Oshogatsu!

  • Finalizada
  • Naneyagami
  • Capitulos 3
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 44 minutos

    16
    Capítulos:

    Capítulo 2

    Capitulo II

    Homossexualidade

    Olá meninos e meninas, tudo beleza?

    Gente eu tô viva tá, eu acho. Quer dizer, ainda estou entre os vivo. Posso não estar em minha melhor forma (me assusto ao me olhar no espelho e constatar as olheiras. Kkk), vida de estudante/trabalhadora é mortificante, mas eu consegui escrever esse capitulo.

    Peço perdão pelo atraso nas postagens e nas respostas dos reviews. Não conseguir parar para me concentrar nas fics: meus professores passam muitos deveres de casa, fora trabalhos. Estou tô quase pedindo as contas. Mas vamos ao que interessa.

    Espero que gostem do capitulo.

    Não betado!

    Boa leitura a todos!

    ~ Capitulo II ~

    Shun deu um suspiro aliviado quando retornou a mansão. Já passava das cinco da tarde quando ele e Seiya retornaram com varias sacolas. Shun queria que fosse uma surpresa para todos, inclusive para os que já estavam na mansão. Mas o sagitariano o atormentou tanto, querendo saber o que ele e Hyoga estavam aprontando, que o virginiano não teve outra escolha se não contar e se livrar do inoportuno. E para manter tudo em segredo dos demais, arrastou Seiya consigo. Claro, se arrependendo de tal decisão ao olhar nos olhos do russo.

    Shun desviou o olhar (mais uma vez não conseguia vencer uma batalha travada entre os olhos dele e do aquariano) capitando a presença de todos os dourados, incluindo o grande mestre do santuário, Shion. O cavaleiro de cisne se mostrava profundamente magoado com o virginiano, uma vez que eles tinham combinado que a festa seria um segredo entre ele e Shun. E que seria ele a ajudar o mais novo, e não Seiya.

    — Shun, Seiya, que saudade de vocês. – Milo correu para recepcionar os cavaleiros, dando um abraço de urso nos menores.

    — Olá, Milo. Há quando tempo?! – Shun falou sufocado. Seiya apenas se focou em respirar.

    — Onde estavam? – Inquiriu o escorpiano animado.

    — Fomos comprar os preparativos para a festa réplica do Tanabata.— Seiya falou animado com a ideia dos colegas.

    Shun acertou a mão na testa, pedindo por paciência. Havia dito a Seiya que aquilo era um segredo para ser contado somente na hora.

    — Ops...— O sagitariano colocou as mãos na boca ao ver a reação do virginiano, como se quisesse engolir as palavras de volta. – Desculpe-me, Shun. Estreguei sua surpresa de ano novo.

    — Tudo bem, Seiya. A culpa foi inteiramente minha por ter te contado.

    Hyoga estreitou perigosamente o olhar.

    — E o que é “nabatata”? – Milo perguntou curioso, era a primeira vez que escutava aquele nome, e, curiosamente, sentiu-se muito familiarizado a ele.

    — Tanabata, Milo. Tanabata. – Shun o corrigiu, impaciente.

    — Isso. Foi isso que eu quis dizer.

    O mais novo balançou a cabeça, negativo. O escorpiano não tinha jeito.

    — Tanabata é um evento que acontece anualmente no Japão. – Camus foi socorrer o namorado, chamando a atenção de todos. – Ocorre no sétimo dia do sétimo mês do ano. E tem como característica, a realização de um desejo. – Concluiu o aquariano.

    — Hum. – O loiro perdeu o interesse.

    — Mas não é somente isso... – Shun interviu. – É a comemoração do amor entre Orihime a "Princesa Tecelã" e Kengyu  "Pastor do Gado". Os dois se apaixonaram fulminantemente. Aponto de suas vidas girarem apenas em torno do belo romance, deixando de lado suas tarefas e obrigações diárias. Furioso com a falta de responsabilidade do jovem casal, o pai de Orihime decidiu separar os dois, obrigando-os a morarem em lados opostos da Via-Láctea. A separação trouxe muito sofrimento e tristeza para Orihime, que passou a definhar. Culpado pelo sentimento de pesar da filha, o pai de Orihime resolveu permitir que o jovem casal se encontrasse, porém, somente, uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar, com a condição de que cumprissem a ordem de atender todos os pedidos vindos da terra nesta data.

