|
Tempo estimado de leitura: 4 minutos
l |
No começo eram apenas cerca de algumas dezenas de weedles vivendo na área nordeste da floresta de Veridiana, um grupo isolado de pokemons que não representavam um grande risco a ninguém. Viviam se alimentando de pequenas plantas e grama. Os weedles, são pokemons do tipo inseto, pequenas larvas amarelas do tamanho de uma palma de mão aberta cujos únicos ataques são o fio de seda, uma teia pegajosa que soltam pela sua boca, e a picada venenosa que utilizam através do pequeno ferrão que possuem na cabeça. Nada muito letal, não ao menos para um humano, mas que pode ser extremamente perigoso para outros pokemons pequenos.
A área nordeste é vasta, mas não tão vasta porem para abrigar weedles e caterpies. Essas duas espécies de pokemons tão semelhantes disputam território a anos, mas devido a nenhum dos lados ser mais forte que o outro a luta se manteve equilibrada.
Obviamente esses pokemons batalhavam quando se encontravam, não havia um motivo certo para isso, os weedles cresceram vendo nos caterpies seus piores inimigos e estes viam os weedles da mesma forma. As coisas simplesmente eram desse jeito e ninguém se dava ao trabalho de questiona-las. Para aqueles pequenos pokemons refletir sobre isso era como tentar entender porque a chuva chovia ou o vento soprava. Era algo natural e não necessitava de qualquer explicação.
Como era também totalmente natural que houvessem mortes nessas inúmeras rixas entre os dois tipos de pokemons. Não era o caso porem da pequena weedle caída perto de uma arvore, esquecida em um canto ali perto, não, ela não estava morta, pelo menos não ainda. Mas isso não queria dizer que estivesse bem. Estava terrivelmente machucada, sangrava e se movia debilmente sem conseguir se levantar. Suas patinhas minúsculas se movimentavam fracamente, mas seus esforços eram em vão e ela não saia do lugar.
Os caterpies não deram mais atenção para um inimigo praticamente morto e, os weedles companheiros daquela pequena criatura a abandonaram ao perceber seu fim eminente. Afinal, de nada adiantaria tentar salvar quem já estava a beira da morte.
Foi assim que aquela weelde ficou ali, esquecida. Ela queria morrer, mas a morte parecia rir dela, recusando-se a leva-la. A pequena criatura, seu nome é Weela, ficou ali largada durante horas, até dias, agonizando sem ter um companheiro para lhe ajudar ou, pelo menos, lhe der o golpe de misericórdia e dar fim ao seu sofrimento.
Durante esse período Weela pensou muito. Refletiu sobre sua curta vida até ali, nada mais que três anos de existência o que, para um weedle, equivalia ao começo da idade adulta. Ela refletiu sobre todas suas ações, suas lutas incessantes contra os caterpies, sobre a floresta que a cercava, uma área pequena, mas que era o único mundo que conhecia. Começou a pensar se não havia algo além daquilo tudo, algo além daquela floresta e de caterpies e weedles. Foi então que a escuridão lhe envolveu antes que ela tivesse sua resposta.
Não, ela não morreu. Adormeceu abatida pelo cansaço e, quando acordou descobriu que seu corpo havia mudado de forma, se tornara mais rígido e resistente. Ela evoluirá tornando-se uma kakuna.
Um acontecimento como esse não poderia passar desapercebido pelos pouco habitantes daquela floresta. Weedles e caterpies se aproximaram daquele ser, com um misto de medo e admiração. Mas Weela não queria saber mais deles, seu novo corpo era resistente como rocha e ela simplesmente ignorou os pokemons que tentaram feri-la por temerem aquela nova criatura. Depois de algum tempo, percebendo que qualquer tipo de contato era inútil, tanto weedles como caterpies se afastaram da kakuna e voltaram a suas incessantes batalhas.
Assim se iniciou uma nova fase na vida de Weela. Todos os dias se mantinha quieta, alimentando-se de plantas enquanto observava seus antigos companheiros lutarem contra as caterpies dia após dia. Ela percebeu o qual ridícula era aquela luta e ficou feliz por não mais gastar seu tempo nela. Por muito tempo Weela viveu assim, observando o mundo a sua volta enquanto refletia sobre tudo que via. Adquiria conhecimento, amadurecia e se tornava um pokemon melhor. Percebeu que não odiava realmente as caterpies, elas não eram más, não eram os vilões como Weela fora ensinada durante toda sua vida. Todos, caterpies e weedles, estavam errados e, cegos pelos seus preconceitos, continuavam com aquela briga ridícula.
Foi quando finalmente percebeu isso que Weela evoluiu alcançando sua plenitude. Sua forma rígida de casulo transformou-se em uma criatura maior, com esbugalhados olhos vermelhos, longas asas semitransparentes e ferroes ameaçadores em cada braço. Ela alçou voo a dois metros do solo assustando weedles e caterpies que estavam nos arredores. Dali de cima Weela percebeu o qual pequenos e frágeis eles eram. Com seu novo corpo poderia dizimar os caterpies ou então punir os weedles por a terem abandonado a beira da morte. Ela poderia ser uma rainha naquela pequena área que era o seu mundo.
Mas não era isso que Weela queira. Ela queria conhecer o mundo, novos lugares e novos pokemons. Havia um mundo tão vasto para ser desbravado. A vida era muito curta para se desperdiçar com guerras inúteis.
Cheia de sonhos e expectativa Weela voou alto sumindo nos céus em busca das infinitas possibilidades que a vida lhe reservava.