Oshogatsu!

  • Finalizada
  • Naneyagami
  • Capitulos 3
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 44 minutos

    16
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Capitulo I

    Homossexualidade

    E ai galerinha do bem, tudo beleza? Espero que sim.

    Mais uma fic para desafio. Sheilinha, você é uma benção. Hahaha. O tema é Réveillon (atrasaaaado... kkkk) P.S: Algumas das escritoras participantes esqueceram-se de escrever antes (não sou exceção). Mas aqui está.

    Eu sei que desafios, nesse momento, não deveria ser minha prioridade. Mas como eu já tinha prometido...

    Capitulo NÃO betado.

    Boa leitura a todos!

    ~Capitulo I ~

    Era a primeira vez naquela semana que conseguia ver, mesmo que através das aguas tranquilas da fonte do meio do jardim, a imagem das estrelas refletidas do céu límpido feito naquela noite. Tão diferente da noite de três dias atrás, quando testemunhou a beleza e a força da neve que caiu em pleno natal. Enquanto ceava com os amigos, o chão era pintado de branco. Algo natural daquela época. Era assim todos os anos. A temperatura sempre caía ao estremo quando o inverno chegava, trazendo consigo as datas comemorativas de fim de ano.

    Sorriu ao lembrar–se que Seiya foi o primeiro a gritar e a correr para fora da mansão, animado como uma criança em seu primeiro contato com a neve. Logo em seguida Shiryu e Ikki saíram também. Depois Hyoga, ficando ele por último. Uma guerra de neve foi iniciada entre os cinco. Saori apenas ria e observava os garotos se divertirem. Queria que os cinco aproveitassem o máximo que pudessem. Estavam em paz, por enquanto. Entretanto, seria bom se todos os dias fossem como aqueles. Onde aqueles cinco jovens não precisariam estar detendo nenhum Deus maluco com ideias insanas de controlar o mundo. E nem tentando desesperadamente salvar Saori de algum perigo iminente. Momentos em que eles seriam apenas jovens normais, com vidas normais. Com problemas do cotidiano dos jovens japoneses.

    Mas a situação era mais complicada do que parecia. E o fato de poderem estarem juntos, em momentos como aquele, era um bônus trazido com o fardo de ser um cavaleiro de Athena: protetor da paz e da justiça do mundo. Porém, nenhum deles se queixava, pois, por pior e por mais forte que fosse o inimigo, eles sempre estariam juntos. E Como aquela calmaria era rara, Saori queria preservar aquilo. Aquele sentimento de paz começado no natal. Por isso os reuniu no dia seguinte e informou que todos passariam o ano novo ali, juntos. E aproveitaria para chamar também os cavaleiros de ouro para compartilharem daquele momento. Mesmo contra a vontade de alguns, como Ikki que não se socializava com ninguém e Shiryu que queria partir logo para Rozan. Até mesmo Seiya que com seu espirito aventureiro estava sempre transitando entre o santuário, a fundação Kido e a terra natal dos amigos, resolveu se aquietar um pouco. E Hyoga, que sempre voltava para Rússia, daquela vez não se animou em partir. O que deixou Shun, o único que sempre permanecia na mansão, muito contente. Uma vez que estariam todos reunidos.

    Como não tinha para onde ir, o jovem cavaleiro de Andrômeda sempre ficava com Saori na mansão. Sentindo o peso da saudade do irmão que não deixava pistas sobre seu paradeiro e da solidão que aquela imensa mansão fria lhe causava por não ter ninguém para conversar.

    — Do lado de fora a essa hora? – Shun escutou o timbre rouco e baixo de Hyoga chegar aos seus ouvidos, assustando-o. – Não é uma boa ideia se expor a tanto frio.

    O virginiano soltou um sorriso ínfimo. Apesar do céu límpido, fazia muito frio naquela noite. Ainda assim, não havia conseguido ficar na cama como todos os outros.

    — Não se preocupe, Hyoga. Não será um pouco de frio que me fará mal.

