- Incline um pouco mais a cabeça para esquerda Isabel – disse Laila com um sorriso simpático. A morena obedeceu sem nem piscar com todo o profissionalismo e formalismo que lhe era característico.
Laila admirava a seriedade e elegância de sua modelo. Não era tímida, se considerava apenas uma pessoa fechada, não gostava de falar muito de si mesma, era uma típica mulher de poucas palavras. Laila tinha longos e lisos cabelos negros aos quais ela dava um charme especial pintando algumas mechas de azul escuro, a nova pintura lhe fizera receber constantes olhares quando passava pela rua e ate mesmo alguns assobios maliciosos que serviam para melhorar sua já grande autoestima.
Havia se formado em direito, ela era um daqueles espíritos livres que viviam pela arte, mas como a arte geralmente não dava lucro teve que deixar seus sonhos de lado e se unir a um amigo em um escritório de advocacia. Sua sorte mudou quando sua avo materna, a qual ela nunca conversara, morrera deixando para a jovem advogada de vinte e sete anos uma generosa e bem-vinda herança.
Ela largara o escritório no mesmo dia que recebera o dinheiro e então se dedicara a seu sonho de se tornar pintora. A artista amava mitologia grega e para seu primeiro quadro queria retratar as famosas musas gregas, e, Isabel era a modelo perfeita para isso.
Isabel era uma moça linda. Tinha uma estatura alta e a pele era tão clara e límpida que era como se ela nunca houvesse sentido um raio de sol na vida. A modelo de vinte e quatro anos era realmente grega, bom, descendia de mãe grega. Isabel já havia pousado para Laila quatro vezes e aquela era a quinta sessão. A grega pouco falava, era uma mulher seria com penetrantes olhos negros, mas mesmo durante o silencio das horas que passavam juntas, uma pousando a outra pintando,havia se formado um forte laço de simpatia entre elas.
Laila sentia seu sangue ferver toda vez que prestava atenção mais do que profissional no corpo da bela musa grega. Isabel estava completamente nua e se mantinha estática como se fosse uma daquelas estatuas de mármore que os gregos tanto esculpiram na antiguidade.
A cada nova sessão era mais difícil controlar o desejo que sentia pela modelo. Se Isabel percebia ou não isso, era educada demais para fazer qualquer comentário. Laila pintava distraída, já havia passado o pincel umas cem vezes no mesmo lugar, e nem sequer havia tinta nele.
- Tudo bem Laila? –perguntou Isabel movendo apenas os lábios. Todos os demais músculos de seu corpo continuavam estáticos – parece um pouco aérea.
Laila quase pulou da cadeira de susto ao ser puxada de seus devaneios. Agradeceu por não haver mais tinta no pincel caso contrario teria feito uma enorme e irreversível mancha em sua pintura.
- Sim, claro – sorriu tentando disfarçar e falou a primeira coisa que lhe veio a cabeça – gosta de mitologia grega Isabel?
A outra respondeu com um discreto e quase imperceptível aceno negativo com a cabeça.
- Não muito.
- Engraçado, você e grega... quer dizer, sua mãe é! – riu tentando manter um tom mais descontraído a conversa.
- E por acaso você é especialista em macarronadas e pizza? – perguntou Isabel. Era estranho como ela poderia dizer algo engraçado com toda sua seriedade. Laila era Italiana e um total desastre na cozinha.
- Ok você esta certa, nossas origens não ditam nossas habilidades.
Esperou que Isabel desse continuidade a conversa, mas ela se manteve em seu silencio habitual. Tendo suas tentativas de conversa frustradas a artista voltou a se concentrar no seu objetivo inicial, pintar. Prosseguiu seu trabalho tensa e nervosa olhando para a grega por cima da pintura e voltando rapidamente seus olhos para a tela.
- Incline um pouco mais seu corpo, por favor – disse qualquer coisa, queria se distrair com uma conversa para esquecer dos pensamentos eróticos que insistiam em surgir em sua mente.
Isabel obedeceu prontamente, com a mesma presteza de antes. Lailaviu então uma oportunidade. Era errado, ela sabia, mas não conseguiu se conter. Foi ate a modelo ficando atrás dela. Tocou nervosa e excitada na lateral do corpo da grega passando seus dedos pela pele lisa sentindo cada costela da modelo.
- Mais para frente... assim... – disse tocando o corpo da outra e sentindo ondas de prazer com aquele simples, mas sensual gesto.
Isabel obedecia sem demonstrar emoções. Laila ao contrario era um vulcão em erupção de tantas emoções. Os corpos das duas não se tocavam, mas era apenas por milímetros. Laila apenas deslizava os dedos sutilmente pelas costelas da amiga, e, embora estivesse com pensamentos maliciosos, ninguém poderia ver com maldade aquela situação. A cabeça da artista quase tocava nos longos e densos cabelos da modelo e ela podia sentir o perfume de canela que vinha deles. Inspirou aquele doce aroma longamente.
