. Ele a fitou com alivio, mas não pareceu muito animado ao ver os pães patéticos que ela trazia.
- Não me olhe assim, não sabe o trabalho que deu roubar isso ? disse cansada sentando-se na cama velha de lençóis rasgadas, a única que havia naquele misero casebre de madeira. Jace sentou-se ao seu lado e ela lhe ofereceu um dos pães.
Lavinia era um soldado, ou ao menos ainda queria acreditar nisso. Excelente guerreira com cabelos pretos curtos e um vigoroso porte atlético. Tinha um forte sendo de justiça como era de se esperar de uma Azorius, mas a cada dia que passava era mais difícil acreditar que existia sendo o mundo tão cruel e tirano.
- Eu não disse nada ? começou ele e então deu uma mordida no pão. Pela careta que fez ao começar a mastigar era obvio que o gosto estava uma droga.
- Nem precisa ? respondeu ela fazendo uma careta semelhante ao mordeu o seu pão ? eu sei só de olhar para você.
Jace riu e murmurou algo sobre ele ser o telepata ali. Lavinia deu de ombros e, em silêncio, ambos aproveitaram de seu parco jantar. Já fazia quase um mês que os dois viviam juntos como foragidos. Ravnica estava um caos e eles precisariam se proteger. Jace sempre fora o inteligente, o cara dos planos, mas a vida de foragido havia exigido dele cada vez mais da arte do improviso visto que os planos não demoravam muito para ir por água abaixo. Lavinia tivera que jogar toda sua dignidade na lama ao cometer crimes e ir contra a lei para conseguir mantê-los vivos. Não importava se a lei estivesse distorcida e servindo apenas aos interesses de Dovin Baan, o novo líder do senado Azorius. Isso não mudava o fato de Lavinia estar agindo contra o que a justiça dizia ser o certo. Isso doía nela, muito.
- Como foi nas ruas? Descobriu algo interessante? ? perguntou Jace ao terminar seu pão.
Ela deu um suspiro cansado. Não tivera nada de interessante em sua vida ultimamente. Vivia como um rato de esgoto, uma escoria. O senado Azorius não era mais seu lar e ela já havia perdido as esperanças de poder destronar Baan de seu cargo como líder da guilda. Sentia-se abatida, deprimida e inútil. Sua espada estava sempre em sua cintura, mas quem iria matar com ela? Dovin estava longe demais de sua lamina.
- Precisamos fazer algo Jace... estamos apenas mofando nesse lugar imundo enquanto Ravnica incendeia em caos.
- Vamos fazer Lavinia, mas se agirmos por impulso colocaremos tudo a perder. Eu preciso da ajuda dos outros. Quando Gideon e Chandra estiverem aqui iremos nos reagrupar e fazer um plano.
Lavinia esperava que sim. Fazia dias que Jace diria isso, mas nada de alguém aparecer. Em um gesto intimo de fragilidade ela apoiou a cabeça no ombro de Jace e deixou despencar no amigo todo o peso de sua frustração. Ele colocou a mão no ombro da amiga para lhe dar conforto. Era tudo que podia fazer no momento.
Para Lavinia Jace sempre fora um amigo, mas a convivência tão próxima que tiveram durante todo aquele mês mudou a relação deles de uma forma que nenhum dos dois esperava. Ainda se consideravam amigos, mas, ocasionalmente, acabavam se deixando levar pela carência e pelo desejo e se permitiam amar como se fossem dois amantes.
Lavinia não lembrava bem quando aquilo começou, mas agora já era habito os dois trocarem caricias e fazerem amor. Quando terminavam voltavam a agir como se nada tivesse acontecido. Era estranho sim, mas mais estranho seria se agissem como se fossem um casal. Ela nem sequer conseguia imaginar isso.
Jace a puxou mais para perto beijando-a nos lábios, aquele era um pedido silencioso para uma transa e, carente como estava, ela retribuiu. Trocaram um beijo lento, as mãos de Lavinia logo exploraram o corpo de Jace retirando-lhe aquele incomodo manto azul e revelando um porte atraente, com músculos sutis.
Jace havia lhe dito que conseguira esse corpo mais atlético e queimado do sol devido a sua estadia como pirata em um mundo chamado Ixalan. Ela havia gostado da mudança, não só física mas também psicológica. Ele havia se tornado um pouco mais impetuoso e gentil e isso era bom. Até ela precisava de um ombro amigo de vez em quando e, claro, de uma boa transa também.
As mãos dela acariciaram o peitoral dele, explorando cada centímetro do corpo do telepata. Lavinia respirava acelerado, queria mais, o sexo era o único prazer que lhe restava. Com ousadia e desejo ela sentou em seu colo, as mãos envolvendo o pescoço de Jace. Os beijos do casal se tornavam mais intensos a cada instante e eles começavam a arfar lentamente.