    Shun continuou a observar as estrelas refletidas nas aguas turvas da fonte, pensativo. A união daqueles dias logo chegaria ao fim e tudo voltaria ao normal: frio e monótono. 

    — Tem certeza? Eu treinei durante anos na Sibéria. Sei o que o frio pode fazer com uma pessoa despreparada. – Rebateu o russo, sentando-se na bancada um pouco abaixo da fonte, ao lado do virginiano, colocando os braços atrás da cabeça e passando a admirar as estrelas também.

    Shun mordeu o lábio com força e fechou os olhos. Aquela calmaria era ótima. Um momento raro como aquele não se repetia sempre e dividi-lo com Hyoga era um pouco perturbador. Não que não quisesse o russo por perto, ao contrário... Era exatamente por querê-lo perto que se sentia perturbado. Hyoga havia se tornado seu “sonho de consumo”. O presente que sonhava ganhar do papai Noel. E esse era justamente o problema. O natal havia passado e a oportunidade de se declarar também.

    Ainda não tinha descartado a possibilidade de dizer ao loiro que não queria somente a amizade dele, mas seu amor. Entretanto, a coragem não queria se tornar sua companheira. Mais uma vez havia sido fraco. E pensando bem, era bem melhor assim... Tinha dúvidas. Hyoga o corresponderia? E se perdesse a amizade do aquariano por causa de algo bobo? Não. Preferia não ariscar.

    — E então, o que você acha? – perguntou o cavaleiro de cisne. Seus olhos capturando o semblante pensativo e calmo do mais novo. Mas Shun não estava exatamente prestando atenção ao que ele dizia. E tudo o que conseguiu esboçar foi uma expressão interrogativa. – O que você tem? – Hyoga perguntou ao perceber que não era ouvido.

    Shun ruborizou.

    — Er, eu..., bem... – engasgou.

    O que diria? Falaria a verdade? Que não havia escutado uma palavra se quer do que ele tinha dito? Que estava pensando em como seria bom sentir os beijos dele. Comprovar se realmente eram tão frios quanto aparentavam ser, ou se possuíam tanto calor como ele conseguia sentir. E mais dúvidas permearam sua mente: Aquele era o momento certo?

    Não. Não tinha coragem.

    — Algum problema? – Hyoga ergueu as sobrancelhas.

    — N-não. Nenhum... – Shun respondeu calmo, guardando para si a confusão travada em seu cérebro. Voltou a mirar as estrelas, não queria olhar para Hyoga e denunciar o sentimento que sentia por ele.

    O coração do cavaleiro mais jovem doía só de pensar que logo, logo teria que se separar do amigo. Que teria que ficar longe do seu amor.

    — Você não parece muito bem. – Hyoga falou depois de algum tempo de análise. Shun franziu o semblante e voltou seu olhar para o aquariano. Em algum momento teria que encarar Hyoga ou aquela conversa ficaria pesadamente estranha. – Olha, se estiver com algum problema, pode contar comigo. Nós somos amigos, não é?

    O mais novo soltou um profundo suspiro. E embora não tenha gostado da frase “Nós somos amigos” achou melhor assim... Era um pequeno alivio. Algo para não sentir-se culpado. Mas também ficou feliz: Hyoga se preocupava com ele.

    — Sim, Hyoga. Nós somos amigos. – começou tímido. – E é por isso que lhe digo, não se preocupe. Não é nada demais. É apenas uma preocupação boba... – falou desviando das safiras inquisidoras. Por mais que tentasse, não conseguia sustentar uma guerra entre os olhos dele e do aquariano. Parecia que o russo iria descobrir sobre os sonhos perturbadores e nada castos que andava tendo com ele. Ou sobre os momentos de devaneios e masturbação no banheiro. Ou mesmo sobre a foto que havia roubado das coisas do amigo antes da última viagem. – Depois do ano novo, todos irão partir. E eu ficarei sozinho novamente.