    — E eles realizam qualquer desejo? – Afrodite perguntou. Seus olhos estavam brilhando de emoção.

    — Sim. Qualquer desejo. – Afirmou o virginiano.

    — Incluindo os amorosos? – Shura se interessou.

    — “Os” do coração, são a prioridade deles. – Hyoga respondeu. – Bom, isso de acordo com os livros.

    — Até amores antigos? – Dohko perguntou com um sorriso bobo.

    — Todos, mestre ancião. – Shun já estava cansando daquele “isso” e “aquilo”. — Se o pedido for feito do fundo do coração e com sinceridade, com certeza, as estrelas Vega (Orihime) e Altair (Kengyu), atenderão.

    — Shun, minha criança..., já pedi para me chamar somente de Dohko. Já me basta o Shiryu com essa historia de mestre para cá e mestre para lá. – comentou o libriano bem humorado. Arrancando um rubor do discípulo e risada dos demais.

    — Esperem... Algo não está claro nessa historia. – Saga se pronunciou. – Se essa tal de Tanabata acontece somente uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar...

    — Você não precisava ter repetido isso tudo. Acho que já ficou bem claro em que época acontece... – Camus ralhou.

    — Agora é tarde. Mas voltando ao assunto, como vamos comemorá-la no ano novo?

    — Eis a questão da historia... – Shun abriu um imenso e gentil sorriso. – Como Seiya disse no começo, essa festa será somente uma replica. Algo para inovar nosso ano novo. Decidi fazê-lo durante a nossa primeira visita ao templo Sensoji, daqui a dois dias. Lá faremos nossa festa de Tanabata.

    — Ah, Saguinha, isso não importa... – Afrodite falou exibindo uma expressão blasé, um dos olhos fechado e as mãos abertas erguidas ao lado do corpo.  – A pergunta que não quer calar é: como fazemos um pedido às estrelas. – Uma animada expressão substituiu a anterior.

    — Os pedido são escritos em tanzakus— Hyoga respondeu.

    — Que é isso? – Mask fez careta para o nome.

    — São os papeizinhos coloridos que se usa para fazer os pedidos. – Shun explicou. – Depois eles são amarrados em bambus. A cor do papel varia de acordo com o desejo. Por exemplo: se for pedir dinheiro, o tanzaku que deverá escolher é o amarelo. Roxo é poder. Verde é esperança. Azul é paz celestial e branco significa paz terrena. Vermelho se quiserem paixão e rosa se desejarem por amor.

    — Você é uma pessoa bem detalhista Shun. – Mu falou calmo. Um pequeno sorriso adornava os lábios do ariano.

    — Obrigado. Acho que deve ser culpa do signo. – Brincou o virginiano.

    — Não somos culpados de sermos perfeitos, Shun. – Shaka ditou de onde estava.

    O comentário foi um estopim para uma acalorada discussão começar.

    —ooo0ooo-

    Na hora do jantar, os cavaleiros de ouro desceram para sala onde a refeição seria servida. Saori havia mandado preparar um verdadeiro banquete para recebê-los. A garota estava maravilhada com aquela sensação de felicidade. Ter tantas pessoas morando naquela fria e solitária mansão, mesmo que fosse somente por alguns dias, a deixava imensamente feliz.

    — Espero que esteja tudo do agrado de vocês. – Saori falou tímida.

    — Está tudo perfeito, Athena. – Shura prontificou-se em acalmá-la.

    — Saori... – Todos a olharam. – Aqui podem me chamem apenas de Saori. Afinal eu os trouxe aqui para que descansem um pouco... – A virginiana baixou o olhar. – Descansem como os humanos que são. Vamos aproveitar esse momento em paz.

    Os cavaleiros sorriram.