Ela sentiu quando Jace repousou as mãos na bunda dela. Gostou do toque firme e possessivo dele. Quem diria que o todo certinho do Jace Bereleen teria tanta ousadia na cama? Bem, com certeza ninguém imaginaria que ela era tão ousada também.
- Porque você usa tantas roupas? ? protestou Jace com dificuldades em retirar a capa e as peças de armadura de Lavinia ? faz isso apenas para me provocar?
- Com certeza ? respondeu ela com um leve toque de malivia e voltou a engoli-lo em um demorado beijo.
Ela ouviu o telepata deixar escapar um gemido de prazer. Alguns instantes depois ele conseguira livrar-se da capa e da armadura dela, em seguida retirou a blusa de Lavinia deixando os seios da soldado expostos.
Eram seios pequenos e firmes. Ele os massageou com gosto e começou a chupa-los com avidez. Foi a vez de Lavinia gemer. Aquilo era muito bom, era a forma que ela tinha de aliviar o stress e a frustração. Ela ergueu a cabeça e gemeu liberando toda sua tensão reprimida, as mãos se cravando nos cabelos curtos de Jace.
- Mais forte... ? disse em uma voz seca. Jace obedeceu sugando seus seios com tanta força que chegava a doer.
As mãos dele deslizaram pelas costas nuas de Lavinia e o toque foi reconfortante. Lavinia gemia, fechava os olhos e apenas se deixava levar pelas sensações que lhe invadiam o corpo e a mente, desfrutando do prazer limpo e seco que o amigo lhe proporcionava.
Ela conseguia sentir o membro duro dele pulsando por debaixo das calças e embora estivesse adorando a forma como era chupada queria provar o gosto de Jace. Em um movimento repentino Lavinia se levantou interrompendo o ato de amor. Jace a olhou confuso, mas quando a viu se ajoelhar logo entendeu o que ela pretendia.
Eles não falavam muito durante o sexo, apenas o necessário, queriam se satisfazer e nada mais. Já de joelhos ela retirou as calças dele e o pênis de Jace saltou para fora ansioso para poder entrar em algo. Lavinia abriu as pernas dele c começou a chupar. Sua cabeça se movia em um ritmo mediano porem ansioso. Ela desfrutava do gosto dele, as vezes parava de chupar para, avida, lamber seu pênis e seus testículos. Era uma sensação agradável e que proporcionava a soldado uma felicidade momentânea.
Jace soltou um gemido de satisfação e isso deu a Lavinia um estranho prazer, o de fazer o frio e calculista Jace perder a cabeça. Com cada vez mais pressa ela intensificou seus movimentos, chupando Jace ainda mais rápido.
- Pare... quero entrar em você ? disse ele controlando-se para não gemer ainda mais alto. Isso poderia chamar atenção a qual eles não queriam para si. Lavinia parou, estava tão excitada chupando-o que quase esquecera dessa parte.
Ela suava e, somado ao fato de não poder tomar um banho decente nos últimos dias, seu cheiro devia estar dos piores, mas quem ligava? Jace também estava tão imundo quanto ela devido a condição de renegados e isso não fora um obstáculo para ela o desejar.
Lavinia se levantou e retirou o restante de suas roupas. Sua vagina estava úmida e com uma pelugem que começava a crescer, mas nada demais. Ela sentou-se sobre Jace deixando que o membro dele se encaixasse em sua intimidade. Gemeu de satisfação com a penetração. Jace levou as mãos a cintura dela e começou a dar-lhe estocadas.
Ela rebolava, não mais gemia, urrava de prazer. Seus olhos de fechavam com força devido a dor da penetração. Ela afundou a cabeça no ombro dele e, arfando, pedia para que ele continuasse.
E assim ele fez. Penetrava-a com cada vez mais intensidade. Eles se amavam como amigos, mas faziam amor apenas por necessidade. Ambos precisavam se aliviar e felizmente tinham um ao outro para isso.
Ela sentia-o apetando sua bunda e seu membro invadindo-a cada vez mais forte por dentro. Aquilo era tudo que queria naquele momento: prazer, simplesmente prazer. Essa era a única forma que ela tinha de esquecer o caos que estava Ravnica, a única forma de esquecer que Isperia, a antiga líder dos Azorius, havia sido assassinada e agora Dovin Baan estava no poder. Era a única forma de entender que tudo isso acontecia e ela não simplesmente não pudera evitar...
Ela não precisava resolver os seus problemas, isso era pedir demais. Mas poderia esquece-los. E para isso Jace era perfeito. O sexo era uma fuga, mas se ela não fugisse iria enlouquecer. Os dois iriam.
Eles continuaram a se amar, transando com força e ímpeto naquele velho casebre enquanto, fora dali, o caos reinava no mundo e Dovin Baan arquitetava seus planos sob as ordem de um ser muito mais astuto, poderoso e cruel que ele.