    Hyoga sentiu um nó apertar sua garganta ao ver expressão desolada do mais jovem. Shun era um precioso amigo e lhe doía o coração vê-lo tão triste. Se pudesse, sempre o protegeria e cuidaria para que ele nunca ficasse sozinho ou se sentisse triste. Cuidaria? Protegeria? Desde quando ando tendo esse cuidado todo com ele?— indagou-se em pensamento, sem, contudo, dar-se uma resposta.

    Fazia algum tempo que Hyoga tinha notado o jeito amável e gentil do companheiro. Sem falar nos traços delicados, mas não afeminados, e no jeito sincero. Não foi difícil se apaixonar por ele: Shun era um sonho.

    Repreendeu-se. O amigo era um garoto e estava fragilizado. Precisava de consolo e não de mais confusão.

    — Ah, Shun, você sabe que, se eu pudesse, ficaria aqui com você. – o aquariano falou em tom desinteressado. – Mas...

    — Mas você tem amigos na Sibéria. – volveu o mais jovem com um suspiro consternado. – O tumulo da sua mãe também está lá...

    — É... – o loiro rebateu baixo.

    O silencio ganhou espaço entre eles, causando um estranho constrangimento. Hyoga ficou um pouco frustrado. Esperava uma reação eufórica do amigo. Uma revolta por não tê-lo perto.

    Um sorriso de descaso surgiu nos lábios do loiro. O que ele esperava afinal? Que Shun o impedisse de ir embora? Que pedisse que cancelasse seu voo e ficasse com ele?

    — Ao menos que dissesse que me ama. – sussurrou, porém não tão baixo quanto pensou.

    — O quê?

    — Nada. – respondeu com o rosto vermelho. O coração aos pulos.

    — Desculpe-me, Hyoga... – Shun pediu. O rosto vermelho e o olhar cabisbaixo. – Essa é a segunda vez que não presto atenção no você fala...

    — Não... Não Shun.  Fui eu que falei baixo demais.

    — Mas...

    — “Mas”, nada. – falou, descontraído. – Nem é algo importante. Quer dizer... Tudo o que eu queria saber é se era uma boa ideia levar os Golds até os templos no Oshogatsu?

    Shun sorriu.

    — Claro que é... – incentivou. Uma ideia iluminando em sua mente...

    —ooo0ooo-

    Na manhã seguinte, quando Shun desceu para o café da manhã, encontrou Saori, Seiya e Shiryu sentados a mesa, já servidos de café e pão. Bolo e torradas. Sucos, leite, queijo e presunto.

    — Bom dia. – desejou com um bocejo.

    — Bom dia. – responderam os três.

    — Hyoga ainda não desceu?

    Não perguntaria pelo paradeiro do irmão, pois sabia que era caso perdido. Ikki ia e vinha quando bem entendia.

    — Nesse minuto. – informou o loiro as costas do mais novo.

    — Aposto que nem dormiu de ansiedade. Somente por que o mestre dele chega hoje. – retorquiu Seiya, suprimindo uma gostosa gargalhada. Hyoga o olhou com descaso.

    — Não somente o mestre dele, mas todos os Golds, Seiya. – Shiryu apaziguou. – Por falar nisso, você já não deveria ter saído, Hyoga? – perguntou o chinês.

    — Sim, Shiryu. Só vou comer alguma coisa e vou buscá-los. – o aquariano respondeu. Sentou-se a mesa ao lado de Shun. Serviu-se de café e degustou rapidamente do bolo. Foi rápido no processo de comer. Já estava atrasado. Pegou uma maçã para servir de lanche, ao levantar-se. Olhou para Andrômeda. – Shun, aquela ideia ainda está de pé, né? – o loiro perguntou ao amigo.

    — Sim, Hyoga. – respondeu terminando de engolir um gole de café. – Vou sair para comprar o que precisaremos assim que eu terminar de comer.

    — Ótimo. – volveu jogando a maçã no ar e a pegando de volta. – Se quando eu voltar, você ainda não tiver conseguido comprar tudo, eu te ajudo.

    — Ok. – disse antes de o amigo sair.

    — O que vocês estão tramando? – Seiya perguntou curioso.

    Shun sorriu travesso.

    — Você verá, Seiya! Você verá...

    ***


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