    — Obrigado, senhorita Saori. – Shion falou por todos os presentes. – Isso é muito importante para todos: Saber que se preocupa conosco, é muito gratificante.

    Saori retribuiu os sorrisos luminosos surgido nas feições dos cavaleiros. E o jantar correu tranquilamente... Seiya logo engrenou uma conversa animada sobre a possível festa.

    Hyoga ainda mantinha a expressão de birra. Shun suspirou fundo, precisava explicar ao amigo os motivos que o levaram a se socorrer com Seiya. Faria isso ainda àquela noite.

    — Podemos ajudar, não é? – Afrodite perguntou animado, olhando para o virginiano. Shun sorriu sem graça, não estava prestando atenção na conversa. Mas aceitou toda a ajuda que os dourados ofereceram, sem se dar conta de que isso irritava ainda mais o cavaleiro de cisne.

    Depois do jantar, Shun pediu para falar com Hyoga, mas o russo disse que tinha que falar com o mestre dele antes.

    — Ok. – Andrômeda expressou com um muxoxo. – Amanhã, talvez.

    — É... Talvez...

    —ooo0ooo-

    O dia seguinte foi somente de correria. Saori havia reservado uma parte do templo para comemorar o Oshogatsu, mas alguém teria que ir preparar o lugar para a festa. Shun se prontificou a fazer decoração para receber os amigos e Afrodite disse que o ajudaria. Junto com eles foram Aiolia, Aldebarã, Milo e Mu. Os demais ficaram para preparar a comida e a bebida que seria servida e para fazer a proteção de Athena. Mesmo com a jovem dizendo que descansassem, eles não poderiam simplesmente ignorar a segurança dela.

    Ao fim da tarde, todos os cavaleiros retornaram para a mansão. Naquela noite, Shun também não conseguiu falar com Hyoga. O loiro nem mesmo estava na mansão. Aparentemente tinha saído para resolver alguns problemas da fundação, mas Saori garantiu que ele voltaria a tempo para a celebração.

    Aquela noite o cavaleiro de Andrômeda não conseguiu dormir. Estava ansioso para o dia seguinte. A iminência do desconhecido o perturbava, teria o amor de Hyoga ou sua completa rejeição? Isso era algo que saberia somente no dia seguinte e desejava intensamente que fosse a primeira opção.

    Eu quero ter o amor dele, mas não quero sacrificar nossa amizade. Pensou o virginiano. Adormecendo logo em seguida com aquela aflição.

    Na manhã do dia 31, Shun foi o ultimo a levantar. Estava muito assustado para o anoitecer. Temia chegar o momento e não conseguir dizer ao amigo que o amava. E se fosse rejeitado? E se aquela historia de Tanabata fora de época não funcionasse? Sentou-se na cama aflito, colocou a mão na cabeça e puxou o cabelo para baixo.

    O que devo fazer? Perguntava-se desesperado.

    Duas batidas na porta o fizeram saltar da cama com o coração na boca.

    — Shun, abra a porta. Sou eu. – Reconheceu a voz do irmão.

    O virginiano abriu a porta, um sorriso radiante brilhava em seu rosto.

    — Ikki... – Chamou, a voz por um fio. – Eu estava morrendo de saudades de você, irmão.

    O cavaleiro fênix sorriu e abraçou o irmão.

    — Também estava com saudades de você.

    — Quando chegou? – Quis saber Andrômeda. O cavaleiro mais jovem cedeu espaço para o irmão entrar.

    — Hoje pela manhã. – Informou o mais velho. – Fiquei preocupado quando disseram que você ainda não tinha descido. O que aconteceu?

    Shun ruborizou. Seu coração batia acelerado. Um pensamento: O que Ikki faria se descobrisse seu segredo?

    — Nada... – Respondeu tremulo – Não aconteceu nada, Ikki.

    — Shun, não minta para mim. – O mais velho afagou os cabelos do mais novo. – Eu o conheço bem. Sei que está mentindo.

    Andrômeda suspirou pesado, tentando reunir coragem para falar com irmão antes de tudo. Sentou-se na cama e ficou remexendo os dedos. Precisava desabafar aquilo com alguém. E embora o irmão não fosse o mais recomendado das pessoas, era ele quem estava ali disponível, querendo escutá-lo.