- Que cheiro bom... – desceu ainda mais as mãos pelo corpo de Isabel chegando a cintura e acariciando discretamente as lindas curvas da grega.
Quando percebeu sua ousadia pensou em se afastar, quase o fez, mas algo a deteve. Isabel não a havia repelido, e Laila sentira o corpo de sua amiga tremer. Ela sabia que isso era devido a excitação. Ela esta gostando pensou, não tinha certeza por isso ousou mais.
Desceu a mão se aproximando do sexo de Isabel, era branco e lisinho, completamente depilado como o de uma jovem na puberdade. A vagina estava um pouco quente e Laila deslizou os dedos lentamente pela região. Sentiu a respiração da outra ficar um pouco mais acelerada, embora ate essa mudança era quase imperceptível visto a discrição da modelo.
Laila manteve o carinho na vagina, fechou os olhos colando seu rosto nos cabelos de Isabel inspirando aquele perfume de Venus. Ainda de olhos fechados deslizou a outra mão pelo corpo de sua amiga, se deleitando com cada milímetro daquele corpo perfeito, a mão pousou no seio direito da outra se fechando delicadamente e sentindo assim seu volume e sua maciez.
- Você esta excitada Isabel – embora a face da grega nada disse-se sobre seus sentimentos, seu corpo era mais sincero. O mamilo estava duro e Laila sabia que se explorasse um pouco aquela bela vagina não demoraria para deixa-la úmida. Roçou o rosto pelo pescoço da modelo lambendo-o lentamente, uma lambida quente e molhada – gosta disso?
Ainda de costas para ela Isabel passou uma das mãos pelos cabelos de Laila, aquele simples gesto era muito vindo da grega.
- Muito – respondeu com uma voz mais doce deixando o corpo mais relaxado – você tem mãos delicadas e lábios de mel.
Laila colou suas mãos na cintura da outra virando-a em um movimento rápido. As duas ficaram frente a frente se encarando, a respiração acelerou. Ela ansiava por mais toques, seus olhos se fitavam com uma chama ardente embora sutil.
- Não devia falar do gosto de meus lábios sem te-los experimentado – disse puxando a musa grega e a beijando. As duas se abraçaram, suas bocas se colaram acolhendo cada uma a língua da outra. Foi um beijo maravilhoso. Laila se sentiu flutuar deslizou as mãos pelas costas e seios de Isabel, amando aquele corpo. Isabel a despia lentamente e com toda a educação ate que as duas ficaram completamente nuas, grudadas em um caloroso abraço.
- Para mim fazer amor deve ser algo lento entendeu? – dizia Isabel dando-lhe beijos gentis – sem força... apenas, com jeito e carinho.
Laila concordou corada, também odiava fazer sexo com força como se fosse um animal. Haviam mulheres que gostavam de usar alguns brinquedinhos, mas Laila considerava tudo aquilo um lixo. Preferia a delicadeza e sensualidade do corpo feminino com todos seus atributos, sem acrescentar nada.
Continuaram a se abraçar e a beijarem-se. Laila massageou os seios da grega e depois os chupou com carinho enquanto ela acariciava-lhe os cabelos. Isabel respirava acelerado e seu corpo arfava de prazer. Os beijos e caricias levaram as duas da sala ate o quarto de Laila aonde elas se deitaram na grande cama de casal.
Laila ficou por baixo, se sentia pequena e ate inferior diante de toda a beleza da grega que era mais alta, mais bela e com uma postura muito mais elegante e nobre. Isabel a encheu-a de beijos explorando todo o seu corpo. Parou quando seus lábios tocaram a vagina de sua parceira.
- Deseja mesmo isso? – perguntou com seu tom formal e calmo.
Laila queria, queria muito. Poderia se ajoelhar no chão e implorar por aquilo. Tudo que conseguiu fazer foi acenar positivamente com um ar patético de submissão. Obedientemente Isabel começou a lamber. Laila pronunciava o nome de sua musa varias vezes com a voz cortada por seus próprios gemidos. Apalpou seus próprios seios massageando-os para intensificar o prazer. Chegou finalmente ao orgasmo com um longo gemido de alivio.
- Muito bom – Isabel a beijou na bochecha – vamos tomar um banho juntas e fazemos amor mais uma vez?
Laila concordou e as duas foram juntas a grande e espaçosa sala de banho. Poderiam não saber, ainda, mas aquele era o começo de um grande amizade e de um duradouro namoro.