    — Ikki, eu..., eu... – Novamente puxou uma grande quantidade de ar e cabelo. – Eu gosto do Hyoga. – Falou de uma vez.

    Ikki franziu o cenho, sem entender por que daquele conflito tortuoso do irmão em dizer algo tão obvio. Por sinal, um dos motivos de não passar tanto tempo junto com Shun e os demais. Detestava a forma açucarada como se tratavam.

    — E onde está o motivo de não ter descido? – Ikki falou calmo. Como se o que irmão tivesse lhe dito não o tivesse abalado em nada.

    Shun piscou confuso. A reação do irmão não condizia com o semblante ranzinza.

    — Não está surpreso? – Quis saber.

    — Não. – Respondeu. – Vocês não são muito discretos. – Volveu Ikki. Shun franziu o cenho, completamente intrigado com as palavras de Ikki.

    — Não entendo. O que quer dizer irmão?

    — Ora, Shun. Por favor. Somente um cego para não ver a amizade colorida que existe entre você e o pato. – Ikki ditou, a voz travada. – A pessoa com quem você mais se preocupa? Hyoga. Uma pessoa para contar seus segredos? Hyoga. A pessoa que faz você sorrir feito um idiota? Hyoga. Preciso mesmo dizer mais alguma coisa?

    Shun ficou vermelho igual a tomate maduro. As palavras de Ikki realmente faziam sentido. Tão logo notou isso, baixou a cabeça, completamente envergonhado.

    — Era para ser você... – Sussurrou. A franja cobria seus olhos e Ikki não podia ver o quanto estava emocionado. –... Meu confidente, minha única preocupação, a pessoa que me faz sorrir. Era pra ser você, Ikki. Mas o Hyoga...

    O japonês sentiu a mão grande do irmão sobre sua cabeça, bagunçando seus fios. Ikki fez com que olhasse dentro dos olhos dele.

    — Ei, eu não estou zangado. Além do mais, eu já tenho isso de você. – Shun olhou supresso para o mais velho. Ikki estava levando tudo numa boa? O que tinha acontecido com seu irmão? Sentiu quando a testa quente de Ikki encostou-se a dele. – Você sempre será meu irmão, Shun. E eu sempre vou te amar.

    — Eu também vou te amar pra sempre, Ikki.

    Quando o leonino se afastou, Shun pode ver a imagem de Hyoga parado à porta. O loiro estava com uma expressão indecifrável no rosto: algo entre o curioso e o espantado.

    — Desculpe-me se interrompi... – O aquariano falou antes de sair apressado e sumir no corredor.

    Shun ficou sem entender a reação de Hyoga. E por um instante se perguntou há quanto tempo o loiro estava ali. E sobre o quanto ele tinha escutado de seu desabafo com Ikki.

    — Ele me odeia. – O virginiano sussurrou. – Ele escutou nossa conversa e agora me odeia. Ele nunca mais vai querer olhar pra mim. Mesmo que eu o diga o quanto gosto dele, aposto que vai me ignorar.

    Ikki soltou um suspiro debochado, somente o irmão para pensar aquelas coisas.

    — Não, ele não te odeia. Apenas está confuso, não esperava me ver aqui. Eu acho. – Sentenciou o leonino. – Diga a ele. – Shun expressou confusão. – Diga a Hyoga o quanto gosta dele e verá que ele vai te soltar o mesmo sorriso idiota que você solta pra ele.

    — Ikki. – Choramingou o mais novo.

    — Shi. Apenas faça o que estou dizendo. – Ikki beijou o irmão na testa. – Agora eu tenho que resolver uns problemas. Nos encontramos mais tarde?

    — Sim.

    Shun respirou profundamente depois que Ikki saiu. O medo voltou a reina em seu coração. Deveria mesmo confessar seus sentimentos a Hyoga? Deveria mesmo expor sua amizade desse jeito?

    Só saberia quando estivesse novamente frente a frente com Hyoga.

    ***


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